Comboios já são uma alternativa

05-03-2001
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Comboios Já São Uma Alternativa

Segunda-feira, 5 de Março de 2001 Dentro de quatro ou cinco anos a CP poderia ter capacidade para transportar cerca de 40 mil passageiros por hora - segundo os cálculos optimistas do presidente da Refer. Actualmente os comboios levam apenas 210 mil por dia. O presidente da Rede Ferroviária Nacional (Refer), Cardoso dos Reis, esteve na recente conferência de imprensa do ministro Jorge Coelho, em Queluz, para explicar os investimentos efectuados na ferrovia, e resolveu deixar, para meditação dos que não são capazes de deixar o automóvel em casa, uma comparação elucidativa da forma como, a seu ver, devem ser encaradas as acessibilidades às periferias urbanas. Pelas contas deste técnico uma faixa de rodagem pode debitar em determinadas condições de fluidez de trânsito dois mil carros por hora. Se cada viatura transportar em média dois ocupantes, poderão circular nessa faixa quatro mil pessoas em cada sessenta minutos. "Um comboio de dois pisos, com oito carruagens, transporta sensivelmente o mesmo número de passageiros", afiançou Cardoso dos Reis, referindo-se ao tipo de composições já usadas entre Queluz-Massamá e a linha da Azambuja. Estas composições, porém, circulam actualmente com apenas quatro carruagens e um máximo de 1500 passageiros, prevendo-se que, no futuro, venham a circular com cinco carruagens. Mas o responsável da Refer resolveu estender o seu raciocínio para o cenário em que se viverá após a concretização dos investimentos programados para a Linha de Sintra, que prevêem a quadruplicação da via até Queluz-Massamá para meados de 2002, e, mais tarde, até ao Cacém. Actualmente, na hora de ponta, a CP opera com 15 comboios (16 a partir desta semana). Se as obras programadas correrem sobre carris, dentro de dois anos, nos períodos de maior procura, poderão circular 17 comboios. Este total poderá ainda vir a ser aumentado para 24 "dentro de quatro, cinco anos". Neste quadro, pelas contas de Cardoso dos Reis, o operador ferroviário poderá então transportar "com uma linha de comboio cerca de 40 mil pessoas por hora". A hipótese optimista do presidente da Refer tem, contudo, muito pouco a ver com a realidade actual, dado que a CP transporta diariamente, naquela linha, apenas 210 mil passageiros por dia. E, quanto ao futuro, independentemente da eventual capacidade das infra-estruturas rodoviárias, tudo vai depender da forma como se comportar a relação entre o transporte individual e o transporte colectivo. E esta, além de outros factores, terá sempre a ver com a evolução da qualidade da oferta de transportes públicos rodoviários nas ligações às estações de caminho-de-ferro e com a oferta de estacionamento nas suas imediações, factores que, presentemente, jogam completamente a favor do transporte individual. Trazendo as projecções teóricas para o terreno em que se desenvolve a actividade da CP e que é o mercado dos transportes, o porta-voz da companhia, Carlos Madeira, resume assim as perspectivas de evolução da Linha de Sintra: "A capacidade de transporte da CP tem que aumentar na exacta medida da evolução da procura." L.F.S. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE IC19 A buzina como arma por melhores acessos

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Segunda-feira, 5 de Março de 2001 Dentro de quatro ou cinco anos a CP poderia ter capacidade para transportar cerca de 40 mil passageiros por hora - segundo os cálculos optimistas do presidente da Refer. Actualmente os comboios levam apenas 210 mil por dia. O presidente da Rede Ferroviária Nacional (Refer), Cardoso dos Reis, esteve na recente conferência de imprensa do ministro Jorge Coelho, em Queluz, para explicar os investimentos efectuados na ferrovia, e resolveu deixar, para meditação dos que não são capazes de deixar o automóvel em casa, uma comparação elucidativa da forma como, a seu ver, devem ser encaradas as acessibilidades às periferias urbanas. Pelas contas deste técnico uma faixa de rodagem pode debitar em determinadas condições de fluidez de trânsito dois mil carros por hora. Se cada viatura transportar em média dois ocupantes, poderão circular nessa faixa quatro mil pessoas em cada sessenta minutos. "Um comboio de dois pisos, com oito carruagens, transporta sensivelmente o mesmo número de passageiros", afiançou Cardoso dos Reis, referindo-se ao tipo de composições já usadas entre Queluz-Massamá e a linha da Azambuja. Estas composições, porém, circulam actualmente com apenas quatro carruagens e um máximo de 1500 passageiros, prevendo-se que, no futuro, venham a circular com cinco carruagens. Mas o responsável da Refer resolveu estender o seu raciocínio para o cenário em que se viverá após a concretização dos investimentos programados para a Linha de Sintra, que prevêem a quadruplicação da via até Queluz-Massamá para meados de 2002, e, mais tarde, até ao Cacém. Actualmente, na hora de ponta, a CP opera com 15 comboios (16 a partir desta semana). Se as obras programadas correrem sobre carris, dentro de dois anos, nos períodos de maior procura, poderão circular 17 comboios. Este total poderá ainda vir a ser aumentado para 24 "dentro de quatro, cinco anos". Neste quadro, pelas contas de Cardoso dos Reis, o operador ferroviário poderá então transportar "com uma linha de comboio cerca de 40 mil pessoas por hora". A hipótese optimista do presidente da Refer tem, contudo, muito pouco a ver com a realidade actual, dado que a CP transporta diariamente, naquela linha, apenas 210 mil passageiros por dia. E, quanto ao futuro, independentemente da eventual capacidade das infra-estruturas rodoviárias, tudo vai depender da forma como se comportar a relação entre o transporte individual e o transporte colectivo. E esta, além de outros factores, terá sempre a ver com a evolução da qualidade da oferta de transportes públicos rodoviários nas ligações às estações de caminho-de-ferro e com a oferta de estacionamento nas suas imediações, factores que, presentemente, jogam completamente a favor do transporte individual. Trazendo as projecções teóricas para o terreno em que se desenvolve a actividade da CP e que é o mercado dos transportes, o porta-voz da companhia, Carlos Madeira, resume assim as perspectivas de evolução da Linha de Sintra: "A capacidade de transporte da CP tem que aumentar na exacta medida da evolução da procura." L.F.S. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE IC19 A buzina como arma por melhores acessos

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