Nova economia: Palmas contra o capitalismo

06-05-2001
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Nova Economia: Palmas Contra o Capitalismo

Por EUNICE LOURENÇO

Domingo, 6 de Maio de 2001

António Guterres, que tanto tem falado em renovação, deveria ter estado mais tempo no debate sobre "Nova economia, competitividade e coesão". É que o único momento de debate propriamente dito foi protagonizado por dois jovens: Rui Coimbra, um dos assessores de economia do primeiro-ministro, e Pedro Nuno, um militante estudante de Economia, que fez a única intervenção da plateia que foi aplaudida.

O jovem militante começou por dizer que, afinal, "nova economia" mais não é do que outro nome para capitalismo. Criticou a desregulamentação do mercado de trabalho e a desorçamentação, elogiou o "keynesianismo" e exortou os socialistas a não aceitarem o neo-liberalismo como inevitável, pois isso seria a morte da social-democracia.

Rui Coimbra, na intervenção final que coube a cada um dos membros da mesa, respondeu-lhe que as teorias económicas evoluiram, que a disciplina orçamental gera produtividade e que o "keynesianismo" até nem foi fiel a Keynes. Pedro Nuno ainda ripostou, mas o debate não estava pensado para a discussão directa. Aquilo ia contra a corrente. Afinal, as intervenções iniciais da mesa tinham ido no sentido de que Portugal tem na nova economia um desafio que não pode perder.

Foi o que disse Murteira Nabo, presidente da PT, Cristina Azevedo, vice-presidente da CCR Norte, e João Pedroso, ex-presidente do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, a quem coube dar a visão mais social, garantindo que é possível às empresas e aos trabalhadores assumirem riscos e manter a segurança nos direitos. A terminar, Maria João Rodrigues, a ex-ministra do Emprego e actual assessora de Guterres a quem coube dirigir os trabalhos, defendeu o "novo ciclo", "uma fase crucial para o país" em que Portugal tem de conseguir superar o seu "principal défice" que é o da formação e anunciou que nesse novo ciclo será necessário ter "coragem para escolher prioridades e apoiar a excelência".

Nova Economia: Palmas Contra o Capitalismo

Por EUNICE LOURENÇO

Domingo, 6 de Maio de 2001

António Guterres, que tanto tem falado em renovação, deveria ter estado mais tempo no debate sobre "Nova economia, competitividade e coesão". É que o único momento de debate propriamente dito foi protagonizado por dois jovens: Rui Coimbra, um dos assessores de economia do primeiro-ministro, e Pedro Nuno, um militante estudante de Economia, que fez a única intervenção da plateia que foi aplaudida.

O jovem militante começou por dizer que, afinal, "nova economia" mais não é do que outro nome para capitalismo. Criticou a desregulamentação do mercado de trabalho e a desorçamentação, elogiou o "keynesianismo" e exortou os socialistas a não aceitarem o neo-liberalismo como inevitável, pois isso seria a morte da social-democracia.

Rui Coimbra, na intervenção final que coube a cada um dos membros da mesa, respondeu-lhe que as teorias económicas evoluiram, que a disciplina orçamental gera produtividade e que o "keynesianismo" até nem foi fiel a Keynes. Pedro Nuno ainda ripostou, mas o debate não estava pensado para a discussão directa. Aquilo ia contra a corrente. Afinal, as intervenções iniciais da mesa tinham ido no sentido de que Portugal tem na nova economia um desafio que não pode perder.

Foi o que disse Murteira Nabo, presidente da PT, Cristina Azevedo, vice-presidente da CCR Norte, e João Pedroso, ex-presidente do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, a quem coube dar a visão mais social, garantindo que é possível às empresas e aos trabalhadores assumirem riscos e manter a segurança nos direitos. A terminar, Maria João Rodrigues, a ex-ministra do Emprego e actual assessora de Guterres a quem coube dirigir os trabalhos, defendeu o "novo ciclo", "uma fase crucial para o país" em que Portugal tem de conseguir superar o seu "principal défice" que é o da formação e anunciou que nesse novo ciclo será necessário ter "coragem para escolher prioridades e apoiar a excelência".

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