Televisão Digital Terrestre Começará a Emitir em Meados de 2002
Por SOFIA RODRIGUES
Sábado, 10 de Fevereiro de 2001 Fim do analógico em 2007 O Governo vai lançar dois concursos públicos e confirma que a PT está inibida de participar O Governo vai lançar dois concursos públicos - um para operador de rede e o outro para os conteúdos - que marcarão o arranque da televisão digital terrestre (TDT) em Portugal. As emissões digitais deverão começar no segundo semestre de 2002, num processo em que a Portugal Telecom está inibida de participar por ter uma plataforma concorrente. O primeiro concurso - destinado ao futuro gestor da rede - será lançado dentro de um mês. Seguem-se três meses para a apresentação de candidaturas e dois meses para a tomada de decisão. Numa segunda fase será lançado um segundo concurso público para a criação de três canais de língua portuguesa. O modelo foi explicado ontem pelo presidente do Instituto de Comunicações de Portugal (ICP), Luís Nazaré, no final de uma cerimónia, que decorreu no Parque das Nações, em Lisboa, em que estiveram presentes o primeiro-ministro, António Guterres, e diversos membros do Governo. "As primeiras emissões deverão ocorrer na segunda metade do próximo ano", afirmou Luís Nazaré, sublinhando que as regiões autónomas dos Açores e da Madeira serão privilegiadas na primeira fase da cobertura, que deverá ser de âmbito nacional em cinco anos. Em 2007 está previsto o fim das emissões analógicas, mas essa data será revista dois anos antes, tendo em conta os hábitos de consumidores e a capacidade dos operadores. Segundo o presidente do ICP, a licença para gestão da plataforma será gratuita e só obrigará ao pagamento de taxas pela utilização do espectro radioeléctrico, tal como pagam os actuais operadores de televisão. O gestor de rede será ainda obrigado a emitir os actuais quatro canais nacionais (RTP1, RTP2, SIC e TVI), além de um canal para os Açores e outro para a Madeira, e os três novos canais a criar, mediante um preço que "será tabelado pelo Governo". O restante pacote servirá para oferecer outros serviços de televisão e de Internet. Na sequência de uma recomendação do ICP sobre a TDT, o Governo confirma que a Portugal Telecom está inibida de concorrer a este primeiro concurso para operador de rede, dado que uma das suas empresas, a TV Cabo, vai lançar uma plataforma concorrente. Na cerimónia - que contou com a presença de representantes dos vários operadores, entidades ligadas à comunicação social, para além dos ministros Jorge Coelho (Equipamento Social) e Guilherme d''Oliveira Martins (Presidência) -, o produtor e apresentador Carlos Cruz falou sobre a evolução da televisão em Portugal, num discurso crítico, sobretudo em relação à estação pública. A RTP tornou-se na "cópia sem talento da televisão privada e desceu ao terceiro lugar", afirmou, referindo que a estação "não evoluiu o suficiente" e que " a cada administração tem correspondido uma tentativa de reestruturação". O apresentador da SIC sublinhou que a estação foi alvo de "duas medidas fatais e demagógicas": o fim da taxa e a diminuição do tempo de publicidade (esta última tomada pelo Governo socialista). Duras críticas perante uma plateia em cuja primeira fila se sentavam alguns dos protagonistas socialistas que tiveram ou têm responsabilidades na área da comunicação social. E, perante a actual paisagem televisiva, também não deixou de afirmar que a TVI, criada na inspiração cristã, subiu ao segundo lugar das audiências, "tendo para isso crucificado Cristo pela segunda vez". Carlos Cruz começou por lembrar que a RTP começou as suas emissões regulares 21 anos depois da BBC. Pegando nessa ideia, António Guterres recordou que a televisão chegou com décadas de atraso a Portugal, que foi mais tardia a possibilidade de escolher programação diversa e que o cabo chegou atrasado. Por isso, concluiu, "pela primeira vez há uma televisão que chega a horas - a televisão digital terrestre". OUTROS TÍTULOS EM MEDIA Televisão digital terrestre começará a emitir em meados de 2002
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Sábado, 10 de Fevereiro de 2001 Fim do analógico em 2007 O Governo vai lançar dois concursos públicos e confirma que a PT está inibida de participar O Governo vai lançar dois concursos públicos - um para operador de rede e o outro para os conteúdos - que marcarão o arranque da televisão digital terrestre (TDT) em Portugal. As emissões digitais deverão começar no segundo semestre de 2002, num processo em que a Portugal Telecom está inibida de participar por ter uma plataforma concorrente. O primeiro concurso - destinado ao futuro gestor da rede - será lançado dentro de um mês. Seguem-se três meses para a apresentação de candidaturas e dois meses para a tomada de decisão. Numa segunda fase será lançado um segundo concurso público para a criação de três canais de língua portuguesa. O modelo foi explicado ontem pelo presidente do Instituto de Comunicações de Portugal (ICP), Luís Nazaré, no final de uma cerimónia, que decorreu no Parque das Nações, em Lisboa, em que estiveram presentes o primeiro-ministro, António Guterres, e diversos membros do Governo. "As primeiras emissões deverão ocorrer na segunda metade do próximo ano", afirmou Luís Nazaré, sublinhando que as regiões autónomas dos Açores e da Madeira serão privilegiadas na primeira fase da cobertura, que deverá ser de âmbito nacional em cinco anos. Em 2007 está previsto o fim das emissões analógicas, mas essa data será revista dois anos antes, tendo em conta os hábitos de consumidores e a capacidade dos operadores. Segundo o presidente do ICP, a licença para gestão da plataforma será gratuita e só obrigará ao pagamento de taxas pela utilização do espectro radioeléctrico, tal como pagam os actuais operadores de televisão. O gestor de rede será ainda obrigado a emitir os actuais quatro canais nacionais (RTP1, RTP2, SIC e TVI), além de um canal para os Açores e outro para a Madeira, e os três novos canais a criar, mediante um preço que "será tabelado pelo Governo". O restante pacote servirá para oferecer outros serviços de televisão e de Internet. Na sequência de uma recomendação do ICP sobre a TDT, o Governo confirma que a Portugal Telecom está inibida de concorrer a este primeiro concurso para operador de rede, dado que uma das suas empresas, a TV Cabo, vai lançar uma plataforma concorrente. Na cerimónia - que contou com a presença de representantes dos vários operadores, entidades ligadas à comunicação social, para além dos ministros Jorge Coelho (Equipamento Social) e Guilherme d''Oliveira Martins (Presidência) -, o produtor e apresentador Carlos Cruz falou sobre a evolução da televisão em Portugal, num discurso crítico, sobretudo em relação à estação pública. A RTP tornou-se na "cópia sem talento da televisão privada e desceu ao terceiro lugar", afirmou, referindo que a estação "não evoluiu o suficiente" e que " a cada administração tem correspondido uma tentativa de reestruturação". O apresentador da SIC sublinhou que a estação foi alvo de "duas medidas fatais e demagógicas": o fim da taxa e a diminuição do tempo de publicidade (esta última tomada pelo Governo socialista). Duras críticas perante uma plateia em cuja primeira fila se sentavam alguns dos protagonistas socialistas que tiveram ou têm responsabilidades na área da comunicação social. E, perante a actual paisagem televisiva, também não deixou de afirmar que a TVI, criada na inspiração cristã, subiu ao segundo lugar das audiências, "tendo para isso crucificado Cristo pela segunda vez". Carlos Cruz começou por lembrar que a RTP começou as suas emissões regulares 21 anos depois da BBC. Pegando nessa ideia, António Guterres recordou que a televisão chegou com décadas de atraso a Portugal, que foi mais tardia a possibilidade de escolher programação diversa e que o cabo chegou atrasado. Por isso, concluiu, "pela primeira vez há uma televisão que chega a horas - a televisão digital terrestre". OUTROS TÍTULOS EM MEDIA Televisão digital terrestre começará a emitir em meados de 2002
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