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30-01-2001
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Reprivatização volta à estaca zero

TAP à procura de novo rumo

Por Eduardo Melo

A TAP-Air Portugal poderá receber novas ajudas financeiras do accionista Estado após a Swissair - o mais que provável parceiro estratégico até há uma semana - anunciar a reavaliação de todos os seus negócios internacionais.

A entrada de um segundo accionista no capital da companhia portuguesa traria dinheiro fresco, num total de 31 milhões de contos (155 milhões de euros), e "solucionaria os problemas de curtíssimo prazo da empresa", reconhece o novo administrador, Fernando Pinto.

Ao Ministério do Equipamento Social (MES), que tutela a transportadora nacional, não cabe outra alternativa senão apoiar a empresa, que vive uma grave situação de tesouraria e procura, junto da banca, financiamento entre seis e oito milhões de contos (40 milhões de euros).

A Comissão Europeia parece mostrar-se aberta a ceder às pretensões do Estado português, contrariando anteriores posições oficiais. O novo argumento de Bruxelas é de que se o Estado se posicionar como um privado poderá financiar a companhia portuguesa.

A decisão da Swissair provocou reacções junto dos trabalhadores, sindicatos e partidos da oposição ao Governo socialista. Os partidos da oposição temem que o contrato estabelecido entre o Estado e o grupo suíço não preveja penalizações para quem o quebre, suposição que já foi contestada pelo ministro do Equipamento Social, Jorge Coelho. Para os onze sindicatos e quase nove mil trabalhadores, este é o momento de repensar todo o processo e abandonar a ideia de abertura do capital a privados.

A concretizar-se a quebra do acordo entre as partes, o processo de reprivatização volta à estaca zero e obriga o Estado a relançar uma nova fase de consulta junto de potenciais parceiros internacionais.

O antigo presidente da companhia, Ferreira de Lima, é da opinião que a TAP terá de se aliar a um grupo de dimensão no mundo da aviação para sobreviver. Em declarações à SIC, o responsável pelas negociações com a Swissair explicou que a opção pelos suíços assentou nas condições favoráveis do negócio, em contraponto ao da Air France, que chegou a ser falada como alternativa, mas que passava em 1997 por graves dificuldades financeiras, concluiu Ferreira de Lima.

A Swissair é o líder do Qualiflyer, no qual a TAP é membro fundador, e tinha uma primeira proposta conjunta de compra da PGA Portugália, ao grupo Espírito Santo, e da TAP. Numa primeira fase, a Comissão Europeia impôs sérios obstáculos à operação conjunta, argumentando motivos de domínio em algumas rotas europeias. Em resultado, a Swissair abandonou a compra da Portugália e centrou baterias na TAP. Os maus resultados financeiros do grupo suíço levaram à demissão do seu líder, Philippe Brugisser, e à reorientação dos projectos em curso, entre eles o da TAP, que por si só acumulou prejuízos superiores a 50 milhões de contos (250 milhões de euros) nos últimos dois anos.

Reprivatização volta à estaca zero

TAP à procura de novo rumo

Por Eduardo Melo

A TAP-Air Portugal poderá receber novas ajudas financeiras do accionista Estado após a Swissair - o mais que provável parceiro estratégico até há uma semana - anunciar a reavaliação de todos os seus negócios internacionais.

A entrada de um segundo accionista no capital da companhia portuguesa traria dinheiro fresco, num total de 31 milhões de contos (155 milhões de euros), e "solucionaria os problemas de curtíssimo prazo da empresa", reconhece o novo administrador, Fernando Pinto.

Ao Ministério do Equipamento Social (MES), que tutela a transportadora nacional, não cabe outra alternativa senão apoiar a empresa, que vive uma grave situação de tesouraria e procura, junto da banca, financiamento entre seis e oito milhões de contos (40 milhões de euros).

A Comissão Europeia parece mostrar-se aberta a ceder às pretensões do Estado português, contrariando anteriores posições oficiais. O novo argumento de Bruxelas é de que se o Estado se posicionar como um privado poderá financiar a companhia portuguesa.

A decisão da Swissair provocou reacções junto dos trabalhadores, sindicatos e partidos da oposição ao Governo socialista. Os partidos da oposição temem que o contrato estabelecido entre o Estado e o grupo suíço não preveja penalizações para quem o quebre, suposição que já foi contestada pelo ministro do Equipamento Social, Jorge Coelho. Para os onze sindicatos e quase nove mil trabalhadores, este é o momento de repensar todo o processo e abandonar a ideia de abertura do capital a privados.

A concretizar-se a quebra do acordo entre as partes, o processo de reprivatização volta à estaca zero e obriga o Estado a relançar uma nova fase de consulta junto de potenciais parceiros internacionais.

O antigo presidente da companhia, Ferreira de Lima, é da opinião que a TAP terá de se aliar a um grupo de dimensão no mundo da aviação para sobreviver. Em declarações à SIC, o responsável pelas negociações com a Swissair explicou que a opção pelos suíços assentou nas condições favoráveis do negócio, em contraponto ao da Air France, que chegou a ser falada como alternativa, mas que passava em 1997 por graves dificuldades financeiras, concluiu Ferreira de Lima.

A Swissair é o líder do Qualiflyer, no qual a TAP é membro fundador, e tinha uma primeira proposta conjunta de compra da PGA Portugália, ao grupo Espírito Santo, e da TAP. Numa primeira fase, a Comissão Europeia impôs sérios obstáculos à operação conjunta, argumentando motivos de domínio em algumas rotas europeias. Em resultado, a Swissair abandonou a compra da Portugália e centrou baterias na TAP. Os maus resultados financeiros do grupo suíço levaram à demissão do seu líder, Philippe Brugisser, e à reorientação dos projectos em curso, entre eles o da TAP, que por si só acumulou prejuízos superiores a 50 milhões de contos (250 milhões de euros) nos últimos dois anos.

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