Ferro Rodrigues quer "estabilidade" na gestão da TAP

19-05-2001
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Estrutura de topo da companhia aérea à espera da reestruturação

Ferro Rodrigues Quer "Estabilidade" na Gestão da TAP

Por INÊS G. SEQUEIRA

Segunda-feira, 7 de Maio de 2001

A TAP tem actualmente onze responsáveis à frente da companhia, número considerado excessivo pelos trabalhadores. O novo modelo de gestão entrou em vigor há poucos meses, mas o que estava previsto não se seguiu ainda: a reestruturação da transportadora.

A actual direcção da TAP deverá manter-se após a próxima assembleia geral para aprovação dos resultados, realizada todos os anos em Maio, a avaliar pelas indicações do novo responsável da tutela. Questionado pelo PÚBLICO sobre eventuais mudanças na administração, o ministro do Equipamento Social, Ferro Rodrigues, declarou que "é desejável uma linha de estabilidade na gestão da empresa".

Baseada no modelo anglo-saxónico instituído pelo ex-ministro Jorge Coelho - com vista à reestruturação da companhia, prevista na altura para o início de 2001 - a pesada estrutura de liderança da TAP tem sido objecto de críticas por parte da comissão de trabalhadores e de vários sindicatos. No total, com cargos de topo mantêm-se onze responsáveis, entre membros do comité executivo e elementos da administração.

A gestão quotidiana tem por base o comité executivo dirigido pelo administrador-delegado, Fernando Pinto, acompanhado por três elementos que vieram consigo da companhia aérea brasileira Varig. Daquele órgão fazem também parte dois dos membros da administração e ainda Jorge Sobral, responsável pela unidade de manutenção aeronáutica. Num total de sete elementos.

Por outro lado, a administração presidida por Norberto Pilar, também com sete membros, continua praticamente intacta - excluindo a saída de Abílio Morgado e a entrada de Fernando Pinto, também aqui como administrador-delegado. "Não precisam de vir cá todos os dias", notou uma fonte da companhia, referindo que têm um papel virado para a "orientação estratégica".

Enquanto não avançar a reestruturação da companhia, o futuro dos actuais membros da administração é uma incógnita.

Até à aplicação do que ficou estabelecido em legislação publicada em Março do ano passado, falta avançar com o processo de avaliação da TAP, que permitirá ao Governo definir o património correspondente a cada uma das empresas em que se vai dividir: TAP-Transporte Aéreo, TAP-"Handling" (operações de assistência em terra) e TAP-Manutenção. A casa-mãe das três unidades será uma "holding", a TAP SGPS, onde vão entrar os diferentes accionistas e, de acordo com o que está previsto, os trabalhadores da transportadora.

Novos accionistas

E quanto aos novos accionistas privados? As expectativas são optimistas, mas a verdade é que o processo de privatização tem sido bem atribulado (ver caixa). Ferro Rodrigues já informou que quer concluir tudo o mais rapidamente possível, em princípio ainda este ano. Mas para isso, terá de apresentar aos eventuais investidores um plano de recuperação da empresa - que teve prejuízos de 24 milhões de contos em 2000 - que mereça credibilidade face ao insucesso dos anteriores. E Bruxelas terá ainda de dar o sim definitivo, depois de uma primeira apreciação positiva na semana passada.

O administrador-delegado da TAP, Fernando Pinto, mostrou-se seguro em declarações ao PÚBLICO, ao afirmar que a recuperação "é para levar até ao fim". O objectivo é chegar ao equilíbrio das contas já no próximo ano, com um resultado líquido negativo na ordem dos 200 contos. Em 2003, a administração prevê um lucro de 6,7 milhões de contos e no ano seguinte, quase o dobro: cerca de 11 milhões de contos.

Estrutura de topo da companhia aérea à espera da reestruturação

Ferro Rodrigues Quer "Estabilidade" na Gestão da TAP

Por INÊS G. SEQUEIRA

Segunda-feira, 7 de Maio de 2001

A TAP tem actualmente onze responsáveis à frente da companhia, número considerado excessivo pelos trabalhadores. O novo modelo de gestão entrou em vigor há poucos meses, mas o que estava previsto não se seguiu ainda: a reestruturação da transportadora.

A actual direcção da TAP deverá manter-se após a próxima assembleia geral para aprovação dos resultados, realizada todos os anos em Maio, a avaliar pelas indicações do novo responsável da tutela. Questionado pelo PÚBLICO sobre eventuais mudanças na administração, o ministro do Equipamento Social, Ferro Rodrigues, declarou que "é desejável uma linha de estabilidade na gestão da empresa".

Baseada no modelo anglo-saxónico instituído pelo ex-ministro Jorge Coelho - com vista à reestruturação da companhia, prevista na altura para o início de 2001 - a pesada estrutura de liderança da TAP tem sido objecto de críticas por parte da comissão de trabalhadores e de vários sindicatos. No total, com cargos de topo mantêm-se onze responsáveis, entre membros do comité executivo e elementos da administração.

A gestão quotidiana tem por base o comité executivo dirigido pelo administrador-delegado, Fernando Pinto, acompanhado por três elementos que vieram consigo da companhia aérea brasileira Varig. Daquele órgão fazem também parte dois dos membros da administração e ainda Jorge Sobral, responsável pela unidade de manutenção aeronáutica. Num total de sete elementos.

Por outro lado, a administração presidida por Norberto Pilar, também com sete membros, continua praticamente intacta - excluindo a saída de Abílio Morgado e a entrada de Fernando Pinto, também aqui como administrador-delegado. "Não precisam de vir cá todos os dias", notou uma fonte da companhia, referindo que têm um papel virado para a "orientação estratégica".

Enquanto não avançar a reestruturação da companhia, o futuro dos actuais membros da administração é uma incógnita.

Até à aplicação do que ficou estabelecido em legislação publicada em Março do ano passado, falta avançar com o processo de avaliação da TAP, que permitirá ao Governo definir o património correspondente a cada uma das empresas em que se vai dividir: TAP-Transporte Aéreo, TAP-"Handling" (operações de assistência em terra) e TAP-Manutenção. A casa-mãe das três unidades será uma "holding", a TAP SGPS, onde vão entrar os diferentes accionistas e, de acordo com o que está previsto, os trabalhadores da transportadora.

Novos accionistas

E quanto aos novos accionistas privados? As expectativas são optimistas, mas a verdade é que o processo de privatização tem sido bem atribulado (ver caixa). Ferro Rodrigues já informou que quer concluir tudo o mais rapidamente possível, em princípio ainda este ano. Mas para isso, terá de apresentar aos eventuais investidores um plano de recuperação da empresa - que teve prejuízos de 24 milhões de contos em 2000 - que mereça credibilidade face ao insucesso dos anteriores. E Bruxelas terá ainda de dar o sim definitivo, depois de uma primeira apreciação positiva na semana passada.

O administrador-delegado da TAP, Fernando Pinto, mostrou-se seguro em declarações ao PÚBLICO, ao afirmar que a recuperação "é para levar até ao fim". O objectivo é chegar ao equilíbrio das contas já no próximo ano, com um resultado líquido negativo na ordem dos 200 contos. Em 2003, a administração prevê um lucro de 6,7 milhões de contos e no ano seguinte, quase o dobro: cerca de 11 milhões de contos.

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