EXPRESSO: Vidas

03-07-2001
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30/6/2001

GENTE

Zangada — Mesmo muito zangada, foi como ficou ministra da Saúde, quando soube que o Presidente da República ia publicar um artigo sobre o estado da Saúde no «Diário de Notícias». E nem sequer foi por causa do que o PR lá escreveu. Foi sobretudo pelo «timing» escolhido por Jorge Sampaio: o segundo dia da greve dos médicos, que, mais a mais, estava a ser um fiasco.

Substitutos — Não é por falta deles que Manuela Arcanjo não saiu já do Governo: nas várias notícias publicadas sobre o assunto, são citados pelo menos sete candidatos à sucessão da ministra da Saúde. Mas só um deles foi visto num hospital de Lisboa, aparentemente a inteirar-se da dura realidade que o pode esperar: trata-se de... Jorge Coelho. Confrontado com o «flagra», o homem-forte do PS assegurou a pés juntos que não pretende regressar ao Governo nos tempos mais próximos. Coelho confirmou a sua passagem por um hospital, mas somente porque sofreu uma rotura muscular.

Visita — De Jaime Pacheco à rua que vai ter o seu nome em Paços de Ferreira. O treinador campeão nacional de futebol percorreu o arruamento na companhia da família e do presidente do Boavista, João Loureiro. Seguiu-se uma homenagem da Junta de Freguesia de Lordelo ao treinador natural desta terra. A cerimónia serviu também para distinguir outros «ilustres» da localidade: o futebolista Adalberto, do Paços de Ferreira, José Mota, treinador da mesma equipa, e Célio Sousa, ciclista profissional do «Paredes Rota dos Móveis».

Prémio — Para Maria de Jesus Barroso, a entregar na quarta-feira, no Porto. Chama-se Dona Antónia, foi instituído pela Sogrape e distingue este ano a actividade da mulher de Mário Soares à frente do Colégio Moderno e da Cruz Vermelha Portuguesa. O júri, presidido pelo banqueiro Artur Santos Silva, considerou ser esta uma boa forma de homenagear a Ferreirinha (Dona Antónia) ela própria, na sua época muito activa na área da saúde — ajudou a construir o hospital da Régua e a fundar creches, escolas e as Caldas de Moledo.

Fantasma — Da crítica de cinema, descoberto pela revista «Newsweek». As suas frases, carregadas de superlativos, fizeram as parangonas de cartazes de vários filmes da Columbia Pictures, filial da Sony. Afinal, David Manning não é um generoso crítico, mas tão-só amigo de um trabalhador do departamento de marketing da Sony Pictures. A empresa já fez «mea culpa» e suspendeu os responsáveis pelo sucedido.

Campanha — Feita pelo Estado britânico para chamar os turistas assustados com a febre aftosa. A dar a cara pela imagem das ilhas Britânicas vão estar as estrelas pop Paul McCartney e Geri Halliwell (ex-Spice Girls), os actores Nigel Hawthorne e Hugh Grant, o futebolista David Beckham e o ex-jogador do Everton Gary Lineker. A campanha publicitária vai custar 4,6 milhões de contos e arranca ao mesmo tempo que a liga de futebol. Os anunciantes esperam ser vistos por 160 milhões de telespectadores.

Agressão — Sofrida pelo Monstro das Bolachas no parque temático da Rua Sésamo, no estado norte-americano da Pensilvânia. O agressor, Lee McPhatter, não gostou da forma como Jennie McNelis, a rapariga de fato peludo e azul, tratou a sua filha de três anos. O pai não esteve com paninhos quentes: aviou uma sova no «monstro». A inédita agressão obrigou à deslocação de Jennie ao hospital e à prisão do agressor, mais tarde libertado mediante o pagamento de uma caução de 20 mil dólares (4600 contos).

Surpresa — Terá sido o mínimo que sentiu um cidadão de Aachen, Alemanha. O indivíduo, quando recorria aos serviços da mais velha profissão, deparou com a mulher. A polícia foi obrigada a intervir, tal a violência da discussão que se seguiu.

Abolição — À vista para cerca de 120 das 180 formações políticas que existem na Rússia, depois da aprovação, na Duma, de legislação que aperta o cerco aos partidos-fantasma. O Kremlin argumenta que alguns partidos foram criados para dar cobertura a actividades mafiosas. Os detractores do Presidente Vladimir Putin consideram que esta é uma manobra para desarticular a oposição. «O controlo do Estado é necessário, mas não até este ponto», criticou o deputado comunista Serguei Rechulski.

Pina mouro Coordenação de César Avó

A repartição de Finanças de Silves, no Algarve, tem novas instalações. Um edifício pós-moderno, assim ao género de caixote ou - para utilizar linguagem mais adequada aos tempos de contenção - de «pacote» de cimento. Foi inaugurado em Abril pelo ministro das Finanças, Joaquim Pina Moura, como assinala a lápide que ornamenta uma das paredes do edifício. A repartição de Finanças de Silves, no Algarve, tem novas instalações. Um edifício pós-moderno, assim ao género de caixote ou - para utilizar linguagem mais adequada aos tempos de contenção - de «pacote» de cimento. Foi inaugurado em Abril pelo ministro das Finanças,, como assinala a lápide que ornamenta uma das paredes do edifício. Acontece que a parede rigorosamente em frente, depois de um indecifrável texto em árabe, ostenta com não menor destaque a frase, esta em português, «O Meu Coração É Árabe». GENTE não sabe se corresponde à tradução do texto, na íntegra ou em parte. O que sabe é que, tratando-se de Silves, histórica cidade conquistada e reconquistada aos mouros até à sua expulsão definitiva da Península Ibérica pelos cristãos, e sendo conhecido o actual estado das relações entre Pina Moura e o primeiro-ministro, por acaso católico praticante, a mensagem parece pressagiar a reedição da história: lá vai mais um católico correr com um mouro.

«Gaffes» sanjoaninas RUI DUARTE SILVA Quando a maioria dos portuenses estava a começar a saborear as primeiras sardinhas da noite, por volta das 20 horas de sábado, começava, no salão nobre da autarquia portuense, uma sessão solene de boas-vindas ao presidente do município francês de Bordéus, Alain Juppé. Na cerimónia, Nuno Cardoso, presidente da Câmara do Porto, falava em loucura... só para alertar a comitiva francesa do frenesi que iriam viver nas ruas da cidade. Mas a loucura começou umas horas mais cedo, com o discurso do próprio Cardoso. Depois de umas breves palavras em francês, o autarca começou a discursar em português sem, no entanto, se ter certificado da presença da tradutora que havia sido contratada. Com a ausência desta, o discurso teve de ser interrompido por duas vezes, em cerca de cinco minutos, o tempo que os seus assessores demoraram a solicitar a um convidado que tomasse o lugar da faltosa. Porém, tudo teria sido resolvido se com este rebuliço Cardoso não tivesse sido forçado a repetir o mesmo erro três vezes: chamar senhora ao antigo primeiro-ministro francês (em vez de «ancien premier ministre», Cardoso insistia em ler «ancienne»). Felizmente, Alain Juppé cedo percebeu que a língua francesa não era o forte de Cardoso, perdoando-lhe o «lapsus linguae». Quando a maioria dos portuenses estava a começar a saborear as primeiras sardinhas da noite, por volta das 20 horas de sábado, começava, no salão nobre da autarquia portuense, uma sessão solene de boas-vindas ao presidente do município francês de Bordéus,. Na cerimónia,, presidente da Câmara do Porto, falava em loucura... só para alertar a comitiva francesa do frenesi que iriam viver nas ruas da cidade. Mas a loucura começou umas horas mais cedo, com o discurso do próprio Cardoso. Depois de umas breves palavras em francês, o autarca começou a discursar em português sem, no entanto, se ter certificado da presença da tradutora que havia sido contratada. Com a ausência desta, o discurso teve de ser interrompido por duas vezes, em cerca de cinco minutos, o tempo que os seus assessores demoraram a solicitar a um convidado que tomasse o lugar da faltosa. Porém, tudo teria sido resolvido se com este rebuliço Cardoso não tivesse sido forçado a repetir o mesmo erro três vezes: chamar senhora ao antigo primeiro-ministro francês (em vez de «ancien premier ministre», Cardoso insistia em ler «ancienne»). Felizmente, Alain Juppé cedo percebeu que a língua francesa não era o forte de Cardoso, perdoando-lhe o «lapsus linguae».

Falso alarme Na quinta-feira da semana passada, Fernando Seara - deputado do PSD, candidato do partido à Câmara de Sintra e conhecido comentador futebolístico na RTP1 - causou sensação na reunião do seu grupo parlamentar. Como tem sido habitual nos últimos tempos, tudo seguia normalmente, de forma pacífica e unanimista. Apenas uma voz - a do ex-líder parlamentar Marques Mendes - se lembrou de questionar a coerência do PSD, ao disponibilizar-se para viabilizar o Orçamento rectificativo. Pouco depois, Fernando Seara atirou uma autêntica «bomba» para a mesa: segundo as informações de que dispunha, um jornal iria publicar no dia seguinte uma sondagem que dava ao PSD sete a oito pontos de vantagem sobre o PS, sendo portanto óbvio que o partido tem é de estar unido neste momento. GENTE não estava lá, mas acredita na palavra de alguns dos presentes que confessam ter visto os olhinhos de muitos deputados laranja a brilhar e como que tendo visões de futuro. O problema é que, ao outro dia, nenhum órgão de comunicação social publicou sondagem alguma - era falso alarme! E Fernando Seara lá teve de pedir desculpa aos colegas parlamentares que ia encontrando.

Estacionar na auto-estrada LUIZ CARVALHO Um destes dias, GENTE deparou-se com um insólito espectáculo: um carro estacionado na CRIL, uma via rápida da cintura de Lisboa! Não se tratava de uma paragem por força maior ou de um estacionamento breve à espera de um reboque. Como a foto documenta, o condutor preparou o automóvel para um estacionamento prolongado, cobrindo-o cuidadosamente com uma capa de plástico, como se tivesse partido para férias... de comboio! Um destes dias, GENTE deparou-se com um insólito espectáculo: um carro estacionado na CRIL, uma via rápida da cintura de Lisboa! Não se tratava de uma paragem por força maior ou de um estacionamento breve à espera de um reboque. Como a foto documenta, o condutor preparou o automóvel para um estacionamento prolongado, cobrindo-o cuidadosamente com uma capa de plástico, como se tivesse partido para férias... de comboio!

À pala do PM Depois de tanto tempo a adiar a formalização da sua recandidatura à presidência da Câmara de Lisboa, João Soares acabou por escolher a pior altura para finalmente o fazer: quinta-feira da semana passada, dia em que só se falava de uma remodelação no Governo, com Pina Moura à cabeça. Nos bastidores do evento, debaixo da pala do Pavilhão de Portugal no Parque das Nações, era mais esse o tema das conversas do que as possibilidades de sucesso da coligação de esquerda «Amar Lisboa». E, no meio da intriga, GENTE chegou mesmo a surpreender Jorge Coelho a sugerir ao conhecido actor Canto e Castro: «Hoje é que é um bom dia para você trabalhar!» Para quem não se lembre, recorde-se que Canto e Castro é um exímio imitador de vozes e já não seria a primeira vez que aproveitava o pretexto de uma remodelação para sair por aí a fazer convites para o Governo... «em nome» do primeiro-ministro. Fê-lo para o «Tal&Qual», tendo na altura imitado Cavaco Silva. E, se agora alguém aceitasse, o caso não seria inédito...

Predilecções soaristas FOTOGRAFIAS DE LUIZ CARVALHO Estava GENTE a trocar impressões com João Soares, a poucos minutos de este oficializar a sua recandidatura à presidência da Câmara de Lisboa, quando subitamente se viu sem interlocutor: o candidato não resistira a cumprimentar Sofia Aparício, uma das muitas personalidades que compareceram ao evento, deixando GENTE a falar para as paredes. Já depois da cerimónia, foi a vez de Mário Soares deixar Vitalino Canas a falar sozinho. O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros conversava tranquilamente com o fundador do PS quando se viu abandonado sem explicações: Soares-pai «preferira» dar dois dedos de conversa à estilista Fátima Lopes. Pelos vistos, há certo tipo de «preferências» que são de família. Estava GENTE a trocar impressões com João Soares, a poucos minutos de este oficializar a sua recandidatura à presidência da Câmara de Lisboa, quando subitamente se viu sem interlocutor: o candidato não resistira a cumprimentar Sofia Aparício, uma das muitas personalidades que compareceram ao evento, deixando GENTE a falar para as paredes. Já depois da cerimónia, foi a vez de Mário Soares deixar Vitalino Canas a falar sozinho. O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros conversava tranquilamente com o fundador do PS quando se viu abandonado sem explicações: Soares-pai «preferira» dar dois dedos de conversa à estilista Fátima Lopes. Pelos vistos, há certo tipo de «preferências» que são de família.

FLEC/Fado O homem tentou encenar o momento com um certo ar de dignidade. Afinal estava em Portugal a dar uma conferência de imprensa em nome da FLEC/FAC, uma organização que quer a independência de Cabinda e para isso rapta portugueses. Puxou pela cabeça, lembrou-se de algumas técnicas de propaganda e misturou-as com algo que deve ter visto na televisão. O resultado foi de antologia: uma sala de um hotel... em Santarém; uns cartazes colados na parede; três criancinhas vestidas com as bandeiras da FLEC/FAC e de Portugal - roupas largas porque ainda não há bandeiras tamanho S; um discurso bem estruturado, do género nós não raptamos portugueses, apenas capturamos alguns, ou Cabinda é segura e nós não somos bandidos; e até pensou no final com chave de ouro - uma garrafa de champanhe para brindar com os jornalistas (brindar a quê?!); mas o melhor foi a música de abertura da conferência de imprensa: perante o espanto geral, Liberal Nuno, assim se chama o «diplomata», tinha preparado uma cassete com a Amália a cantar «A Casa da Mariquinhas». Fez-se silêncio - para ele de respeito, para os outros de espanto.

Real atraso O pretendente ao trono marcou com o seu folgado atraso o início do jantar dançante, na Alfândega, que coroou a cerimónia de entronização de novos membros da Confraria do Vinho do Porto - entre os quais se contaram o recém-casado Luís Braga da Cruz, na qualidade de presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte, e Daniel Serrão (na foto), professor, médico e assessor do papa João Paulo II -, realizada ao fim da tarde do dia de S. João, no magnífico Pátio das Nações do Palácio da Bolsa. O atraso ao repasto - que teve, como prato de resistência, pintada recheada regada com Callabriga - foi a forma encontrada por Duarte de Bragança para manifestar ao novo chanceler da Confraria, Francisco Olazabal, o seu desagrado por, apesar do seu estatuto de cancelário, não ter sido convidado para o jantar que se seguiu à entronização de Fidel Castro e de outros chefes de Estado que estiveram no Porto para participar na Cimeira Ibero-Americana. O pretendente ao trono marcou com o seu folgado atraso o início do jantar dançante, na Alfândega, que coroou a cerimónia de entronização de novos membros da Confraria do Vinho do Porto - entre os quais se contaram o recém-casado, na qualidade de presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte, e(na foto), professor, médico e assessor do papa-, realizada ao fim da tarde do dia de S. João, no magnífico Pátio das Nações do Palácio da Bolsa. O atraso ao repasto - que teve, como prato de resistência, pintada recheada regada com Callabriga - foi a forma encontrada porpara manifestar ao novo chanceler da Confraria,, o seu desagrado por, apesar do seu estatuto de cancelário, não ter sido convidado para o jantar que se seguiu à entronização dee de outros chefes de Estado que estiveram no Porto para participar na Cimeira Ibero-Americana.

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30/6/2001

GENTE

Zangada — Mesmo muito zangada, foi como ficou ministra da Saúde, quando soube que o Presidente da República ia publicar um artigo sobre o estado da Saúde no «Diário de Notícias». E nem sequer foi por causa do que o PR lá escreveu. Foi sobretudo pelo «timing» escolhido por Jorge Sampaio: o segundo dia da greve dos médicos, que, mais a mais, estava a ser um fiasco.

Substitutos — Não é por falta deles que Manuela Arcanjo não saiu já do Governo: nas várias notícias publicadas sobre o assunto, são citados pelo menos sete candidatos à sucessão da ministra da Saúde. Mas só um deles foi visto num hospital de Lisboa, aparentemente a inteirar-se da dura realidade que o pode esperar: trata-se de... Jorge Coelho. Confrontado com o «flagra», o homem-forte do PS assegurou a pés juntos que não pretende regressar ao Governo nos tempos mais próximos. Coelho confirmou a sua passagem por um hospital, mas somente porque sofreu uma rotura muscular.

Visita — De Jaime Pacheco à rua que vai ter o seu nome em Paços de Ferreira. O treinador campeão nacional de futebol percorreu o arruamento na companhia da família e do presidente do Boavista, João Loureiro. Seguiu-se uma homenagem da Junta de Freguesia de Lordelo ao treinador natural desta terra. A cerimónia serviu também para distinguir outros «ilustres» da localidade: o futebolista Adalberto, do Paços de Ferreira, José Mota, treinador da mesma equipa, e Célio Sousa, ciclista profissional do «Paredes Rota dos Móveis».

Prémio — Para Maria de Jesus Barroso, a entregar na quarta-feira, no Porto. Chama-se Dona Antónia, foi instituído pela Sogrape e distingue este ano a actividade da mulher de Mário Soares à frente do Colégio Moderno e da Cruz Vermelha Portuguesa. O júri, presidido pelo banqueiro Artur Santos Silva, considerou ser esta uma boa forma de homenagear a Ferreirinha (Dona Antónia) ela própria, na sua época muito activa na área da saúde — ajudou a construir o hospital da Régua e a fundar creches, escolas e as Caldas de Moledo.

Fantasma — Da crítica de cinema, descoberto pela revista «Newsweek». As suas frases, carregadas de superlativos, fizeram as parangonas de cartazes de vários filmes da Columbia Pictures, filial da Sony. Afinal, David Manning não é um generoso crítico, mas tão-só amigo de um trabalhador do departamento de marketing da Sony Pictures. A empresa já fez «mea culpa» e suspendeu os responsáveis pelo sucedido.

Campanha — Feita pelo Estado britânico para chamar os turistas assustados com a febre aftosa. A dar a cara pela imagem das ilhas Britânicas vão estar as estrelas pop Paul McCartney e Geri Halliwell (ex-Spice Girls), os actores Nigel Hawthorne e Hugh Grant, o futebolista David Beckham e o ex-jogador do Everton Gary Lineker. A campanha publicitária vai custar 4,6 milhões de contos e arranca ao mesmo tempo que a liga de futebol. Os anunciantes esperam ser vistos por 160 milhões de telespectadores.

Agressão — Sofrida pelo Monstro das Bolachas no parque temático da Rua Sésamo, no estado norte-americano da Pensilvânia. O agressor, Lee McPhatter, não gostou da forma como Jennie McNelis, a rapariga de fato peludo e azul, tratou a sua filha de três anos. O pai não esteve com paninhos quentes: aviou uma sova no «monstro». A inédita agressão obrigou à deslocação de Jennie ao hospital e à prisão do agressor, mais tarde libertado mediante o pagamento de uma caução de 20 mil dólares (4600 contos).

Surpresa — Terá sido o mínimo que sentiu um cidadão de Aachen, Alemanha. O indivíduo, quando recorria aos serviços da mais velha profissão, deparou com a mulher. A polícia foi obrigada a intervir, tal a violência da discussão que se seguiu.

Abolição — À vista para cerca de 120 das 180 formações políticas que existem na Rússia, depois da aprovação, na Duma, de legislação que aperta o cerco aos partidos-fantasma. O Kremlin argumenta que alguns partidos foram criados para dar cobertura a actividades mafiosas. Os detractores do Presidente Vladimir Putin consideram que esta é uma manobra para desarticular a oposição. «O controlo do Estado é necessário, mas não até este ponto», criticou o deputado comunista Serguei Rechulski.

Pina mouro Coordenação de César Avó

A repartição de Finanças de Silves, no Algarve, tem novas instalações. Um edifício pós-moderno, assim ao género de caixote ou - para utilizar linguagem mais adequada aos tempos de contenção - de «pacote» de cimento. Foi inaugurado em Abril pelo ministro das Finanças, Joaquim Pina Moura, como assinala a lápide que ornamenta uma das paredes do edifício. A repartição de Finanças de Silves, no Algarve, tem novas instalações. Um edifício pós-moderno, assim ao género de caixote ou - para utilizar linguagem mais adequada aos tempos de contenção - de «pacote» de cimento. Foi inaugurado em Abril pelo ministro das Finanças,, como assinala a lápide que ornamenta uma das paredes do edifício. Acontece que a parede rigorosamente em frente, depois de um indecifrável texto em árabe, ostenta com não menor destaque a frase, esta em português, «O Meu Coração É Árabe». GENTE não sabe se corresponde à tradução do texto, na íntegra ou em parte. O que sabe é que, tratando-se de Silves, histórica cidade conquistada e reconquistada aos mouros até à sua expulsão definitiva da Península Ibérica pelos cristãos, e sendo conhecido o actual estado das relações entre Pina Moura e o primeiro-ministro, por acaso católico praticante, a mensagem parece pressagiar a reedição da história: lá vai mais um católico correr com um mouro.

«Gaffes» sanjoaninas RUI DUARTE SILVA Quando a maioria dos portuenses estava a começar a saborear as primeiras sardinhas da noite, por volta das 20 horas de sábado, começava, no salão nobre da autarquia portuense, uma sessão solene de boas-vindas ao presidente do município francês de Bordéus, Alain Juppé. Na cerimónia, Nuno Cardoso, presidente da Câmara do Porto, falava em loucura... só para alertar a comitiva francesa do frenesi que iriam viver nas ruas da cidade. Mas a loucura começou umas horas mais cedo, com o discurso do próprio Cardoso. Depois de umas breves palavras em francês, o autarca começou a discursar em português sem, no entanto, se ter certificado da presença da tradutora que havia sido contratada. Com a ausência desta, o discurso teve de ser interrompido por duas vezes, em cerca de cinco minutos, o tempo que os seus assessores demoraram a solicitar a um convidado que tomasse o lugar da faltosa. Porém, tudo teria sido resolvido se com este rebuliço Cardoso não tivesse sido forçado a repetir o mesmo erro três vezes: chamar senhora ao antigo primeiro-ministro francês (em vez de «ancien premier ministre», Cardoso insistia em ler «ancienne»). Felizmente, Alain Juppé cedo percebeu que a língua francesa não era o forte de Cardoso, perdoando-lhe o «lapsus linguae». Quando a maioria dos portuenses estava a começar a saborear as primeiras sardinhas da noite, por volta das 20 horas de sábado, começava, no salão nobre da autarquia portuense, uma sessão solene de boas-vindas ao presidente do município francês de Bordéus,. Na cerimónia,, presidente da Câmara do Porto, falava em loucura... só para alertar a comitiva francesa do frenesi que iriam viver nas ruas da cidade. Mas a loucura começou umas horas mais cedo, com o discurso do próprio Cardoso. Depois de umas breves palavras em francês, o autarca começou a discursar em português sem, no entanto, se ter certificado da presença da tradutora que havia sido contratada. Com a ausência desta, o discurso teve de ser interrompido por duas vezes, em cerca de cinco minutos, o tempo que os seus assessores demoraram a solicitar a um convidado que tomasse o lugar da faltosa. Porém, tudo teria sido resolvido se com este rebuliço Cardoso não tivesse sido forçado a repetir o mesmo erro três vezes: chamar senhora ao antigo primeiro-ministro francês (em vez de «ancien premier ministre», Cardoso insistia em ler «ancienne»). Felizmente, Alain Juppé cedo percebeu que a língua francesa não era o forte de Cardoso, perdoando-lhe o «lapsus linguae».

Falso alarme Na quinta-feira da semana passada, Fernando Seara - deputado do PSD, candidato do partido à Câmara de Sintra e conhecido comentador futebolístico na RTP1 - causou sensação na reunião do seu grupo parlamentar. Como tem sido habitual nos últimos tempos, tudo seguia normalmente, de forma pacífica e unanimista. Apenas uma voz - a do ex-líder parlamentar Marques Mendes - se lembrou de questionar a coerência do PSD, ao disponibilizar-se para viabilizar o Orçamento rectificativo. Pouco depois, Fernando Seara atirou uma autêntica «bomba» para a mesa: segundo as informações de que dispunha, um jornal iria publicar no dia seguinte uma sondagem que dava ao PSD sete a oito pontos de vantagem sobre o PS, sendo portanto óbvio que o partido tem é de estar unido neste momento. GENTE não estava lá, mas acredita na palavra de alguns dos presentes que confessam ter visto os olhinhos de muitos deputados laranja a brilhar e como que tendo visões de futuro. O problema é que, ao outro dia, nenhum órgão de comunicação social publicou sondagem alguma - era falso alarme! E Fernando Seara lá teve de pedir desculpa aos colegas parlamentares que ia encontrando.

Estacionar na auto-estrada LUIZ CARVALHO Um destes dias, GENTE deparou-se com um insólito espectáculo: um carro estacionado na CRIL, uma via rápida da cintura de Lisboa! Não se tratava de uma paragem por força maior ou de um estacionamento breve à espera de um reboque. Como a foto documenta, o condutor preparou o automóvel para um estacionamento prolongado, cobrindo-o cuidadosamente com uma capa de plástico, como se tivesse partido para férias... de comboio! Um destes dias, GENTE deparou-se com um insólito espectáculo: um carro estacionado na CRIL, uma via rápida da cintura de Lisboa! Não se tratava de uma paragem por força maior ou de um estacionamento breve à espera de um reboque. Como a foto documenta, o condutor preparou o automóvel para um estacionamento prolongado, cobrindo-o cuidadosamente com uma capa de plástico, como se tivesse partido para férias... de comboio!

À pala do PM Depois de tanto tempo a adiar a formalização da sua recandidatura à presidência da Câmara de Lisboa, João Soares acabou por escolher a pior altura para finalmente o fazer: quinta-feira da semana passada, dia em que só se falava de uma remodelação no Governo, com Pina Moura à cabeça. Nos bastidores do evento, debaixo da pala do Pavilhão de Portugal no Parque das Nações, era mais esse o tema das conversas do que as possibilidades de sucesso da coligação de esquerda «Amar Lisboa». E, no meio da intriga, GENTE chegou mesmo a surpreender Jorge Coelho a sugerir ao conhecido actor Canto e Castro: «Hoje é que é um bom dia para você trabalhar!» Para quem não se lembre, recorde-se que Canto e Castro é um exímio imitador de vozes e já não seria a primeira vez que aproveitava o pretexto de uma remodelação para sair por aí a fazer convites para o Governo... «em nome» do primeiro-ministro. Fê-lo para o «Tal&Qual», tendo na altura imitado Cavaco Silva. E, se agora alguém aceitasse, o caso não seria inédito...

Predilecções soaristas FOTOGRAFIAS DE LUIZ CARVALHO Estava GENTE a trocar impressões com João Soares, a poucos minutos de este oficializar a sua recandidatura à presidência da Câmara de Lisboa, quando subitamente se viu sem interlocutor: o candidato não resistira a cumprimentar Sofia Aparício, uma das muitas personalidades que compareceram ao evento, deixando GENTE a falar para as paredes. Já depois da cerimónia, foi a vez de Mário Soares deixar Vitalino Canas a falar sozinho. O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros conversava tranquilamente com o fundador do PS quando se viu abandonado sem explicações: Soares-pai «preferira» dar dois dedos de conversa à estilista Fátima Lopes. Pelos vistos, há certo tipo de «preferências» que são de família. Estava GENTE a trocar impressões com João Soares, a poucos minutos de este oficializar a sua recandidatura à presidência da Câmara de Lisboa, quando subitamente se viu sem interlocutor: o candidato não resistira a cumprimentar Sofia Aparício, uma das muitas personalidades que compareceram ao evento, deixando GENTE a falar para as paredes. Já depois da cerimónia, foi a vez de Mário Soares deixar Vitalino Canas a falar sozinho. O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros conversava tranquilamente com o fundador do PS quando se viu abandonado sem explicações: Soares-pai «preferira» dar dois dedos de conversa à estilista Fátima Lopes. Pelos vistos, há certo tipo de «preferências» que são de família.

FLEC/Fado O homem tentou encenar o momento com um certo ar de dignidade. Afinal estava em Portugal a dar uma conferência de imprensa em nome da FLEC/FAC, uma organização que quer a independência de Cabinda e para isso rapta portugueses. Puxou pela cabeça, lembrou-se de algumas técnicas de propaganda e misturou-as com algo que deve ter visto na televisão. O resultado foi de antologia: uma sala de um hotel... em Santarém; uns cartazes colados na parede; três criancinhas vestidas com as bandeiras da FLEC/FAC e de Portugal - roupas largas porque ainda não há bandeiras tamanho S; um discurso bem estruturado, do género nós não raptamos portugueses, apenas capturamos alguns, ou Cabinda é segura e nós não somos bandidos; e até pensou no final com chave de ouro - uma garrafa de champanhe para brindar com os jornalistas (brindar a quê?!); mas o melhor foi a música de abertura da conferência de imprensa: perante o espanto geral, Liberal Nuno, assim se chama o «diplomata», tinha preparado uma cassete com a Amália a cantar «A Casa da Mariquinhas». Fez-se silêncio - para ele de respeito, para os outros de espanto.

Real atraso O pretendente ao trono marcou com o seu folgado atraso o início do jantar dançante, na Alfândega, que coroou a cerimónia de entronização de novos membros da Confraria do Vinho do Porto - entre os quais se contaram o recém-casado Luís Braga da Cruz, na qualidade de presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte, e Daniel Serrão (na foto), professor, médico e assessor do papa João Paulo II -, realizada ao fim da tarde do dia de S. João, no magnífico Pátio das Nações do Palácio da Bolsa. O atraso ao repasto - que teve, como prato de resistência, pintada recheada regada com Callabriga - foi a forma encontrada por Duarte de Bragança para manifestar ao novo chanceler da Confraria, Francisco Olazabal, o seu desagrado por, apesar do seu estatuto de cancelário, não ter sido convidado para o jantar que se seguiu à entronização de Fidel Castro e de outros chefes de Estado que estiveram no Porto para participar na Cimeira Ibero-Americana. O pretendente ao trono marcou com o seu folgado atraso o início do jantar dançante, na Alfândega, que coroou a cerimónia de entronização de novos membros da Confraria do Vinho do Porto - entre os quais se contaram o recém-casado, na qualidade de presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte, e(na foto), professor, médico e assessor do papa-, realizada ao fim da tarde do dia de S. João, no magnífico Pátio das Nações do Palácio da Bolsa. O atraso ao repasto - que teve, como prato de resistência, pintada recheada regada com Callabriga - foi a forma encontrada porpara manifestar ao novo chanceler da Confraria,, o seu desagrado por, apesar do seu estatuto de cancelário, não ter sido convidado para o jantar que se seguiu à entronização dee de outros chefes de Estado que estiveram no Porto para participar na Cimeira Ibero-Americana.

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