PS recandidata Fátima Felgueiras

23-06-2001
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PS Recandidata Fátima Felgueiras

Por LUÍSA PINTO

Sábado, 2 de Junho de 2001

Conflito com Barros Moura agrava-se

Em vésperas de apresentação de candidatos às eleições autárquicas, o ambiente que envolve os socialistas de Felgueiras continua agitado. Hoje, no Marco de Canaveses, Jorge Coelho vai apresentar os candidatos de alguns concelhos do Vale do Tâmega, e entre eles vai estar Fátima Felgueiras, que se vai recandidatar à presidência da câmara. A recandidatura da autarca gerou alguma surpresa mesmo nas hostes socialistas, devido às suspeitas de actos ilícitos que continuam a ser investigados pela Polícia Judiciária e pela Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT).

Barros Moura, presidente da Assembleia Municipal, já havia admitido que não se recandidatava. Aliás, o conflito institucional que o opõe à autarca agravou-se na sequência da notícia do PÚBLICO de dia 19, em que Fátima Felgueiras acusou Moura, através do seu porta-voz, de "pusilanimidade" e de assumir "posições ridículas" por questionar a tutela acerca da legalidade da gestão do município devido às sucessivas faltas de quórum nas reuniões de câmara.

Em reacção, o deputado escreveu uma carta a Fátima Felgueiras, da qual deu conhecimento aos partidos com assento parlamentar, a lembrar-lhe que "a escalada de agressões verbais" só pode agravar a situação e a má imagem para o concelho. "O alegado 'porta-voz' refere-se ao presidente da Assembleia Municipal em termos que, se fossem da sua autoria, implicariam responsabilidade disciplinar, por serem insultuosos e atentatórios do respeito devido a qualquer membro dos órgãos da autarquia", escreve Barros Moura numa carta a que o PÚBLICO teve acesso.

O vice-presidente da bancada parlamentar do PS adverte mesmo a autarca, afirmando-se imune a qualquer tipo de pressões e garantindo que não abdicará de exercer o seu mandato: "Se ele agiu segundo instruções de V. Exa., o caso afigurar-se-ia mais grave ainda, porque traduziria um inadmissível agravamento do conflito institucional que a presidente da câmara vem provocando porque o presidente da Assembleia Municipal não se demite, nem se demitirá, das suas responsabilidades de assegurar o funcionamento isento do órgão deliberativo do município - ainda que tal possa desagradar aos dirigentes do partido maioritário", lê-se ainda. E lembra à autarca que "bom seria" se ela "pudesse desmentir as afirmações que lhe são atribuídas".

Entretanto, os dois militantes socialistas que admitiram serem titulares de uma conta que funcionava como um "pelouro de finanças" paralelo, a mando da presidente, e que alegadamente sustentaria um "saco azul" que servia os interesses pessoais da autarca e do próprio PS, escreveram a José Sócrates a lembrar que ainda não houve resultados práticos das investigações da IGAT, cujo primeiro relatório apontava para a perda de mandato da presidente. Na passada quarta-feira, um desses militantes, Joaquim de Freitas, foi ainda recebido por Joaquim Matias, deputado do PCP, e membro da comissão parlamentar do Poder Local, a quem deixou novas denúncias de ilegalidades no município.

PS Recandidata Fátima Felgueiras

Por LUÍSA PINTO

Sábado, 2 de Junho de 2001

Conflito com Barros Moura agrava-se

Em vésperas de apresentação de candidatos às eleições autárquicas, o ambiente que envolve os socialistas de Felgueiras continua agitado. Hoje, no Marco de Canaveses, Jorge Coelho vai apresentar os candidatos de alguns concelhos do Vale do Tâmega, e entre eles vai estar Fátima Felgueiras, que se vai recandidatar à presidência da câmara. A recandidatura da autarca gerou alguma surpresa mesmo nas hostes socialistas, devido às suspeitas de actos ilícitos que continuam a ser investigados pela Polícia Judiciária e pela Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT).

Barros Moura, presidente da Assembleia Municipal, já havia admitido que não se recandidatava. Aliás, o conflito institucional que o opõe à autarca agravou-se na sequência da notícia do PÚBLICO de dia 19, em que Fátima Felgueiras acusou Moura, através do seu porta-voz, de "pusilanimidade" e de assumir "posições ridículas" por questionar a tutela acerca da legalidade da gestão do município devido às sucessivas faltas de quórum nas reuniões de câmara.

Em reacção, o deputado escreveu uma carta a Fátima Felgueiras, da qual deu conhecimento aos partidos com assento parlamentar, a lembrar-lhe que "a escalada de agressões verbais" só pode agravar a situação e a má imagem para o concelho. "O alegado 'porta-voz' refere-se ao presidente da Assembleia Municipal em termos que, se fossem da sua autoria, implicariam responsabilidade disciplinar, por serem insultuosos e atentatórios do respeito devido a qualquer membro dos órgãos da autarquia", escreve Barros Moura numa carta a que o PÚBLICO teve acesso.

O vice-presidente da bancada parlamentar do PS adverte mesmo a autarca, afirmando-se imune a qualquer tipo de pressões e garantindo que não abdicará de exercer o seu mandato: "Se ele agiu segundo instruções de V. Exa., o caso afigurar-se-ia mais grave ainda, porque traduziria um inadmissível agravamento do conflito institucional que a presidente da câmara vem provocando porque o presidente da Assembleia Municipal não se demite, nem se demitirá, das suas responsabilidades de assegurar o funcionamento isento do órgão deliberativo do município - ainda que tal possa desagradar aos dirigentes do partido maioritário", lê-se ainda. E lembra à autarca que "bom seria" se ela "pudesse desmentir as afirmações que lhe são atribuídas".

Entretanto, os dois militantes socialistas que admitiram serem titulares de uma conta que funcionava como um "pelouro de finanças" paralelo, a mando da presidente, e que alegadamente sustentaria um "saco azul" que servia os interesses pessoais da autarca e do próprio PS, escreveram a José Sócrates a lembrar que ainda não houve resultados práticos das investigações da IGAT, cujo primeiro relatório apontava para a perda de mandato da presidente. Na passada quarta-feira, um desses militantes, Joaquim de Freitas, foi ainda recebido por Joaquim Matias, deputado do PCP, e membro da comissão parlamentar do Poder Local, a quem deixou novas denúncias de ilegalidades no município.

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