Número de vítimas portuguesas mantém-se

09-11-2001
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Número de Vítimas Portuguesas Mantém-se

Terça-feira, 18 de Setembro de 2001

Preparativos já começaram para a eventualidade de evacuação de nacionais residentes no Paquistão

Uma vítima mortal já identificada como sendo portuguesa e outras três com elevadas probabilidades de o serem. É este o balanço que o Ministério de Negócios Estrangeiros fez ontem depois de mais um dia de trabalho no gabinete do secretário de Estado das Comunidades. Os números de possíveis mortes de portugueses mantêm-se, portanto, no dia que o grupo responsável pela pesquisa de desaparecidos recebeu mais dois pedidos de paradeiro relativos a cidadãos nacionais em Nova Iorque. Ao que tudo indica, a única alteração verificou-se no número de "incontactáveis", valor que é agora inferior a 40. Foi, aliás, essa a razão que levou o secretário de Estado das Comunidades, João Rui de Almeida, a partir ontem para os EUA. O objectivo é coordenar no terreno as operações de busca das autoridades portuguesas.

Entretanto, o embaixador português no Paquistão confirmou ontem à Lusa a inexistência de cidadãos portugueses no Afeganistão, e a presença de cerca de 50 no Paquistão. Alexandre Vassalo explicou que a maioria dos cidadãos com passaporte português no Paquistão veio de Goa na sequência da invasão da província pelos indianos em 1961 e não pretende abandonar o país. Existem, no entanto, planos de evacuação preparados para os cidadãos dos países da UE, disse. Os cidadãos de origem goesa "são cerca de 40 e vivem em Carachi. Os restantes portugueses são funcionários da embaixada e familiares", precisou o diplomata.

Segundo o embaixador, os cidadãos de origem goesa estão "perfeitamente integrados" na comunidade e, como verificou nos seus contactos com o cônsul honorário, não pretendem deixar o Paquistão, apesar da eventualidade de um conflito na zona, na sequência dos atentados terroristas de 11 de Setembro nos Estados Unidos.

"Estamos alerta", assinalou, prevendo que, no caso dos portugueses, a preocupação aumentará com a chegada à região de vários jornalistas que estão a preparar-se para cobrir os acontecimentos. O diplomata confirmou que nos últimos dias o Paquistão tem estado a movimentar tropas, nomeadamente deslocando militares que estavam junto à fronteira com a Índia para a fronteira com o Afeganistão. "Não é nada de extraordinário, é só para protecção das fronteiras. Ainda são umas centenas de quilómetros [de fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão] e as montanhas podem ser atravessadas nos meses mais próximos. Pretende-se evitar que haja uma fuga maciça [de refugiados afegãos]", explicou.

Segundo Alexandre Vassalo, as fronteiras do Paquistão com o Afeganistão estão abertas, mas "só passa quem tem documentação". Lusa

Número de Vítimas Portuguesas Mantém-se

Terça-feira, 18 de Setembro de 2001

Preparativos já começaram para a eventualidade de evacuação de nacionais residentes no Paquistão

Uma vítima mortal já identificada como sendo portuguesa e outras três com elevadas probabilidades de o serem. É este o balanço que o Ministério de Negócios Estrangeiros fez ontem depois de mais um dia de trabalho no gabinete do secretário de Estado das Comunidades. Os números de possíveis mortes de portugueses mantêm-se, portanto, no dia que o grupo responsável pela pesquisa de desaparecidos recebeu mais dois pedidos de paradeiro relativos a cidadãos nacionais em Nova Iorque. Ao que tudo indica, a única alteração verificou-se no número de "incontactáveis", valor que é agora inferior a 40. Foi, aliás, essa a razão que levou o secretário de Estado das Comunidades, João Rui de Almeida, a partir ontem para os EUA. O objectivo é coordenar no terreno as operações de busca das autoridades portuguesas.

Entretanto, o embaixador português no Paquistão confirmou ontem à Lusa a inexistência de cidadãos portugueses no Afeganistão, e a presença de cerca de 50 no Paquistão. Alexandre Vassalo explicou que a maioria dos cidadãos com passaporte português no Paquistão veio de Goa na sequência da invasão da província pelos indianos em 1961 e não pretende abandonar o país. Existem, no entanto, planos de evacuação preparados para os cidadãos dos países da UE, disse. Os cidadãos de origem goesa "são cerca de 40 e vivem em Carachi. Os restantes portugueses são funcionários da embaixada e familiares", precisou o diplomata.

Segundo o embaixador, os cidadãos de origem goesa estão "perfeitamente integrados" na comunidade e, como verificou nos seus contactos com o cônsul honorário, não pretendem deixar o Paquistão, apesar da eventualidade de um conflito na zona, na sequência dos atentados terroristas de 11 de Setembro nos Estados Unidos.

"Estamos alerta", assinalou, prevendo que, no caso dos portugueses, a preocupação aumentará com a chegada à região de vários jornalistas que estão a preparar-se para cobrir os acontecimentos. O diplomata confirmou que nos últimos dias o Paquistão tem estado a movimentar tropas, nomeadamente deslocando militares que estavam junto à fronteira com a Índia para a fronteira com o Afeganistão. "Não é nada de extraordinário, é só para protecção das fronteiras. Ainda são umas centenas de quilómetros [de fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão] e as montanhas podem ser atravessadas nos meses mais próximos. Pretende-se evitar que haja uma fuga maciça [de refugiados afegãos]", explicou.

Segundo Alexandre Vassalo, as fronteiras do Paquistão com o Afeganistão estão abertas, mas "só passa quem tem documentação". Lusa

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