Começou o jogo das cadeiras nas listas do CDS-PP

13-02-2002
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Começou o Jogo das Cadeiras nas Listas do CDS-PP

Por EUNICE LOURENÇO

Segunda-feira, 21 de Janeiro de 2002 Renovação prometida por Portas Lugares de deputados serão poucos para tantas figuras. Partido não tem secretário-geral Terminado o congresso, começou a guerra pelos lugares de deputado no CDS-PP. O reeleito líder do CDS-PP, Paulo Portas, vai agora ter que jogar o jogo das cadeiras com as figuras do partido, que faltam para alguns cargos na máquina partidária, mas são muitas para os poucos lugares de deputado que o CDS/PP conta eleger nas legislativas do próximo dia 17 de Março. Concorrendo sozinho, o CDS/PP pode eleger, segundo as versões mais optimistas, dez deputados, ou seja, menos cinco do que aqueles que tem actualmente. Tendo em conta os resultados das últimas autárquicas e o conhecimento que têm do terreno, os democratas-cristãos já começam a prever quais os distritos onde não conseguirão eleger deputados. E os cabeças de lista por esses distritos também já se começaram a mexer. É o caso de Basílio Horta e Celeste Cardona, dois dirigentes que têm tido um papel de protagonismo parlamentar, mas que estão em risco de não serem eleitos se forem candidatos pelos distritos por onde foram em 1999. Basílio Horta, que substituiu Portas na liderança do grupo parlamentar, foi eleito por Viseu, mas ele próprio já tem admitido que para voltar a ser candidato por aquele distrito não tem garantias de voltar ao Parlamento. O mesmo acontece com Celeste Cardona, que foi eleita deputada por Leiria há pouco mais de dois anos. Como ainda por cima é presidente da comissão política distrital leiriense, será difícil concorrer por outro distrito. Nesta dança de cadeiras, o próprio Paulo Portas pode mudar de lugar, só que no seu caso será para potenciar votos. Na direcção democrata-cristã é dado como certo que Portas deve trocar o lugar de cabeça de lista por Aveiro, que ocupou em 1995 e 1999, pela liderança da lista por Lisboa, que tem sido ocupada por Luís Nobre Guedes. Vários argumentos pesam para essa troca: é vereador eleito da Câmara Municipal de Lisboa e teve um resultado na capital que foi o dobro do resultado nacional do partido, que, acreditam alguns, ainda pode ser mais aumentado, num cenário diferente daquele que se viveu nas autárquicas, em que estava em causa a eleição ou não de Santana Lopes para presidente da autarquia. Todos estes dados levam alguns dirigentes a acreditar que sendo cabeça de lista por Lisboa, Portas conseguirá ter uma votação que lhe permita eleger vários deputados neste distrito. Neste jogo de cadeiras ainda poderá entrar Manuel Monteiro, se vier a aceitar o convite que Paulo Portas lhe vai dirigir. Monteiro poderia recuperar o lugar de cabeça de lista por Braga, que Nuno Melo, o líder distrital, porém, não cederá por vontade própria. Renovação foi só Lobo Xavier Para além de ter que garantir a eleição de várias figuras do partido, Paulo Portas ainda terá de arranjar espaço nas listas para a renovação que tanto prometeu neste congresso. Renovação na direcção do partido, nas listas para deputados e na equipa de governo, que deverá apresentar no próximo mês. A renovação para os órgãos directivos acabou por se ficar apenas pela já conhecida entrada de Antonio Lobo Xavier para a comissão política nacional e para a comissão directiva do CDS-PP, o órgão de direcção do partido, que não é eleito em congresso, mas sim escolhido de entre os membros da comissão política. Para que Lobo Xavier entre, vai sair João Rebelo, que já foi secretário-geral do partido e presidiu à comissão organizadora do congresso que ontem terminou. A saída será, contudo, por pouco tempo, já que em breve deverá ser feita uma alteração aos estatutos do partido que permita o alargamento do número de membros da comissão directiva, assim como a distribuição de pelouros que Portas ontem anunciou. Outro problema interno que Portas terá que resolver é o de secretário-geral do partido. O cargo foi extinto há dois anos, no congresso de Aveiro, mas as funções foram assumidas por um triunvirato, que integrava a comissão política: o empresário Abel Pinheiro ficou com o pelouro das Finanças, João Rebelo com a organização interna e Miguel Anacoreta Correia assumiu a responsabilidade pela organização das listas para as eleições autárquicas. Neste congresso, contudo, nem essas funções ficaram definidas. Sem ninguém que queira tratar do dia-a-dia interno do partido e das relações com as estruturas que dificilmente existem neste partido, Portas optou por extinguir primeiro o cargo e, por agora, também as funções. Uma situação que é sintomática do estado deste partido. Ontem, a encerrar o congresso, o seu líder, Paulo Portas disse: "O país sabe que a nossa casa está arrumada." Mas, depois de resolver a liderança e ainda antes de se partir para um campanha que se adivinha difícil, Portas, afinal, ainda tem muito que arrumar. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Começou o jogo das cadeiras nas listas do CDS-PP

Manuel Monteiro disponível para ser deputado, mas só com AD

Líder reeleito quer fazer do PP terceiro partido nacional

Monteiro acossado ataca Portas

Os resultados e a nova equipa

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Segunda-feira, 21 de Janeiro de 2002 Renovação prometida por Portas Lugares de deputados serão poucos para tantas figuras. Partido não tem secretário-geral Terminado o congresso, começou a guerra pelos lugares de deputado no CDS-PP. O reeleito líder do CDS-PP, Paulo Portas, vai agora ter que jogar o jogo das cadeiras com as figuras do partido, que faltam para alguns cargos na máquina partidária, mas são muitas para os poucos lugares de deputado que o CDS/PP conta eleger nas legislativas do próximo dia 17 de Março. Concorrendo sozinho, o CDS/PP pode eleger, segundo as versões mais optimistas, dez deputados, ou seja, menos cinco do que aqueles que tem actualmente. Tendo em conta os resultados das últimas autárquicas e o conhecimento que têm do terreno, os democratas-cristãos já começam a prever quais os distritos onde não conseguirão eleger deputados. E os cabeças de lista por esses distritos também já se começaram a mexer. É o caso de Basílio Horta e Celeste Cardona, dois dirigentes que têm tido um papel de protagonismo parlamentar, mas que estão em risco de não serem eleitos se forem candidatos pelos distritos por onde foram em 1999. Basílio Horta, que substituiu Portas na liderança do grupo parlamentar, foi eleito por Viseu, mas ele próprio já tem admitido que para voltar a ser candidato por aquele distrito não tem garantias de voltar ao Parlamento. O mesmo acontece com Celeste Cardona, que foi eleita deputada por Leiria há pouco mais de dois anos. Como ainda por cima é presidente da comissão política distrital leiriense, será difícil concorrer por outro distrito. Nesta dança de cadeiras, o próprio Paulo Portas pode mudar de lugar, só que no seu caso será para potenciar votos. Na direcção democrata-cristã é dado como certo que Portas deve trocar o lugar de cabeça de lista por Aveiro, que ocupou em 1995 e 1999, pela liderança da lista por Lisboa, que tem sido ocupada por Luís Nobre Guedes. Vários argumentos pesam para essa troca: é vereador eleito da Câmara Municipal de Lisboa e teve um resultado na capital que foi o dobro do resultado nacional do partido, que, acreditam alguns, ainda pode ser mais aumentado, num cenário diferente daquele que se viveu nas autárquicas, em que estava em causa a eleição ou não de Santana Lopes para presidente da autarquia. Todos estes dados levam alguns dirigentes a acreditar que sendo cabeça de lista por Lisboa, Portas conseguirá ter uma votação que lhe permita eleger vários deputados neste distrito. Neste jogo de cadeiras ainda poderá entrar Manuel Monteiro, se vier a aceitar o convite que Paulo Portas lhe vai dirigir. Monteiro poderia recuperar o lugar de cabeça de lista por Braga, que Nuno Melo, o líder distrital, porém, não cederá por vontade própria. Renovação foi só Lobo Xavier Para além de ter que garantir a eleição de várias figuras do partido, Paulo Portas ainda terá de arranjar espaço nas listas para a renovação que tanto prometeu neste congresso. Renovação na direcção do partido, nas listas para deputados e na equipa de governo, que deverá apresentar no próximo mês. A renovação para os órgãos directivos acabou por se ficar apenas pela já conhecida entrada de Antonio Lobo Xavier para a comissão política nacional e para a comissão directiva do CDS-PP, o órgão de direcção do partido, que não é eleito em congresso, mas sim escolhido de entre os membros da comissão política. Para que Lobo Xavier entre, vai sair João Rebelo, que já foi secretário-geral do partido e presidiu à comissão organizadora do congresso que ontem terminou. A saída será, contudo, por pouco tempo, já que em breve deverá ser feita uma alteração aos estatutos do partido que permita o alargamento do número de membros da comissão directiva, assim como a distribuição de pelouros que Portas ontem anunciou. Outro problema interno que Portas terá que resolver é o de secretário-geral do partido. O cargo foi extinto há dois anos, no congresso de Aveiro, mas as funções foram assumidas por um triunvirato, que integrava a comissão política: o empresário Abel Pinheiro ficou com o pelouro das Finanças, João Rebelo com a organização interna e Miguel Anacoreta Correia assumiu a responsabilidade pela organização das listas para as eleições autárquicas. Neste congresso, contudo, nem essas funções ficaram definidas. Sem ninguém que queira tratar do dia-a-dia interno do partido e das relações com as estruturas que dificilmente existem neste partido, Portas optou por extinguir primeiro o cargo e, por agora, também as funções. Uma situação que é sintomática do estado deste partido. Ontem, a encerrar o congresso, o seu líder, Paulo Portas disse: "O país sabe que a nossa casa está arrumada." Mas, depois de resolver a liderança e ainda antes de se partir para um campanha que se adivinha difícil, Portas, afinal, ainda tem muito que arrumar. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Começou o jogo das cadeiras nas listas do CDS-PP

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