Não é possível que todos os espaços culturais estejam sob a tutela da câmara

15-02-2002
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Não É Possível Que Todos Os Espaços Culturais Estejam Sob a Tutela da Câmara

Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2002

Deixou ficar um "totem" em frente ao Parque Mayer para que todos se lembrem da sua promessa. Não quer ficar com o cinema Europa e gostaria de falar com a Cinemateca a propósito do S. Jorge. Quando o S. Luiz reabrir manterá as suas características multifunções. Mas quer rever alguns dos protocolos de vêm da anterior vereação.

Porque é que deixou ficar alguns dos seus cartazes de propaganda eleitoral?

Ficaram só os chamados "totens", para lembrar às pessoas o que prometi. É um bom exercício pedagógico, sou é capaz de tirar de lá o meu nome da parte de cima, Vai ser bom ver os prazos que lá estão e os que formos capazes de realizar.

Como está a situação do Parque Mayer? Já se encontrou com a Bragaparques?

Já fiz uma primeira análise das seis versões do estudo prévio do arquitecto Norman Foster, vou reunir com os responsáveis da Bragaparques, mas já lhes transmiti a minha posição, que é a mesma das eleições. Eles prevêem a construção de vários espaços culturais novos, mas será necessário manter, eu não digo todos, mas quase todos os existentes - e com a participação da comunidade artística, que ouvirei sempre. Além de manter alguns dos espaços mais significativos, até arquitectonicamente.

A câmara não tem já demasiados espaços culturais com dificuldade para gerir e programar?

Tem. O S. Jorge, por exemplo. O Europa não vai ter, não quero que a câmara fique com ele. Imaginem o que era cada junta de freguesia ter um espaço daqueles... Mas isto são assuntos que me desgostam, não gosto de falar deles.

Quanto aos espaços, ainda agora quando foi necessário fechar o S. Luiz, um dos espectáculos passou para o Teatro Camões. Há muitos espaços em Lisboa aptos a receber qualquer produção contemporânea.

Como vai desatar o nó do S. Jorge?

Parece-me complicado é a câmara estar a fazer de exibidor, pelo que não estou nada inclinado para continuar a explorar o S. Jorge.

Porque é que não faz um protocolo com a Cinemateca?

Eu gostava, eu gostava, mas sei que há muitas dúvidas da parte da Cinemateca. Talvez pudesse ficar lá o Museu do Cinema, que eu tratei com o Dr. João Benard da Costa quando fui secretário de Estado da Cultura. Na altura inaugurámos o Arquivo Nacional das Imagens em Movimento, mas ficou o Museu do Cinema por fazer. O que lhe posso dizer é que tenho as maiores dúvidas sobre a câmara ficar a explorar o espaço, como acontece neste momento. Não é possível que todos os espaços culturais estejam sob a tutela da câmara. Isto apesar do S. Jorge ter sido a sala que eu mais gostava, quando era uma sala única

O que é que vai fazer ao S. Luiz?

O S. Luiz para reabrir tem de ter as condições básicas preenchidas: uma direcção, responsáveis pela programação e orçamento.

Ainda não tem direcção?

Não.

Vai ser um espaço multifunções, ou vai ser só para dança, como se falava se fosse para lá o Salavisa?

Tem de ser mulfuncional, ter várias valências.

A câmara também tinha um protocolo quando apoiou a reconstrução do Coliseu. Vai utilizá-lo?

Há um litígio com o Coliseu que só descobri quando aqui cheguei. Telefonei para lá a dizer que gostava de ir ver a Coppelia, e descobri com surpresa que havia algum gelo entre a câmara e o Coliseu, uma situação que vem desde 1994. Não há recepção definitiva das obras, e isso gera problemas em termos de responsabilidades.

Vai manter o Jorge Silva Melo no Bairro Alto, nos Artistas unidos?

Não conheço a proposta de programa que têm. Vou lá para a semana (esta) visitar as instalações. Mas não vejo razão para o Jorge Silva Melo não ficar ali, agora em que termos ainda não sei. Vou ter que conversar com a vereadora da Cultura e com ele. Também com o João Lourenço, que tem um protocolo para 25 anos no novo Teatro Aberto, e em exclusivo, é algo que deve ser ponderado, tratando-se de um espaço municipal. Há aqui muitas situações para resolver e para formalizar.

Não É Possível Que Todos Os Espaços Culturais Estejam Sob a Tutela da Câmara

Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2002

Deixou ficar um "totem" em frente ao Parque Mayer para que todos se lembrem da sua promessa. Não quer ficar com o cinema Europa e gostaria de falar com a Cinemateca a propósito do S. Jorge. Quando o S. Luiz reabrir manterá as suas características multifunções. Mas quer rever alguns dos protocolos de vêm da anterior vereação.

Porque é que deixou ficar alguns dos seus cartazes de propaganda eleitoral?

Ficaram só os chamados "totens", para lembrar às pessoas o que prometi. É um bom exercício pedagógico, sou é capaz de tirar de lá o meu nome da parte de cima, Vai ser bom ver os prazos que lá estão e os que formos capazes de realizar.

Como está a situação do Parque Mayer? Já se encontrou com a Bragaparques?

Já fiz uma primeira análise das seis versões do estudo prévio do arquitecto Norman Foster, vou reunir com os responsáveis da Bragaparques, mas já lhes transmiti a minha posição, que é a mesma das eleições. Eles prevêem a construção de vários espaços culturais novos, mas será necessário manter, eu não digo todos, mas quase todos os existentes - e com a participação da comunidade artística, que ouvirei sempre. Além de manter alguns dos espaços mais significativos, até arquitectonicamente.

A câmara não tem já demasiados espaços culturais com dificuldade para gerir e programar?

Tem. O S. Jorge, por exemplo. O Europa não vai ter, não quero que a câmara fique com ele. Imaginem o que era cada junta de freguesia ter um espaço daqueles... Mas isto são assuntos que me desgostam, não gosto de falar deles.

Quanto aos espaços, ainda agora quando foi necessário fechar o S. Luiz, um dos espectáculos passou para o Teatro Camões. Há muitos espaços em Lisboa aptos a receber qualquer produção contemporânea.

Como vai desatar o nó do S. Jorge?

Parece-me complicado é a câmara estar a fazer de exibidor, pelo que não estou nada inclinado para continuar a explorar o S. Jorge.

Porque é que não faz um protocolo com a Cinemateca?

Eu gostava, eu gostava, mas sei que há muitas dúvidas da parte da Cinemateca. Talvez pudesse ficar lá o Museu do Cinema, que eu tratei com o Dr. João Benard da Costa quando fui secretário de Estado da Cultura. Na altura inaugurámos o Arquivo Nacional das Imagens em Movimento, mas ficou o Museu do Cinema por fazer. O que lhe posso dizer é que tenho as maiores dúvidas sobre a câmara ficar a explorar o espaço, como acontece neste momento. Não é possível que todos os espaços culturais estejam sob a tutela da câmara. Isto apesar do S. Jorge ter sido a sala que eu mais gostava, quando era uma sala única

O que é que vai fazer ao S. Luiz?

O S. Luiz para reabrir tem de ter as condições básicas preenchidas: uma direcção, responsáveis pela programação e orçamento.

Ainda não tem direcção?

Não.

Vai ser um espaço multifunções, ou vai ser só para dança, como se falava se fosse para lá o Salavisa?

Tem de ser mulfuncional, ter várias valências.

A câmara também tinha um protocolo quando apoiou a reconstrução do Coliseu. Vai utilizá-lo?

Há um litígio com o Coliseu que só descobri quando aqui cheguei. Telefonei para lá a dizer que gostava de ir ver a Coppelia, e descobri com surpresa que havia algum gelo entre a câmara e o Coliseu, uma situação que vem desde 1994. Não há recepção definitiva das obras, e isso gera problemas em termos de responsabilidades.

Vai manter o Jorge Silva Melo no Bairro Alto, nos Artistas unidos?

Não conheço a proposta de programa que têm. Vou lá para a semana (esta) visitar as instalações. Mas não vejo razão para o Jorge Silva Melo não ficar ali, agora em que termos ainda não sei. Vou ter que conversar com a vereadora da Cultura e com ele. Também com o João Lourenço, que tem um protocolo para 25 anos no novo Teatro Aberto, e em exclusivo, é algo que deve ser ponderado, tratando-se de um espaço municipal. Há aqui muitas situações para resolver e para formalizar.

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