Algarve vai ficar mais perto

26-07-2001
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Algarve Vai Ficar Mais Perto

Por INÊS G. SEQUEIRA

Segunda-feira, 23 de Julho de 2001 Os novos 60 quilómetros que vão entrar ao serviço na A2, entre Grândola Sul e Castro Verde, deverão representar menos meia-hora no caminho entre o trabalho e as férias (ou vice-versa). Quando ficar completa, a auto-estrada do Sul deverá custar, em classe 1, cerca de 2840 escudos. A partir de quarta-feira, os automobilistas passam a contar com mais 60 quilómetros na auto-estrada para o Algarve (A2), com a entrada ao serviço do troço Grândola Sul/Castro Verde. Inaugurado com pompa e circunstância, na presença de António Guterres, o novo acrescento deverá acabar com as horas de espera em Grândola Sul. Quem não se lembra do acumular de centenas de automóveis parados e envoltos em ondas de calor, que fizeram notícia ainda no Verão passado? Os responsáveis da Brisa acreditam que se irão ganhar, pelo menos, cerca de uma hora no percurso de estrada entre Grândola Sul e Ourique. Ao passo que no actual IC1 (itinerário complementar) os automobilistas têm de se sujeitar a um limite de velocidade apertado - ainda para mais ao abrigo da "tolerância zero" - em auto-estrada poderão "esticar-se" até aos 120 km/hora, justificou, em declarações ao PÚBLICO, o porta-voz da concessionária da A2. Mas não irão as longas filas repetirem-se mais abaixo, na saída para Ourique? Helder Guerra acredita que não, até porque essas ligações estão a ser alvo de beneficiação por parte do ICOR-Instituto de Conservação Rodoviária. Daqui a pouco tempo se verá. Quanto às faixas de saída e entrada na auto-estrada, irão contar com "protecções adicionais para motocicilistas", afirmou. Uma exigência que os condutores de motas há muito vinham fazendo, devido ao perigo mortal que os separadores metálicos na berma das estradas representam em caso de acidente. Custos altos A Brisa já definiu quanto será a portagem quando a A2 chegar finalmente ao seu destino, ligando-se à Via Longitudinal do Algarve (mais conhecida por Via Infante); algo que o Governo prevê para Julho de 2002. Segundo o porta-voz, os veículos de classe 1 irão pagar entre 2800 e 2840 escudos. Quanto aos troços que entram agora ao serviço, vão representar para os motociclos e automóveis ligeiros (que formam na sua grande parte as viaturas de classe 1) um custo de portagem na ordem dos 430 escudos entre Grândola Sul e Aljustrel e 360 escudos entre Aljustrel e Castro Verde, de acordo com informações da concessionária. No total, os custos de construção dos cerca de 120 quilómetros entre Grândola Sul e a Via do Infante deverão ascender a cerca de 100 milhões de contos, dos quais grande parte se vão traduzir nos últimos 61 quilómetros que faltam agora construir pelos empreiteiros. Se os trabalhos de construção dos troços agora inaugurados representaram 26 milhões de contos em termos de gastos, os seguintes irão traduzir-se em custos superiores a 70 milhões de contos. Isto devido ao relevo bem mais rigoroso do terreno, afirma a Brisa, que só no sub-lanço que atravessa na zona da serra de Monchique deverá obrigar à construção de mais de 20 viadutos. Uma história "acidentada" Se a autoestrada para o Algarve ficar concluída no início do próximo Verão, isso significa que entra ao serviço três anos mais tarde do que as promessas iniciais avançadas por Cavaco Silva, em 1994. Em Outubro de 1998, João Cravinho, na altura à frente do Equipamento Social, adiou a conclusão para este ano. E já o seu sucessor, Jorge Coelho, acabou por estabelecer Julho de 2002 como prazo limite. A partir de Ourique, a auto-estrada irá duplicar o actual IC1 (que ao longo da A2 deixa de ser itinerário principal passando a itinerário complementar), a poucos quilómetros de distância. Em causa está o traçado anunciado por António Guterres em finais de 1998, quando se optou pela não passagem da A2 pela planície alentejana e Serra do Caldeirão por motivos ambientais. Isso não impede, todavia, a subsistência de alguma polémica no troço que vai de São Bartolomeu de Messines até à Via do Infante. Em causa estão alguns sítios protegidos pela Rede Natura 2000, na zona da serra. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Algarve vai ficar mais perto

Custos

Falta um ano para o IP1 estar completo

Empreiteiros acusados de deixam dívidas e estradas destruídas

Comeram e não pagaram

"O compromisso morreu solteiro"

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Segunda-feira, 23 de Julho de 2001 Os novos 60 quilómetros que vão entrar ao serviço na A2, entre Grândola Sul e Castro Verde, deverão representar menos meia-hora no caminho entre o trabalho e as férias (ou vice-versa). Quando ficar completa, a auto-estrada do Sul deverá custar, em classe 1, cerca de 2840 escudos. A partir de quarta-feira, os automobilistas passam a contar com mais 60 quilómetros na auto-estrada para o Algarve (A2), com a entrada ao serviço do troço Grândola Sul/Castro Verde. Inaugurado com pompa e circunstância, na presença de António Guterres, o novo acrescento deverá acabar com as horas de espera em Grândola Sul. Quem não se lembra do acumular de centenas de automóveis parados e envoltos em ondas de calor, que fizeram notícia ainda no Verão passado? Os responsáveis da Brisa acreditam que se irão ganhar, pelo menos, cerca de uma hora no percurso de estrada entre Grândola Sul e Ourique. Ao passo que no actual IC1 (itinerário complementar) os automobilistas têm de se sujeitar a um limite de velocidade apertado - ainda para mais ao abrigo da "tolerância zero" - em auto-estrada poderão "esticar-se" até aos 120 km/hora, justificou, em declarações ao PÚBLICO, o porta-voz da concessionária da A2. Mas não irão as longas filas repetirem-se mais abaixo, na saída para Ourique? Helder Guerra acredita que não, até porque essas ligações estão a ser alvo de beneficiação por parte do ICOR-Instituto de Conservação Rodoviária. Daqui a pouco tempo se verá. Quanto às faixas de saída e entrada na auto-estrada, irão contar com "protecções adicionais para motocicilistas", afirmou. Uma exigência que os condutores de motas há muito vinham fazendo, devido ao perigo mortal que os separadores metálicos na berma das estradas representam em caso de acidente. Custos altos A Brisa já definiu quanto será a portagem quando a A2 chegar finalmente ao seu destino, ligando-se à Via Longitudinal do Algarve (mais conhecida por Via Infante); algo que o Governo prevê para Julho de 2002. Segundo o porta-voz, os veículos de classe 1 irão pagar entre 2800 e 2840 escudos. Quanto aos troços que entram agora ao serviço, vão representar para os motociclos e automóveis ligeiros (que formam na sua grande parte as viaturas de classe 1) um custo de portagem na ordem dos 430 escudos entre Grândola Sul e Aljustrel e 360 escudos entre Aljustrel e Castro Verde, de acordo com informações da concessionária. No total, os custos de construção dos cerca de 120 quilómetros entre Grândola Sul e a Via do Infante deverão ascender a cerca de 100 milhões de contos, dos quais grande parte se vão traduzir nos últimos 61 quilómetros que faltam agora construir pelos empreiteiros. Se os trabalhos de construção dos troços agora inaugurados representaram 26 milhões de contos em termos de gastos, os seguintes irão traduzir-se em custos superiores a 70 milhões de contos. Isto devido ao relevo bem mais rigoroso do terreno, afirma a Brisa, que só no sub-lanço que atravessa na zona da serra de Monchique deverá obrigar à construção de mais de 20 viadutos. Uma história "acidentada" Se a autoestrada para o Algarve ficar concluída no início do próximo Verão, isso significa que entra ao serviço três anos mais tarde do que as promessas iniciais avançadas por Cavaco Silva, em 1994. Em Outubro de 1998, João Cravinho, na altura à frente do Equipamento Social, adiou a conclusão para este ano. E já o seu sucessor, Jorge Coelho, acabou por estabelecer Julho de 2002 como prazo limite. A partir de Ourique, a auto-estrada irá duplicar o actual IC1 (que ao longo da A2 deixa de ser itinerário principal passando a itinerário complementar), a poucos quilómetros de distância. Em causa está o traçado anunciado por António Guterres em finais de 1998, quando se optou pela não passagem da A2 pela planície alentejana e Serra do Caldeirão por motivos ambientais. Isso não impede, todavia, a subsistência de alguma polémica no troço que vai de São Bartolomeu de Messines até à Via do Infante. Em causa estão alguns sítios protegidos pela Rede Natura 2000, na zona da serra. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Algarve vai ficar mais perto

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