"São uns aldrabões..."

19-01-2001
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Cravinho responde a ataques do PSD

"São Uns Aldrabões..."

Por RUI BAPTISTA

Terça-feira, 28 de Setembro de 1999

Cansado das acusações do PSD, João Cravinho partiu para o contra-ataque. Rotulou de aldrabões os que lhe chamam "ministro sem obra" e enumerou um rol de projectos que prometem mudar a face do distrito. E estabeleceu como fasquia para 10 de Outubro a eleição de oito deputados.

E ao terceiro dia de campanha, João Cravinho irritou-se. Farto de ser descrito pelo PSD como "um ministro sem obra", o cabeça de lista do PS em Aveiro decidiu responder na mesma moeda. "Tenho obra por todo o lado. Eles [PSD] são uns aldrabões que querem convencer o povo de que eu não fiz nada, mas as pessoas não são parvas e não se deixam enganar", disse Cravinho durante uma acção de campanha na feira semanal de Espinho, onde se cruzou fugazmente com os candidatos por Aveiro da CDU, que por ali também andavam à caça de votos.

João Cravinho parece genuinamente indignado pela maneira com tem sido tratado nas últimas semanas pelo PSD, em especial por Marques Mendes, cabeça de lista "laranja" por Aveiro. O Ministro do Equipamento e candidato do PS já foi acusado de "não ter sentido de Estado", de inaugurar obras que não lhe pertencem, e de confundir deliberadamente as funções de governante com a sua condição de candidato. Mas o que mais doeu a Cravinho foi ter ouvido Marques Mendes chamar-lhe "engenheiro de ideias" e "ministro sem obra". Agora, que entrou finalmente em campanha, o candidato socialista decidiu quebrar o silêncio a que se tinha imposto.

"O PSD tem feito muita propaganda contra mim, mas as acusações são fáceis de desmontar", jura Cravinho. O socialista garante que não há nenhum dos 19 concelhos do distrito de Aveiro "que não tenha de 10 a 15 obras apoiadas" pelo Ministério do Equipamento. E enumera depois um extenso rol de obras importantes, nomeadamente em matéria de acessibilidades, cujos concursos públicos estão em diversas fases, e que deverão ficar concluídas nos próximos anos: a ampliação do Porto de Aveiro (que, sob a sua tutela, passou a porto nacional), a marina da Barra, duplicação do IP5, a conclusão do IC1 (prometida para 2003) e o IC24. "Dá-me vontade de rir ao ler o panfleto do PSD em que diz que essas obras já deviam estar construídas. Então eles foram Governo durante dez anos e não fizeram nada?", questiona Cravinho.

Depois, Cravinho revelou os seus objectivos eleitorais: ficar à frente do PSD no distrito em termos de votos, conquistando o mandato a mais em disputa este ano (Aveiro subiu de 14 para 15 deputados). Optimista, sonha até em conseguir eleger oito deputados, roubando um aos sociais-democratas. "Sete deputados já temos assegurados, vamos lá ver se conseguimos ir aos oito", gracejou, antes de regressar à tarefa de distribuir aventais e autocolantes pelos feirantes de Espinho, debaixo de uma chuva persistente que afastou muitos compradores. Ainda pouco à vontade na pele de candidato, Cravinho lá se foi desenrascando com a ajuda de Rosa Maria Albernaz, sempre atenta aos mais pequenos pormenores. "Estou aqui candidato do PS", repete invariavelmente Cravinho a cada saudação. Grande sucesso fizeram os postais com a cara de António Guterres, prontamente lambuzados de beijos pelas peixeiras de Espinho. "Este é que é um homem de respeito", berrava uma vendedeira, enquanto pregava um beijo repenicado no postal com a cara do primeiro-ministro.

Cravinho responde a ataques do PSD

"São Uns Aldrabões..."

Por RUI BAPTISTA

Terça-feira, 28 de Setembro de 1999

Cansado das acusações do PSD, João Cravinho partiu para o contra-ataque. Rotulou de aldrabões os que lhe chamam "ministro sem obra" e enumerou um rol de projectos que prometem mudar a face do distrito. E estabeleceu como fasquia para 10 de Outubro a eleição de oito deputados.

E ao terceiro dia de campanha, João Cravinho irritou-se. Farto de ser descrito pelo PSD como "um ministro sem obra", o cabeça de lista do PS em Aveiro decidiu responder na mesma moeda. "Tenho obra por todo o lado. Eles [PSD] são uns aldrabões que querem convencer o povo de que eu não fiz nada, mas as pessoas não são parvas e não se deixam enganar", disse Cravinho durante uma acção de campanha na feira semanal de Espinho, onde se cruzou fugazmente com os candidatos por Aveiro da CDU, que por ali também andavam à caça de votos.

João Cravinho parece genuinamente indignado pela maneira com tem sido tratado nas últimas semanas pelo PSD, em especial por Marques Mendes, cabeça de lista "laranja" por Aveiro. O Ministro do Equipamento e candidato do PS já foi acusado de "não ter sentido de Estado", de inaugurar obras que não lhe pertencem, e de confundir deliberadamente as funções de governante com a sua condição de candidato. Mas o que mais doeu a Cravinho foi ter ouvido Marques Mendes chamar-lhe "engenheiro de ideias" e "ministro sem obra". Agora, que entrou finalmente em campanha, o candidato socialista decidiu quebrar o silêncio a que se tinha imposto.

"O PSD tem feito muita propaganda contra mim, mas as acusações são fáceis de desmontar", jura Cravinho. O socialista garante que não há nenhum dos 19 concelhos do distrito de Aveiro "que não tenha de 10 a 15 obras apoiadas" pelo Ministério do Equipamento. E enumera depois um extenso rol de obras importantes, nomeadamente em matéria de acessibilidades, cujos concursos públicos estão em diversas fases, e que deverão ficar concluídas nos próximos anos: a ampliação do Porto de Aveiro (que, sob a sua tutela, passou a porto nacional), a marina da Barra, duplicação do IP5, a conclusão do IC1 (prometida para 2003) e o IC24. "Dá-me vontade de rir ao ler o panfleto do PSD em que diz que essas obras já deviam estar construídas. Então eles foram Governo durante dez anos e não fizeram nada?", questiona Cravinho.

Depois, Cravinho revelou os seus objectivos eleitorais: ficar à frente do PSD no distrito em termos de votos, conquistando o mandato a mais em disputa este ano (Aveiro subiu de 14 para 15 deputados). Optimista, sonha até em conseguir eleger oito deputados, roubando um aos sociais-democratas. "Sete deputados já temos assegurados, vamos lá ver se conseguimos ir aos oito", gracejou, antes de regressar à tarefa de distribuir aventais e autocolantes pelos feirantes de Espinho, debaixo de uma chuva persistente que afastou muitos compradores. Ainda pouco à vontade na pele de candidato, Cravinho lá se foi desenrascando com a ajuda de Rosa Maria Albernaz, sempre atenta aos mais pequenos pormenores. "Estou aqui candidato do PS", repete invariavelmente Cravinho a cada saudação. Grande sucesso fizeram os postais com a cara de António Guterres, prontamente lambuzados de beijos pelas peixeiras de Espinho. "Este é que é um homem de respeito", berrava uma vendedeira, enquanto pregava um beijo repenicado no postal com a cara do primeiro-ministro.

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