JORNAL PUBLICO: CDU em campanha no comboio

13-11-1999
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15/09/95

PJoão Amaral divulga programa para a educação

CDU em campanha no comboio

João Amaral viajou ontem de comboio até à Póvoa do Varzim depois de um breve encontro com professores, numa livraria do Porto, para dar a conhecer os objectivos da CDU no âmbito da Educação.

A classe docente foi o principal alvo do programa de iniciativas da CDU durante o dia de ontem, no distrito do Porto. No encontro que manteve com diversos professores na livraria Unicep, no Porto, João Amaral contou com a participação de três candidatos ligados à área educativa, que classificaram como "desastrosa" a política de educação seguida pelo governo nos últimos doze anos, afirmando ainda que a "alteração do presente estado de coisas obriga a uma política educativa nova e não a uma simples mudança de protagonistas".

Para "dar a volta" à situação, aqueles candidatos da CDU propuseram, entre outras medidas, o reforço do orçamento destinado à Educação, o alargamento da rede pública do pré-escolar, mais autonomia e participação dos professores na gestão das escolas e a revisão do estatuto da carreira docente. Após a reunião informal que manteve com os professores, João Amaral viajou de comboio até à Póvoa do Varzim, acompanhado de uma comitiva da CDU, onde foi posteriormente entrevistado por uma rádio local.

A estação da Trindade ficava a cinco minutos. Uma boa ocasião para se passear pelas ruas da baixa do Porto, que o candidato confessou ser a parte da cidade que mais lhe agrada. Antes do embarque, tempo ainda para um café e dois dedos de conversa. Na estação, as pessoas iam passando e olhavam o líder comunista com a sensação de o conhecerem de alguma parte, apontando e fazendo comentários para o vizinho do lado.

Faltava um minuto para as 17H20 quando a comitiva começou a entrar no comboio com destino à Póvoa do Varzim. Apinhado de pessoas que regressavam a casa do trabalho, o espaço nas carruagens mostrava-se exíguo para o número de pessoas que acompanhavam João Amaral. A muito custo, o líder comunista ia-se esgueirando pelo corredor central, distribuindo propaganda e cumprimentando os passageiros, seguido de perto pelos elementos do seu "staff" de campanha. "Com licença, posso entregar-lhe um folheto com propaganda da CDU? Muito obrigado".

As reacções variavam desde um "não, obrigado" até a "muitas felicidades", passando por aqueles que recebiam o manifesto da CDU e o guardavam sem sequer o ler. Como as quatro carruagens tinham passagem directa apenas até ao meio da composição, foi necessário sair na estação da Senhora da Hora para atingir a outra metade. "Agora vamos fazer uma cena caricata. Como os índios..." comentava João Amaral, ao mesmo tempo que deixava soltar um sorriso.

"Minha nossa senhora", lamentava-se uma idosa ao ver entrar toda aquela gente, de bandeiras em punho, propaganda e sacos de plástico na mão. E olhava com ar de espanto, à semelhança dos restantes passageiros. Um rapaz novo, vendo o cabeça-de-lista entregar-lhe o jornal de campanha, atira a João Amaral um "eu ainda não voto". "Não Importa, é para saberes em quem votar quando tiveres idade", retorquiu o líder comunista.

Ricardo Costa

15/09/95

PJoão Amaral divulga programa para a educação

CDU em campanha no comboio

João Amaral viajou ontem de comboio até à Póvoa do Varzim depois de um breve encontro com professores, numa livraria do Porto, para dar a conhecer os objectivos da CDU no âmbito da Educação.

A classe docente foi o principal alvo do programa de iniciativas da CDU durante o dia de ontem, no distrito do Porto. No encontro que manteve com diversos professores na livraria Unicep, no Porto, João Amaral contou com a participação de três candidatos ligados à área educativa, que classificaram como "desastrosa" a política de educação seguida pelo governo nos últimos doze anos, afirmando ainda que a "alteração do presente estado de coisas obriga a uma política educativa nova e não a uma simples mudança de protagonistas".

Para "dar a volta" à situação, aqueles candidatos da CDU propuseram, entre outras medidas, o reforço do orçamento destinado à Educação, o alargamento da rede pública do pré-escolar, mais autonomia e participação dos professores na gestão das escolas e a revisão do estatuto da carreira docente. Após a reunião informal que manteve com os professores, João Amaral viajou de comboio até à Póvoa do Varzim, acompanhado de uma comitiva da CDU, onde foi posteriormente entrevistado por uma rádio local.

A estação da Trindade ficava a cinco minutos. Uma boa ocasião para se passear pelas ruas da baixa do Porto, que o candidato confessou ser a parte da cidade que mais lhe agrada. Antes do embarque, tempo ainda para um café e dois dedos de conversa. Na estação, as pessoas iam passando e olhavam o líder comunista com a sensação de o conhecerem de alguma parte, apontando e fazendo comentários para o vizinho do lado.

Faltava um minuto para as 17H20 quando a comitiva começou a entrar no comboio com destino à Póvoa do Varzim. Apinhado de pessoas que regressavam a casa do trabalho, o espaço nas carruagens mostrava-se exíguo para o número de pessoas que acompanhavam João Amaral. A muito custo, o líder comunista ia-se esgueirando pelo corredor central, distribuindo propaganda e cumprimentando os passageiros, seguido de perto pelos elementos do seu "staff" de campanha. "Com licença, posso entregar-lhe um folheto com propaganda da CDU? Muito obrigado".

As reacções variavam desde um "não, obrigado" até a "muitas felicidades", passando por aqueles que recebiam o manifesto da CDU e o guardavam sem sequer o ler. Como as quatro carruagens tinham passagem directa apenas até ao meio da composição, foi necessário sair na estação da Senhora da Hora para atingir a outra metade. "Agora vamos fazer uma cena caricata. Como os índios..." comentava João Amaral, ao mesmo tempo que deixava soltar um sorriso.

"Minha nossa senhora", lamentava-se uma idosa ao ver entrar toda aquela gente, de bandeiras em punho, propaganda e sacos de plástico na mão. E olhava com ar de espanto, à semelhança dos restantes passageiros. Um rapaz novo, vendo o cabeça-de-lista entregar-lhe o jornal de campanha, atira a João Amaral um "eu ainda não voto". "Não Importa, é para saberes em quem votar quando tiveres idade", retorquiu o líder comunista.

Ricardo Costa

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