JORNAL PUBLICO: BREVES

22-01-2001
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17/09/95

BREVES

PS-Portalegre protesta por "actos de vandalismo"

O PS-Portalegre emitiu ontem um comunicado contra os acontecimentos verificados depois do comício de Portalegre. Segundo a estrutura local, "os actos de vandalismo que se verificaram com o atear de fogo no palco do comício do PS, na madrugada de ontem, revelam que ainda há pessoas com nítida falta de vivência democrática e cívica". Os socialistas de Portalegre acusam o "vandalismo e violência" e apelam às Forças de Segurança "no sentido de que com a maior urgência" sejam encontrados os responsáveis.

A TVI renovou ontem o convite aos quatro principais partidos concorrentes às eleições legislativas do próximo dia 1 de Outubro para um debate a quatro ou a três - neste último caso, sem Fernando Nogueira, que já afirmou não participar em mais debates. A direcção editorial do canal de inspiração cristã avançou com seis hipóteses de datas: dia 22 ou qualquer dia da última semana de campanha. O debate iria par o ar no denominado horário nobre (cerca das 22 horas) e teria uma duração de 90 a 120 minutos.

O financiamento do Estado para a realização das eleições é de um milhão de contos. Mais de metade da verba, 550 mil contos, destina-se ao pagamento dos tempos de antena, na televisão e na rádio, sendo que a fatia para a primeira se aproxima dos 400 mil contos. O orçamento do STAPE-Serviço Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral absorve 300 mil contos e a Comissão Nacional de Eleições 50 mil. Há ainda a despesa com as subvenções de campanha atribuídas aos partidos.

Jamila Madeira, secretária nacional da Juventude Socialista, foi ontem eleita vice-presidente da União Internacional das Juventudes Socialistas. Os novos dirigentes da organização internacional socialista foram eleitos em congresso realizado esta semana, em Itália. A presidência foi atribuída à Juventude Socialista sueca. A eleição de Jamila Madeira é considerada pela Juventude Socialista como um grande salto em frente e "corresponde ao crescente protagonismo" dos jovens socialistas, desde que, em 1993, realizaram no Porto o grande festival mundial da União Internacional das Juventude Socialistas.

Os candidatos da CDU pelo círculo de Vila Real foram ontem assistir à inauguração do matadouro do Barroso e Alto Tâmega, cerimónia em que participou o primeiro-ministro. Nos panfletos que distribuíram, os candidatos comunistas contestam o ciclo de inaugurações desencadeado pelo Governo, considerando que isso representa "campanha eleitoral do PSD feita com dinheiros do Estado". Depois, desafiam Cavaco Silva a declarar se o Governo "vai pagar as dívidas, de centenas de milhar de contos, do matadouro do Douro-Sul", em Moimenta da Beira. Querem também que o primeiro-ministro fale do destino a dar ao matadouro do Alto Alentejo, Sousel, que afirmam estar falido e "em vésperas de se transformar em fábrica de "lingerie" da Triumph". Segue-se a listagem da série de grandes matadouros que a CDU qualifica de maus investimentos. Acrescentam os candidatos comunistas que os "lucros dos grandes negociantes e industriais de carnes falaram mais alto que os interesses dos agricultores e do país".

Os murais de campanha do PSR parecem não estar a agradar à sensibilidade de algumas pessoas. Pelo menos, a avaliar pelas reacções. No princípio do mês, cinco candidatos do distrito do Porto foram conduzidos pela PSP à esquadra do Campo Lindo quando pintavam um pilar do viaduto do Amial, no Porto, para serem identificados. Na altura, a polícia deteve-os sob a acusação de estarem a pintar um edifício classificado de "utilidade pública". Esta semana, as pinturas de campanha efectuadas por elementos do partido nas paredes da Escola Secundária Augusto Gomes, em Matosinhos, foram pichadas com "slogans" e palavras de ordem conotadas com a extrema-direita. Alda Macedo, cabeça de lista do PSR, atribui estas acções a um grupo de "skinheads" e não se inibe de afirmar que "o discurso da direita portuguesa, nomeadamente o de Manuel Monteiro, legitima este tipo de violência". O PSR, em conjunto com o conselho directivo deste estabelecimento de ensino, pretende apresentar uma queixa formal do sucedido para serem apuradas responsabilidades criminais.

"O resultado da aplicação da Política Agrícola Comum (PAC) em Portugal é um dos fósforos que estão a incendiar o país durante o Verão", disse ao PÚBLICO, em Viseu, Manuela Cunha, membro da Comissão Executiva Nacional do partido ecologista Os Verdes. Segundo a mesma responsável, o abandono da actividade agrícola em Portugal, "a que tem obrigado a PAC", provoca "uma desvalorização crescente da política florestal e a ausência de ordenamento da floresta portuguesa". "Só agora é que o Governo descobriu que os incêndios têm origem criminosa e que há interesses económicos por trás deste fenómeno?", questionou-se Manuela Cunha, que lembrou ainda: "Os Verdes, o Serviço Nacional de Bombeiros e o Instituto Florestal já andam há muito a tentar alertar o Ministério da Administração Interna sobre a origem e interesses por trás dos fogos florestais." Um recado ao próximo governo foi também deixado por Manuela Cunha: "Acho que terão oportunidade de iniciar uma nova política a partir das áreas ardidas" disse, acrescentando que "é necessário e urgente declarar a situação de calamidade pública em muitas zonas do país e indemnizar rapidamente as populações mais afectadas".

Estava anunciado como um jantar de Marques Mendes com os candidatos do PSD pelo círculo de Viana do Castelo. Afinal, não era um jantar nem uma iniciativa partidária. O pároco e presidente da direcção do Centro Social e Paroquial de Vila Nova de Anha pretendeu fazer uma sessão de "agradecimento" ao ministro adjunto Marques Mendes e ao seu empenho na concretização da obra, já inaugurada por Cavaco Silva. Confusões que até elementos do PSD tiveram dificuldade em destrinçar. Como o ministro não compareceu "por razões imprevistas", o seu lugar foi anteontem ocupado pelo governador civil do distrito, Manso Gigante. Na mesa da sessão, presenciada por cerca de 200 pessoas, sentaram-se igualmente o deputado (e candidato) Roleira Marinho e o eurodeputado (e candidato) Lucas Pires. Aliás, dos 11 candidatos do PSD, o PÚBLICO descortinou dez na senda da obra feita. O pároco e os presentes acabariam por receber a boa nova. Manso Gigante garantiu que o ministro, "logo após as eleições", cumprirá a promessa de estar presente. O recado da noite foi dado por Roleira Marinho. Ao lamentar a ausência do "grande amigo", salientou que "ainda bem que o sr. ministro faltou". Porquê? Porque "os mais maliciosos diriam que estava em campanha eleitoral". O imprevisto de Marques Mendes salvou-o de uma situação embaraçosa, no mínimo.

Os timorenses no exílio deveriam ter direito a eleger um deputado à Assembleia da República, defendeu ontem, em Braga, D. Duarte, duque de Bragança. O pretendente ao trono falava na apresentação do livro "Versos do Oprimido", do poeta timorense Kay Shaly Rakmabean, lançado pela Real Associação de Braga. D. Duarte disse que os timorenses "deviam ter deputados no nosso Parlamento", eleitos pela sua comunidade ou através dos partidos, e convidou os candidatos à AR a falarem de Timor. Opinou ainda que, pese embora o "bom trabalho" do Ministério dos Negócios Estrangeiros, "Portugal por vezes esquece-se de Timor". O duque de Bragança propôs o lançamento de um selo a lembrar a causa timorense e exaltou os portugueses a não desistirem, frisando que, "se há responsabilidade colectiva", se deve agora "corrigir o que foi feito de mal". Quanto ao livro, apresentado pelo padre Apolinário, da comunidade timorense, D. Duarte descreve-o como "mais um grito de socorro do povo irmão timorense", sublinhando que "são cidadãos portugueses ocupados pela ditadura militar indonésia". A sessão decorreu no Museu dos Biscainhos, na presença do arcebispo de Braga, D. Eurico Dias Nogueira, e de representantes do Governo Civil e da Câmara de Braga, entre outros convidados, na sua maioria monárquicos.

17/09/95

BREVES

PS-Portalegre protesta por "actos de vandalismo"

O PS-Portalegre emitiu ontem um comunicado contra os acontecimentos verificados depois do comício de Portalegre. Segundo a estrutura local, "os actos de vandalismo que se verificaram com o atear de fogo no palco do comício do PS, na madrugada de ontem, revelam que ainda há pessoas com nítida falta de vivência democrática e cívica". Os socialistas de Portalegre acusam o "vandalismo e violência" e apelam às Forças de Segurança "no sentido de que com a maior urgência" sejam encontrados os responsáveis.

A TVI renovou ontem o convite aos quatro principais partidos concorrentes às eleições legislativas do próximo dia 1 de Outubro para um debate a quatro ou a três - neste último caso, sem Fernando Nogueira, que já afirmou não participar em mais debates. A direcção editorial do canal de inspiração cristã avançou com seis hipóteses de datas: dia 22 ou qualquer dia da última semana de campanha. O debate iria par o ar no denominado horário nobre (cerca das 22 horas) e teria uma duração de 90 a 120 minutos.

O financiamento do Estado para a realização das eleições é de um milhão de contos. Mais de metade da verba, 550 mil contos, destina-se ao pagamento dos tempos de antena, na televisão e na rádio, sendo que a fatia para a primeira se aproxima dos 400 mil contos. O orçamento do STAPE-Serviço Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral absorve 300 mil contos e a Comissão Nacional de Eleições 50 mil. Há ainda a despesa com as subvenções de campanha atribuídas aos partidos.

Jamila Madeira, secretária nacional da Juventude Socialista, foi ontem eleita vice-presidente da União Internacional das Juventudes Socialistas. Os novos dirigentes da organização internacional socialista foram eleitos em congresso realizado esta semana, em Itália. A presidência foi atribuída à Juventude Socialista sueca. A eleição de Jamila Madeira é considerada pela Juventude Socialista como um grande salto em frente e "corresponde ao crescente protagonismo" dos jovens socialistas, desde que, em 1993, realizaram no Porto o grande festival mundial da União Internacional das Juventude Socialistas.

Os candidatos da CDU pelo círculo de Vila Real foram ontem assistir à inauguração do matadouro do Barroso e Alto Tâmega, cerimónia em que participou o primeiro-ministro. Nos panfletos que distribuíram, os candidatos comunistas contestam o ciclo de inaugurações desencadeado pelo Governo, considerando que isso representa "campanha eleitoral do PSD feita com dinheiros do Estado". Depois, desafiam Cavaco Silva a declarar se o Governo "vai pagar as dívidas, de centenas de milhar de contos, do matadouro do Douro-Sul", em Moimenta da Beira. Querem também que o primeiro-ministro fale do destino a dar ao matadouro do Alto Alentejo, Sousel, que afirmam estar falido e "em vésperas de se transformar em fábrica de "lingerie" da Triumph". Segue-se a listagem da série de grandes matadouros que a CDU qualifica de maus investimentos. Acrescentam os candidatos comunistas que os "lucros dos grandes negociantes e industriais de carnes falaram mais alto que os interesses dos agricultores e do país".

Os murais de campanha do PSR parecem não estar a agradar à sensibilidade de algumas pessoas. Pelo menos, a avaliar pelas reacções. No princípio do mês, cinco candidatos do distrito do Porto foram conduzidos pela PSP à esquadra do Campo Lindo quando pintavam um pilar do viaduto do Amial, no Porto, para serem identificados. Na altura, a polícia deteve-os sob a acusação de estarem a pintar um edifício classificado de "utilidade pública". Esta semana, as pinturas de campanha efectuadas por elementos do partido nas paredes da Escola Secundária Augusto Gomes, em Matosinhos, foram pichadas com "slogans" e palavras de ordem conotadas com a extrema-direita. Alda Macedo, cabeça de lista do PSR, atribui estas acções a um grupo de "skinheads" e não se inibe de afirmar que "o discurso da direita portuguesa, nomeadamente o de Manuel Monteiro, legitima este tipo de violência". O PSR, em conjunto com o conselho directivo deste estabelecimento de ensino, pretende apresentar uma queixa formal do sucedido para serem apuradas responsabilidades criminais.

"O resultado da aplicação da Política Agrícola Comum (PAC) em Portugal é um dos fósforos que estão a incendiar o país durante o Verão", disse ao PÚBLICO, em Viseu, Manuela Cunha, membro da Comissão Executiva Nacional do partido ecologista Os Verdes. Segundo a mesma responsável, o abandono da actividade agrícola em Portugal, "a que tem obrigado a PAC", provoca "uma desvalorização crescente da política florestal e a ausência de ordenamento da floresta portuguesa". "Só agora é que o Governo descobriu que os incêndios têm origem criminosa e que há interesses económicos por trás deste fenómeno?", questionou-se Manuela Cunha, que lembrou ainda: "Os Verdes, o Serviço Nacional de Bombeiros e o Instituto Florestal já andam há muito a tentar alertar o Ministério da Administração Interna sobre a origem e interesses por trás dos fogos florestais." Um recado ao próximo governo foi também deixado por Manuela Cunha: "Acho que terão oportunidade de iniciar uma nova política a partir das áreas ardidas" disse, acrescentando que "é necessário e urgente declarar a situação de calamidade pública em muitas zonas do país e indemnizar rapidamente as populações mais afectadas".

Estava anunciado como um jantar de Marques Mendes com os candidatos do PSD pelo círculo de Viana do Castelo. Afinal, não era um jantar nem uma iniciativa partidária. O pároco e presidente da direcção do Centro Social e Paroquial de Vila Nova de Anha pretendeu fazer uma sessão de "agradecimento" ao ministro adjunto Marques Mendes e ao seu empenho na concretização da obra, já inaugurada por Cavaco Silva. Confusões que até elementos do PSD tiveram dificuldade em destrinçar. Como o ministro não compareceu "por razões imprevistas", o seu lugar foi anteontem ocupado pelo governador civil do distrito, Manso Gigante. Na mesa da sessão, presenciada por cerca de 200 pessoas, sentaram-se igualmente o deputado (e candidato) Roleira Marinho e o eurodeputado (e candidato) Lucas Pires. Aliás, dos 11 candidatos do PSD, o PÚBLICO descortinou dez na senda da obra feita. O pároco e os presentes acabariam por receber a boa nova. Manso Gigante garantiu que o ministro, "logo após as eleições", cumprirá a promessa de estar presente. O recado da noite foi dado por Roleira Marinho. Ao lamentar a ausência do "grande amigo", salientou que "ainda bem que o sr. ministro faltou". Porquê? Porque "os mais maliciosos diriam que estava em campanha eleitoral". O imprevisto de Marques Mendes salvou-o de uma situação embaraçosa, no mínimo.

Os timorenses no exílio deveriam ter direito a eleger um deputado à Assembleia da República, defendeu ontem, em Braga, D. Duarte, duque de Bragança. O pretendente ao trono falava na apresentação do livro "Versos do Oprimido", do poeta timorense Kay Shaly Rakmabean, lançado pela Real Associação de Braga. D. Duarte disse que os timorenses "deviam ter deputados no nosso Parlamento", eleitos pela sua comunidade ou através dos partidos, e convidou os candidatos à AR a falarem de Timor. Opinou ainda que, pese embora o "bom trabalho" do Ministério dos Negócios Estrangeiros, "Portugal por vezes esquece-se de Timor". O duque de Bragança propôs o lançamento de um selo a lembrar a causa timorense e exaltou os portugueses a não desistirem, frisando que, "se há responsabilidade colectiva", se deve agora "corrigir o que foi feito de mal". Quanto ao livro, apresentado pelo padre Apolinário, da comunidade timorense, D. Duarte descreve-o como "mais um grito de socorro do povo irmão timorense", sublinhando que "são cidadãos portugueses ocupados pela ditadura militar indonésia". A sessão decorreu no Museu dos Biscainhos, na presença do arcebispo de Braga, D. Eurico Dias Nogueira, e de representantes do Governo Civil e da Câmara de Braga, entre outros convidados, na sua maioria monárquicos.

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