Portugal Online!

15-02-2001
marcar artigo

Diário Económico >>

03 de Fevereiro

Cheias - Mondego: Poiares e Montemor ameaçam processar INAG e EDP

As duas câmaras municipais ameaçam processar o Instituto da Água e a EDP pelos prejuízos causados pelas cheias do Mondego. Em causa está a gestão das descargas da barragem da Aguieira. por Joana Nunes Mateus O Instituto da Água (INAG) e a EDP poderão vir a ser processados pelos municípios de Vila Nova de Poiares e de Montemor-o-Velho por causa das cheias do Mondego. Em declarações ao Diário Económico, o presidente de Vila Nova de Poiares, Jaime Soares garantiu que «se o Governo se descartar, não teremos dúvidas em processar o INAG e a EDP naquilo que forem os prejuízos causados pelas descargas da barragem da Aguieira». Jaime Soares, eleito nas listas do PS, quer responsabilizar o INAG em «alguns milhares de contos» pelos estragos que as descargas das barragens provocaram na ponte do Loredo. Para o autarca, o INAG e a EDP tiveram tempo para fazer descargas atempadas na barragem da Aguieira e na das Fronhas, mas optaram por manter as cotas no limite, «tendo que fazer descargas às pressas e com muito mais altas pressões». «Por isso, vamos accionar tudo aquilo que estiver ao nosso alcance contra as entidades responsáveis que são o INAG e a EDP», frisou. Confrontada pelo DE com estas acusações, a porta-voz do Ministério do Ambiente, Ana Margarida Valadas defendeu apenas que a actuação do INAG foi «exemplar». «A actuação do INAG foi concertada com todas as autoridades competentes nesta matéria», afirmou. O município de Montemor-o-Velho, ainda a contabilizar os estragos, remete para a próxima semana uma decisão sobre a «formalização de responsabilização a alguém» pelas cheias que inundaram a localidade até à última quarta-feira. Também os agricultores do Baixo Mondego apontam o dedo ao INAG pelos estragos na região: «Isto é demasiado grave para se deixar passar em claro», ameaça Carlos Laranjeiro da Associação de Beneficiários da Obra de Fomento Hidráulico do Baixo Mondego. Para esta associação, terão que haver indemnizações. «O responsável pelos prejuízos é o INAG, que é do Estado, e por isso o Governo deve disponibilizar aos agricultores uma linha de crédito ou a fundo perdido ou a juro zero», declarou ao DE, Carlos Laranjeiro, que só não processou ainda o INAG porque o recurso aos tribunais «é muito complicado». O autarca de Vila Nova de Poiares exige ainda a criação de uma comissão técnica especializada, para que as autarquias do Baixo Mondego participem na gestão das barragens da região. O secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, anunciou esta semana a criação de três comissões técnicas interministeriais, uma das quais para a região de Coimbra, no sentido de apurar o que sucedeu nas cheias do último fim-de-semana. Inquirido ontem pelo DE, Carlos Zorrinho revelou que irá incentivar «uma avaliação total de como tudo correu, de maneira a optimizar respostas futuras». O secretário de Estado defendeu também o papel do Serviço Nacional de Protecção Civil na coordenação das cheias no Mondego. «Em tudo aquilo que não foi imponderável, não se pode apontar nada à Protecção Civil», disse. jnmateus@economica.iol.pt

Diário Económico >>

03 de Fevereiro

Cheias - Mondego: Poiares e Montemor ameaçam processar INAG e EDP

As duas câmaras municipais ameaçam processar o Instituto da Água e a EDP pelos prejuízos causados pelas cheias do Mondego. Em causa está a gestão das descargas da barragem da Aguieira. por Joana Nunes Mateus O Instituto da Água (INAG) e a EDP poderão vir a ser processados pelos municípios de Vila Nova de Poiares e de Montemor-o-Velho por causa das cheias do Mondego. Em declarações ao Diário Económico, o presidente de Vila Nova de Poiares, Jaime Soares garantiu que «se o Governo se descartar, não teremos dúvidas em processar o INAG e a EDP naquilo que forem os prejuízos causados pelas descargas da barragem da Aguieira». Jaime Soares, eleito nas listas do PS, quer responsabilizar o INAG em «alguns milhares de contos» pelos estragos que as descargas das barragens provocaram na ponte do Loredo. Para o autarca, o INAG e a EDP tiveram tempo para fazer descargas atempadas na barragem da Aguieira e na das Fronhas, mas optaram por manter as cotas no limite, «tendo que fazer descargas às pressas e com muito mais altas pressões». «Por isso, vamos accionar tudo aquilo que estiver ao nosso alcance contra as entidades responsáveis que são o INAG e a EDP», frisou. Confrontada pelo DE com estas acusações, a porta-voz do Ministério do Ambiente, Ana Margarida Valadas defendeu apenas que a actuação do INAG foi «exemplar». «A actuação do INAG foi concertada com todas as autoridades competentes nesta matéria», afirmou. O município de Montemor-o-Velho, ainda a contabilizar os estragos, remete para a próxima semana uma decisão sobre a «formalização de responsabilização a alguém» pelas cheias que inundaram a localidade até à última quarta-feira. Também os agricultores do Baixo Mondego apontam o dedo ao INAG pelos estragos na região: «Isto é demasiado grave para se deixar passar em claro», ameaça Carlos Laranjeiro da Associação de Beneficiários da Obra de Fomento Hidráulico do Baixo Mondego. Para esta associação, terão que haver indemnizações. «O responsável pelos prejuízos é o INAG, que é do Estado, e por isso o Governo deve disponibilizar aos agricultores uma linha de crédito ou a fundo perdido ou a juro zero», declarou ao DE, Carlos Laranjeiro, que só não processou ainda o INAG porque o recurso aos tribunais «é muito complicado». O autarca de Vila Nova de Poiares exige ainda a criação de uma comissão técnica especializada, para que as autarquias do Baixo Mondego participem na gestão das barragens da região. O secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, anunciou esta semana a criação de três comissões técnicas interministeriais, uma das quais para a região de Coimbra, no sentido de apurar o que sucedeu nas cheias do último fim-de-semana. Inquirido ontem pelo DE, Carlos Zorrinho revelou que irá incentivar «uma avaliação total de como tudo correu, de maneira a optimizar respostas futuras». O secretário de Estado defendeu também o papel do Serviço Nacional de Protecção Civil na coordenação das cheias no Mondego. «Em tudo aquilo que não foi imponderável, não se pode apontar nada à Protecção Civil», disse. jnmateus@economica.iol.pt

marcar artigo