O elogio do ex-ministro

11-03-2000
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Em Viana, ouviu Ilda Figueiredo a informação, testemunhada pelos jornalistas, de que os três eurodeputados da CDU tinham sido determinantes para a sobrevivência da indústria naval portuguesa. E quem lho comunicou, sendo presidente do conselho de administração dos estaleiros, foi ministro de um dos governos de Cavaco Silva.

Segundo Duarte Silva –– é deste ex-ministro da Agricultura que se trata -, o trabalho dos representantes comunistas no PE tem sido exemplar. Em especial, no que respeita à indústria naval, a acção de Honório Novo, que é natural de Viana e cujo pai trabalha nos estaleiros navais da cidade.

Isto ouvido de manhã, Ilda Figueiredo contou-o, à noite, tanto no megajantar de Aveiro como no comício de Coimbra, acrescentando-lhe um ponto: são só três os comunistas de Estrasburgo, mas produzem um terço de toda a representação nacional, de 25 deputados.

Do «monarca» ao «capataz da Nato»

Carlos Carvalhas, a alma da campanha desde o início, ainda lhe juntou testemunhos mais insuspeitos. No dizer do secretário-geral do PCP, até Cavaco Silva reconheceu, em tempos, o apego dos comunistas ao trabalho. «E Guterres, se não o diz agora por andar em campanha, já o disse na Assembleia da República», garantiu Carvalhas.

Este é o argumento-base usado em crescendo pelos tenores da CDU. Outro, porém, subiu ao palco dos comícios da semana: o número e a importância das mulheres na lista da CDU.

Como não se tem cansado Ilda Figueiredo de lembrar, «enquanto o PS e o PSD incluíram duas mulheres nos dez primeiros lugares, a CDU tem cinco». São elas, além de Ilda Figueiredo, Manuela Cunha, Graciete Cruz, Odete Santos e Rosa Colaço. Com tais candidatas, insiste a cabeça-de-lista, está garantido o bom uso do voto comunista na Europa.

O resto fica por conta de Carvalhas e da política interna, avultando o combate ao PS e ao Governo e a guerra sistemática aos apoiantes da intervenção militar no Kosovo. Com nomes. Quanto ao PS, diz Carvalhas que está a «eleger um monarca», obviamente Soares, «cada vez mais pródigo em dislates»; e sobre o Governo, considera «uma vergonha» o apoio a Solana para «senhor PESC», pois «é um capataz da NATO».

Para a segunda semana de campanha, a CDU concentra esforços na Área Metropolitana de Lisboa. Já ontem, Ilda Figueiredo e Carlos Carvalhas andaram por Vila Franca, Alverca, Loures e Queluz; amanhã vão à Outra Banda, repetindo a visita na quarta-feira. O encerramento está marcado para o Coliseu de Lisboa, mas não dispensa o aquecimento, de manhã e de tarde, nos «bastiões» de Almada e Seixal.

DANIEL REIS

Em Viana, ouviu Ilda Figueiredo a informação, testemunhada pelos jornalistas, de que os três eurodeputados da CDU tinham sido determinantes para a sobrevivência da indústria naval portuguesa. E quem lho comunicou, sendo presidente do conselho de administração dos estaleiros, foi ministro de um dos governos de Cavaco Silva.

Segundo Duarte Silva –– é deste ex-ministro da Agricultura que se trata -, o trabalho dos representantes comunistas no PE tem sido exemplar. Em especial, no que respeita à indústria naval, a acção de Honório Novo, que é natural de Viana e cujo pai trabalha nos estaleiros navais da cidade.

Isto ouvido de manhã, Ilda Figueiredo contou-o, à noite, tanto no megajantar de Aveiro como no comício de Coimbra, acrescentando-lhe um ponto: são só três os comunistas de Estrasburgo, mas produzem um terço de toda a representação nacional, de 25 deputados.

Do «monarca» ao «capataz da Nato»

Carlos Carvalhas, a alma da campanha desde o início, ainda lhe juntou testemunhos mais insuspeitos. No dizer do secretário-geral do PCP, até Cavaco Silva reconheceu, em tempos, o apego dos comunistas ao trabalho. «E Guterres, se não o diz agora por andar em campanha, já o disse na Assembleia da República», garantiu Carvalhas.

Este é o argumento-base usado em crescendo pelos tenores da CDU. Outro, porém, subiu ao palco dos comícios da semana: o número e a importância das mulheres na lista da CDU.

Como não se tem cansado Ilda Figueiredo de lembrar, «enquanto o PS e o PSD incluíram duas mulheres nos dez primeiros lugares, a CDU tem cinco». São elas, além de Ilda Figueiredo, Manuela Cunha, Graciete Cruz, Odete Santos e Rosa Colaço. Com tais candidatas, insiste a cabeça-de-lista, está garantido o bom uso do voto comunista na Europa.

O resto fica por conta de Carvalhas e da política interna, avultando o combate ao PS e ao Governo e a guerra sistemática aos apoiantes da intervenção militar no Kosovo. Com nomes. Quanto ao PS, diz Carvalhas que está a «eleger um monarca», obviamente Soares, «cada vez mais pródigo em dislates»; e sobre o Governo, considera «uma vergonha» o apoio a Solana para «senhor PESC», pois «é um capataz da NATO».

Para a segunda semana de campanha, a CDU concentra esforços na Área Metropolitana de Lisboa. Já ontem, Ilda Figueiredo e Carlos Carvalhas andaram por Vila Franca, Alverca, Loures e Queluz; amanhã vão à Outra Banda, repetindo a visita na quarta-feira. O encerramento está marcado para o Coliseu de Lisboa, mas não dispensa o aquecimento, de manhã e de tarde, nos «bastiões» de Almada e Seixal.

DANIEL REIS

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