PCP-Porto dividido entre João Amaral e Honório Novo

30-01-2002
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PCP-Porto Dividido Entre João Amaral e Honório Novo

Por RAPOSO ANTUNES

Domingo, 13 de Janeiro de 2002

Cabeça de lista da CDU pelo distrito do Porto discutido na última reunião da DORP do PCP

Sérgio Teixeira, responsável máximo do PCP-Porto, recusou-se ontem a comentar a questão do eventual afastamento do deputado João Amaral como cabeça de lista pelo círculo do Porto e da sua substituição por José Honório Novo, que foi o candidato dos comunistas à presidência da Câmara de Matosinhos nas últimas autárquicas.

Sérgio Teixeira, que é também membro da Comissão Política do partido, reconheceu apenas que, na última reunião da DORP, realizada anteontem, foi discutida a lista, a próxima campanha eleitoral e o encontro nacional que o PCP vai realizar. Garantiu ainda que, até ao final deste mês, a direcção do PCP-Porto irá reunir-se novamente e que, nessa altura, será tomada uma decisão sobre o cabeça de lista e restantes candidatos.

Mas o PÚBLICO apurou que o eventual afastamento de João Amaral, uma das figuras de proa dos renovadores, terá sido contestado por diversos dirigentes comunistas presentes na reunião da DORP. Para alguns destes dirigentes, seria incompreensível excluir da lista um dos melhores deputados do partido. Uma das intervenções mais marcantes em defesa de João Amaral foi a de Manuel Freitas, dirigente da DORP e presidente da Federação dos Sindicatos Têxteis.

Durante a reunião, o número de intervenções a favor das candidaturas de Amaral e Honório Novo praticamente equivaleu-se, ainda que com uma ligeira vantagem a favor do segundo, cujo nome teria sido avançado pelo responsável máximo da DORP. E foi justamente a divisão criada em torno dos dois nomes e as muitas resistências expressas em relação ao eventual afastamento de Amaral que levaram a DORP a marcar uma nova reunião para próximo dia 23.

As divisões no PCP-Porto manifestaram-se ainda em relação ao facto de um membro da DORP, José Maria Silva, que é também funcionário do partido, surgir na lista dos subscritores do abaixo-assinado que reclama a realização de um congresso extraordinário dos comunistas. Este dirigente comunista ouviu críticas por ter assinado o documento, mas o tom geral terá sido de compreensão no que diz respeito à sua atitude.

Confrontado com estas divisões, Sérgio Teixeira desmentiu a existência de qualquer votação, disse não ser verdadeira a leitura que estava a ser feita da reunião e recusou-se a confirmar que tenha sido ele a avançar com o nome de Honório Novo.

Oficialmente, desta reunião da DORP resultou apenas um comunicado, no qual o PCP-Porto se manifestou "indignado" por sociais-democratas e socialistas fazerem da Junta Metropolitana do Porto uma "feira das vaidades e tricas partidárias", e considera que estes comportamentos "envergonham o Porto".

Já ontem, num encontro de militantes do PCP da cidade do Porto, que foi fechado à comunicação social, vários militantes teceram críticas à orientação política do partido. As mais contundentes terão sido as expressas por Cristina Pimenta, "número dois" de Rui Sá na candidatura apresentada pela CDU nas últimas autárquicas, pelo ex-sindicalista da CGTP Vieira Mendes e por Adriano Teixeira de Sousa. Refira-se que estes militantes integraram a lista de subscritores do abaixo-assinado.

PCP-Porto Dividido Entre João Amaral e Honório Novo

Por RAPOSO ANTUNES

Domingo, 13 de Janeiro de 2002

Cabeça de lista da CDU pelo distrito do Porto discutido na última reunião da DORP do PCP

Sérgio Teixeira, responsável máximo do PCP-Porto, recusou-se ontem a comentar a questão do eventual afastamento do deputado João Amaral como cabeça de lista pelo círculo do Porto e da sua substituição por José Honório Novo, que foi o candidato dos comunistas à presidência da Câmara de Matosinhos nas últimas autárquicas.

Sérgio Teixeira, que é também membro da Comissão Política do partido, reconheceu apenas que, na última reunião da DORP, realizada anteontem, foi discutida a lista, a próxima campanha eleitoral e o encontro nacional que o PCP vai realizar. Garantiu ainda que, até ao final deste mês, a direcção do PCP-Porto irá reunir-se novamente e que, nessa altura, será tomada uma decisão sobre o cabeça de lista e restantes candidatos.

Mas o PÚBLICO apurou que o eventual afastamento de João Amaral, uma das figuras de proa dos renovadores, terá sido contestado por diversos dirigentes comunistas presentes na reunião da DORP. Para alguns destes dirigentes, seria incompreensível excluir da lista um dos melhores deputados do partido. Uma das intervenções mais marcantes em defesa de João Amaral foi a de Manuel Freitas, dirigente da DORP e presidente da Federação dos Sindicatos Têxteis.

Durante a reunião, o número de intervenções a favor das candidaturas de Amaral e Honório Novo praticamente equivaleu-se, ainda que com uma ligeira vantagem a favor do segundo, cujo nome teria sido avançado pelo responsável máximo da DORP. E foi justamente a divisão criada em torno dos dois nomes e as muitas resistências expressas em relação ao eventual afastamento de Amaral que levaram a DORP a marcar uma nova reunião para próximo dia 23.

As divisões no PCP-Porto manifestaram-se ainda em relação ao facto de um membro da DORP, José Maria Silva, que é também funcionário do partido, surgir na lista dos subscritores do abaixo-assinado que reclama a realização de um congresso extraordinário dos comunistas. Este dirigente comunista ouviu críticas por ter assinado o documento, mas o tom geral terá sido de compreensão no que diz respeito à sua atitude.

Confrontado com estas divisões, Sérgio Teixeira desmentiu a existência de qualquer votação, disse não ser verdadeira a leitura que estava a ser feita da reunião e recusou-se a confirmar que tenha sido ele a avançar com o nome de Honório Novo.

Oficialmente, desta reunião da DORP resultou apenas um comunicado, no qual o PCP-Porto se manifestou "indignado" por sociais-democratas e socialistas fazerem da Junta Metropolitana do Porto uma "feira das vaidades e tricas partidárias", e considera que estes comportamentos "envergonham o Porto".

Já ontem, num encontro de militantes do PCP da cidade do Porto, que foi fechado à comunicação social, vários militantes teceram críticas à orientação política do partido. As mais contundentes terão sido as expressas por Cristina Pimenta, "número dois" de Rui Sá na candidatura apresentada pela CDU nas últimas autárquicas, pelo ex-sindicalista da CGTP Vieira Mendes e por Adriano Teixeira de Sousa. Refira-se que estes militantes integraram a lista de subscritores do abaixo-assinado.

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