Carro de Emergência Médica de Aveiro Só É Activado por Coimbra
Por RUI BAPTISTA
Domingo, 29 de Abril de 2001
Atrasos na activação do 112 põem em risco vidas humanas, denuncia deputado do PSD
"Um escândalo!" É assim que o deputado social-democrata Hermínio Loureiro classifica o que se está a passar em Aveiro com a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), que pode ser activada, em caso de emergência, através de uma simples chamada telefónica para o 112. Apesar de se encontrar instalada no Hospital Distrital de Aveiro, a viatura só pode sair em missão depois de receber autorização expressa do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Coimbra, um centro de triagem médica situado a cerca de 60 quilómetros de distância.
"Nesta situação perdem-se minutos, demasiados minutos, e infelizmente, vidas humanas", garante o deputado, que requereu esta semana ao Ministério da Saúde que esclareça quando vai instalar em Aveiro um CODU. E pergunta ainda "até quando estas desigualdades se vão manter, sendo que prejudicam de forma clara as populações de Aveiro, não podendo existir urgências de primeira e de segunda".
Para se perceber melhor o que está em causa, o deputado recorre a um exemplo. "Imagine-se que alguém tem um acidente no parque de estacionamento da Universidade, situado em frente ao hospital distrital", diz Loureiro. A viatura de emergência é activada através do 112, mas só pode atravessar a rua para socorrer os eventuais feridos após receber autorização de Coimbra. Se o acidente tiver ocorrido longe do hospital, por exemplo numa das freguesias rurais, a situação piora, pois cabe ao CODU dar aos ocupantes da VMER (um médico e um enfermeiro) a localização geográfica exacta do sinistro, orientando-os via rádio em caso de necessidade.
"Aveiro fica mais uma vez à espera de Coimbra, que desconhece a realidade geográfica para a necessidade de um socorro rápido e ao mesmo tempo desconhece o funcionamento da rede de bombeiros da zona de Aveiro. Quando é necessária uma orientação geográfica de uma localidade de Aveiro, é evidente que os técnicos de Coimbra não conhecem, provocando situações no mínimo bizarras", afirma o deputado.
A VMER foi instalada em Aveiro em 1 de Agosto de 2000, para dar resposta a situações urgentes de paragens cardíacas ou acidentes graves. Desde essa altura, as chamadas feitas para o 112 vão parar à central da PSP, que depois as reenvia para os Bombeiros Velhos. Uma ambulância sai então para a ocorrência e, se tiver necessidade de apoio médico, pede de novo à central da PSP que active a Vmer. A central liga então para Coimbra, onde o CODU local trata de activar a viatura de Aveiro. "Com todas estas voltas fica anulada a eficácia da equipa médica nos casos mais graves de paragem cardíaca ou acidentados graves", acusa o deputado, lembrando que a VMER instalada em Viseu desde o Verão do ano passado já dispõe de um CODU autónomo.
"Podemos concluir que com esta situação se perdem postos de trabalho em Aveiro, se perde eficácia no atendimento da população de Aveiro e que a dependência de Coimbra se acentua, ao contrário das promessas feitas", remata Hermínio Loureiro.
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Carro de Emergência Médica de Aveiro Só É Activado por Coimbra
Por RUI BAPTISTA
Domingo, 29 de Abril de 2001
Atrasos na activação do 112 põem em risco vidas humanas, denuncia deputado do PSD
"Um escândalo!" É assim que o deputado social-democrata Hermínio Loureiro classifica o que se está a passar em Aveiro com a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), que pode ser activada, em caso de emergência, através de uma simples chamada telefónica para o 112. Apesar de se encontrar instalada no Hospital Distrital de Aveiro, a viatura só pode sair em missão depois de receber autorização expressa do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Coimbra, um centro de triagem médica situado a cerca de 60 quilómetros de distância.
"Nesta situação perdem-se minutos, demasiados minutos, e infelizmente, vidas humanas", garante o deputado, que requereu esta semana ao Ministério da Saúde que esclareça quando vai instalar em Aveiro um CODU. E pergunta ainda "até quando estas desigualdades se vão manter, sendo que prejudicam de forma clara as populações de Aveiro, não podendo existir urgências de primeira e de segunda".
Para se perceber melhor o que está em causa, o deputado recorre a um exemplo. "Imagine-se que alguém tem um acidente no parque de estacionamento da Universidade, situado em frente ao hospital distrital", diz Loureiro. A viatura de emergência é activada através do 112, mas só pode atravessar a rua para socorrer os eventuais feridos após receber autorização de Coimbra. Se o acidente tiver ocorrido longe do hospital, por exemplo numa das freguesias rurais, a situação piora, pois cabe ao CODU dar aos ocupantes da VMER (um médico e um enfermeiro) a localização geográfica exacta do sinistro, orientando-os via rádio em caso de necessidade.
"Aveiro fica mais uma vez à espera de Coimbra, que desconhece a realidade geográfica para a necessidade de um socorro rápido e ao mesmo tempo desconhece o funcionamento da rede de bombeiros da zona de Aveiro. Quando é necessária uma orientação geográfica de uma localidade de Aveiro, é evidente que os técnicos de Coimbra não conhecem, provocando situações no mínimo bizarras", afirma o deputado.
A VMER foi instalada em Aveiro em 1 de Agosto de 2000, para dar resposta a situações urgentes de paragens cardíacas ou acidentes graves. Desde essa altura, as chamadas feitas para o 112 vão parar à central da PSP, que depois as reenvia para os Bombeiros Velhos. Uma ambulância sai então para a ocorrência e, se tiver necessidade de apoio médico, pede de novo à central da PSP que active a Vmer. A central liga então para Coimbra, onde o CODU local trata de activar a viatura de Aveiro. "Com todas estas voltas fica anulada a eficácia da equipa médica nos casos mais graves de paragem cardíaca ou acidentados graves", acusa o deputado, lembrando que a VMER instalada em Viseu desde o Verão do ano passado já dispõe de um CODU autónomo.
"Podemos concluir que com esta situação se perdem postos de trabalho em Aveiro, se perde eficácia no atendimento da população de Aveiro e que a dependência de Coimbra se acentua, ao contrário das promessas feitas", remata Hermínio Loureiro.