EXPRESSO: País

26-09-2001
marcar artigo

Presidente da Comissão do Euro fica sem «dossier» de trabalho

João Carlos Santos Hermínio Loureiro (PSD) junto à bagageira do carro assaltado

João Carlos Santos Hermínio Loureiro (PSD) junto à bagageira do carro assaltado

MAIS de um ano de trabalho político sobre o próximo europeu de futebol, o cartão de deputado, bilhete de identidade e dois bilhetes de avião foram alguns dos pertences que, há uma semana, foram roubados do carro do deputado que desde anteontem preside à Comissão Eventual para a Análise e Fiscalização dos Recursos Públicos envolvidos na Organização do Euro-2004.

Negligência? Descuido? Hermínio Loureiro, deputado do PSD eleito pelo círculo de Aveiro, defende-se: «Não foi descuido, foi excesso de confiança porque estamos a falar de uma cidade considerada a mais segura do país»... mais concretamente, Oliveira de Azeméis.

De qualquer forma, o deputado dá a sua palavra de honra de que não lhe foi roubado nada «oficial», à excepção dos seus documentos pessoais, como o bilhete de identidade ou o cartão de deputado. «Documentos institucionais, não» - garante - «eram documentos de trabalho, nomeadamente sobre a Sociedade Euro-2004» e «o mais grave», continua Hermínio Loureiro, «é que muita daquela pesquisa iria servir de arma política». Contra o Governo socialista, evidentemente.

O novo presidente da Comissão

Mas se nesse dia Hermínio Loureiro - que já coordenava os deputados sociais-democratas nesta comissão - tinha razões para estar contente, sentimentos opostos tinham-no dominado quatro dias antes.

Na noite de sábado para domingo deixou o seu carro estacionado no Cerro, em Oliveira de Azeméis, e, dentro dele, duas pastas de cabedal e uma de lona, com objectos preciosos: documentação relativa ao Euro-2004, documentos de identificação, dois bilhetes de avião Porto/ Lisboa e Lisboa/Porto. De manhã, quando deparou com o furto, desesperou. Como conta um graduado da secção de inquéritos da GNR de Oliveira de Azeméis - onde Loureiro apresentou queixa - «o senhor deputado, quando se apercebeu de que tinha sido roubado, andou de um lado para o outro à procura dos documentos nos caixotes de lixo e só quando viu goradas todas as suas possibilidades apresentou queixa à GNR».

Hermínio Loureiro admite onde a angústia o levou: «Andei pela cidade, nomeadamente nos caixotes de lixo, porque foi um trabalho de dedicação, estavam ali muitos dos meus sábados e domingos».

Ainda no domingo, acabou por ir à GNR de Oliveira de Azeméis, tendo formalizado a queixa no dia seguinte, «a pedido da GNR», afirma, «por causa dos formalismos». A Guarda Nacional Republicana, entretanto, já emitiu um comunicado que foi difundido para a PSP e a Polícia Judiciária. Os documentos, porém, continuam desaparecidos.

«Nada sigiloso nem oficial»

Aliás, afirma que tinha «em fase de conclusão» um trabalho em que comparava «declarações de José Sócrates, aquando da vitória de Portugal na organização do Euro, com declarações do actual ministro José Lello - passando por outras de Fernando Gomes e de Armando Vara - em que entravam em várias contradições».

Mais complicada poderia ser a questão do cartão de deputado, que funciona como um «livre-trânsito», concedendo a livre circulação em locais públicos de acesso condicionado. Loureiro afirma que já se informou sobre o assunto e que lhe foi explicado que não haverá grande problema, «uma vez que o cartão tem a fotografia do deputado».

Por enquanto, resta-lhe a esperança de que «os documentos apareçam».

Presidente da Comissão do Euro fica sem «dossier» de trabalho

João Carlos Santos Hermínio Loureiro (PSD) junto à bagageira do carro assaltado

João Carlos Santos Hermínio Loureiro (PSD) junto à bagageira do carro assaltado

MAIS de um ano de trabalho político sobre o próximo europeu de futebol, o cartão de deputado, bilhete de identidade e dois bilhetes de avião foram alguns dos pertences que, há uma semana, foram roubados do carro do deputado que desde anteontem preside à Comissão Eventual para a Análise e Fiscalização dos Recursos Públicos envolvidos na Organização do Euro-2004.

Negligência? Descuido? Hermínio Loureiro, deputado do PSD eleito pelo círculo de Aveiro, defende-se: «Não foi descuido, foi excesso de confiança porque estamos a falar de uma cidade considerada a mais segura do país»... mais concretamente, Oliveira de Azeméis.

De qualquer forma, o deputado dá a sua palavra de honra de que não lhe foi roubado nada «oficial», à excepção dos seus documentos pessoais, como o bilhete de identidade ou o cartão de deputado. «Documentos institucionais, não» - garante - «eram documentos de trabalho, nomeadamente sobre a Sociedade Euro-2004» e «o mais grave», continua Hermínio Loureiro, «é que muita daquela pesquisa iria servir de arma política». Contra o Governo socialista, evidentemente.

O novo presidente da Comissão

Mas se nesse dia Hermínio Loureiro - que já coordenava os deputados sociais-democratas nesta comissão - tinha razões para estar contente, sentimentos opostos tinham-no dominado quatro dias antes.

Na noite de sábado para domingo deixou o seu carro estacionado no Cerro, em Oliveira de Azeméis, e, dentro dele, duas pastas de cabedal e uma de lona, com objectos preciosos: documentação relativa ao Euro-2004, documentos de identificação, dois bilhetes de avião Porto/ Lisboa e Lisboa/Porto. De manhã, quando deparou com o furto, desesperou. Como conta um graduado da secção de inquéritos da GNR de Oliveira de Azeméis - onde Loureiro apresentou queixa - «o senhor deputado, quando se apercebeu de que tinha sido roubado, andou de um lado para o outro à procura dos documentos nos caixotes de lixo e só quando viu goradas todas as suas possibilidades apresentou queixa à GNR».

Hermínio Loureiro admite onde a angústia o levou: «Andei pela cidade, nomeadamente nos caixotes de lixo, porque foi um trabalho de dedicação, estavam ali muitos dos meus sábados e domingos».

Ainda no domingo, acabou por ir à GNR de Oliveira de Azeméis, tendo formalizado a queixa no dia seguinte, «a pedido da GNR», afirma, «por causa dos formalismos». A Guarda Nacional Republicana, entretanto, já emitiu um comunicado que foi difundido para a PSP e a Polícia Judiciária. Os documentos, porém, continuam desaparecidos.

«Nada sigiloso nem oficial»

Aliás, afirma que tinha «em fase de conclusão» um trabalho em que comparava «declarações de José Sócrates, aquando da vitória de Portugal na organização do Euro, com declarações do actual ministro José Lello - passando por outras de Fernando Gomes e de Armando Vara - em que entravam em várias contradições».

Mais complicada poderia ser a questão do cartão de deputado, que funciona como um «livre-trânsito», concedendo a livre circulação em locais públicos de acesso condicionado. Loureiro afirma que já se informou sobre o assunto e que lhe foi explicado que não haverá grande problema, «uma vez que o cartão tem a fotografia do deputado».

Por enquanto, resta-lhe a esperança de que «os documentos apareçam».

marcar artigo