Processo gerido em segredo

08-02-2002
marcar artigo

Processo Gerido em Segredo

Por HELENA PEREIRA

Segunda-feira, 4 de Fevereiro de 2002 Novidades do PSD dividem-se entre independentes, barrosistas e cavaquistas O PSD quis gerir em poucos dias e com discrição o "dossier" das listas de deputados. Foi o partido que encerrou mais cedo este capítulo, uma semana antes do prazo final. Um dos objectivos era o de resolver a guerra de nomes - que é inevitável - num curto prazo de tempo para abafar as críticas internas e impedir que o nome do PSD andasse nos cabeçalhos do jornal. O outro era terminar o processo antes do PS de modo a dar mais espaço na comunicação social às contestações no aparelho socialista. O processo foi gerido com tal secretismo que mesmo dirigentes nacionais próximos de Durão Barroso estiveram na ignorância até à véspera do conselho nacional que aprovou as listas, na sexta-feira, dia 26. Nos corredores sociais-democratas, diz-se que foi tudo feito à boa maneira cavaquista. Primeiro, no início de Janeiro, o conselho nacional determinou que os cabeças de lista eram da exclusiva responsabilidade do líder do PSD e que os autarcas fossem afastados das listas. Na semana seguintes, as distritais reuniram e a prática generalizada foi enviar à direcção do PSD por ordem alfabética os nomes indicados pelas secções. O conselho nacional reuniu depois, sendo que os convites formais aos candidatos ocorreram nessa semana. Só na véspera é que os próprios dirigentes distritais tiveram conhecimento sobre quem seriam os cabeças de lista nos seus distritos. As reuniões entre a "troika" encarregue do processo (José Luís Arnaut, Nuno Morais Sarmento e Dias Loureiro) e os presidentes das distritais tiveram lugar entre quinta e sexta-feira, altura em que as listas foram cozinhadas, sob o habitual ataque de nervos das estruturas locais. As listas tiveram 30 por cento de votos contra dos conselheiros nacionais do PSD. Dentro da sala da reunião, poucas críticas se ouviram, apesar de nos corredores do Centro Cultural de Belém a agitação ter sido grande. Os sociais-democratas acreditam que a conjuntura é-lhes favorável e, por isso, a vontade de contestar o líder acabou por ser calada. As críticas surgiram apenas do autarca das Caldas da Rainha e da distrital de Beja que não quis aceitar o cabeça de lista, Luís Serrano. Os independentes distribuídos pelas várias distritais em lugares elegíveis foram 10 de um total de 18. Entre os 22 círculos eleitorais, o PSD manteve sete cabeças de lista. Isto graças ao afastamento dos autarcas, que em 1999 ocuparam o primeiro lugar em oito distritos. As novidades do PSD dividem-se entre os independentes, cavaquistas, homens de Durão Barroso e a quota do novo vice-presidente, Pedro Santana Lopes. Maria Elisa Domingues, jornalista, Fernando Negrão, ex-director da Polícia Judiciária, Pinheiro Torres, do movimento Juntos pela Vida, Graça Proença de Carvalho, corretora, são alguns dos independentes. No segundo grupo estão pessoas como Dias Loureiro, ex-ministro da Administração Interna, Leonor Beleza, ex-ministra da Saúde, Vasco Valdez, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Jorge Godinho, ex-administrador da Portucel, actualmente quadro superior da EDP e responsável pela área do Sector Público e Privatizações no gabinete de estudos nacional do PSD, Costa e Oliveira, ex-sub-secretário de Estado da Agricultura e responsável pela área do Desporto no gabinete de estudos nacional do PSD, Luís Serrano, antigo governador civil de Beja quando era ministro da Administração Interna Dias Loureiro. No terceiro caso, surgem Morais Sarmento e Tavares Moreira, dois vice-presidentes do PSD, Clara Carneiro, ministra sombra para a saúde, Diogo Vasconcelos, ministro sombra para a sociedade de informação, Maria Assunção Esteves, membro da comissão de redacção do programa eleitoral, Luís Pais de Sousa, ministro sombra da Justiça. No quarto grupo encontram-se (para lém dos actuais deputados Rui Gomes da Silva e Henrique Chaves) Gonçalo Capitão, um elemento da JSD, e dois antigos vereadores da Câmara da Figueira da Foz: José Pereira da Costa (em Lisboa) e Rosário Águas (no Porto). OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE PSD é quem mais renova

As listas mais discutidas

Processo gerido em segredo

Fogo cruzado distrito a distrito

Renovação na CDU afasta renovadores

Portas baralha e dá de novo

BE joga pelo seguro

O jogo das cadeiras

Processo Gerido em Segredo

Por HELENA PEREIRA

Segunda-feira, 4 de Fevereiro de 2002 Novidades do PSD dividem-se entre independentes, barrosistas e cavaquistas O PSD quis gerir em poucos dias e com discrição o "dossier" das listas de deputados. Foi o partido que encerrou mais cedo este capítulo, uma semana antes do prazo final. Um dos objectivos era o de resolver a guerra de nomes - que é inevitável - num curto prazo de tempo para abafar as críticas internas e impedir que o nome do PSD andasse nos cabeçalhos do jornal. O outro era terminar o processo antes do PS de modo a dar mais espaço na comunicação social às contestações no aparelho socialista. O processo foi gerido com tal secretismo que mesmo dirigentes nacionais próximos de Durão Barroso estiveram na ignorância até à véspera do conselho nacional que aprovou as listas, na sexta-feira, dia 26. Nos corredores sociais-democratas, diz-se que foi tudo feito à boa maneira cavaquista. Primeiro, no início de Janeiro, o conselho nacional determinou que os cabeças de lista eram da exclusiva responsabilidade do líder do PSD e que os autarcas fossem afastados das listas. Na semana seguintes, as distritais reuniram e a prática generalizada foi enviar à direcção do PSD por ordem alfabética os nomes indicados pelas secções. O conselho nacional reuniu depois, sendo que os convites formais aos candidatos ocorreram nessa semana. Só na véspera é que os próprios dirigentes distritais tiveram conhecimento sobre quem seriam os cabeças de lista nos seus distritos. As reuniões entre a "troika" encarregue do processo (José Luís Arnaut, Nuno Morais Sarmento e Dias Loureiro) e os presidentes das distritais tiveram lugar entre quinta e sexta-feira, altura em que as listas foram cozinhadas, sob o habitual ataque de nervos das estruturas locais. As listas tiveram 30 por cento de votos contra dos conselheiros nacionais do PSD. Dentro da sala da reunião, poucas críticas se ouviram, apesar de nos corredores do Centro Cultural de Belém a agitação ter sido grande. Os sociais-democratas acreditam que a conjuntura é-lhes favorável e, por isso, a vontade de contestar o líder acabou por ser calada. As críticas surgiram apenas do autarca das Caldas da Rainha e da distrital de Beja que não quis aceitar o cabeça de lista, Luís Serrano. Os independentes distribuídos pelas várias distritais em lugares elegíveis foram 10 de um total de 18. Entre os 22 círculos eleitorais, o PSD manteve sete cabeças de lista. Isto graças ao afastamento dos autarcas, que em 1999 ocuparam o primeiro lugar em oito distritos. As novidades do PSD dividem-se entre os independentes, cavaquistas, homens de Durão Barroso e a quota do novo vice-presidente, Pedro Santana Lopes. Maria Elisa Domingues, jornalista, Fernando Negrão, ex-director da Polícia Judiciária, Pinheiro Torres, do movimento Juntos pela Vida, Graça Proença de Carvalho, corretora, são alguns dos independentes. No segundo grupo estão pessoas como Dias Loureiro, ex-ministro da Administração Interna, Leonor Beleza, ex-ministra da Saúde, Vasco Valdez, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Jorge Godinho, ex-administrador da Portucel, actualmente quadro superior da EDP e responsável pela área do Sector Público e Privatizações no gabinete de estudos nacional do PSD, Costa e Oliveira, ex-sub-secretário de Estado da Agricultura e responsável pela área do Desporto no gabinete de estudos nacional do PSD, Luís Serrano, antigo governador civil de Beja quando era ministro da Administração Interna Dias Loureiro. No terceiro caso, surgem Morais Sarmento e Tavares Moreira, dois vice-presidentes do PSD, Clara Carneiro, ministra sombra para a saúde, Diogo Vasconcelos, ministro sombra para a sociedade de informação, Maria Assunção Esteves, membro da comissão de redacção do programa eleitoral, Luís Pais de Sousa, ministro sombra da Justiça. No quarto grupo encontram-se (para lém dos actuais deputados Rui Gomes da Silva e Henrique Chaves) Gonçalo Capitão, um elemento da JSD, e dois antigos vereadores da Câmara da Figueira da Foz: José Pereira da Costa (em Lisboa) e Rosário Águas (no Porto). OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE PSD é quem mais renova

As listas mais discutidas

Processo gerido em segredo

Fogo cruzado distrito a distrito

Renovação na CDU afasta renovadores

Portas baralha e dá de novo

BE joga pelo seguro

O jogo das cadeiras

marcar artigo