Bombeiros da Póvoa em ebulição

18-04-2001
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Bombeiros da Póvoa em Ebulição

Por ÂNGELO TEIXEIRA MARQUES

Sexta-feira, 16 de Março de 2001

Comandante diz que se demite se a lista vencedora das eleições integrar qualquer elemento da actual direcção

O comandante dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim, Joaquim Sá, anunciou ontem que se demitirá do cargo se a lista vencedora das eleições para os órgãos sociais da corporação integrar qualquer elemento da actual direcção, presidida por Henrique Campos Cunha. O escrutínio está marcado para 5 do próximo mês, e, para já, apenas o advogado Carlos Mateus, que há cerca de um ano perdeu nas urnas para Campos Cunha, manifestou publicamente a intenção de concorrer. O presidente em funções já divulgou que não vai encabeçar uma lista.

Sá, que participou numa conferência de imprensa conjunta com o presidente da câmara, Macedo Vieira, revelou ainda que desde a crise que abalou a associação tem em seu poder as cartas de demissão de todos os bombeiros voluntários que seriam activadas se o comando decidisse tomar "uma posição mais radical". "Isso não vai acontecer porque já estão marcadas eleições", salientou o comandante da corporação, apelando aos membros da direcção que "deixem Campos Cunha ficar sozinho". Quem é este homem? Foi eleito vereador pelo CDS em 1979 e um ano depois foi designado vice-presidente da câmara, cargo que desempenhou durante nove anos consecutivos. Em 1989 encabeçou a lista do CDS na disputa eleitoral com Manuel Vaz, que tinha transitado para o PSD, acabando por perder o escrutínio, mantendo-se como vereador.

"Profundo desagrado"

A marcação das eleições, através de uma convocatória assinada (de forma ilegível) pelos órgãos sociais e publicada num semanário local, provocou um "profundo desagrado" em Macedo Vieira, que acusou Campos Cunha de gerir a instituição "aplicando a teoria do quero, posso e mando como se a associação fosse uma quinta". É que, na sequência do conflito no seio da associação, Vieira tinha assumido a mediação entre as partes em litígio: Campos Cunha e seus pares e, do outro lado, o presidente da assembleia geral, Tomás Pontes.

Macedo Vieira disse ontem na conferência de imprensa que tinha acordado com as duas facções que seria Tomás Pontes a convocar a assembleia geral para a realização de eleições antecipadas, mas o processo eleitoral passaria para as mãos de Filomeno Terroso, um associado que inclusive já tinha aceitado essa missão. Só que, entretanto, o Tribunal Judicial da Comarca da Póvoa de Varzim aceitou a providência cautelar interposta pela direcção da corporação impedindo Tomás Pontes de "agir na qualidade de presidente da mesa da assembleia"".

Campos Cunha enviou, na passada segunda-feira, uma carta ao presidente da câmara acusando-o de ter conhecimento da decisão judicial, aquando de uma reunião entre as partes, na sexta-feira anterior e, como tal, "quebrou-se o clima de confiança estabelecido", lê-se na missiva. Macedo Vieira mostrou aos jornalistas uma cópia do documento do tribunal com um carimbo de entrada na autarquia com data do passado dia 13, ou seja, quatro dias após a realização do encontro com as partes em desentendimento.

Na resposta, Macedo Vieira enviou um ofício a Campos Cunha acusando-o de, com a decisão do tribunal, ter "mudado de comportamento" e de querer "continuar a luta e gestão insensata, com cunho de vingança pessoal e autista que tem caracterizado a vossa gestão". Por isso, Macedo, que assegura ter procurado encontrar "uma saída digna para ambas as partes", transmitiu a Campos Cunha o fim da mediação. "Desligo-me do processo eleitoral, endereçando-lhe a total responsabilidade pelo mesmo", concluiu o autarca.

Bombeiros da Póvoa em Ebulição

Por ÂNGELO TEIXEIRA MARQUES

Sexta-feira, 16 de Março de 2001

Comandante diz que se demite se a lista vencedora das eleições integrar qualquer elemento da actual direcção

O comandante dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim, Joaquim Sá, anunciou ontem que se demitirá do cargo se a lista vencedora das eleições para os órgãos sociais da corporação integrar qualquer elemento da actual direcção, presidida por Henrique Campos Cunha. O escrutínio está marcado para 5 do próximo mês, e, para já, apenas o advogado Carlos Mateus, que há cerca de um ano perdeu nas urnas para Campos Cunha, manifestou publicamente a intenção de concorrer. O presidente em funções já divulgou que não vai encabeçar uma lista.

Sá, que participou numa conferência de imprensa conjunta com o presidente da câmara, Macedo Vieira, revelou ainda que desde a crise que abalou a associação tem em seu poder as cartas de demissão de todos os bombeiros voluntários que seriam activadas se o comando decidisse tomar "uma posição mais radical". "Isso não vai acontecer porque já estão marcadas eleições", salientou o comandante da corporação, apelando aos membros da direcção que "deixem Campos Cunha ficar sozinho". Quem é este homem? Foi eleito vereador pelo CDS em 1979 e um ano depois foi designado vice-presidente da câmara, cargo que desempenhou durante nove anos consecutivos. Em 1989 encabeçou a lista do CDS na disputa eleitoral com Manuel Vaz, que tinha transitado para o PSD, acabando por perder o escrutínio, mantendo-se como vereador.

"Profundo desagrado"

A marcação das eleições, através de uma convocatória assinada (de forma ilegível) pelos órgãos sociais e publicada num semanário local, provocou um "profundo desagrado" em Macedo Vieira, que acusou Campos Cunha de gerir a instituição "aplicando a teoria do quero, posso e mando como se a associação fosse uma quinta". É que, na sequência do conflito no seio da associação, Vieira tinha assumido a mediação entre as partes em litígio: Campos Cunha e seus pares e, do outro lado, o presidente da assembleia geral, Tomás Pontes.

Macedo Vieira disse ontem na conferência de imprensa que tinha acordado com as duas facções que seria Tomás Pontes a convocar a assembleia geral para a realização de eleições antecipadas, mas o processo eleitoral passaria para as mãos de Filomeno Terroso, um associado que inclusive já tinha aceitado essa missão. Só que, entretanto, o Tribunal Judicial da Comarca da Póvoa de Varzim aceitou a providência cautelar interposta pela direcção da corporação impedindo Tomás Pontes de "agir na qualidade de presidente da mesa da assembleia"".

Campos Cunha enviou, na passada segunda-feira, uma carta ao presidente da câmara acusando-o de ter conhecimento da decisão judicial, aquando de uma reunião entre as partes, na sexta-feira anterior e, como tal, "quebrou-se o clima de confiança estabelecido", lê-se na missiva. Macedo Vieira mostrou aos jornalistas uma cópia do documento do tribunal com um carimbo de entrada na autarquia com data do passado dia 13, ou seja, quatro dias após a realização do encontro com as partes em desentendimento.

Na resposta, Macedo Vieira enviou um ofício a Campos Cunha acusando-o de, com a decisão do tribunal, ter "mudado de comportamento" e de querer "continuar a luta e gestão insensata, com cunho de vingança pessoal e autista que tem caracterizado a vossa gestão". Por isso, Macedo, que assegura ter procurado encontrar "uma saída digna para ambas as partes", transmitiu a Campos Cunha o fim da mediação. "Desligo-me do processo eleitoral, endereçando-lhe a total responsabilidade pelo mesmo", concluiu o autarca.

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