Vou de férias, passem bem!

23-06-2001
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Vou de Férias, Passem Bem!

Por RITA PIMENTA

Segunda-feira, 4 de Junho de 2001

Enquanto os adultos ainda não estão de férias e os miúdos já estão livres das obrigações escolares, é preciso arranjar-lhes ocupação. É que as férias grandes dos pequenos são maiores que as dos grandes, que são pequenas. Os campos de férias são bons para todos, crianças e crescidos. À apreensão inicial do miúdo segue-se a euforia de uns dias à solta. No próximo Verão, estará ansioso pela partida: "Passem bem!"

Terminam as aulas e há que ocupar os miúdos. Além das habituais actividades diárias de tempos livres, organizadas pelos pais/educadores ou pelas escolas (os ATL), inscreva-os numa colónia de férias. Deixe as crianças livrarem-se de si por uns dias. E vice-versa.

O calendário impõe que se pense nisso por esta altura. Pergunte ao miúdo se a ideia o atrai e sugira mesmo que desafie um dos seus amiguinhos, pois para algumas crianças é assustador imaginarem-se num lugar desconhecido sem ninguém de confiança por perto. A companhia de um amigo ou um primo da mesma idade ajudará a quebrar essa apreensão inicial.

Os benefícios desta curta separação (os turnos normalmente não ultrapassam os 15 dias) são vários e fáceis de descortinar. Da parte dos pequenos, há a possibilidade de criar novos amigos de diversos pontos do país, de com eles partilhar o espaço e o tempo, de se divertir, de experimentar actividades e desportos diferentes e de se responsabilizar pelos seus objectos e atitudes. Tudo isto supervisionado por monitores especializados, para quem a segurança é uma das principais atenções.

O ambiente criado nestes contextos desenvolve a autonomia, aliando-a à disciplina e ao respeito pelos outros. Uma boa lição de liberdade.

Tomé foi pela primeira vez para uma colónia de férias no ano passado, tinha então nove anos. Divertiu-se muito com os jogos de pistas e os jogos nocturnos no campo. Nestes últimos, os monitores imitavam sons de animais e os miúdos tinham de os localizar. Mas o que mais gostou foi de "ter arranjado uma namorada". Foi na Foz do Arelho, numa colónia anexa ao Centro de Férias do Inatel e da responsabilidade dos serviços sociais do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social.

E sente-se muito a falta dos pais? "Nem por isso!", responde Tomé. Mas no primeiro fim-de-semana de visita, quando a mãe se atrasou, foi encontrá-lo um pouco choroso, pensando que ela não viria. Porém, ao fim do dia, ao ser desafiado a voltar para casa, recusou. Do que teve mais saudades foi do seu quarto.

Este ano, assim que se começou a falar em férias, o miúdo tratou logo de saber se os pais não se tinham esquecido de o inscrever. E está ansioso por regressar.

São muito poucas as crianças que não se adaptam e abandonam os campos antes de terminado o prazo. O mais comum é quererem voltar sempre, até atingirem o limite máximo de idade, os 17 anos. Muitas vezes, já crescidinhos, acabam por participar nos cursos de formação de monitores e é nessa qualidade que se mantêm ligados aos campos de férias.

Da parte dos pais, as virtudes de entregarem os filhos aos cuidados destas colónias são essencialmente o descanso de certas tarefas rotineiras, mas também o reencontro dos adultos, que na gestão do dia-a-dia se vão esquecendo de namorar. Podem assim aproveitar para ir ao teatro, ao cinema, a concertos ou mesmo desfrutar de um jantar prolongado e tranquilo sem ter de cortar o bife ou despinhar o peixe do prato ao lado, nem estar o tempo todo alerta às cotoveladas nos copos e a interromper a conversa com ralhetes do tipo: "Não é preciso pôr a cabeça na sopa."

Vou de Férias, Passem Bem!

Por RITA PIMENTA

Segunda-feira, 4 de Junho de 2001

Enquanto os adultos ainda não estão de férias e os miúdos já estão livres das obrigações escolares, é preciso arranjar-lhes ocupação. É que as férias grandes dos pequenos são maiores que as dos grandes, que são pequenas. Os campos de férias são bons para todos, crianças e crescidos. À apreensão inicial do miúdo segue-se a euforia de uns dias à solta. No próximo Verão, estará ansioso pela partida: "Passem bem!"

Terminam as aulas e há que ocupar os miúdos. Além das habituais actividades diárias de tempos livres, organizadas pelos pais/educadores ou pelas escolas (os ATL), inscreva-os numa colónia de férias. Deixe as crianças livrarem-se de si por uns dias. E vice-versa.

O calendário impõe que se pense nisso por esta altura. Pergunte ao miúdo se a ideia o atrai e sugira mesmo que desafie um dos seus amiguinhos, pois para algumas crianças é assustador imaginarem-se num lugar desconhecido sem ninguém de confiança por perto. A companhia de um amigo ou um primo da mesma idade ajudará a quebrar essa apreensão inicial.

Os benefícios desta curta separação (os turnos normalmente não ultrapassam os 15 dias) são vários e fáceis de descortinar. Da parte dos pequenos, há a possibilidade de criar novos amigos de diversos pontos do país, de com eles partilhar o espaço e o tempo, de se divertir, de experimentar actividades e desportos diferentes e de se responsabilizar pelos seus objectos e atitudes. Tudo isto supervisionado por monitores especializados, para quem a segurança é uma das principais atenções.

O ambiente criado nestes contextos desenvolve a autonomia, aliando-a à disciplina e ao respeito pelos outros. Uma boa lição de liberdade.

Tomé foi pela primeira vez para uma colónia de férias no ano passado, tinha então nove anos. Divertiu-se muito com os jogos de pistas e os jogos nocturnos no campo. Nestes últimos, os monitores imitavam sons de animais e os miúdos tinham de os localizar. Mas o que mais gostou foi de "ter arranjado uma namorada". Foi na Foz do Arelho, numa colónia anexa ao Centro de Férias do Inatel e da responsabilidade dos serviços sociais do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social.

E sente-se muito a falta dos pais? "Nem por isso!", responde Tomé. Mas no primeiro fim-de-semana de visita, quando a mãe se atrasou, foi encontrá-lo um pouco choroso, pensando que ela não viria. Porém, ao fim do dia, ao ser desafiado a voltar para casa, recusou. Do que teve mais saudades foi do seu quarto.

Este ano, assim que se começou a falar em férias, o miúdo tratou logo de saber se os pais não se tinham esquecido de o inscrever. E está ansioso por regressar.

São muito poucas as crianças que não se adaptam e abandonam os campos antes de terminado o prazo. O mais comum é quererem voltar sempre, até atingirem o limite máximo de idade, os 17 anos. Muitas vezes, já crescidinhos, acabam por participar nos cursos de formação de monitores e é nessa qualidade que se mantêm ligados aos campos de férias.

Da parte dos pais, as virtudes de entregarem os filhos aos cuidados destas colónias são essencialmente o descanso de certas tarefas rotineiras, mas também o reencontro dos adultos, que na gestão do dia-a-dia se vão esquecendo de namorar. Podem assim aproveitar para ir ao teatro, ao cinema, a concertos ou mesmo desfrutar de um jantar prolongado e tranquilo sem ter de cortar o bife ou despinhar o peixe do prato ao lado, nem estar o tempo todo alerta às cotoveladas nos copos e a interromper a conversa com ralhetes do tipo: "Não é preciso pôr a cabeça na sopa."

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