...e um homem numa "profissão de mulheres"...

17-04-2001
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...e Um Homem Numa "Profissão de Mulheres"...

Quinta-feira, 29 de Março de 2001

Nome: Mário Luís Ruas

Idade: 39 anos

Profissão: educador de infância

São precisos mais educadores de infância, diz Mário Luís Ruas. Ainda são poucos os homens nesta profissão, mas são bem aceites pelas famílias e também pelas colegas, diz o educador Mário - que é como todos o conhecem na Fundação Cebi, em Alverca, onde trabalha há 12 anos. Começou como auxiliar e depois tirou a licenciatura na Escola Superior de Educadores de Infância.

Mário Luís Ruas, 39 anos, nota que as famílias gostam de ter os seus filhos com um educador. "As pessoas acham que faz falta um homem no dia a dia da criança", explica. "As crianças estão mais com a mãe, e cada vez mais as famílias acham que a presença de um homem na escola é importante".

Não é visto de lado por ser o único educador homem numa instituição que, no pré-escolar, tem mais de sessenta mulheres. As colegas "conhecem-me, e as pessoas habituam-se", resume. "E cada vez as pessoas estão mais receptivas a receber educadores."

Quanto à família e amigos, "todos respeitaram a minha opção, nunca senti qualquer preconceito", diz, não deixando, ainda assim, de justificar esse respeito: "Sempre vivi aqui, as pessoas sempre me conheceram, isso ajuda a fortalecer a nossa opção de vida. A aceitação social do educador talvez dependa um pouco da aceitação social da pessoa".

Mário reconhece que poderá haver uma imagem negativa associada ao homem que é educador de infância. "Mas com o tempo será ultrapassada", prevê.

A única altura em que se sentia "incomodado" - Mário nunca utilizou a palavra discriminado - era quando tinha de preencher "a papelada": "Aparecia sempre a referência à educadora. Isso sempre me incomodou muito". Mas a mudança também está a passar pelos papéis: "Já se vê também o educador".

Com dois filhos, uma de 10 anos e um de dois, Mário lembra agora que começou a trabalhar com crianças por necessidade. "Estava desempregado, tinha saído da tropa, e surgiu a oportunidade. A vocação surgiu depois".

M.J.G.

...e Um Homem Numa "Profissão de Mulheres"...

Quinta-feira, 29 de Março de 2001

Nome: Mário Luís Ruas

Idade: 39 anos

Profissão: educador de infância

São precisos mais educadores de infância, diz Mário Luís Ruas. Ainda são poucos os homens nesta profissão, mas são bem aceites pelas famílias e também pelas colegas, diz o educador Mário - que é como todos o conhecem na Fundação Cebi, em Alverca, onde trabalha há 12 anos. Começou como auxiliar e depois tirou a licenciatura na Escola Superior de Educadores de Infância.

Mário Luís Ruas, 39 anos, nota que as famílias gostam de ter os seus filhos com um educador. "As pessoas acham que faz falta um homem no dia a dia da criança", explica. "As crianças estão mais com a mãe, e cada vez mais as famílias acham que a presença de um homem na escola é importante".

Não é visto de lado por ser o único educador homem numa instituição que, no pré-escolar, tem mais de sessenta mulheres. As colegas "conhecem-me, e as pessoas habituam-se", resume. "E cada vez as pessoas estão mais receptivas a receber educadores."

Quanto à família e amigos, "todos respeitaram a minha opção, nunca senti qualquer preconceito", diz, não deixando, ainda assim, de justificar esse respeito: "Sempre vivi aqui, as pessoas sempre me conheceram, isso ajuda a fortalecer a nossa opção de vida. A aceitação social do educador talvez dependa um pouco da aceitação social da pessoa".

Mário reconhece que poderá haver uma imagem negativa associada ao homem que é educador de infância. "Mas com o tempo será ultrapassada", prevê.

A única altura em que se sentia "incomodado" - Mário nunca utilizou a palavra discriminado - era quando tinha de preencher "a papelada": "Aparecia sempre a referência à educadora. Isso sempre me incomodou muito". Mas a mudança também está a passar pelos papéis: "Já se vê também o educador".

Com dois filhos, uma de 10 anos e um de dois, Mário lembra agora que começou a trabalhar com crianças por necessidade. "Estava desempregado, tinha saído da tropa, e surgiu a oportunidade. A vocação surgiu depois".

M.J.G.

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