Sábado, 7 de Abril de 2001
A Lenda de Henry Smart
Ficção
Autor: Roddy Doyle
Tradutor: Paulo Faria
Editor: Relógio D'Água
400 págs., 3500$00
Depois de "A Mulher Que Ia Contra as Portas", a Relógio d'Água regressa a Roddy Doyle, com esta narrativa épica sobre o nascimento de uma nação, a Irlanda moderna, que é também a história do nascimento do herói: o livro termina quando Henry Smart tem 20 anos e decide "recomeçar da estaca zero": "A Irlanda precisava de sangue para sobreviver, mas não ia devorar o meu. Eu já lhe dera o bastante." "Arrebatador", disseram no "Washington Post"; "Narrado com esplendor, inteligência e um talento que coloca a escrita de Doyle a um novo nível", elogiaram no "New York Times Book Review".
As Máscaras Sobre o Fogo
Ficção
Autor: Domingos Lobo
Editor: Vega
168 págs., 2520$00
Ele há um prostituto chamado Brinquinhos que vai ficando velho aos 26 anos, travestis assassinados, chulos, pegas, passadores, boazonas e mutantes, e outros pequenos e médios malandros da humanidade lisboeta da Av. Almirante Reis. E seus arredores, que vão de Luanda à Av. de Roma. Rui de Azevedo Teixeira diz que há neste livro "uma osmose genética entre um marxismo apolíneo e uma sensualidade dionisíaca" - sendo isto a "assinatura romanesca" de Domingos Lobo - e que Lisboa encontrou "um novo grande (d)escritor".
Jogo Mortal
Ficção
Autor: Iris Johansen
Tradutor: Carmo Vasconcelos Romão
Editor: Gradiva
324 págs., 3300$00
Convivem nesta história "dois homens fortes, poderosos e decididos": um "carismático magnate" e um "duro detective"; mas nem eles podem ajudar a protagonista, que "tem agora de enfrentar o mais perigoso dos psicopatas [...] para quem a vida e a morte não passam de um jogo". E com isto somos informados que a autora soma oito milhões de exemplares e vive perto de Atlanta (EUA), "onde trabalha actualmente num novo romance". Que sorte a dela.
Aforismo de Aforismos
Teatro
Autor: Vicente Sanches
Editor: Cotovia
64 págs., 1400$00
O amor como catástrofe "pior que a morte"; e mais cómica e perversa. Estranho? Sim, a última "peça" de Vicente Sanches (que nasceu em 1936 e vive "retirado" em Castelo Branco) é um texto estranho de um"negro, diabólico, erótico furor". E humor. O teatro "aparentemente bem disposto" de Vicente Sanches, disse Manuel João Gomes, é "o mais trágico, estranho e polémico teatro deste nosso tempo".
Revista Portuguesa de História do Livro
Revista
Ano III - nº 6
Autores: vários
Editor Edições Távola Redonda
245 págs., 3000$00
O professor Manuel Cadafaz de Matos continua o seu esforço, quase isolado em Portugal, de ir dando conta do mundo da edição ao longo dos séculos, em Portugal. Neste número, "Subsídios para a edição portuguesa no século XVI", de Francisco Cunha Leão, "A tipografia lisboeta no último quartel do século XVI", de Manuel Cadafaz de Matos, ou "Ascensão e queda de um livreiro franco-piemontês na Lisboa do século XVIII", de Fernando Guedes.
Revista de Cultura
Revista
nºs 38/39 (II série)
Autor Vários
Editor Instituto Cultural de Macau
290 págs., 1600$00
Com esta edição dupla da Revista de Cultura acontece o fim de um ciclo da vida editorial desta revista. Iniciada em 1987, contribuiu para a substanciação cultural da identidade de Macau, e não só. Do seu acervo constam hoje ensaios incontornáveis para quem se interessa pela presença portuguesa no Oriente. Integrada Macau na China, não se sabe o seu futuro, especialmente em língua portuguesa (tem havido também edições em chinês e inglês). Deste número (de despedida?) destaque para "Reformular as origens de Macau - Imperadores, âmbar-cinzento e Macau", de Jin Guoping e Wu Zhiliang.
Crítica - Ensaios, Artigos e Entrevistas
Ensaio
Autor: Fernando Pessoa
Editor: Assírio & Alvim
576 págs., 6500$00
Arrumados cronologicamente, de 1912 a 1935, todos os textos não formalmente poéticos nem de ficção que Pessoa publicou em vida, na sua maioria em jornais, alguns em folhetos mais volantes. Como diz Fernando Cabral Martins, responsável por esta edição, são textos "de teoria, de divulgação e até de provocação, sem excepção de temas, desde a arte ao comércio passando pela política e a sociologia".
O Novo Humanismo Militar - Lições do Kosovo
Ensaio
Autor: Noam Chomsky
Tradutor: Jorge Almeida e Pinho
Editor: Campo das Letras
260 págs., 3570$00
Pergunta: qual é a diferença entre as atrocidades cometidas contra os curdos na Turquia e os crimes sérvios perpetrados no Kosovo? Resposta: só os segundos mereceram a "dignidade" de uma intervenção militar e "humanitária". Conhecendo-se o percurso intelectual e político de Chomsky, facilmente se adivinha o que pensa ele deste novo "humanismo militar", que tem sobre os anteriores a vantagem de uma liberdade mais impune.
O Assassinato de Lumumba
Ensaio
Autor: Ludo de Witte
Tradutor: Maria do Rosário Paiva Boléo
Editor: Caminho
464 págs., 4830$00
Lumumba foi o primeiro primeiro-ministro do Congo independente. O seu assassínio em Janeiro de 1961, meio ano apenas após a proclamação da independência, foi um crime político estratégico que ajudou a travar o vendaval independentista em África (Portugal foi um dos "beneficiados") e favoreceu as políticas neocoloniais. Mas quarenta anos depois ainda se pode perguntar: quem matou verdadeiramente Lumumba? E por que razão?
Gente Descartável - A Nova Escravatura na Economia Global
Ensaio
Autor: Kevin Bales
Tradutor: António Pescada
Editor: Caminho
340 págs., 3990$00
A escravatura, supõe o leitor e muito bem, é ilegal. Mas existe (Kevin Bales contabiliza mais de 27 milhões de escravos em todo o mundo) e esta nova escravatura tem até, sobre a velha, a vantagem de não ter as responsabilidades da propriedade legal. Como funciona na era da globalização em países como a Tailândia, a Mauritânia, o Brasil, o Paquistão, a Índia ou a Europa (leu bem!)? Quem são e quanto lucram os novos escravocratas? Inquietante.
Rostos de Pessoa
Ensaio
Autor: Maria Teresa Schiappa de Azevedo
Editor: MinervaCoimbra
144 págs., 2500$00
A autora tem tido dois amores: a cultura clássica (especialmente Platão, de quem traduziu e comentou alguns diálogos) e Pessoa. Este simpático e estimulante livrinho cruza os dois, na medida em que reúne seis ensaios antes dispersos, quase todos versando tópicos clássicos presentes em Pessoa, ou melhor: em Alberto Caeiro e em Ricardo Reis.
O Futuro do Amor
Ensaio
Autor: Daphne Rose Kingma
Tradutor: Isabel Cardoso
Editor: Sinais de Fogo
224 págs., 3000$00
No prefácio, Marianne Williamson diz que comprou um anterior livro de Rose Kingma porque a sobrecapa condizia com a decoração do seu quarto. A capa desta edição não nos parece má. Quanto ao resto, trata-se de um livro sobre "o poder da alma nas relações íntimas", por uma psicoterapeuta "especialista em relações amorosas".
Os Dois Lados do Espelho
Crónica
Autor: Helena Roseta
Editor: Campo das Letras
300 págs., 3150$00
Colectânea de textos escritos e publicados ao longo da última década em diversos jornais e revistas, mas "ligados entre si por duas constantes: o pensamento nasce da acção e ninguém tem a verdade toda". Por isso, diz Helena Roseta, "este livro é também uma espécie de profissão de fé antimaniqueísta. [...] Há sempre um outro lado das coisas. Não podemos desistir de o procurar". Contra o politicamente correcto, as verdades oficiais e o "pensamento único", escrever e ler...
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Entidades
Sábado, 7 de Abril de 2001
A Lenda de Henry Smart
Ficção
Autor: Roddy Doyle
Tradutor: Paulo Faria
Editor: Relógio D'Água
400 págs., 3500$00
Depois de "A Mulher Que Ia Contra as Portas", a Relógio d'Água regressa a Roddy Doyle, com esta narrativa épica sobre o nascimento de uma nação, a Irlanda moderna, que é também a história do nascimento do herói: o livro termina quando Henry Smart tem 20 anos e decide "recomeçar da estaca zero": "A Irlanda precisava de sangue para sobreviver, mas não ia devorar o meu. Eu já lhe dera o bastante." "Arrebatador", disseram no "Washington Post"; "Narrado com esplendor, inteligência e um talento que coloca a escrita de Doyle a um novo nível", elogiaram no "New York Times Book Review".
As Máscaras Sobre o Fogo
Ficção
Autor: Domingos Lobo
Editor: Vega
168 págs., 2520$00
Ele há um prostituto chamado Brinquinhos que vai ficando velho aos 26 anos, travestis assassinados, chulos, pegas, passadores, boazonas e mutantes, e outros pequenos e médios malandros da humanidade lisboeta da Av. Almirante Reis. E seus arredores, que vão de Luanda à Av. de Roma. Rui de Azevedo Teixeira diz que há neste livro "uma osmose genética entre um marxismo apolíneo e uma sensualidade dionisíaca" - sendo isto a "assinatura romanesca" de Domingos Lobo - e que Lisboa encontrou "um novo grande (d)escritor".
Jogo Mortal
Ficção
Autor: Iris Johansen
Tradutor: Carmo Vasconcelos Romão
Editor: Gradiva
324 págs., 3300$00
Convivem nesta história "dois homens fortes, poderosos e decididos": um "carismático magnate" e um "duro detective"; mas nem eles podem ajudar a protagonista, que "tem agora de enfrentar o mais perigoso dos psicopatas [...] para quem a vida e a morte não passam de um jogo". E com isto somos informados que a autora soma oito milhões de exemplares e vive perto de Atlanta (EUA), "onde trabalha actualmente num novo romance". Que sorte a dela.
Aforismo de Aforismos
Teatro
Autor: Vicente Sanches
Editor: Cotovia
64 págs., 1400$00
O amor como catástrofe "pior que a morte"; e mais cómica e perversa. Estranho? Sim, a última "peça" de Vicente Sanches (que nasceu em 1936 e vive "retirado" em Castelo Branco) é um texto estranho de um"negro, diabólico, erótico furor". E humor. O teatro "aparentemente bem disposto" de Vicente Sanches, disse Manuel João Gomes, é "o mais trágico, estranho e polémico teatro deste nosso tempo".
Revista Portuguesa de História do Livro
Revista
Ano III - nº 6
Autores: vários
Editor Edições Távola Redonda
245 págs., 3000$00
O professor Manuel Cadafaz de Matos continua o seu esforço, quase isolado em Portugal, de ir dando conta do mundo da edição ao longo dos séculos, em Portugal. Neste número, "Subsídios para a edição portuguesa no século XVI", de Francisco Cunha Leão, "A tipografia lisboeta no último quartel do século XVI", de Manuel Cadafaz de Matos, ou "Ascensão e queda de um livreiro franco-piemontês na Lisboa do século XVIII", de Fernando Guedes.
Revista de Cultura
Revista
nºs 38/39 (II série)
Autor Vários
Editor Instituto Cultural de Macau
290 págs., 1600$00
Com esta edição dupla da Revista de Cultura acontece o fim de um ciclo da vida editorial desta revista. Iniciada em 1987, contribuiu para a substanciação cultural da identidade de Macau, e não só. Do seu acervo constam hoje ensaios incontornáveis para quem se interessa pela presença portuguesa no Oriente. Integrada Macau na China, não se sabe o seu futuro, especialmente em língua portuguesa (tem havido também edições em chinês e inglês). Deste número (de despedida?) destaque para "Reformular as origens de Macau - Imperadores, âmbar-cinzento e Macau", de Jin Guoping e Wu Zhiliang.
Crítica - Ensaios, Artigos e Entrevistas
Ensaio
Autor: Fernando Pessoa
Editor: Assírio & Alvim
576 págs., 6500$00
Arrumados cronologicamente, de 1912 a 1935, todos os textos não formalmente poéticos nem de ficção que Pessoa publicou em vida, na sua maioria em jornais, alguns em folhetos mais volantes. Como diz Fernando Cabral Martins, responsável por esta edição, são textos "de teoria, de divulgação e até de provocação, sem excepção de temas, desde a arte ao comércio passando pela política e a sociologia".
O Novo Humanismo Militar - Lições do Kosovo
Ensaio
Autor: Noam Chomsky
Tradutor: Jorge Almeida e Pinho
Editor: Campo das Letras
260 págs., 3570$00
Pergunta: qual é a diferença entre as atrocidades cometidas contra os curdos na Turquia e os crimes sérvios perpetrados no Kosovo? Resposta: só os segundos mereceram a "dignidade" de uma intervenção militar e "humanitária". Conhecendo-se o percurso intelectual e político de Chomsky, facilmente se adivinha o que pensa ele deste novo "humanismo militar", que tem sobre os anteriores a vantagem de uma liberdade mais impune.
O Assassinato de Lumumba
Ensaio
Autor: Ludo de Witte
Tradutor: Maria do Rosário Paiva Boléo
Editor: Caminho
464 págs., 4830$00
Lumumba foi o primeiro primeiro-ministro do Congo independente. O seu assassínio em Janeiro de 1961, meio ano apenas após a proclamação da independência, foi um crime político estratégico que ajudou a travar o vendaval independentista em África (Portugal foi um dos "beneficiados") e favoreceu as políticas neocoloniais. Mas quarenta anos depois ainda se pode perguntar: quem matou verdadeiramente Lumumba? E por que razão?
Gente Descartável - A Nova Escravatura na Economia Global
Ensaio
Autor: Kevin Bales
Tradutor: António Pescada
Editor: Caminho
340 págs., 3990$00
A escravatura, supõe o leitor e muito bem, é ilegal. Mas existe (Kevin Bales contabiliza mais de 27 milhões de escravos em todo o mundo) e esta nova escravatura tem até, sobre a velha, a vantagem de não ter as responsabilidades da propriedade legal. Como funciona na era da globalização em países como a Tailândia, a Mauritânia, o Brasil, o Paquistão, a Índia ou a Europa (leu bem!)? Quem são e quanto lucram os novos escravocratas? Inquietante.
Rostos de Pessoa
Ensaio
Autor: Maria Teresa Schiappa de Azevedo
Editor: MinervaCoimbra
144 págs., 2500$00
A autora tem tido dois amores: a cultura clássica (especialmente Platão, de quem traduziu e comentou alguns diálogos) e Pessoa. Este simpático e estimulante livrinho cruza os dois, na medida em que reúne seis ensaios antes dispersos, quase todos versando tópicos clássicos presentes em Pessoa, ou melhor: em Alberto Caeiro e em Ricardo Reis.
O Futuro do Amor
Ensaio
Autor: Daphne Rose Kingma
Tradutor: Isabel Cardoso
Editor: Sinais de Fogo
224 págs., 3000$00
No prefácio, Marianne Williamson diz que comprou um anterior livro de Rose Kingma porque a sobrecapa condizia com a decoração do seu quarto. A capa desta edição não nos parece má. Quanto ao resto, trata-se de um livro sobre "o poder da alma nas relações íntimas", por uma psicoterapeuta "especialista em relações amorosas".
Os Dois Lados do Espelho
Crónica
Autor: Helena Roseta
Editor: Campo das Letras
300 págs., 3150$00
Colectânea de textos escritos e publicados ao longo da última década em diversos jornais e revistas, mas "ligados entre si por duas constantes: o pensamento nasce da acção e ninguém tem a verdade toda". Por isso, diz Helena Roseta, "este livro é também uma espécie de profissão de fé antimaniqueísta. [...] Há sempre um outro lado das coisas. Não podemos desistir de o procurar". Contra o politicamente correcto, as verdades oficiais e o "pensamento único", escrever e ler...