Francisco Assis abre tréguas até às eleições

19-02-2002
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Francisco Assis Abre Tréguas Até às Eleições

Por FILOMENA FONTES

Domingo, 3 de Fevereiro de 2002

Críticos de Narciso Miranda abandonam secretariado da federação do PS-Porto

Francisco Assis travou anteontem os ímpetos de "retaliação" dos seus apoiantes sobre a direcção distrital de Narciso Miranda por causa das listas de deputados, apelando à contenção e à mobilização em torno do secretário-geral, Ferro Rodrigues, tendo em vista a vitória do PS nas legislativas de 17 de Março.

Com este apelo, feito anteontem durante um jantar que reuniu perto de 60 pessoas, o ex-líder parlamentar procurou evitar que a polémica em torno da alegada exclusão dos seus apoiantes ou relegados para lugares não elegíveis nas listas de deputados ganhasse proporções políticas que poderiam ser aproveitadas pelos sociais-democratas, vistos como "os verdadeiros adversários do PS". E, posteriormente, capitalizadas também pelo próprio Narciso Miranda, caso os resultados eleitorais no distrito venham a ser desfavoráveis.

Apesar da contenção, os militantes conotados com a facção de Francisco Assis que integravam o secretariado distrital vão mesmo demitir-se daquele órgão, consumando assim a ruptura interna com a maioria que dirige a federação portuense. Aliás, Joaquim Couto, actual governador civil do Porto, já se desvinculou e tudo indica que na próxima segunda-feira, a título individual, também Fernando Jesus, Manuel Pizarro, Helena Ribeiro e Ana Maria Pereira tomem a mesma decisão. "A confiança está definitivamente comprometida", explicam.

A necessidade de o PS-Porto não cavar mais fundo as divisões internas foi defendida ainda por Carlos Lage e Manuel dos Santos, que participaram também no jantar de anteontem. "A não ser que nos marginalizem, estaremos disponíveis para participar em todas as iniciativas para as quais entendam que somos úteis", garantiu ao PÚBLICO um dos apoiantes de Assis.

O ex-líder parlamentar terá convencido os seus aliados da vantagem dos seus propósitos, apesar de, no início do jantar, o ambiente ser de "cortar à faca", como descreveu um dos comensais. Procurando segurar os seus apoios, Assis começou por dissipar dúvidas quanto à decisão de integrar as listas de candidatos depois de ter ponderado abandoná-las (que alguns viram como um recuo) em sinal de protesto pela forma como Narciso Miranda conduziu o processo. Sublinhou os apelos que recebeu da parte de Almeida Santos, Manuel Alegre e do próprio Ferro Rodrigues. O secretário-geral do PS terá reconhecido assistirem a Assis "razões pessoais e políticas" para renunciar à candidatura, mas, ao mesmo tempo, tê-lo-á advertido para o risco de essa decisão ser entendida como uma derrota da proclamada renovação face ao aparelho do PS portuense. Isto depois da "novela" do cabeça de lista, que trouxe para a praça pública a alegada divisão de apoios face aos os nomes de Alberto Martins e de Elisa Ferreira.

Francisco Assis Abre Tréguas Até às Eleições

Por FILOMENA FONTES

Domingo, 3 de Fevereiro de 2002

Críticos de Narciso Miranda abandonam secretariado da federação do PS-Porto

Francisco Assis travou anteontem os ímpetos de "retaliação" dos seus apoiantes sobre a direcção distrital de Narciso Miranda por causa das listas de deputados, apelando à contenção e à mobilização em torno do secretário-geral, Ferro Rodrigues, tendo em vista a vitória do PS nas legislativas de 17 de Março.

Com este apelo, feito anteontem durante um jantar que reuniu perto de 60 pessoas, o ex-líder parlamentar procurou evitar que a polémica em torno da alegada exclusão dos seus apoiantes ou relegados para lugares não elegíveis nas listas de deputados ganhasse proporções políticas que poderiam ser aproveitadas pelos sociais-democratas, vistos como "os verdadeiros adversários do PS". E, posteriormente, capitalizadas também pelo próprio Narciso Miranda, caso os resultados eleitorais no distrito venham a ser desfavoráveis.

Apesar da contenção, os militantes conotados com a facção de Francisco Assis que integravam o secretariado distrital vão mesmo demitir-se daquele órgão, consumando assim a ruptura interna com a maioria que dirige a federação portuense. Aliás, Joaquim Couto, actual governador civil do Porto, já se desvinculou e tudo indica que na próxima segunda-feira, a título individual, também Fernando Jesus, Manuel Pizarro, Helena Ribeiro e Ana Maria Pereira tomem a mesma decisão. "A confiança está definitivamente comprometida", explicam.

A necessidade de o PS-Porto não cavar mais fundo as divisões internas foi defendida ainda por Carlos Lage e Manuel dos Santos, que participaram também no jantar de anteontem. "A não ser que nos marginalizem, estaremos disponíveis para participar em todas as iniciativas para as quais entendam que somos úteis", garantiu ao PÚBLICO um dos apoiantes de Assis.

O ex-líder parlamentar terá convencido os seus aliados da vantagem dos seus propósitos, apesar de, no início do jantar, o ambiente ser de "cortar à faca", como descreveu um dos comensais. Procurando segurar os seus apoios, Assis começou por dissipar dúvidas quanto à decisão de integrar as listas de candidatos depois de ter ponderado abandoná-las (que alguns viram como um recuo) em sinal de protesto pela forma como Narciso Miranda conduziu o processo. Sublinhou os apelos que recebeu da parte de Almeida Santos, Manuel Alegre e do próprio Ferro Rodrigues. O secretário-geral do PS terá reconhecido assistirem a Assis "razões pessoais e políticas" para renunciar à candidatura, mas, ao mesmo tempo, tê-lo-á advertido para o risco de essa decisão ser entendida como uma derrota da proclamada renovação face ao aparelho do PS portuense. Isto depois da "novela" do cabeça de lista, que trouxe para a praça pública a alegada divisão de apoios face aos os nomes de Alberto Martins e de Elisa Ferreira.

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