José António Cardoso assume alternativa a Jardim

11-02-2001
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José António Cardoso Assume Alternativa a Jardim

Por TOLENTINO DE NÓBREGA

Segunda-feira, 5 de Fevereiro de 2001 PROFESSOR DE SOCIOLOGIA LIDERA PS-MADEIRA Chegou com escassos 30 delegados e saiu do congresso como líder do PS-Madeira. Com um discurso inovador, José António Cardoso foi entusiasticamente aplaudido por grande maioria Mota Torres saiu sem glória, praticamente ignorado no encerramento do congresso do PS-Madeira, onde José António Cardoso conquistou os votos e os aplausos da expressiva maioria dos delegados supreendidos com a mensagem mobilizadora do novo líder. Cardoso proferiu um discurso ponderado, pedagógico, em termos de convivência democrática, e pragmático, em relação ao futuro do PS como alternativa ao actual poder social-democrata: "Não ganhamos o respeito dos outros cultivando a inimizade por quem pensa diferente ou por quem exerce o poder de modo diferente de como pensamos. Ganhamos o respeito, afirmando claramente a nossa visão com indicações claras das nossas propostas políticas". Num apelo à democracia participativa, o professor de Sociologia - que parece recusar o estatuto de líder transitório - lembrou que vivemos num tempo em que o saber constitui o suporte fundamental de funcionamento das sociedades. No final de um congresso em que as divisões internas se sobrepuseram ao debate de ideias, Cardoso alertou: "Fazer política pelo despique, pelo falar mais alto, com mais palavrões, utilizando a força bruta do poder, é cavar ainda mais o fosso que nos separa do cidadão comum". Em defesa de propostas sustentadas em princípios e no saber, Cardoso considera que este tempo - o das acelaradas mudanças e em que "os cidadãos cada vez mais exigem conhecer para decidir" - exige também mudança no perfil de políticos. "Os velhos políticos de aparelho que se movem em jogos de poder procurando condicionar as pessoas de boa vontade, quais vendedores de banha de cobra, já não têm lugar". Os madeirenses e portossanteses, sublinhou na intervenção final várias vezes interrompida por aplausos, "tem direito a níveis de vida que a Europa desenvolvida integra". Neste projecto em que pretende envolver e mobilizar o PS, a Universidade da Madeira, as potencialidades turísticas da região e o capital geográfico e cultural que a caracteriza, têm, na sua opinião, de "potenciar sustentadamente a legítima ascensão a patamares de qualidade de vida que todos justamente reivindicam". Intervindo em representação do secretário-geral do PS, António Guterres, cuja solidariedade transmitiu aos socialistas madeirenses, Fausto Correia defendeu que o PS-Madeira "deve enterrar o passado". E - em sintonia com o novo líder regional, a quem pedir para "arrumar a casa" e, através de uma estratégia clara, "virar o partido para o exterior"- disse que "só interessa o futuro". "Só há uma alternância se houver uma alternativa credível", acentuou aquele membro do secretariado nacional. A partir de ontem, Luisa Mendonça passa a presidir a comissão regional, Alfredo Cravo à comissão de jurisdição e Jaime Leando ao conselho de fiscalização. Com novo presidente foram também eleitos para a direcção do PS-Madeira o líder da JS, Vítor Freitas, e os ex-deputados André Escórcio, Gil França e Jacinto Serrão. A candidatura apresentada por Cardoso recolheu - com o apoio decisivo da JS - mais de 60 por cento dos votos, tendo a respectiva moção, pela qual apenas 30 delegados chegaram ao congresso, registado 137 votos a favor e 47 contra. A moção de Carlos Gouveia, conotado com a direcção cessante, foi rejeitada pela maioria dos congressistas, que se reuniram durante o fim-de-semana sob o lema "unir para crescer, crescer para mudar". OUTROS TÍTULOS EM NACIONAL José António Cardoso assume alternativa a Jardim

Cardoso contrapõe "Madeira do futuro" à "Madeira nova" de Jardim

PERFIL A vez de Cardoso

Cunhalistas com o aparelho partidário na mão

Bloco de Esquerda prefere projecto autárquico do PSD ao do PS

José António Cardoso Assume Alternativa a Jardim

Por TOLENTINO DE NÓBREGA

Segunda-feira, 5 de Fevereiro de 2001 PROFESSOR DE SOCIOLOGIA LIDERA PS-MADEIRA Chegou com escassos 30 delegados e saiu do congresso como líder do PS-Madeira. Com um discurso inovador, José António Cardoso foi entusiasticamente aplaudido por grande maioria Mota Torres saiu sem glória, praticamente ignorado no encerramento do congresso do PS-Madeira, onde José António Cardoso conquistou os votos e os aplausos da expressiva maioria dos delegados supreendidos com a mensagem mobilizadora do novo líder. Cardoso proferiu um discurso ponderado, pedagógico, em termos de convivência democrática, e pragmático, em relação ao futuro do PS como alternativa ao actual poder social-democrata: "Não ganhamos o respeito dos outros cultivando a inimizade por quem pensa diferente ou por quem exerce o poder de modo diferente de como pensamos. Ganhamos o respeito, afirmando claramente a nossa visão com indicações claras das nossas propostas políticas". Num apelo à democracia participativa, o professor de Sociologia - que parece recusar o estatuto de líder transitório - lembrou que vivemos num tempo em que o saber constitui o suporte fundamental de funcionamento das sociedades. No final de um congresso em que as divisões internas se sobrepuseram ao debate de ideias, Cardoso alertou: "Fazer política pelo despique, pelo falar mais alto, com mais palavrões, utilizando a força bruta do poder, é cavar ainda mais o fosso que nos separa do cidadão comum". Em defesa de propostas sustentadas em princípios e no saber, Cardoso considera que este tempo - o das acelaradas mudanças e em que "os cidadãos cada vez mais exigem conhecer para decidir" - exige também mudança no perfil de políticos. "Os velhos políticos de aparelho que se movem em jogos de poder procurando condicionar as pessoas de boa vontade, quais vendedores de banha de cobra, já não têm lugar". Os madeirenses e portossanteses, sublinhou na intervenção final várias vezes interrompida por aplausos, "tem direito a níveis de vida que a Europa desenvolvida integra". Neste projecto em que pretende envolver e mobilizar o PS, a Universidade da Madeira, as potencialidades turísticas da região e o capital geográfico e cultural que a caracteriza, têm, na sua opinião, de "potenciar sustentadamente a legítima ascensão a patamares de qualidade de vida que todos justamente reivindicam". Intervindo em representação do secretário-geral do PS, António Guterres, cuja solidariedade transmitiu aos socialistas madeirenses, Fausto Correia defendeu que o PS-Madeira "deve enterrar o passado". E - em sintonia com o novo líder regional, a quem pedir para "arrumar a casa" e, através de uma estratégia clara, "virar o partido para o exterior"- disse que "só interessa o futuro". "Só há uma alternância se houver uma alternativa credível", acentuou aquele membro do secretariado nacional. A partir de ontem, Luisa Mendonça passa a presidir a comissão regional, Alfredo Cravo à comissão de jurisdição e Jaime Leando ao conselho de fiscalização. Com novo presidente foram também eleitos para a direcção do PS-Madeira o líder da JS, Vítor Freitas, e os ex-deputados André Escórcio, Gil França e Jacinto Serrão. A candidatura apresentada por Cardoso recolheu - com o apoio decisivo da JS - mais de 60 por cento dos votos, tendo a respectiva moção, pela qual apenas 30 delegados chegaram ao congresso, registado 137 votos a favor e 47 contra. A moção de Carlos Gouveia, conotado com a direcção cessante, foi rejeitada pela maioria dos congressistas, que se reuniram durante o fim-de-semana sob o lema "unir para crescer, crescer para mudar". OUTROS TÍTULOS EM NACIONAL José António Cardoso assume alternativa a Jardim

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