"Independência para a Madeira, já"

09-08-2001
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"Independência para a Madeira, Já"

Quarta-feira, 8 de Agosto de 2001

Foi com muita tristeza que li a carta do leitor Francisco Torres de Lisboa (PÚBLICO, 3/8/01) em que se insultava a Madeira. Aceito perfeitamente que o sr. Francisco Torres não simpatize com o dr. Alberto João Jardim, nem com o seu discurso político. É um direito que lhe assiste e que eu respeito.

Não aceito é a afirmação de que o sr. Francisco Torres, através dos impostos, sustenta a Madeira. Seguindo essa linha de raciocínio, eu também sustento o sr. Francisco. Eu pago impostos que depois são desbaratados em empresas como a Carris, o Metro de Lisboa, a CP, a Transtejo, etc., com passivos descomunais e gestões desastrosas. Também contribuí para a construção da CRIL, da CREL e da auto-estrada para Cascais (...) Mas não me sinto espoliado por contribuir para obras em Lisboa. Trata-se do desenvolvimento de uma parcela do meu país. Fique-se porém com a certeza que não me considero devedor do sr. Francisco Torres, nem de qualquer outro continental. O desenvolvimento da Madeira é o desenvolvimento de Portugal. Não aceitar este facto é má vontade e pequenez de espírito.

Quanto ao assunto da independência, sugiro que o sr. Francisco Torres dedique algum tempo a estudar a História do nosso país. Vai de certeza encontrar muitas referências ao patriotismo dos madeirenses, que, desde 1419, afirmam Portugal no Atlântico.

Procure também informação sobre o imposto da farinha a que os filhos desta terra estiveram sujeitos como punição pela nossa revolta de 1931 contra o Estado Novo. Tente perceber como se vivia na Madeira antes de 1974 e da autonomia regional. Talvez assim compreenda algumas atitudes politicamente incorrectas por parte do dr. Alberto João Jardim.

Carlos F. Melim, Funchal

"Independência para a Madeira, Já"

Quarta-feira, 8 de Agosto de 2001

Foi com muita tristeza que li a carta do leitor Francisco Torres de Lisboa (PÚBLICO, 3/8/01) em que se insultava a Madeira. Aceito perfeitamente que o sr. Francisco Torres não simpatize com o dr. Alberto João Jardim, nem com o seu discurso político. É um direito que lhe assiste e que eu respeito.

Não aceito é a afirmação de que o sr. Francisco Torres, através dos impostos, sustenta a Madeira. Seguindo essa linha de raciocínio, eu também sustento o sr. Francisco. Eu pago impostos que depois são desbaratados em empresas como a Carris, o Metro de Lisboa, a CP, a Transtejo, etc., com passivos descomunais e gestões desastrosas. Também contribuí para a construção da CRIL, da CREL e da auto-estrada para Cascais (...) Mas não me sinto espoliado por contribuir para obras em Lisboa. Trata-se do desenvolvimento de uma parcela do meu país. Fique-se porém com a certeza que não me considero devedor do sr. Francisco Torres, nem de qualquer outro continental. O desenvolvimento da Madeira é o desenvolvimento de Portugal. Não aceitar este facto é má vontade e pequenez de espírito.

Quanto ao assunto da independência, sugiro que o sr. Francisco Torres dedique algum tempo a estudar a História do nosso país. Vai de certeza encontrar muitas referências ao patriotismo dos madeirenses, que, desde 1419, afirmam Portugal no Atlântico.

Procure também informação sobre o imposto da farinha a que os filhos desta terra estiveram sujeitos como punição pela nossa revolta de 1931 contra o Estado Novo. Tente perceber como se vivia na Madeira antes de 1974 e da autonomia regional. Talvez assim compreenda algumas atitudes politicamente incorrectas por parte do dr. Alberto João Jardim.

Carlos F. Melim, Funchal

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