JORNAL PUBLICO: Mal-estar nos dois grandes

22-01-2001
marcar artigo

14/09/95

Divergências internas influenciam campanha em Vila Real

Mal-estar nos dois grandes

A campanha não está a correr muito bem ao PS e ao PSD em Vila Real. Discretos nas acções, ambos os partidos estão mergulhados num certo mal-estar.

Se ainda não ocorreram deserções no PS é porque o momento simplesmente o desaconselha. Os sorrisos que os dois primeiros candidatos, Eurico de Figueiredo e António Martinho, respectivamente, e o mandatário da campanha no distrito, Ascenso Simões, trocam entre si nos encontros semanais com os jornalistas parecem ser o único momento de "détente".

Quando foi confrontado com a sua indicação de Ascenso para mandatário, Eurico manifestou o seu profundo desagrado, ao partido e ao próprio. Mais tarde, numa reunião destinada a discutir o programa de campanha no distrito, ficou a saber pelo segundo candidato da lista e presidente da Federação de Vila Real, António Martinho, que a programação das acções era da inteira responsabilidade deste. Desagradado por prescindirem da sua colaboração, o cabeça-de-lista socialista abandonou o encontro.

A pose aristocrática de Eurico é o que mais irrita alguns dirigentes socialistas. Ascenso Simões é um deles e não gostou nada de ouvir um dia Eurico dizer-lhe que jamais chegará a presidente deste município, em virtude de não pertencer a uma família tradicional, como é o seu caso.

Nas hostes do PSD, as coisas não correm melhor. Azevedo Soares, o cabeça-de-lista, continua a passar mais tempo em Lisboa do que em Vila Real. Por outro lado, algumas concelhias ainda não digeriram o modo como o decorreu a elaboração da lista de candidatos a deputados e têm estado de costas voltadas com a Distrital, mantendo-se praticamente alheadas da campanha, já por si discreta. O mesmo se passa com alguns destacados dirigentes, por razões idênticas, como é o caso dos presidentes das Câmaras da Régua e de Valpaços, Álvaro Mota e Francisco Tavares, respectivamente.

Mota, também vice-presidente da Distrital, não gostou da escolha de Azevedo Soares para cabeça-de-lista e nem sequer esteve presente na apresentação pública dos candidatos. Tavares, igualmente ausente, não se conforma que a sua Concelhia, a terceira com mais militantes a nível nacional, não tenha nenhum representante em lugar elegível na lista e tem andado afastado.

Pedro Garcias

14/09/95

Divergências internas influenciam campanha em Vila Real

Mal-estar nos dois grandes

A campanha não está a correr muito bem ao PS e ao PSD em Vila Real. Discretos nas acções, ambos os partidos estão mergulhados num certo mal-estar.

Se ainda não ocorreram deserções no PS é porque o momento simplesmente o desaconselha. Os sorrisos que os dois primeiros candidatos, Eurico de Figueiredo e António Martinho, respectivamente, e o mandatário da campanha no distrito, Ascenso Simões, trocam entre si nos encontros semanais com os jornalistas parecem ser o único momento de "détente".

Quando foi confrontado com a sua indicação de Ascenso para mandatário, Eurico manifestou o seu profundo desagrado, ao partido e ao próprio. Mais tarde, numa reunião destinada a discutir o programa de campanha no distrito, ficou a saber pelo segundo candidato da lista e presidente da Federação de Vila Real, António Martinho, que a programação das acções era da inteira responsabilidade deste. Desagradado por prescindirem da sua colaboração, o cabeça-de-lista socialista abandonou o encontro.

A pose aristocrática de Eurico é o que mais irrita alguns dirigentes socialistas. Ascenso Simões é um deles e não gostou nada de ouvir um dia Eurico dizer-lhe que jamais chegará a presidente deste município, em virtude de não pertencer a uma família tradicional, como é o seu caso.

Nas hostes do PSD, as coisas não correm melhor. Azevedo Soares, o cabeça-de-lista, continua a passar mais tempo em Lisboa do que em Vila Real. Por outro lado, algumas concelhias ainda não digeriram o modo como o decorreu a elaboração da lista de candidatos a deputados e têm estado de costas voltadas com a Distrital, mantendo-se praticamente alheadas da campanha, já por si discreta. O mesmo se passa com alguns destacados dirigentes, por razões idênticas, como é o caso dos presidentes das Câmaras da Régua e de Valpaços, Álvaro Mota e Francisco Tavares, respectivamente.

Mota, também vice-presidente da Distrital, não gostou da escolha de Azevedo Soares para cabeça-de-lista e nem sequer esteve presente na apresentação pública dos candidatos. Tavares, igualmente ausente, não se conforma que a sua Concelhia, a terceira com mais militantes a nível nacional, não tenha nenhum representante em lugar elegível na lista e tem andado afastado.

Pedro Garcias

marcar artigo