Museu do Chiado leva modernismo a Castelo Branco

28-06-2001
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Museu do Chiado Leva Modernismo a Castelo Branco

Por NÉLSON MINGACHO

Domingo, 20 de Maio de 2001

Objectivo é fazer a revisão do século XX

Uma pareceria entre o Museu do Chiado e o Museu Proença Júnior trouxe a Castelo Branco uma exposição que se propõe rever a arte portuguesa do século XX

O segundo ciclo da exposição "Modernismo e Vanguarda nas Colecções do Museu do Chiado" foi inaugurado esta semana no Museu de Francisco Tavares de Proença Júnior, em Castelo Branco. Trata-se de um ciclo de revisão da arte portuguesa do Século XX que pretende manter no museu albicastrense uma presença continuada da arte moderna contemporânea.

"Desenho e Modernismo nas Colecções do Museu do Chiado" é o título da exposição que mostra ao público obras de Almada Negreiros, António Pedro, Bernardo Marques, Cristiano Cruz e Mário Eloy. Um dos objectivos fundamentais é manter numa região periférica como Castelo Branco "a visibilidade da arte contemporânea nacional" - explica a directora do museu de Tavares Proença, Ana Margarida Ferreira.

O ciclo mostra obras históricas do modernismo português, do período 1900-1940, que integram as colecções do Museu do Chiado, a par da exposição própria de arte contemporânea do museu, onde se destacam obras como as do pintor Noronha da Costa.

"No início do Verão do ano passado resolvemos começar um ciclo de exposições temporárias de revisão do Século XX", diz a directora do museu. A ideia surgiu da possibilidade de se estabelecer uma parceria entre os dois museus. A primeira exposição realizada no museu albicastrense em colaboração com o Museu do Chiado foi a do pintor Marcelino Vespeira, no Outono passado.

Ana Margarida Ferreira considera importante a revisão do século passado no sentido de "preparar públicos para acolherem a contemporaneidade exploratória de novos caminhos", visto que as pessoas não estão muitas vezes preparadas para perceber a diversidade das experiências artísticas actuais. O ciclo deverá durar três anos e é comissariado por David Santos, crítico de arte moderna e contemporânea e docente do IADE.

A exposição é complementada por três conferências destinadas a aprofundar o conhecimento das correntes artísticas, das motivações e dos contextos económicos e sociais da época. "O objectivo é captar públicos e também dar chaves de leitura artística", explica a directora do museu. Para os mais novos, o serviço educativo da instituição organiza actividades exploratórias da exposição, desde 'ateliers' de expressão plástica a sessões de projecção de diapositivos com obras de autores representados.

"O museu pode ter uma vocação regional muito útil se se constituir como referência para as políticas museológicas e patrimoniais e se articular com outros museus de reconhecida boa prática". Ana Margarida Ferreira não defende, porém, que um museu deve ser um espelho da região. "Não temos assim tanta diversidade cultural entre regiões. Temos de fazer articulações entre museus com vocações específicas". Para além da arqueologia, o museu de Tavares Proença está vocacionado para o linho e a seda. O seu expoente máximo são as colchas bordadas de Castelo Branco.

Museu do Chiado Leva Modernismo a Castelo Branco

Por NÉLSON MINGACHO

Domingo, 20 de Maio de 2001

Objectivo é fazer a revisão do século XX

Uma pareceria entre o Museu do Chiado e o Museu Proença Júnior trouxe a Castelo Branco uma exposição que se propõe rever a arte portuguesa do século XX

O segundo ciclo da exposição "Modernismo e Vanguarda nas Colecções do Museu do Chiado" foi inaugurado esta semana no Museu de Francisco Tavares de Proença Júnior, em Castelo Branco. Trata-se de um ciclo de revisão da arte portuguesa do Século XX que pretende manter no museu albicastrense uma presença continuada da arte moderna contemporânea.

"Desenho e Modernismo nas Colecções do Museu do Chiado" é o título da exposição que mostra ao público obras de Almada Negreiros, António Pedro, Bernardo Marques, Cristiano Cruz e Mário Eloy. Um dos objectivos fundamentais é manter numa região periférica como Castelo Branco "a visibilidade da arte contemporânea nacional" - explica a directora do museu de Tavares Proença, Ana Margarida Ferreira.

O ciclo mostra obras históricas do modernismo português, do período 1900-1940, que integram as colecções do Museu do Chiado, a par da exposição própria de arte contemporânea do museu, onde se destacam obras como as do pintor Noronha da Costa.

"No início do Verão do ano passado resolvemos começar um ciclo de exposições temporárias de revisão do Século XX", diz a directora do museu. A ideia surgiu da possibilidade de se estabelecer uma parceria entre os dois museus. A primeira exposição realizada no museu albicastrense em colaboração com o Museu do Chiado foi a do pintor Marcelino Vespeira, no Outono passado.

Ana Margarida Ferreira considera importante a revisão do século passado no sentido de "preparar públicos para acolherem a contemporaneidade exploratória de novos caminhos", visto que as pessoas não estão muitas vezes preparadas para perceber a diversidade das experiências artísticas actuais. O ciclo deverá durar três anos e é comissariado por David Santos, crítico de arte moderna e contemporânea e docente do IADE.

A exposição é complementada por três conferências destinadas a aprofundar o conhecimento das correntes artísticas, das motivações e dos contextos económicos e sociais da época. "O objectivo é captar públicos e também dar chaves de leitura artística", explica a directora do museu. Para os mais novos, o serviço educativo da instituição organiza actividades exploratórias da exposição, desde 'ateliers' de expressão plástica a sessões de projecção de diapositivos com obras de autores representados.

"O museu pode ter uma vocação regional muito útil se se constituir como referência para as políticas museológicas e patrimoniais e se articular com outros museus de reconhecida boa prática". Ana Margarida Ferreira não defende, porém, que um museu deve ser um espelho da região. "Não temos assim tanta diversidade cultural entre regiões. Temos de fazer articulações entre museus com vocações específicas". Para além da arqueologia, o museu de Tavares Proença está vocacionado para o linho e a seda. O seu expoente máximo são as colchas bordadas de Castelo Branco.

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