JORNAL PUBLICO: Guerra à violência

22-01-2001
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07/09/95

PSR responsabiliza PP após incidente da Luz

Guerra à violência

Na madrugada de ontem, um grupo de militantes do PSR foi agredido junto ao Estádio da Luz. Francisco Louçã, presidente do partido, reagiu, ao início da tarde, no local do incidente e prometeu "guerra aberta" à violência. A polícia, Manuel Monteiro e Paulo Portas também não foram poupados. Os dirigentes do PP foram mesmo acusados de incitarem à violência "com as suas declarações xenófobas e alarves".

Passava pouco da uma da manhã de ontem, quando um Opel Corsa vermelho parou junto a um grupo de cinco militantes do PSR que faziam pichagens no muro do troço que liga a Rotunda Cosme Damião à Segunda Circular, junto ao Estádio do Benfica. Contam os elementos do PSR que tudo "começou com agressões verbais" que, de um momento para o outro, "passaram a físicas". Os agressores, quatro ou cinco (não há certeza), serviram-se de "um spray paralisante" e, depois, "foi pontapés atrás de pontapés". Resultado: algumas escoriações e um militante com um braço partido

César Madureira, uma das vítimas, diz que as agressões tiveram "razões clubísticas e políticas". "Eles pararam primeiro junto a mim e disseram-me: "Sai já daqui meu filho da puta que este muro é nosso, é do Benfica." "Tens azar que eu também sou do Benfica", respondi eu. Depois seguiram e voltaram a parar mais acima, onde os estavam os outros militantes e foi aí que começaram as agressões."

Francisco Louçã, por sua vez, afirma "ter quase a certeza" que as razões "foram políticas" e que acção foi praticada por "um piquete de extrema-direita". Ao início da tarde de ontem, o presidente do PSR deu uma conferência de imprensa junto ao local do incidente, em que garantiu que "a direita oculta voltou ao de cima" e que "Manuel Monteiro com as suas declarações xenófobas e alarves" é responsável "pelo crescendo da violência".

"Acuso directamente Manuel Monteiro e Paulo Portas de criarem um cultura xenófoba de onde estão a sair muitos lacraus", afirmou Louçã, referindo ainda que o PP passou das "falas mansas de Freitas do Amaral", para uma "forma de agressão verbal de extrema-direita".

E a partir de agora, garante o Louçã, o partido vai "responder olho por olho e dente por dente" a qualquer ataque que seja feito a militantes do seu partido. "Declaro guerra aberta à violência."

"Declaração de guerra" que nega ser um apelo à violência por parte dos militantes do PSR, mas sim uma forma de alerta: "Não podemos ficar fechado e amedrontados."

A polícia, a quem o Partido Socialista Revolucionário apresentou queixa do incidente, também não foi poupada. Francisco Louçã acusou a PSP de ter uma "atitude complacente" e de ser uma das mais "ignorante do mundo". No entanto, acha que "a PSP vai ser obrigada a agir", no caso das agressões de ontem, pois também foi apresentada uma queixa junto da Procuradoria-Geral da República.

Entretanto, também ontem, o dirigente socialista revolucionário fez a divulgação do primeiro manifesto do seu partido à população de Lisboa, intitulado "A nova minoria é tua!" "Escolhemos o dia do debate [entre Fernando Nogueira e António Guterres] justamente pelo tema do manifesto, que é o acesso à cidadania", disse Louçã à agência Lusa.

O presidente do PSR traçou também os objectivos do partido nas eleições, que passam por chegar ao Parlamento e tornar-se "o quinto partido nacional".

Luciano Alvarez

07/09/95

PSR responsabiliza PP após incidente da Luz

Guerra à violência

Na madrugada de ontem, um grupo de militantes do PSR foi agredido junto ao Estádio da Luz. Francisco Louçã, presidente do partido, reagiu, ao início da tarde, no local do incidente e prometeu "guerra aberta" à violência. A polícia, Manuel Monteiro e Paulo Portas também não foram poupados. Os dirigentes do PP foram mesmo acusados de incitarem à violência "com as suas declarações xenófobas e alarves".

Passava pouco da uma da manhã de ontem, quando um Opel Corsa vermelho parou junto a um grupo de cinco militantes do PSR que faziam pichagens no muro do troço que liga a Rotunda Cosme Damião à Segunda Circular, junto ao Estádio do Benfica. Contam os elementos do PSR que tudo "começou com agressões verbais" que, de um momento para o outro, "passaram a físicas". Os agressores, quatro ou cinco (não há certeza), serviram-se de "um spray paralisante" e, depois, "foi pontapés atrás de pontapés". Resultado: algumas escoriações e um militante com um braço partido

César Madureira, uma das vítimas, diz que as agressões tiveram "razões clubísticas e políticas". "Eles pararam primeiro junto a mim e disseram-me: "Sai já daqui meu filho da puta que este muro é nosso, é do Benfica." "Tens azar que eu também sou do Benfica", respondi eu. Depois seguiram e voltaram a parar mais acima, onde os estavam os outros militantes e foi aí que começaram as agressões."

Francisco Louçã, por sua vez, afirma "ter quase a certeza" que as razões "foram políticas" e que acção foi praticada por "um piquete de extrema-direita". Ao início da tarde de ontem, o presidente do PSR deu uma conferência de imprensa junto ao local do incidente, em que garantiu que "a direita oculta voltou ao de cima" e que "Manuel Monteiro com as suas declarações xenófobas e alarves" é responsável "pelo crescendo da violência".

"Acuso directamente Manuel Monteiro e Paulo Portas de criarem um cultura xenófoba de onde estão a sair muitos lacraus", afirmou Louçã, referindo ainda que o PP passou das "falas mansas de Freitas do Amaral", para uma "forma de agressão verbal de extrema-direita".

E a partir de agora, garante o Louçã, o partido vai "responder olho por olho e dente por dente" a qualquer ataque que seja feito a militantes do seu partido. "Declaro guerra aberta à violência."

"Declaração de guerra" que nega ser um apelo à violência por parte dos militantes do PSR, mas sim uma forma de alerta: "Não podemos ficar fechado e amedrontados."

A polícia, a quem o Partido Socialista Revolucionário apresentou queixa do incidente, também não foi poupada. Francisco Louçã acusou a PSP de ter uma "atitude complacente" e de ser uma das mais "ignorante do mundo". No entanto, acha que "a PSP vai ser obrigada a agir", no caso das agressões de ontem, pois também foi apresentada uma queixa junto da Procuradoria-Geral da República.

Entretanto, também ontem, o dirigente socialista revolucionário fez a divulgação do primeiro manifesto do seu partido à população de Lisboa, intitulado "A nova minoria é tua!" "Escolhemos o dia do debate [entre Fernando Nogueira e António Guterres] justamente pelo tema do manifesto, que é o acesso à cidadania", disse Louçã à agência Lusa.

O presidente do PSR traçou também os objectivos do partido nas eleições, que passam por chegar ao Parlamento e tornar-se "o quinto partido nacional".

Luciano Alvarez

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