EXPRESSO: País

01-03-2002
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29/12/2001

Municípios mudam prioridades Edição Norte - No dia 16 de Dezembro muitas das maiores Câmaras do país trocaram de mãos. O EXPRESSO faz um levantamento do que vai ser diferente, para melhor, em alguns concelhos. Se o prometido for cumprido, claro... Cascais Betão leva aban(ã)o Luiz Carvalho Cascais, praia do Abano: António Capucho não deixará construir «nem mais um milímetro» do que os 27 hectares permitidos pelo PDM. Judas aprovara 120 hectares AS GRANDES construções sonhadas para a Quinta dos Ingleses, em Carcavelos, e o Abano, na zona do Guincho, vão ser apagadas do mapa desenhado por José Luís Judas, que durante oito anos governou o concelho de Cascais. AS GRANDES construções sonhadas para a Quinta dos Ingleses, em Carcavelos, e o Abano, na zona do Guincho, vão ser apagadas do mapa desenhado por José Luís Judas, que durante oito anos governou o concelho de Cascais. António Capucho, o social-democrata que ganhou as autárquicas, vai suspender o PDM. O projecto de remodelação das estações da Refer e a Cidade do Cinema vão ser reanalisados. Para o Abano, Judas aprovara a construção em 120 hectares, embora o PDM autorizasse apenas empreendimentos implantados em 27 hectares. Nas várias entrevistas dadas antes das eleições de 16, Capucho disse que não autorizaria «nem mais um milímetro» para além dos 27 hectares. Em Carcavelos, onde a contestação popular chegou ao rubro perante as toneladas de betão aprovadas para a Quinta dos Ingleses - 1500 fogos -, Capucho quer um novo plano de pormenor «muito mais moderado». Menos fogos e mais espaços verdes e uma ligação pedonal entre a praia e a estação de Carcavelos. O projecto de modernização das estações de comboios entre Carcavelos e o Estoril poderá ser todo remodelado. Se as alterações desejadas pela Refer passarem pelo «negócio imobiliário, com a construção de mais centros comerciais», a nova equipa irá chumbá-lo. A ligação por linha «mono rail» de S. Domingos de Rana a Paço de Arcos, no concelho vizinho de Oeiras, é outra. Mas o «mono rail» está também previsto entre Cascais e Alcabideche. Na área das comunicações, Capucho quer entender-se com Isaltino para que a terceira faixa da congestionada A5, entre as portagens de Carcavelos e Lisboa, seja utilizada apenas por transportes públicos e viaturas particulares que transportem pelo menos duas pessoas. O programa PER, que está 50% executado, vai continuar e Capucho promete terminar com as barracas nos quatro anos que tem de mandato. Lisboa Marquês ao fundo do túnel António Pedro Ferreira Lisboa, Marquês de Pombal: Pedro Santana Lopes prometeu um túnel que ligará as Amoreiras à rotunda. Ainda na área do trânsito, haverá um parque de estacionamento acima do solo por cada quarteirão de bairro PEDRO Santana Lopes já deu instruções aos seus colaboradores para iniciarem os processos relativos a cinco das prioridades do seu mandato. Uma delas é a construção do túnel que ligará as Amoreiras ao Marquês de Pombal, cujo anúncio, durante a campanha, causou alguma incredulidade aos lisboetas. PEDRO Santana Lopes já deu instruções aos seus colaboradores para iniciarem os processos relativos a cinco das prioridades do seu mandato. Uma delas é a construção do túnel que ligará as Amoreiras ao Marquês de Pombal, cujo anúncio, durante a campanha, causou alguma incredulidade aos lisboetas. Santana pediu também um encontro com os proprietários do Parque Mayer, cuja revitalização é também «prioritária», e sobre a qual o novo presidente da Câmara vai fazer uma consulta pública. Segundo um porta-voz do novo presidente social-democrata da Câmara de Lisboa, as outras três prioridades do autarca são a criação de um fundo de investimento imobiliário para recuperar as zonas históricas; uma auditoria externa aos serviços da Câmara e a constituição de equipas de apoio social nos bairros «problemáticos». Na área do trânsito, Santana promete, entre outros, um «parque de estacionamento acima do solo, por cada quarteirão de bairro», o «aumento das ruas pedonais» e «a recuperação do carro eléctrico nos bairros históricos», conjuntamente com a «instalação de eléctricos rápidos nos principais eixos não servidos pelo metro, como nas estradas de Benfica e da Luz». Para a segurança, Santana compromete-se a «triplicar o número de efectivos da Polícia Municipal e colocá-los nas ruas», nomeadamente «à porta das escolas e à saída dos locais de diversão nocturna». No programa de campanha destaca-se também a «retirada de parte significativa dos ministérios do Terreiro do Paço». Santana Lopes promete ainda o regresso do «Rock Rendez-Vous», novas ciclovias em zonas planas da cidade e uma pousada numa das zonas históricas da cidade. Porto Torres fora do Parque Sérgio Granadeiro Rui Rio manifestou-se contra o projecto habitacional para lotes adjacentes ao Parque da Cidade. Mas, sem construção, a imobiliária terá de ser ressarcida por terrenos que comprou por seis milhões de contos AO CONQUISTAR a cidade do Porto, a coligação PSD-PP, liderada por Rui Rio, herda o polémico «dossier» da construção de torres junto ao Parque da Cidade, envolvendo permuta de terrenos entre a imobiliária Imoloc e a Câmara. Rio garante que durante o seu mandato todos os projectos de construção no perímetro do pulmão marítimo ficam suspensos. A decisão política foi confirmada depois da vitória: será imposta uma moratória de quatro anos à construção, para permitir reavaliar o processo. AO CONQUISTAR a cidade do Porto, a coligação PSD-PP, liderada por Rui Rio, herda o polémico «dossier» da construção de torres junto ao Parque da Cidade, envolvendo permuta de terrenos entre a imobiliária Imoloc e a Câmara. Rio garante que durante o seu mandato todos os projectos de construção no perímetro do pulmão marítimo ficam suspensos. A decisão política foi confirmada depois da vitória: será imposta uma moratória de quatro anos à construção, para permitir reavaliar o processo. Um dos pontos mais mediatizadas durante a campanha da coligação «Pelo Porto, sempre» foi a promessa de acabar com os arrumadores de carros na cidade no prazo de um ano. Contra a droga, vão ser formadas equipas de voluntários universitários para percorrer as escolas da cidade. No trânsito, a equipa de Rio garante algumas mudanças, como o alargamento dos corredores «bus» às artérias por onde passem mais de 20 autocarros por hora e o fim da circulação dos pesados de mercadorias durante o dia. Os velocípedes ganham uma ciclovia de 12 quilómetros ao longo de toda a marginal, do Freixo ao Parque da Cidade. Na habitação para os mais jovens, há isenção de taxas municipais na reconstrução de casas ou edificação de novas habitações. Sintra Água barata e Volta do Duche Alberto Frias Sintra, Volta do Duche: Fernando Seara é contrário ao parque de estacionamento NOS próximos quatro anos, o social-democrata Fernando Seara quer uma «câmara de confiança com gente de confiança» para reduzir 20% o preço da água, criar um cartão cultural familiar, destacar um gestor para cada processo na autarquia e aumentar o número de camas nas unidades hoteleiras. A este plano, juntam-se a construção de uma piscina por freguesia, o alargamento do horário de atendimento nos centros de saúde e a marcação de consultas pelo telefone e Internet, entre outros. NOS próximos quatro anos, o social-democrata Fernando Seara quer umapara reduzir 20% o preço da água, criar um cartão cultural familiar, destacar um gestor para cada processo na autarquia e aumentar o número de camas nas unidades hoteleiras. A este plano, juntam-se a construção de uma piscina por freguesia, o alargamento do horário de atendimento nos centros de saúde e a marcação de consultas pelo telefone e Internet, entre outros. Mas, o novo autarca de Sintra vai ainda retomar antigas promessas de Edite Estrela. São disso exemplo novas infra-estruturas escolares e desportivas, a construção do hospital de Sintra, dos IC16/IC30 e das circulares Nascente e Ponte ao Cacém, novos acessos ao IC19 e à CREL e mais vias de penetração nas zonas urbanas do concelho. Contudo, Seara é contra a construção do polémico parque de estacionamento na Volta do Duche, proposto por Estrela. O novo edil prefere deixar a decisão para o discurso da tomada de posse, mas adianta que «a posição da coligação PSD/CDS-PP é contrária ao projecto concebido. A requalificação da Volta do Duche implica uma reavaliação total». Coimbra Queima fora de Souselas EM COIMBRA, Carlos Encarnação, eleito pela coligação PSD-PP-PPM, quer «acabar com o processo de co-incineração», que se encontra previsto para a freguesia de Souselas. O novo edil - que fará a primeira reunião da Câmara em Souselas - defende que o processo da co-incineração está «viciado», alegando não ter havido consulta à Câmara de Coimbra sobre o processo, como se prevê na legislação. Encarnação garante ainda que, «se o PSD sair vitorioso das próximas eleições legislativas, haverá um compromisso do partido e do seu líder, Durão Barroso, para a revogação da legislação sobre a co-incineração». Setúbal Travão à co-incineração O NOVO presidente comunista da Câmara Municipal de Setúbal, Carlos de Sousa, vai desenvolver, «com urgência, todas as diligências jurídicas e políticas possíveis para impedir que a queima de resíduos se instale em pleno Parque Natural da Arrábida». Além da co-incineração, Carlos de Sousa afirma, também, que vai varrer da capital do distrito «problemas graves» como os da higiene e limpeza. Assim, estabeleceu como prioridade a adopção de um Plano Integrado para a Gestão do Sistema de Resíduos Sólidos Urbanos. Vai ainda melhorar o sistema de recolha de lixo, varredura e lavagem das ruas. Outra prioridade será a reabilitação dos bairros sociais camarários, a começar pela melhoria da iluminação e limpeza pública, criação de pólos desportivos e espaços de lazer para as crianças. O novo autarca vai criar sete parques de estacionamento no perímetro urbano. Irá, também, deslocar a estação rodoviária para a periferia da cidade. No espaço deixado vago no centro, pretende construir um parque de estacionamento e uma zona ajardinada. Nos próximos quatro anos, Carlos de Sousa assegura que vai concluir a via rápida Brancanes-Cascalheira, além de concretizar a via rápida de ligação à A12 até ao Alto da Guerra, e concluir a via rápida de ligação à Mitrena e Porto de Setúbal. Pretende, ainda, eliminar cinco passagens de nível. Retirar o tráfego pesado da baixa da cidade de Setúbal e aprovar regulamento para cargas e descargas, assim como criar corredores «bus» e ciclovias, são outros dos projectos. Évora Rossio vai a referendo EM ÉVORA, José Ernesto Oliveira vai anular o projecto de criação de uma nova centralidade citadina para o Rossio de S. Braz. Aí pretendia o executivo liderado por Abílio Fernandes instalar a nova Biblioteca, o Arquivo Distrital, um auditório municipal, uma estrutura comercial e uma zona residencial. Apesar de o projecto ter a chancela de Siza Vieira, os socialistas vão submeter o velho terreiro medieval a um referendo local. Ernesto Oliveira promete construir uma nova Estação de Tratamento de Águas Residuis na barragem de Monte Novo, 400 habitações sociais, plantar 1000 árvores por ano e recuperar o Jardim Público, assim como dotar os transportes citadinos de uma rede de «minibus» não poluentes, silenciosos e de piso rebaixado e em circuito contínuo. A criação de parques de estacionamento de qualidade junto às muralhas, o reordenamento do trânsito e a crescente pedonalização do Centro Histórico foram outras das promessas do Executivo socialista. No domínio dos equipamentos, o novo presidente promete um novo parque de piscinas, um estádio e um complexo desportivo (multiusos) municipais, e a criação de um centro de promoção de moda e «design». Faro Afastar carros do centro NA CAPITAL algarvia, a equipa de José Vitorino quer criar 4000 lugares de estacionamento na cidade e encontrar de imediato uma solução provisória para aliviar o congestionamento da baixa. No capítulo social, pretende demolir as habitações degradadas do Bairro da Horta da Areia e criar habitação para realojar os moradores. Na educação, a prioridade é abrir 1500 lugares em creches públicas. Quanto ao ambiente, a promessa é de rever a construção de uma unidade hoteleira de luxo no Pontal, um pinhal situado junto ao aeroporto e ao Parque Natural da Ria Formosa que a gestão social-democrata garantiu que vai preservar como pulmão verde da cidade. Também os espaços verdes e a questão da recolha de lixos foram apresentados como prioritários. Mas o «dossier» polémico da capital algarvia é a conclusão de todos os equipamentos do Parque das Cidades. A pretexto da construção de um estádio de futebol para o Euro 2004, partilhado com o município de Loulé, surgiu um projecto mais vasto, onde ao estádio se alia um complexo desportivo, uma unidade de saúde, um pavilhão de congresso e um jardim botânico. A vertente habitacional e comercial ficou arredada por imposições ambientais. O problema surge com a exigência da UEFA de não haver obras no local durante o campeonato. E como até agora só há financiamento garantido para o estádio, prevê-se uma batalha renhida, tanto na definição dos equipamentos a construir como nos financiamentos e no calendário das obras. Loures Combate à criminalidade O NOVO presidente da Câmara Municipal de Loures, Carlos Teixeira (PS), vai «atacar» as questões da segurança e prevenção da criminalidade, apontando para «já» a criação da Polícia Municipal, reforço da iluminação pública em todo o concelho e criação de «condições de vida mais dignas» para as camadas mais desfavorecidas da população, especialmente os mais jovens. É também prioridade a erradicação das barracas no âmbito do Plano Especial de Realojamento. Este engenheiro de profissão, que vai ocupar a Presidência da Câmara de Loures após 26 anos de gestão camarária comunista, sucedendo a Carlos Adão Barata (CDU), avançará também com a construção de refeitórios em todas as escolas do ensino básico do concelho. Teixeira vai igualmente lançar o Concurso Público para a construção de sete pavilhões desportivos, já protocolados com a Direcção Regional Escolar de Lisboa (DREL). No sector do trânsito e infra-estruturas viárias, a prioridade vai para as ligações à 2ª circular no Prior Velho e Sacavém e introdução de dois sentidos na EM504 na Bobadela. Teixeira assegura ainda que não deixará a Câmara de Loures sem antes ter criado uma creche e um jardim de infância para os filhos dos trabalhadores municipais. Barreiro «Expo» na margem sul A VITÓRIA socialista no Barreiro foi, provavelmente, uma das mais dolorosas derrotas dos comunistas, que dirigiam o concelho desde o 25 de Abril de 1974. Emídio Xavier, o novo presidente, que sucede a Pedro Canário, promete ser mais célere na resolução dos problemas do concelho. As prioridades que constam no seu programa são: criar uma Circular Interna, para melhorar o trânsito, criar uma Empresa de Desenvolvimento do Barreiro, um novo projecto para a Quimiparque - uma zona industrial decadente com 60 hectares junto ao rio -, cuja reconversão os comunistas tinham iniciado e que ficou conhecida pela «Expo» da margem sul. Loulé Mais unidades de saúde SERUCA Emídio, que ganhou Loulé, defende primordialmente «a construção de um hospital público de valências diferenciadas». E um pavilhão multiusos também está no topo da lista, face à vasta e qualificada oferta hoteleira do concelho, que tem pressionado a construção deste equipamento. Como médico, o social-democrata Seruca Emídio tem «particular sensibilidade para os problemas da saúde». Por isso, vai criar unidades móveis de saúde, em especial nas freguesias rurais do concelho, seguindo o exemplo do seu correligionário de Alcoutim, Francisco Amaral, que tem já há vários anos este serviço a funcionar. A recuperação do Hospital velho de Loulé, como unidade de retaguarda, em exploração feita de parceria com a Misericórdia, privados e o Estado é outra das promessas. Alcochete Mudar os transportes FORAM as primeiras eleições autárquicas depois da construção da Ponte Vasco da Gama. Alcochete fica a escassos 15 minutos da margem norte e essa nova centralidade alterou irremediavelmente o ritmo, até aí brando e tranquilo, de desenvolvimento da vila. E foi essa precisamente a grande aposta do novo presidente socialista, José Dias Inocêncio. «É preciso mudar!» foi o lema de campanha, cuja orientação foi focalizada em convencer a população que o comunista Miguel Boieiro, há quatro mandatos a liderar a autarquia, não tinha capacidade para os novos desafios que chegavam à terra. As promessas de Inocêncio foram espalhadas em cartazes em vários sítios do concelho. «A partir de Janeiro de 2002», Inocêncio garante «a conclusão da variante», a «nova escola secundária» e até «arranjar todas as estradas municipais». No seu programa de acção consta ainda a revitalização da zona ribeirinha (já iniciada por Boieiro), criar um Gabinete de Coordenação do Centro Histórico para intervir na recuperação desta zona, recuperar a ETAR e até restabelecer a carreira fluvial Alcochete-Lisboa-Alcochete. Albufeira Nova imagem no Verão EM ALBUFEIRA, liderada agora pelo social-democrata Desidério Alves, avançará antes do Verão uma nova sinalética urbana e turística da cidade. Paralelamente, Desidério Silva pretende retirar do concelho toda a publicidade desordenada. Também a limpeza das praias e a facilitação das acessibilidades das praias da cidade e da Oura foram promessas concretizadas. Para o ano de 2002, ficou apalavrada a criação de dois Gabinetes de Apoio, à Família e à Juventude, a funcionar junto dos serviços autárquicos. O desenvolvimento do programa Polis, com um orçamento de 11 milhões de contos é, no entanto, uma das prioridades do novo presidente. Chaves Fazer render a água EM CHAVES, a mudança promete relançar a «guerra da água». O social-democrata João Baptista, que enquanto vereador tinha votado contra a entrada do seu município na Empresa de Águas de Trás-os-Montes, quer, agora, rever o «dossier» e reverter o processo. O autarca defende que os flavienses têm na água a sua «maior riqueza para o futuro e não podem desbaratá-la». A melhor solução, diz, é criar um sistema multimunicipal de abastecimento de água e saneamento com as Câmaras do Alto Tâmega. A nova gestão promete dotar a cidade com um conjunto de infra-estruturas voltadas para a revitalização desportiva e industrial. Uma das prioridades é a construção de um matadouro, já com financiamento garantido por particulares, seguida de um pavilhão multiusos. Todas as escolas do concelho terão um pavilhão gimnodesportivo. Portalegre Ajustamentos em curso EM PORTALEGRE o social-democrata José Mata Cáceres, irmão do autarca socialista deposto em Setúbal, vai reajustar algumas obras em curso: o Parque de Estacionamento de S. Pedro, o Centro de Artes e Espectáculos, o Pavilhão Multiusos e o Centro Comunitário dos Assentos. O novo edil promete ainda proceder a alterações ao consagrado no contrato assinado com o Estado no âmbito do Programa Polis e renegociar os respectivos projectos. Cáceres vai proceder ao arranjo urbanístico da Zona Industrial e implantar aí as Oficinas Municipais, retomar o projecto de prolongamento da Avenida Frei Amador Arrais, obra vital para o desbloqueamento da circulação rodoviária citadina, e implantar, com carácter de urgência, parques de estacionamento subterrâneos ou de superfície na zona histórica da cidade. Caminha Obras no Portinho EM CAMINHA, Júlia Paula Oliveira, a única mulher-presidente no Alto Minho, vai herdar «dossiers» difíceis de gerir: a guerra encetada por Vila Praia de Âncora que aspira a ser concelho, o assoreamento do rio Minho e uma rede incompleta de infra-estruturas básicas. Cercada por municípios como Cerveira e Melgaço que deram o «salto» e se «modernizaram», Caminha clama por «coisas essenciais». Júlia Oliveira elege a situação do rio internacional como o seu «fardo mais pesado». A autarca quer concretizar a obra do portinho de Âncora mantendo a imagem de um «concelho piscatório» sem esquecer a necessária «industrialização», com a criação de um parque industrial assim que se conheça o traçado do IC1. Famalicão Retirar tráfego ao centro O futuro Parque de Famalicão vai ter alguns edifícios para evitar a desertificação À SEMELHANÇA do Porto, o Parque da Cidade é, em Famalicão, uma das heranças pesadas. Armindo Costa já reuniu argumentos a favor de uma solução consensual, sem rupturas, com alguma construção e uma zona de lazer capazes de garantir a animação da área verde. À SEMELHANÇA do Porto, o Parque da Cidade é, em Famalicão, uma das heranças pesadas. Armindo Costa já reuniu argumentos a favor de uma solução consensual, sem rupturas, com alguma construção e uma zona de lazer capazes de garantir a animação da área verde. O PDM é claro ao considerar como zona verde urbana 30 hectares a nascente da cidade, mas a sombra da especulação imobiliária instalou-se depois de um empreiteiro conseguir comprar mais de metade desta área. Mas a nova gestão não vê grandes problemas em conciliar interesses. Numa cidade que fica no cruzamento de vias de grandes eixos viários, retirar tráfego do centro é uma das apostas da equipa do candidato-eleito. Uma das prioridades é fazer o estudo de impacte ambiental para o traçado da variante a nascente da EN14, que já foi contemplado por verbas do PIDDAC, em 1995. No estacionamento, será construído um parque subterrâneo de 500 lugares sob o Parque Dona Maria II, onde vai nascer uma zona de lazer, e está prevista uma diferenciação de preços de forma a penalizar com tarifas mais elevadas os lugares no centro de Famalicão. A nova equipa pretende, também, desenterrar o rio Pelhe e deixá-lo retomar o seu curso natural no centro da cidade. S. João da Madeira Circular externa Despoluir o rio Ul é uma prioridade de Castro Almeida em S. João da Madeira, um município que tem vivido de duodécimos ELEITO para dirigir a Câmara de S. João da Madeira que viveu de duodécimos nos últimos anos, o social-democrata Castro Almeida faz da aprovação do próximo Plano e Orçamento uma das prioridades do seu mandato. «Procurar consensos amplos» e pôr fim às obras sem o aval do Tribunal de Contas, eis a sua aposta depois de Manuel Cambra não ter conseguido aprovar os três últimos orçamentos. ELEITO para dirigir a Câmara de S. João da Madeira que viveu de duodécimos nos últimos anos, o social-democrata Castro Almeida faz da aprovação do próximo Plano e Orçamento uma das prioridades do seu mandato.e pôr fim às obras sem o aval do Tribunal de Contas, eis a sua aposta depois de Manuel Cambra não ter conseguido aprovar os três últimos orçamentos. Chegar a acordo com os concelhos vizinhos, também de maioria laranja, para garantir as expropriações necessárias à construção da circular externa — obra fundamental à gestão do trânsito numa cidade que tem uma população flutuante de 60 mil pessoas — é outra prioridade. Mas as 150 rotundas dos 8km2 do mais pequeno concelho da Europa vão continuar a fazer os automobilistas conduzir em círculos. A mudança política promete despoluir o rio Ul e a transformação do projecto de construção de um estádio junto à zona desportiva num conjunto de campos de treino para as 10 equipas da cidade.

Textos de ANTÓNIO HENRIQUES, CONCEIÇÃO BRANCO, JOSÉ FROTA, MARGARIDA CARDOSO, MARIA LUIZA ROLIM, MARIANA COIMBRA, MONICA CONTRERAS, PAULO SOUSA, VALENTINA MARCELINO e VERA LÚCIA ARREIGOSO

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Municípios mudam prioridades Edição Norte - No dia 16 de Dezembro muitas das maiores Câmaras do país trocaram de mãos. O EXPRESSO faz um levantamento do que vai ser diferente, para melhor, em alguns concelhos. Se o prometido for cumprido, claro... Cascais Betão leva aban(ã)o Luiz Carvalho Cascais, praia do Abano: António Capucho não deixará construir «nem mais um milímetro» do que os 27 hectares permitidos pelo PDM. Judas aprovara 120 hectares AS GRANDES construções sonhadas para a Quinta dos Ingleses, em Carcavelos, e o Abano, na zona do Guincho, vão ser apagadas do mapa desenhado por José Luís Judas, que durante oito anos governou o concelho de Cascais. AS GRANDES construções sonhadas para a Quinta dos Ingleses, em Carcavelos, e o Abano, na zona do Guincho, vão ser apagadas do mapa desenhado por José Luís Judas, que durante oito anos governou o concelho de Cascais. António Capucho, o social-democrata que ganhou as autárquicas, vai suspender o PDM. O projecto de remodelação das estações da Refer e a Cidade do Cinema vão ser reanalisados. Para o Abano, Judas aprovara a construção em 120 hectares, embora o PDM autorizasse apenas empreendimentos implantados em 27 hectares. Nas várias entrevistas dadas antes das eleições de 16, Capucho disse que não autorizaria «nem mais um milímetro» para além dos 27 hectares. Em Carcavelos, onde a contestação popular chegou ao rubro perante as toneladas de betão aprovadas para a Quinta dos Ingleses - 1500 fogos -, Capucho quer um novo plano de pormenor «muito mais moderado». Menos fogos e mais espaços verdes e uma ligação pedonal entre a praia e a estação de Carcavelos. O projecto de modernização das estações de comboios entre Carcavelos e o Estoril poderá ser todo remodelado. Se as alterações desejadas pela Refer passarem pelo «negócio imobiliário, com a construção de mais centros comerciais», a nova equipa irá chumbá-lo. A ligação por linha «mono rail» de S. Domingos de Rana a Paço de Arcos, no concelho vizinho de Oeiras, é outra. Mas o «mono rail» está também previsto entre Cascais e Alcabideche. Na área das comunicações, Capucho quer entender-se com Isaltino para que a terceira faixa da congestionada A5, entre as portagens de Carcavelos e Lisboa, seja utilizada apenas por transportes públicos e viaturas particulares que transportem pelo menos duas pessoas. O programa PER, que está 50% executado, vai continuar e Capucho promete terminar com as barracas nos quatro anos que tem de mandato. Lisboa Marquês ao fundo do túnel António Pedro Ferreira Lisboa, Marquês de Pombal: Pedro Santana Lopes prometeu um túnel que ligará as Amoreiras à rotunda. Ainda na área do trânsito, haverá um parque de estacionamento acima do solo por cada quarteirão de bairro PEDRO Santana Lopes já deu instruções aos seus colaboradores para iniciarem os processos relativos a cinco das prioridades do seu mandato. Uma delas é a construção do túnel que ligará as Amoreiras ao Marquês de Pombal, cujo anúncio, durante a campanha, causou alguma incredulidade aos lisboetas. PEDRO Santana Lopes já deu instruções aos seus colaboradores para iniciarem os processos relativos a cinco das prioridades do seu mandato. Uma delas é a construção do túnel que ligará as Amoreiras ao Marquês de Pombal, cujo anúncio, durante a campanha, causou alguma incredulidade aos lisboetas. Santana pediu também um encontro com os proprietários do Parque Mayer, cuja revitalização é também «prioritária», e sobre a qual o novo presidente da Câmara vai fazer uma consulta pública. Segundo um porta-voz do novo presidente social-democrata da Câmara de Lisboa, as outras três prioridades do autarca são a criação de um fundo de investimento imobiliário para recuperar as zonas históricas; uma auditoria externa aos serviços da Câmara e a constituição de equipas de apoio social nos bairros «problemáticos». Na área do trânsito, Santana promete, entre outros, um «parque de estacionamento acima do solo, por cada quarteirão de bairro», o «aumento das ruas pedonais» e «a recuperação do carro eléctrico nos bairros históricos», conjuntamente com a «instalação de eléctricos rápidos nos principais eixos não servidos pelo metro, como nas estradas de Benfica e da Luz». Para a segurança, Santana compromete-se a «triplicar o número de efectivos da Polícia Municipal e colocá-los nas ruas», nomeadamente «à porta das escolas e à saída dos locais de diversão nocturna». No programa de campanha destaca-se também a «retirada de parte significativa dos ministérios do Terreiro do Paço». Santana Lopes promete ainda o regresso do «Rock Rendez-Vous», novas ciclovias em zonas planas da cidade e uma pousada numa das zonas históricas da cidade. Porto Torres fora do Parque Sérgio Granadeiro Rui Rio manifestou-se contra o projecto habitacional para lotes adjacentes ao Parque da Cidade. Mas, sem construção, a imobiliária terá de ser ressarcida por terrenos que comprou por seis milhões de contos AO CONQUISTAR a cidade do Porto, a coligação PSD-PP, liderada por Rui Rio, herda o polémico «dossier» da construção de torres junto ao Parque da Cidade, envolvendo permuta de terrenos entre a imobiliária Imoloc e a Câmara. Rio garante que durante o seu mandato todos os projectos de construção no perímetro do pulmão marítimo ficam suspensos. A decisão política foi confirmada depois da vitória: será imposta uma moratória de quatro anos à construção, para permitir reavaliar o processo. AO CONQUISTAR a cidade do Porto, a coligação PSD-PP, liderada por Rui Rio, herda o polémico «dossier» da construção de torres junto ao Parque da Cidade, envolvendo permuta de terrenos entre a imobiliária Imoloc e a Câmara. Rio garante que durante o seu mandato todos os projectos de construção no perímetro do pulmão marítimo ficam suspensos. A decisão política foi confirmada depois da vitória: será imposta uma moratória de quatro anos à construção, para permitir reavaliar o processo. Um dos pontos mais mediatizadas durante a campanha da coligação «Pelo Porto, sempre» foi a promessa de acabar com os arrumadores de carros na cidade no prazo de um ano. Contra a droga, vão ser formadas equipas de voluntários universitários para percorrer as escolas da cidade. No trânsito, a equipa de Rio garante algumas mudanças, como o alargamento dos corredores «bus» às artérias por onde passem mais de 20 autocarros por hora e o fim da circulação dos pesados de mercadorias durante o dia. Os velocípedes ganham uma ciclovia de 12 quilómetros ao longo de toda a marginal, do Freixo ao Parque da Cidade. Na habitação para os mais jovens, há isenção de taxas municipais na reconstrução de casas ou edificação de novas habitações. Sintra Água barata e Volta do Duche Alberto Frias Sintra, Volta do Duche: Fernando Seara é contrário ao parque de estacionamento NOS próximos quatro anos, o social-democrata Fernando Seara quer uma «câmara de confiança com gente de confiança» para reduzir 20% o preço da água, criar um cartão cultural familiar, destacar um gestor para cada processo na autarquia e aumentar o número de camas nas unidades hoteleiras. A este plano, juntam-se a construção de uma piscina por freguesia, o alargamento do horário de atendimento nos centros de saúde e a marcação de consultas pelo telefone e Internet, entre outros. NOS próximos quatro anos, o social-democrata Fernando Seara quer umapara reduzir 20% o preço da água, criar um cartão cultural familiar, destacar um gestor para cada processo na autarquia e aumentar o número de camas nas unidades hoteleiras. A este plano, juntam-se a construção de uma piscina por freguesia, o alargamento do horário de atendimento nos centros de saúde e a marcação de consultas pelo telefone e Internet, entre outros. Mas, o novo autarca de Sintra vai ainda retomar antigas promessas de Edite Estrela. São disso exemplo novas infra-estruturas escolares e desportivas, a construção do hospital de Sintra, dos IC16/IC30 e das circulares Nascente e Ponte ao Cacém, novos acessos ao IC19 e à CREL e mais vias de penetração nas zonas urbanas do concelho. Contudo, Seara é contra a construção do polémico parque de estacionamento na Volta do Duche, proposto por Estrela. O novo edil prefere deixar a decisão para o discurso da tomada de posse, mas adianta que «a posição da coligação PSD/CDS-PP é contrária ao projecto concebido. A requalificação da Volta do Duche implica uma reavaliação total». Coimbra Queima fora de Souselas EM COIMBRA, Carlos Encarnação, eleito pela coligação PSD-PP-PPM, quer «acabar com o processo de co-incineração», que se encontra previsto para a freguesia de Souselas. O novo edil - que fará a primeira reunião da Câmara em Souselas - defende que o processo da co-incineração está «viciado», alegando não ter havido consulta à Câmara de Coimbra sobre o processo, como se prevê na legislação. Encarnação garante ainda que, «se o PSD sair vitorioso das próximas eleições legislativas, haverá um compromisso do partido e do seu líder, Durão Barroso, para a revogação da legislação sobre a co-incineração». Setúbal Travão à co-incineração O NOVO presidente comunista da Câmara Municipal de Setúbal, Carlos de Sousa, vai desenvolver, «com urgência, todas as diligências jurídicas e políticas possíveis para impedir que a queima de resíduos se instale em pleno Parque Natural da Arrábida». Além da co-incineração, Carlos de Sousa afirma, também, que vai varrer da capital do distrito «problemas graves» como os da higiene e limpeza. Assim, estabeleceu como prioridade a adopção de um Plano Integrado para a Gestão do Sistema de Resíduos Sólidos Urbanos. Vai ainda melhorar o sistema de recolha de lixo, varredura e lavagem das ruas. Outra prioridade será a reabilitação dos bairros sociais camarários, a começar pela melhoria da iluminação e limpeza pública, criação de pólos desportivos e espaços de lazer para as crianças. O novo autarca vai criar sete parques de estacionamento no perímetro urbano. Irá, também, deslocar a estação rodoviária para a periferia da cidade. No espaço deixado vago no centro, pretende construir um parque de estacionamento e uma zona ajardinada. Nos próximos quatro anos, Carlos de Sousa assegura que vai concluir a via rápida Brancanes-Cascalheira, além de concretizar a via rápida de ligação à A12 até ao Alto da Guerra, e concluir a via rápida de ligação à Mitrena e Porto de Setúbal. Pretende, ainda, eliminar cinco passagens de nível. Retirar o tráfego pesado da baixa da cidade de Setúbal e aprovar regulamento para cargas e descargas, assim como criar corredores «bus» e ciclovias, são outros dos projectos. Évora Rossio vai a referendo EM ÉVORA, José Ernesto Oliveira vai anular o projecto de criação de uma nova centralidade citadina para o Rossio de S. Braz. Aí pretendia o executivo liderado por Abílio Fernandes instalar a nova Biblioteca, o Arquivo Distrital, um auditório municipal, uma estrutura comercial e uma zona residencial. Apesar de o projecto ter a chancela de Siza Vieira, os socialistas vão submeter o velho terreiro medieval a um referendo local. Ernesto Oliveira promete construir uma nova Estação de Tratamento de Águas Residuis na barragem de Monte Novo, 400 habitações sociais, plantar 1000 árvores por ano e recuperar o Jardim Público, assim como dotar os transportes citadinos de uma rede de «minibus» não poluentes, silenciosos e de piso rebaixado e em circuito contínuo. A criação de parques de estacionamento de qualidade junto às muralhas, o reordenamento do trânsito e a crescente pedonalização do Centro Histórico foram outras das promessas do Executivo socialista. No domínio dos equipamentos, o novo presidente promete um novo parque de piscinas, um estádio e um complexo desportivo (multiusos) municipais, e a criação de um centro de promoção de moda e «design». Faro Afastar carros do centro NA CAPITAL algarvia, a equipa de José Vitorino quer criar 4000 lugares de estacionamento na cidade e encontrar de imediato uma solução provisória para aliviar o congestionamento da baixa. No capítulo social, pretende demolir as habitações degradadas do Bairro da Horta da Areia e criar habitação para realojar os moradores. Na educação, a prioridade é abrir 1500 lugares em creches públicas. Quanto ao ambiente, a promessa é de rever a construção de uma unidade hoteleira de luxo no Pontal, um pinhal situado junto ao aeroporto e ao Parque Natural da Ria Formosa que a gestão social-democrata garantiu que vai preservar como pulmão verde da cidade. Também os espaços verdes e a questão da recolha de lixos foram apresentados como prioritários. Mas o «dossier» polémico da capital algarvia é a conclusão de todos os equipamentos do Parque das Cidades. A pretexto da construção de um estádio de futebol para o Euro 2004, partilhado com o município de Loulé, surgiu um projecto mais vasto, onde ao estádio se alia um complexo desportivo, uma unidade de saúde, um pavilhão de congresso e um jardim botânico. A vertente habitacional e comercial ficou arredada por imposições ambientais. O problema surge com a exigência da UEFA de não haver obras no local durante o campeonato. E como até agora só há financiamento garantido para o estádio, prevê-se uma batalha renhida, tanto na definição dos equipamentos a construir como nos financiamentos e no calendário das obras. Loures Combate à criminalidade O NOVO presidente da Câmara Municipal de Loures, Carlos Teixeira (PS), vai «atacar» as questões da segurança e prevenção da criminalidade, apontando para «já» a criação da Polícia Municipal, reforço da iluminação pública em todo o concelho e criação de «condições de vida mais dignas» para as camadas mais desfavorecidas da população, especialmente os mais jovens. É também prioridade a erradicação das barracas no âmbito do Plano Especial de Realojamento. Este engenheiro de profissão, que vai ocupar a Presidência da Câmara de Loures após 26 anos de gestão camarária comunista, sucedendo a Carlos Adão Barata (CDU), avançará também com a construção de refeitórios em todas as escolas do ensino básico do concelho. Teixeira vai igualmente lançar o Concurso Público para a construção de sete pavilhões desportivos, já protocolados com a Direcção Regional Escolar de Lisboa (DREL). No sector do trânsito e infra-estruturas viárias, a prioridade vai para as ligações à 2ª circular no Prior Velho e Sacavém e introdução de dois sentidos na EM504 na Bobadela. Teixeira assegura ainda que não deixará a Câmara de Loures sem antes ter criado uma creche e um jardim de infância para os filhos dos trabalhadores municipais. Barreiro «Expo» na margem sul A VITÓRIA socialista no Barreiro foi, provavelmente, uma das mais dolorosas derrotas dos comunistas, que dirigiam o concelho desde o 25 de Abril de 1974. Emídio Xavier, o novo presidente, que sucede a Pedro Canário, promete ser mais célere na resolução dos problemas do concelho. As prioridades que constam no seu programa são: criar uma Circular Interna, para melhorar o trânsito, criar uma Empresa de Desenvolvimento do Barreiro, um novo projecto para a Quimiparque - uma zona industrial decadente com 60 hectares junto ao rio -, cuja reconversão os comunistas tinham iniciado e que ficou conhecida pela «Expo» da margem sul. Loulé Mais unidades de saúde SERUCA Emídio, que ganhou Loulé, defende primordialmente «a construção de um hospital público de valências diferenciadas». E um pavilhão multiusos também está no topo da lista, face à vasta e qualificada oferta hoteleira do concelho, que tem pressionado a construção deste equipamento. Como médico, o social-democrata Seruca Emídio tem «particular sensibilidade para os problemas da saúde». Por isso, vai criar unidades móveis de saúde, em especial nas freguesias rurais do concelho, seguindo o exemplo do seu correligionário de Alcoutim, Francisco Amaral, que tem já há vários anos este serviço a funcionar. A recuperação do Hospital velho de Loulé, como unidade de retaguarda, em exploração feita de parceria com a Misericórdia, privados e o Estado é outra das promessas. Alcochete Mudar os transportes FORAM as primeiras eleições autárquicas depois da construção da Ponte Vasco da Gama. Alcochete fica a escassos 15 minutos da margem norte e essa nova centralidade alterou irremediavelmente o ritmo, até aí brando e tranquilo, de desenvolvimento da vila. E foi essa precisamente a grande aposta do novo presidente socialista, José Dias Inocêncio. «É preciso mudar!» foi o lema de campanha, cuja orientação foi focalizada em convencer a população que o comunista Miguel Boieiro, há quatro mandatos a liderar a autarquia, não tinha capacidade para os novos desafios que chegavam à terra. As promessas de Inocêncio foram espalhadas em cartazes em vários sítios do concelho. «A partir de Janeiro de 2002», Inocêncio garante «a conclusão da variante», a «nova escola secundária» e até «arranjar todas as estradas municipais». No seu programa de acção consta ainda a revitalização da zona ribeirinha (já iniciada por Boieiro), criar um Gabinete de Coordenação do Centro Histórico para intervir na recuperação desta zona, recuperar a ETAR e até restabelecer a carreira fluvial Alcochete-Lisboa-Alcochete. Albufeira Nova imagem no Verão EM ALBUFEIRA, liderada agora pelo social-democrata Desidério Alves, avançará antes do Verão uma nova sinalética urbana e turística da cidade. Paralelamente, Desidério Silva pretende retirar do concelho toda a publicidade desordenada. Também a limpeza das praias e a facilitação das acessibilidades das praias da cidade e da Oura foram promessas concretizadas. Para o ano de 2002, ficou apalavrada a criação de dois Gabinetes de Apoio, à Família e à Juventude, a funcionar junto dos serviços autárquicos. O desenvolvimento do programa Polis, com um orçamento de 11 milhões de contos é, no entanto, uma das prioridades do novo presidente. Chaves Fazer render a água EM CHAVES, a mudança promete relançar a «guerra da água». O social-democrata João Baptista, que enquanto vereador tinha votado contra a entrada do seu município na Empresa de Águas de Trás-os-Montes, quer, agora, rever o «dossier» e reverter o processo. O autarca defende que os flavienses têm na água a sua «maior riqueza para o futuro e não podem desbaratá-la». A melhor solução, diz, é criar um sistema multimunicipal de abastecimento de água e saneamento com as Câmaras do Alto Tâmega. A nova gestão promete dotar a cidade com um conjunto de infra-estruturas voltadas para a revitalização desportiva e industrial. Uma das prioridades é a construção de um matadouro, já com financiamento garantido por particulares, seguida de um pavilhão multiusos. Todas as escolas do concelho terão um pavilhão gimnodesportivo. Portalegre Ajustamentos em curso EM PORTALEGRE o social-democrata José Mata Cáceres, irmão do autarca socialista deposto em Setúbal, vai reajustar algumas obras em curso: o Parque de Estacionamento de S. Pedro, o Centro de Artes e Espectáculos, o Pavilhão Multiusos e o Centro Comunitário dos Assentos. O novo edil promete ainda proceder a alterações ao consagrado no contrato assinado com o Estado no âmbito do Programa Polis e renegociar os respectivos projectos. Cáceres vai proceder ao arranjo urbanístico da Zona Industrial e implantar aí as Oficinas Municipais, retomar o projecto de prolongamento da Avenida Frei Amador Arrais, obra vital para o desbloqueamento da circulação rodoviária citadina, e implantar, com carácter de urgência, parques de estacionamento subterrâneos ou de superfície na zona histórica da cidade. Caminha Obras no Portinho EM CAMINHA, Júlia Paula Oliveira, a única mulher-presidente no Alto Minho, vai herdar «dossiers» difíceis de gerir: a guerra encetada por Vila Praia de Âncora que aspira a ser concelho, o assoreamento do rio Minho e uma rede incompleta de infra-estruturas básicas. Cercada por municípios como Cerveira e Melgaço que deram o «salto» e se «modernizaram», Caminha clama por «coisas essenciais». Júlia Oliveira elege a situação do rio internacional como o seu «fardo mais pesado». A autarca quer concretizar a obra do portinho de Âncora mantendo a imagem de um «concelho piscatório» sem esquecer a necessária «industrialização», com a criação de um parque industrial assim que se conheça o traçado do IC1. Famalicão Retirar tráfego ao centro O futuro Parque de Famalicão vai ter alguns edifícios para evitar a desertificação À SEMELHANÇA do Porto, o Parque da Cidade é, em Famalicão, uma das heranças pesadas. Armindo Costa já reuniu argumentos a favor de uma solução consensual, sem rupturas, com alguma construção e uma zona de lazer capazes de garantir a animação da área verde. À SEMELHANÇA do Porto, o Parque da Cidade é, em Famalicão, uma das heranças pesadas. Armindo Costa já reuniu argumentos a favor de uma solução consensual, sem rupturas, com alguma construção e uma zona de lazer capazes de garantir a animação da área verde. O PDM é claro ao considerar como zona verde urbana 30 hectares a nascente da cidade, mas a sombra da especulação imobiliária instalou-se depois de um empreiteiro conseguir comprar mais de metade desta área. Mas a nova gestão não vê grandes problemas em conciliar interesses. Numa cidade que fica no cruzamento de vias de grandes eixos viários, retirar tráfego do centro é uma das apostas da equipa do candidato-eleito. Uma das prioridades é fazer o estudo de impacte ambiental para o traçado da variante a nascente da EN14, que já foi contemplado por verbas do PIDDAC, em 1995. No estacionamento, será construído um parque subterrâneo de 500 lugares sob o Parque Dona Maria II, onde vai nascer uma zona de lazer, e está prevista uma diferenciação de preços de forma a penalizar com tarifas mais elevadas os lugares no centro de Famalicão. A nova equipa pretende, também, desenterrar o rio Pelhe e deixá-lo retomar o seu curso natural no centro da cidade. S. João da Madeira Circular externa Despoluir o rio Ul é uma prioridade de Castro Almeida em S. João da Madeira, um município que tem vivido de duodécimos ELEITO para dirigir a Câmara de S. João da Madeira que viveu de duodécimos nos últimos anos, o social-democrata Castro Almeida faz da aprovação do próximo Plano e Orçamento uma das prioridades do seu mandato. «Procurar consensos amplos» e pôr fim às obras sem o aval do Tribunal de Contas, eis a sua aposta depois de Manuel Cambra não ter conseguido aprovar os três últimos orçamentos. ELEITO para dirigir a Câmara de S. João da Madeira que viveu de duodécimos nos últimos anos, o social-democrata Castro Almeida faz da aprovação do próximo Plano e Orçamento uma das prioridades do seu mandato.e pôr fim às obras sem o aval do Tribunal de Contas, eis a sua aposta depois de Manuel Cambra não ter conseguido aprovar os três últimos orçamentos. Chegar a acordo com os concelhos vizinhos, também de maioria laranja, para garantir as expropriações necessárias à construção da circular externa — obra fundamental à gestão do trânsito numa cidade que tem uma população flutuante de 60 mil pessoas — é outra prioridade. Mas as 150 rotundas dos 8km2 do mais pequeno concelho da Europa vão continuar a fazer os automobilistas conduzir em círculos. A mudança política promete despoluir o rio Ul e a transformação do projecto de construção de um estádio junto à zona desportiva num conjunto de campos de treino para as 10 equipas da cidade.

Textos de ANTÓNIO HENRIQUES, CONCEIÇÃO BRANCO, JOSÉ FROTA, MARGARIDA CARDOSO, MARIA LUIZA ROLIM, MARIANA COIMBRA, MONICA CONTRERAS, PAULO SOUSA, VALENTINA MARCELINO e VERA LÚCIA ARREIGOSO

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