Suplemento Pública

02-01-2001
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Política

Por EDUARDO DÂMASO

Terça-feira, 2 de Janeiro de 2001

O ano de 2001 deverá provar se pode ou não ocorrer uma mudança de ciclo político. O desgaste de António Guterres e do PS à frente do Governo é susceptível de ser ainda maior já em Janeiro, se os portugueses receberem mal os anunciados aumentos dos combustíveis. Mas também a preparação do congresso socialista de Março pode ser marcado por um clima de fractura interna. Por fim, resta saber em que condições estará o Governo para enfrentar a negociação do Orçamento para 2002 e, em Dezembro, o dificílimo teste das eleições autárquicas. O ano 2001 pode revelar-se ainda pior do que o de 2000 para António Guterres.

Mas, se é verdade que as coisas podem correr muito mal ao líder do PS, não é claro que isso redunde automaticamente em benefício de Durão Barroso. Para começar, o líder do PSD tem pela frente as eleições presidenciais, nas quais apoia um candidato, Ferreira do Amaral, que está obrigado a conquistar o improvável "score" dos 40 por cento (soma dos votos do PSD e do PP). Se começar a cheirar a poder, é duvidoso que a liderança de Durão Barroso não venha a ser questionada, tanto pelos adversários conhecidos, Santana Lopes e Marques Mendes, como por algum "barão" que possa emergir da área cavaquista ou mesmo Marcelo Rebelo de Sousa.

O ano que entra comporta também fortes desafios para o PCP e PP por razões diversas. Os comunistas têm nas câmaras um bastião que seguram cada vez com mais dificuldade e para o PP as autárquicas são sempre um complexo desafio à sua débil organização. Sem esquecer que o círculo se aperta cada vez mais em direcção à mais que provável antecipação das eleições legislativas.

Eduardo Dâmaso

Política

Por EDUARDO DÂMASO

Terça-feira, 2 de Janeiro de 2001

O ano de 2001 deverá provar se pode ou não ocorrer uma mudança de ciclo político. O desgaste de António Guterres e do PS à frente do Governo é susceptível de ser ainda maior já em Janeiro, se os portugueses receberem mal os anunciados aumentos dos combustíveis. Mas também a preparação do congresso socialista de Março pode ser marcado por um clima de fractura interna. Por fim, resta saber em que condições estará o Governo para enfrentar a negociação do Orçamento para 2002 e, em Dezembro, o dificílimo teste das eleições autárquicas. O ano 2001 pode revelar-se ainda pior do que o de 2000 para António Guterres.

Mas, se é verdade que as coisas podem correr muito mal ao líder do PS, não é claro que isso redunde automaticamente em benefício de Durão Barroso. Para começar, o líder do PSD tem pela frente as eleições presidenciais, nas quais apoia um candidato, Ferreira do Amaral, que está obrigado a conquistar o improvável "score" dos 40 por cento (soma dos votos do PSD e do PP). Se começar a cheirar a poder, é duvidoso que a liderança de Durão Barroso não venha a ser questionada, tanto pelos adversários conhecidos, Santana Lopes e Marques Mendes, como por algum "barão" que possa emergir da área cavaquista ou mesmo Marcelo Rebelo de Sousa.

O ano que entra comporta também fortes desafios para o PCP e PP por razões diversas. Os comunistas têm nas câmaras um bastião que seguram cada vez com mais dificuldade e para o PP as autárquicas são sempre um complexo desafio à sua débil organização. Sem esquecer que o círculo se aperta cada vez mais em direcção à mais que provável antecipação das eleições legislativas.

Eduardo Dâmaso

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