Só o ""serve todo o país

11-06-2001
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O presidente da Rede de Alta Velocidade nega ter contrariado Cravinho e Jorge Coelho

Só o ""Serve Todo o País

Segunda-feira, 11 de Junho de 2001

O reexame de todos os estudos, relatórios, documentos e conclusões de seminários e congressos elaborados desde 20 de Abril de 1987 concluiu que solução Faro-Lisboa-Porto com quatro ligações a Espanha a partir de Faro, Lisboa, Aveiro e Porto, é a melhor, porque beneficia mais regiões.

"O ''T'' deitado [ligação Lisboa-Porto com saída a meio do percurso para Madrid] não era um projecto. Tratava-se de uma ideia, pouco desenvolvida e com grandes e graves indefinições", diz o presidente da Rede de Alta Velocidade (Rave), Manuel Moura. Respondendo por escrito, a seu pedido, a perguntas do PÚBLICO sobre o projecto da rede de Alta Velocidade em "" deitado [Faro-Lisboa-Porto com quatro ligações a Espanha Porto-Vigo, Aveiro-Salamanca Lisboa-Badajoz e Faro-Huelva-Sevilha] recentemente apresentado, Manuel Moura nega ter contrariado as propostas de Cravinho e de Jorge Coelho, baseadas no "T".

"Quando da criação da Rave, não havia nenhum projecto rigoroso assumido pelo Governo, mas sim dois relatórios de um grupo de trabalho constituído em Maio de 1999 pelo Ministério do Equipamento Social", justifica.

Mais de um ano depois, em Julho de 2000, foi criado um outro grupo de trabalho no âmbito da Comissão Mista Luso-Espanhola para encontrar soluções que agradassem aos dois países, o que não foi conseguido. O presidente da Rave diz que "as actas das respectivas reuniões contêm contradições e indefinições difíceis de ultrapassar", e daí ter-se avançado para uma nova proposta portuguesa mais "global".

Historiando o processo desde o tempo de Cavaco e Silva, lembra que , até à substituição, em 1990, de Oliveira Martins por Ferreira do Amaral no ministério que tutelava os transportes , a posição oficial portuguesa sobre a rede de alta velocidade (cujo conceito na altura compreendia linhas de alta velocidade pura, linhas de prolongamento e linhas de emalhamento), foi a da defesa de uma solução em "" deitado que compreendia o eixo Lisboa-Porto, com prolongamento a Faro, com duas saídas, uma Lisboa-Madrid e outra Porto-Valladolid.

Mas a contestação gerada pela ligação de Lisboa com Madrid, no seu desenvolvimento no interior de Espanha, seguindo por Brazatortas em vez de ir directamente a Madrid, "levou Ferreira do Amaral a recusá-la e a transformar o "" em "T". Daí que os dois estudos complementares que a CP mandou então efectuar procurassem dar fundamento técnico à solução em "T", explica o presidente da Rave.

Quando o Governo socialista reanalisou o projecto da modernização da linha do Norte (que somava atrasos e derrapagens financeiras) e retomou a ideia da Alta velocidade "não teve em conta o contexto e as razões que levaram a substituição do "" pelo "T" e assumiu uma estratégia de continuidade".

Manuel Moura explica a sua ruptura com esse processo com base no "reexame de todos os estudos, relatórios, documentos, conclusões de seminários e congressos produzidos em Portugal sobre a alta velocidade desde 20 de Abril de 1987 data do primeiro diploma oficial sobre o tema". A conclusão foi que "só uma solução em rede, como aquela que propusemos, muito moderada, aliás, em relação ao ambicioso plano de Espanha, servia de facto o país". E conclui: "o "T" "serviria aceitavelmente Lisboa e talvez Coimbra, mas servia mal o Porto e Aveiro e deixava o resto do país longe do comboio de alta velocidade. A nossa proposta serve bem essas cidades e servirá, ainda, Braga, Viseu, Leiria, Évora, Sines e/ou Beja, Faro e mesmo outras regiões do país".

Recusando-se a fazer um balanço dos debates públicos realizados em vários pontos do país nas últimas semanas, argumentando que tal está a ser feito pelo ministro Ferro Rodrigues, Manuel Moura, diz ainda que nem a Refer nem o Instituto Nacional do Transporte Ferroviário estão arredados desta discussão pois as suas constribuições "estão asseguradas em sede do Conselho Consultivo da Rave, constituído, exactamente, com esse objectivo.

O presidente da Rede de Alta Velocidade nega ter contrariado Cravinho e Jorge Coelho

Só o ""Serve Todo o País

Segunda-feira, 11 de Junho de 2001

O reexame de todos os estudos, relatórios, documentos e conclusões de seminários e congressos elaborados desde 20 de Abril de 1987 concluiu que solução Faro-Lisboa-Porto com quatro ligações a Espanha a partir de Faro, Lisboa, Aveiro e Porto, é a melhor, porque beneficia mais regiões.

"O ''T'' deitado [ligação Lisboa-Porto com saída a meio do percurso para Madrid] não era um projecto. Tratava-se de uma ideia, pouco desenvolvida e com grandes e graves indefinições", diz o presidente da Rede de Alta Velocidade (Rave), Manuel Moura. Respondendo por escrito, a seu pedido, a perguntas do PÚBLICO sobre o projecto da rede de Alta Velocidade em "" deitado [Faro-Lisboa-Porto com quatro ligações a Espanha Porto-Vigo, Aveiro-Salamanca Lisboa-Badajoz e Faro-Huelva-Sevilha] recentemente apresentado, Manuel Moura nega ter contrariado as propostas de Cravinho e de Jorge Coelho, baseadas no "T".

"Quando da criação da Rave, não havia nenhum projecto rigoroso assumido pelo Governo, mas sim dois relatórios de um grupo de trabalho constituído em Maio de 1999 pelo Ministério do Equipamento Social", justifica.

Mais de um ano depois, em Julho de 2000, foi criado um outro grupo de trabalho no âmbito da Comissão Mista Luso-Espanhola para encontrar soluções que agradassem aos dois países, o que não foi conseguido. O presidente da Rave diz que "as actas das respectivas reuniões contêm contradições e indefinições difíceis de ultrapassar", e daí ter-se avançado para uma nova proposta portuguesa mais "global".

Historiando o processo desde o tempo de Cavaco e Silva, lembra que , até à substituição, em 1990, de Oliveira Martins por Ferreira do Amaral no ministério que tutelava os transportes , a posição oficial portuguesa sobre a rede de alta velocidade (cujo conceito na altura compreendia linhas de alta velocidade pura, linhas de prolongamento e linhas de emalhamento), foi a da defesa de uma solução em "" deitado que compreendia o eixo Lisboa-Porto, com prolongamento a Faro, com duas saídas, uma Lisboa-Madrid e outra Porto-Valladolid.

Mas a contestação gerada pela ligação de Lisboa com Madrid, no seu desenvolvimento no interior de Espanha, seguindo por Brazatortas em vez de ir directamente a Madrid, "levou Ferreira do Amaral a recusá-la e a transformar o "" em "T". Daí que os dois estudos complementares que a CP mandou então efectuar procurassem dar fundamento técnico à solução em "T", explica o presidente da Rave.

Quando o Governo socialista reanalisou o projecto da modernização da linha do Norte (que somava atrasos e derrapagens financeiras) e retomou a ideia da Alta velocidade "não teve em conta o contexto e as razões que levaram a substituição do "" pelo "T" e assumiu uma estratégia de continuidade".

Manuel Moura explica a sua ruptura com esse processo com base no "reexame de todos os estudos, relatórios, documentos, conclusões de seminários e congressos produzidos em Portugal sobre a alta velocidade desde 20 de Abril de 1987 data do primeiro diploma oficial sobre o tema". A conclusão foi que "só uma solução em rede, como aquela que propusemos, muito moderada, aliás, em relação ao ambicioso plano de Espanha, servia de facto o país". E conclui: "o "T" "serviria aceitavelmente Lisboa e talvez Coimbra, mas servia mal o Porto e Aveiro e deixava o resto do país longe do comboio de alta velocidade. A nossa proposta serve bem essas cidades e servirá, ainda, Braga, Viseu, Leiria, Évora, Sines e/ou Beja, Faro e mesmo outras regiões do país".

Recusando-se a fazer um balanço dos debates públicos realizados em vários pontos do país nas últimas semanas, argumentando que tal está a ser feito pelo ministro Ferro Rodrigues, Manuel Moura, diz ainda que nem a Refer nem o Instituto Nacional do Transporte Ferroviário estão arredados desta discussão pois as suas constribuições "estão asseguradas em sede do Conselho Consultivo da Rave, constituído, exactamente, com esse objectivo.

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