"Para os políticos o que conta é o número de votos"

12-01-2001
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Consulado-Geral de Caracas debaixo de fogo

"Para Os Políticos o Que Conta É o Número de Votos"

Sexta-feira, 12 de Janeiro de 2001

A poucos dias das eleições presidenciais, em Caracas é ainda uma incógnita o nome do mandatário de Jorge Sampaio. "Se existe, está bem guardado", diz Inácio Pereira, o representante de Ferreira do Amaral, que se tem batido contra a abstenção dos emigrantes portugueses radicados na capital venezuelana.

Sem querer fazer comentários sobre o que - em voz baixa e sob a capa do anonimato - alguns entendem ser "mais uma desconsideração", Inácio Pereira sustenta que o "importante é a comunidade entender que tem de ir votar".

Inácio Pereira não se deixa abater pelas sondagens que colocam Jorge Sampaio muito à frente de Ferreira do Amaral na corrida para Belém, dizendo que "só depois da contagem dos votos é que se sabe quem ganhou". E identifica o que está a tentar combater: "A apatia que aqui existe em relação ao direito ao voto". Mandar informação para as associações de portugueses e ir às rádios e aos jornais da comunidade apelar ao voto são as acções que está a desenvolver. "Os emigrantes têm de perceber que para os políticos o que conta é o número de votos; têm de votar para que em Portugal se note que eles estão aqui", sublinha.

"Os emigrantes queixavam-se de discriminação por não lhes ser reconhecido o direito de participar na eleição do Presidente da República; agora que o sistema ficou mais justo as pessoas não estão informadas para poder votar", sustenta. Na sua opinião, a "falta de informação" deve-se, sobretudo, ao "mau funcionamento do Consulado-Geral de Caracas". A essa entidade competiria, defende, "informar as pessoas". As eleições na Venezuela decorrem a 12, 13 e 14, mas "as pessoas nem sequer sabem em que dias ou onde podem exercer o seu direito de voto".

O número de recenseados é pouco representativo da quantidade de portugueses que existem na Venezuela. Pelo círculo de Caracas existem cerca de seis mil. E isso será "culpa do consulado": "Quando uma pessoa chega lá para tratar de um assunto qualquer deveria ser convidada a recensear-se logo". O que acontece é que "as pessoas vão para lá de madrugada, se está a chover ficam à chuva durante horas". Tudo para "conseguir um número (que nem sempre conseguem!) e serem atendidas tarde e de má cara. Se, quando lhe entregam o número, lhe entregassem também o boletim para o recenseamento, as pessoas preenchiam - nem que fosse só para passar o tempo", presume.

A.C.P., em Caracas

Consulado-Geral de Caracas debaixo de fogo

"Para Os Políticos o Que Conta É o Número de Votos"

Sexta-feira, 12 de Janeiro de 2001

A poucos dias das eleições presidenciais, em Caracas é ainda uma incógnita o nome do mandatário de Jorge Sampaio. "Se existe, está bem guardado", diz Inácio Pereira, o representante de Ferreira do Amaral, que se tem batido contra a abstenção dos emigrantes portugueses radicados na capital venezuelana.

Sem querer fazer comentários sobre o que - em voz baixa e sob a capa do anonimato - alguns entendem ser "mais uma desconsideração", Inácio Pereira sustenta que o "importante é a comunidade entender que tem de ir votar".

Inácio Pereira não se deixa abater pelas sondagens que colocam Jorge Sampaio muito à frente de Ferreira do Amaral na corrida para Belém, dizendo que "só depois da contagem dos votos é que se sabe quem ganhou". E identifica o que está a tentar combater: "A apatia que aqui existe em relação ao direito ao voto". Mandar informação para as associações de portugueses e ir às rádios e aos jornais da comunidade apelar ao voto são as acções que está a desenvolver. "Os emigrantes têm de perceber que para os políticos o que conta é o número de votos; têm de votar para que em Portugal se note que eles estão aqui", sublinha.

"Os emigrantes queixavam-se de discriminação por não lhes ser reconhecido o direito de participar na eleição do Presidente da República; agora que o sistema ficou mais justo as pessoas não estão informadas para poder votar", sustenta. Na sua opinião, a "falta de informação" deve-se, sobretudo, ao "mau funcionamento do Consulado-Geral de Caracas". A essa entidade competiria, defende, "informar as pessoas". As eleições na Venezuela decorrem a 12, 13 e 14, mas "as pessoas nem sequer sabem em que dias ou onde podem exercer o seu direito de voto".

O número de recenseados é pouco representativo da quantidade de portugueses que existem na Venezuela. Pelo círculo de Caracas existem cerca de seis mil. E isso será "culpa do consulado": "Quando uma pessoa chega lá para tratar de um assunto qualquer deveria ser convidada a recensear-se logo". O que acontece é que "as pessoas vão para lá de madrugada, se está a chover ficam à chuva durante horas". Tudo para "conseguir um número (que nem sempre conseguem!) e serem atendidas tarde e de má cara. Se, quando lhe entregam o número, lhe entregassem também o boletim para o recenseamento, as pessoas preenchiam - nem que fosse só para passar o tempo", presume.

A.C.P., em Caracas

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