Abstenção de 94 por cento na emigração

15-01-2001
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Participação decepcionante em todo o lado

Abstenção de 94 por Cento na Emigração

Segunda-feira, 15 de Janeiro de 2001

As presidenciais de 2001 vão ficar na história eleitoral portuguesa por duas razões: foram as primeiras em que participaram os emigrantes, mas foram também aquelas que registaram precisamente a maior taxa de abstenção no "círculo" dos portugueses residentes no estrangeiro - nada mais nada menos do que 94,60 por cento.

Embora ainda falte saber os resultados de alguns consulados, os números já disponíveis falam por si. À hora do encerramento desta edição, o STAPE tinha já apurado a votação de 124.322 inscritos nos cadernos eleitorais. Destes apenas tinham votado 6.713. A maioria (4141) optou por Jorge Sampaio (62,8 por cento), 1853 por Ferreira do Amaral (28,1 por cento), 373 por António Abreu (5,7 por cento), 137 por Fernando Rosas (2,1 por cento) e 89 por Garcia Pereira (1,3 por cento).

Nos consulados portugueses instalados na Europa verificou-se uma taxa de participação ligeiramente mais elevada do que nos outros continentes. Dos 39.832 inscritos e já apurados, votaram 5.090 (12,78 por cento), obtendo Sampaio 66,2 por cento destes votos, enquanto Ferreira do Amaral fez 23,6 por cento e António Abreu 7,1 por cento.

No continente africano, a taxa de abstenção rondava até agora os 95 por cento. Na América era de 99,90 por cento. Na Ásia e Oceânia era de 93 por cento. Ferreira do Amaral deve ter obtido, aliás, o seu melhor resultado percentual precisamente no continente africano ao registar 70,2, só que esta percentagem equivale apenas a 445 votos. Jorge Sampaio vence tanto na América como na Ásia e na Oceânia, com percentagens situadas entre os 62 e 69 por cento, correspondendo, no entanto, a pouco mais de 646 votos na totalidade.

Refira-se que os resultados eleitorais na emigração chegam ao STAPE divididos por consulados. Por exemplo, no do Luxemburgo estavam inscritos pouco mais de 2000 eleitores. Só votou um. E em branco. Em Berlim, os inscritos eram 74. Não votou ninguém. Em Frankfurt e Hamburgo também ninguém participou nas eleições, apesar de haver perto de 4000 potenciais votantes.

Nos consulados africanos, os resultados da abstenção são ainda mais expressivos. Dos 23 já apurados pelo STAPE, só houve votações em quatro deles. Cidades como Cape Town, Luanda, Praia, Beira, Bissau e São Tomé, onde residem comunidades portuguesas com alguma expressão, não se registou um único voto. E mais exemplar foi ainda o caso dos 32 consulados americanos, cujos resultados já estão apurados. Apenas num (Porto Alegre) houve movimento. Votaram pouco mais de 50 pessoas, com Sampaio a obter 36 desses votos.

Participação decepcionante em todo o lado

Abstenção de 94 por Cento na Emigração

Segunda-feira, 15 de Janeiro de 2001

As presidenciais de 2001 vão ficar na história eleitoral portuguesa por duas razões: foram as primeiras em que participaram os emigrantes, mas foram também aquelas que registaram precisamente a maior taxa de abstenção no "círculo" dos portugueses residentes no estrangeiro - nada mais nada menos do que 94,60 por cento.

Embora ainda falte saber os resultados de alguns consulados, os números já disponíveis falam por si. À hora do encerramento desta edição, o STAPE tinha já apurado a votação de 124.322 inscritos nos cadernos eleitorais. Destes apenas tinham votado 6.713. A maioria (4141) optou por Jorge Sampaio (62,8 por cento), 1853 por Ferreira do Amaral (28,1 por cento), 373 por António Abreu (5,7 por cento), 137 por Fernando Rosas (2,1 por cento) e 89 por Garcia Pereira (1,3 por cento).

Nos consulados portugueses instalados na Europa verificou-se uma taxa de participação ligeiramente mais elevada do que nos outros continentes. Dos 39.832 inscritos e já apurados, votaram 5.090 (12,78 por cento), obtendo Sampaio 66,2 por cento destes votos, enquanto Ferreira do Amaral fez 23,6 por cento e António Abreu 7,1 por cento.

No continente africano, a taxa de abstenção rondava até agora os 95 por cento. Na América era de 99,90 por cento. Na Ásia e Oceânia era de 93 por cento. Ferreira do Amaral deve ter obtido, aliás, o seu melhor resultado percentual precisamente no continente africano ao registar 70,2, só que esta percentagem equivale apenas a 445 votos. Jorge Sampaio vence tanto na América como na Ásia e na Oceânia, com percentagens situadas entre os 62 e 69 por cento, correspondendo, no entanto, a pouco mais de 646 votos na totalidade.

Refira-se que os resultados eleitorais na emigração chegam ao STAPE divididos por consulados. Por exemplo, no do Luxemburgo estavam inscritos pouco mais de 2000 eleitores. Só votou um. E em branco. Em Berlim, os inscritos eram 74. Não votou ninguém. Em Frankfurt e Hamburgo também ninguém participou nas eleições, apesar de haver perto de 4000 potenciais votantes.

Nos consulados africanos, os resultados da abstenção são ainda mais expressivos. Dos 23 já apurados pelo STAPE, só houve votações em quatro deles. Cidades como Cape Town, Luanda, Praia, Beira, Bissau e São Tomé, onde residem comunidades portuguesas com alguma expressão, não se registou um único voto. E mais exemplar foi ainda o caso dos 32 consulados americanos, cujos resultados já estão apurados. Apenas num (Porto Alegre) houve movimento. Votaram pouco mais de 50 pessoas, com Sampaio a obter 36 desses votos.

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