Pré-campanha em Vila Real
Ferreira do Amaral pelo IP4
Por PEDRO GARCIAS
Segunda-feira, 4 de Dezembro de 2000
Ferreira do Amaral foi ontem a Vila Real na pele de candidato a Presidente da República, mas o fato que os seus apoiantes lhe vestiram foi o de ex-ministro das Obras Públicas de Cavaco Silva. "Que saudades que nós temos de um ministro como o senhor!", atirou-lhe o presidente da câmara local, o social-democrata Manuel Martins.
O autarca não evitou a comparação com o actual titular da pasta das Obras Públicas, Jorge Coelho, acusando o governante socialista de "esquecer Trás-os-Montes" e apontando como exemplo o que se passa em relação ao IP3 e ao IP4. "Sabe onde está o IP3? Aonde o senhor [Ferreira do Amaral] o deixou, não andou nem um centímetro", e o IP4 "é a última prioridade" do Governo nos investimentos rodoviários projectados para o Norte do país, disse.
A morte recente de oito pessoas no IP4 não podia passar esquecida no encontro com o "pai" daquele estrada. "O IP4 é como um medicamento que está fora do prazo de validade: já não cura, já só mata. Uma estrada que foi feita para sete mil veículos por dia e que actualmente é percorrida por 14 mil só pode matar", afirmou Manuel Martins. Ferreira do Amaral não respondeu ao autarca - é visível o esforço que faz para descolar da imagem de ex-ministro das estradas -, mas ao PÚBLICO disse que, se dependesse de si, o IP4 seria transformado numa auto-estrada desde Amarante até à fronteira de Quintanilha. "Não digo isto só agora, já defendo esta ideia desde 1995. O IP4 é a principal ligação do Porto à Europa", frisou.
Ferreira do Amaral foi a Vila Real inaugurar a sede local da sua candidatura e almoçar com centenas de apoiantes. Apresentaram-no como "o candidato dos não socialistas" e o próprio aproveitou o repto para, uma vez mais, tentar colar o seu principal opositor, Jorge Sampaio, ao PS. Um Presidente, disse, que, "entre os interesses dos portugueses e o seu partido, seguiu sempre os ditames do seu partido".
Na sua intervenção, o ex-ministro de Cavaco Silva não falou uma única vez no nome do PSD, mas, pelo que se viu ontem em Vila Real, os sociais-democratas estão cada vez mais unidos em torno do seu candidato. E há também cada vez mais gente a tingir a torrente "laranja" de azul. Hoje mesmo, a estrutura local do PP de Chaves vai anunciar o seu apoio a Ferreira do Amaral.
Pedro Garcias
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Pré-campanha em Vila Real
Ferreira do Amaral pelo IP4
Por PEDRO GARCIAS
Segunda-feira, 4 de Dezembro de 2000
Ferreira do Amaral foi ontem a Vila Real na pele de candidato a Presidente da República, mas o fato que os seus apoiantes lhe vestiram foi o de ex-ministro das Obras Públicas de Cavaco Silva. "Que saudades que nós temos de um ministro como o senhor!", atirou-lhe o presidente da câmara local, o social-democrata Manuel Martins.
O autarca não evitou a comparação com o actual titular da pasta das Obras Públicas, Jorge Coelho, acusando o governante socialista de "esquecer Trás-os-Montes" e apontando como exemplo o que se passa em relação ao IP3 e ao IP4. "Sabe onde está o IP3? Aonde o senhor [Ferreira do Amaral] o deixou, não andou nem um centímetro", e o IP4 "é a última prioridade" do Governo nos investimentos rodoviários projectados para o Norte do país, disse.
A morte recente de oito pessoas no IP4 não podia passar esquecida no encontro com o "pai" daquele estrada. "O IP4 é como um medicamento que está fora do prazo de validade: já não cura, já só mata. Uma estrada que foi feita para sete mil veículos por dia e que actualmente é percorrida por 14 mil só pode matar", afirmou Manuel Martins. Ferreira do Amaral não respondeu ao autarca - é visível o esforço que faz para descolar da imagem de ex-ministro das estradas -, mas ao PÚBLICO disse que, se dependesse de si, o IP4 seria transformado numa auto-estrada desde Amarante até à fronteira de Quintanilha. "Não digo isto só agora, já defendo esta ideia desde 1995. O IP4 é a principal ligação do Porto à Europa", frisou.
Ferreira do Amaral foi a Vila Real inaugurar a sede local da sua candidatura e almoçar com centenas de apoiantes. Apresentaram-no como "o candidato dos não socialistas" e o próprio aproveitou o repto para, uma vez mais, tentar colar o seu principal opositor, Jorge Sampaio, ao PS. Um Presidente, disse, que, "entre os interesses dos portugueses e o seu partido, seguiu sempre os ditames do seu partido".
Na sua intervenção, o ex-ministro de Cavaco Silva não falou uma única vez no nome do PSD, mas, pelo que se viu ontem em Vila Real, os sociais-democratas estão cada vez mais unidos em torno do seu candidato. E há também cada vez mais gente a tingir a torrente "laranja" de azul. Hoje mesmo, a estrutura local do PP de Chaves vai anunciar o seu apoio a Ferreira do Amaral.
Pedro Garcias