EXPRESSO: País

22-03-2002
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22/12/2001

Durão prepara «sprint» final O líder do PSD pediu às bases que refreiem o entusiasmo. Não quer que a soberba volte ao partido ANA BAIÃO Santana Lopes e Durão Barroso, na AR: o bom humor voltou às hostes sociais-democratas, agora que o regresso ao poder se vislumbra DURÃO Barroso tem ao seu alcance a possibilidade de concretizar o vaticínio que tão absurdo parecia há ainda poucos dias: ser primeiro-ministro em 2002. O inesperado resultado das autárquicas de domingo e a não menos imprevisível demissão de António Guterres tornaram a profecia uma provável realidade. Mais cedo do que julgava (o que, de resto, é uma constante da sua vida política), o líder do PSD vai a votos, tirar definitivamente a prova dos nove da sua perseverança. DURÃO Barroso tem ao seu alcance a possibilidade de concretizar o vaticínio que tão absurdo parecia há ainda poucos dias: ser primeiro-ministro em 2002. O inesperado resultado das autárquicas de domingo e a não menos imprevisível demissão de António Guterres tornaram a profecia uma provável realidade. Mais cedo do que julgava (o que, de resto, é uma constante da sua vida política), o líder do PSD vai a votos, tirar definitivamente a prova dos nove da sua perseverança. Se a possibilidade inicial de o adversário ser António Vitorino ainda causou alguma apreensão aos sociais-democratas, o anúncio, ontem à noite, da candidatura de Ferro Rodrigues deixou-os mais tranquilos. «É o melhor que nos podia acontecer», comentou ao EXPRESSO um destacado dirigente social-democrata, seguro de que «ele descobre completamente o eleitorado do centro»: na sua opinião, o ainda ministro do Equipamento «tem a desvantagem de estar colado a Guterres e, ainda pior do que este, defender uma aliança com o PCP». Evitar cair na soberba Mas apesar do optimismo, a preocupação imediata da direcção do PSD é não repetir o pecado da soberba que o fez perder as eleições em 95. Na terça-feira, no jantar de Natal com o grupo parlamentar, Durão Barroso pediu três coisas ao partido: «Humildade, mais humildade e ainda mais humildade». A necessidade de moderação dos ímpetos triunfalistas das bases foi, aliás, uma das razões para o líder do PSD não antecipar o Congresso para antes das legislativas, consciente de que, seja como for, espera o PSD um «combate muito difícil». As condições de partida para essa luta são, no entanto, as melhores a que Barroso podia aspirar: a inopinada crise política aberta pela derrocada eleitoral do PS - e, no reverso da medalha, a «vitória histórica» dos sociais-democratas - nas autárquicas conseguiu o que os quase três anos da liderança barrosista ainda não tinham conseguido fazer: unir o partido. Ao vislumbre do regresso ao poder, os críticos calaram-se. Logo na noite eleitoral, Marcelo Rebelo de Sousa foi taxativo: «O líder do PSD é o vencedor desta noite». E Santana Lopes (um dos indiscutíveis responsáveis pela vitória de domingo) deu ontem uma entrevista ao «Independente» onde, apesar de não resistir a «dar umas bicadas» ao seu amigo («Não é um galvanizador, mas pode acabar por convencer o país»), considera-o «uma pessoa em quem se pode confiar e está preparado para ganhar». No conselho nacional de quarta-feira, um dos mais concorridos dos últimos tempos, só se ouviram vozes de apoio ao líder; a opção pela não antecipação do Congresso - que, nos prazos normais, ocorreria no início de Março, portanto, em plena campanha eleitoral - foi acolhida por unanimidade. Absorvida ainda pela sucessão de António Guterres, a que se seguem as festas de Natal e Ano Novo, a actualidade política dará tréguas a Durão Barroso por mais algum tempo. Salvo do Congresso - que voltaria o partido para dentro numa altura em que se querem as atenções concentradas nas legislativas -, o líder social-democrata está agora a reequacionar todos os calendários. Admite-se na São Caetano à Lapa a realização de «várias acções além do partido», porventura «por áreas», a culminar numa espécie de Convenção (ou Assembleia Magna) ainda sem dia marcado - tudo depende da data das eleições legislativas. Nomes para um futuro Governo laranja são por enquanto um assunto-tabu na São Caetano à Lapa. A prioridade é «ultimar o modelo de governação», ou seja, redigir o Programa de Governo a apresentar aos eleitores em Março. Os mais temerários atrevem-se a prever que «irá haver grandes diferenças com o PSD de Cavaco». Quanto muito, só dois ou três nomes da lista das sempiternas reservas do partido (como Dias Loureiro, Ferreira do Amaral ou Mira Amaral) voltarão a brilhar na constelação laranja. Certo é que ter feito parte do «governo-sombra» que Barroso constituiu há ainda não dois anos não significa possuir um passaporte para o «governo-sol», «até porque ele nunca prometeu a nenhum de nós o lugar de ministro», confessa um titular de uma das pastas. «Um Governo de maioria» O que não é de todo tabu é a exigência de maioria absoluta com que Durão Barroso se apresentará a votos, ainda que consciente de que «nunca um partido o conseguiu sozinho a partir da oposição». Mas «é impossível governar sem maioria absoluta», justifica sem quaisquer dúvidas um dirigente social-democrata. Se, para tanto, o PSD chegará a negociar uma aliança com o CDS/PP é uma hipótese que a mesma fonte não enjeita cabalmente - «antes do Congresso do CDS/PP não vale a pena tomar posição», afirma - , mas reconhece ser muito difícil, se não mesmo inviável: «É sabido que Durão Barroso e Paulo Portas não são um modelo de entendimento». E chuta a bola para o campo do adversário: «Os dirigentes do CDS/PP é que saberão o que querem fazer». Dentro do PSD, as opiniões a este respeito não são unânimes, mas o que Durão decidir está decidido. Há os que não concebem qualquer hipótese de aproximação ao CDS/PP, seja com Paulo Portas ou com Manuel Monteiro, os que tolerariam um acordo com este mas não admitiriam uma aliança com aquele, e os que não rejeitam nenhuma dessas soluções: «Não podemos esquecer que muitas das vitórias que tivemos nas autárquicas também as devemos ao PP», diz um destacado social-democrata, antecipando: «O próximo Governo precisa da maior base de apoio possível, precisa de ser muito forte para tomar as medidas que se impõem».

CRISTINA FIGUEIREDO

Líder do PSD sem contestação A INESPERADA reviravolta no panorama político nacional teve como consequência imediata no PSD um «toque a rebate» em torno de Durão Barroso e da possibilidade de reconquista do poder. Na altura em que o perfil do líder social-democrata ganha um peso decisivo para o PSD, as costumeiras vozes críticas intrapartidárias à liderança de Durão Barroso parecem agora não admitir hipótese de questionar a «legitimidade» que o mesmo (re)conquistou no domingo à noite. «Estou na expectativa», comenta Miguel Beleza, perante a surpresa dos resultados das autárquicas. Se Luís Filipe Menezes prometia, logo no domingo, «todo o seu apoio» a Barroso, o ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva vai mais longe, argumentando que não é sequer justo colocar a questão de mudança de líder nesta altura. Durão Barroso tem «toda a legitimidade» e, de qualquer forma, não se devem fazer julgamentos de competência antes de tempo. A prioridade, neste momento, é criar as condições necessárias para o combate das legislativas. Há um conjunto de questões que têm de ser estudadas desde já, como o controlo da despesa pública ou as políticas para os funcionários públicos, questões que, para o ex-governador do Banco de Portugal, precisam de um consenso que ultrapasse as fronteiras do partido. Quanto a um entendimento com o CDS/PP, apesar de «não ser grande entusiasta», Beleza considera que para algumas questões será necessário. E «há uma prazo para encontrar soluções», conclui. Menos optimista, Rui Machete acha que um governo social-democrata não trará inevitavelmente a resolução de todos os problemas, já que «é o funcionamento normal do país que não a permite». A condição de maioria absoluta seria assim imprescindível para impor as reformas necessárias e «vencer os cooperativismos» e as dificuldades têm de ser desde já apresentadas ao eleitorado, «honestamente, senão é possível que nem sejam eleitos». Nestas circunstâncias, Manchete concorda com a cautela de Durão Barroso e, como Beleza, não considera sequer «exequível que o PSD esteja agora a filosofar sobre o melhor líder». Nesta altura, ninguém ganha nada com uma contestação à posição de Barroso que sai «reforçada». Machete sublinha que este é o momento de reforçar a equipa de alternativa ao governo.

ANA SERZEDELO

COMENTÁRIOS AO ARTIGO

6 comentários 1 a 6

24 de Dezembro de 2001 às 21:04

Sampa

SE BARROSO TIVER O PODER E A CORAGEM DE NOS APRESENTAR UM ELENCO SEM OS CARUNCHOSOS BARÕES DO PSD SEREMOS TODOS SURPREENDIDOS PELA POSITIVA.

E O PAÍS MUITO BENEFICIARÁ COM ISSO.

23 de Dezembro de 2001 às 00:08

euroluso

O POVO É ESCRAVO DA MISERIA E DO FIADO E DO CREDITO:

VOCES SÂO ESCRAVOS DO TACHO E DA VAIDADE DE SER MINISTRO:

22 de Dezembro de 2001 às 23:24

L Ami de l Onça ( felino@zoo.org )

"Sucesso tem muitos pais, mas a desgraça é orfñ".

O PPD governou Portugal na altura em que o País deu a salto do século XIX para o XX, ajudado com os enormes subsídios da UE, nos anos em que Portugal acusava altos índices de crescimento - puro recuperar de tempo perdido. Cavaco teve uma rica madrinha, a Galinha de Ferro Maggie Tatcher.

O PPD de 2002 vai ter uma tarefa muito mais árdua, porque os próximos meses vao ser duros e difíceis. Depois de passarem os primeiros 100 dias tipo disco rachado a dizer que a culpa foi do governo anterior, vamos ver o seu desempenho...

22 de Dezembro de 2001 às 17:30

obelix ( ideiafixmilu@hotmail.com )

Concordo consigo, António Alvim. Votarei para que a união dos laranjas continue e as legislativas se ganhem. Preferia o PSD sózinho mas, com Monteiro, aceitarei, de bom grado, uma nova AD!

22 de Dezembro de 2001 às 10:28

Alvim ( antonioalvim@netcabo.pt )

Contributos para a construção da Vitória :

Durão Barroso pela estratégia que fez aprovar no último congresso, eque escrupulosamente seguiu e o levou a conseguir a Demissão de Guterres sem que a tivesse sequer de pedir.

Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa pelo terrível desgaste que justamente provocaram na imagem do Governo do Eng. António Guterres.

Santana Lopes, Rui Rio, Fernando Seara pelo impacto que as suas vitórias urbanas tiveram.

Todos os autarcas que venceram , muitos não se falando deles pelo facto de simplesmente estarem a reptir vitórias anteriores, sendo de entre eles justo salientar Isaltino que Isaltinou Oeiras.

Todos os que se candidataram e deram a cara

Todos os militantes do PSD que se empenharam a fundo desde o Minho ao Algarve.

Em resumo todo o PSD remou certinho para o mesmo lado.

E assim continuará a ser nas próximas legislativas.

António Alvim

22 de Dezembro de 2001 às 01:50

_garfield ( eurogarfield@hotmail.com )

mandem foguetes, depois nao se esqueçam de apanhar as canas!!!

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Durão prepara «sprint» final O líder do PSD pediu às bases que refreiem o entusiasmo. Não quer que a soberba volte ao partido ANA BAIÃO Santana Lopes e Durão Barroso, na AR: o bom humor voltou às hostes sociais-democratas, agora que o regresso ao poder se vislumbra DURÃO Barroso tem ao seu alcance a possibilidade de concretizar o vaticínio que tão absurdo parecia há ainda poucos dias: ser primeiro-ministro em 2002. O inesperado resultado das autárquicas de domingo e a não menos imprevisível demissão de António Guterres tornaram a profecia uma provável realidade. Mais cedo do que julgava (o que, de resto, é uma constante da sua vida política), o líder do PSD vai a votos, tirar definitivamente a prova dos nove da sua perseverança. DURÃO Barroso tem ao seu alcance a possibilidade de concretizar o vaticínio que tão absurdo parecia há ainda poucos dias: ser primeiro-ministro em 2002. O inesperado resultado das autárquicas de domingo e a não menos imprevisível demissão de António Guterres tornaram a profecia uma provável realidade. Mais cedo do que julgava (o que, de resto, é uma constante da sua vida política), o líder do PSD vai a votos, tirar definitivamente a prova dos nove da sua perseverança. Se a possibilidade inicial de o adversário ser António Vitorino ainda causou alguma apreensão aos sociais-democratas, o anúncio, ontem à noite, da candidatura de Ferro Rodrigues deixou-os mais tranquilos. «É o melhor que nos podia acontecer», comentou ao EXPRESSO um destacado dirigente social-democrata, seguro de que «ele descobre completamente o eleitorado do centro»: na sua opinião, o ainda ministro do Equipamento «tem a desvantagem de estar colado a Guterres e, ainda pior do que este, defender uma aliança com o PCP». Evitar cair na soberba Mas apesar do optimismo, a preocupação imediata da direcção do PSD é não repetir o pecado da soberba que o fez perder as eleições em 95. Na terça-feira, no jantar de Natal com o grupo parlamentar, Durão Barroso pediu três coisas ao partido: «Humildade, mais humildade e ainda mais humildade». A necessidade de moderação dos ímpetos triunfalistas das bases foi, aliás, uma das razões para o líder do PSD não antecipar o Congresso para antes das legislativas, consciente de que, seja como for, espera o PSD um «combate muito difícil». As condições de partida para essa luta são, no entanto, as melhores a que Barroso podia aspirar: a inopinada crise política aberta pela derrocada eleitoral do PS - e, no reverso da medalha, a «vitória histórica» dos sociais-democratas - nas autárquicas conseguiu o que os quase três anos da liderança barrosista ainda não tinham conseguido fazer: unir o partido. Ao vislumbre do regresso ao poder, os críticos calaram-se. Logo na noite eleitoral, Marcelo Rebelo de Sousa foi taxativo: «O líder do PSD é o vencedor desta noite». E Santana Lopes (um dos indiscutíveis responsáveis pela vitória de domingo) deu ontem uma entrevista ao «Independente» onde, apesar de não resistir a «dar umas bicadas» ao seu amigo («Não é um galvanizador, mas pode acabar por convencer o país»), considera-o «uma pessoa em quem se pode confiar e está preparado para ganhar». No conselho nacional de quarta-feira, um dos mais concorridos dos últimos tempos, só se ouviram vozes de apoio ao líder; a opção pela não antecipação do Congresso - que, nos prazos normais, ocorreria no início de Março, portanto, em plena campanha eleitoral - foi acolhida por unanimidade. Absorvida ainda pela sucessão de António Guterres, a que se seguem as festas de Natal e Ano Novo, a actualidade política dará tréguas a Durão Barroso por mais algum tempo. Salvo do Congresso - que voltaria o partido para dentro numa altura em que se querem as atenções concentradas nas legislativas -, o líder social-democrata está agora a reequacionar todos os calendários. Admite-se na São Caetano à Lapa a realização de «várias acções além do partido», porventura «por áreas», a culminar numa espécie de Convenção (ou Assembleia Magna) ainda sem dia marcado - tudo depende da data das eleições legislativas. Nomes para um futuro Governo laranja são por enquanto um assunto-tabu na São Caetano à Lapa. A prioridade é «ultimar o modelo de governação», ou seja, redigir o Programa de Governo a apresentar aos eleitores em Março. Os mais temerários atrevem-se a prever que «irá haver grandes diferenças com o PSD de Cavaco». Quanto muito, só dois ou três nomes da lista das sempiternas reservas do partido (como Dias Loureiro, Ferreira do Amaral ou Mira Amaral) voltarão a brilhar na constelação laranja. Certo é que ter feito parte do «governo-sombra» que Barroso constituiu há ainda não dois anos não significa possuir um passaporte para o «governo-sol», «até porque ele nunca prometeu a nenhum de nós o lugar de ministro», confessa um titular de uma das pastas. «Um Governo de maioria» O que não é de todo tabu é a exigência de maioria absoluta com que Durão Barroso se apresentará a votos, ainda que consciente de que «nunca um partido o conseguiu sozinho a partir da oposição». Mas «é impossível governar sem maioria absoluta», justifica sem quaisquer dúvidas um dirigente social-democrata. Se, para tanto, o PSD chegará a negociar uma aliança com o CDS/PP é uma hipótese que a mesma fonte não enjeita cabalmente - «antes do Congresso do CDS/PP não vale a pena tomar posição», afirma - , mas reconhece ser muito difícil, se não mesmo inviável: «É sabido que Durão Barroso e Paulo Portas não são um modelo de entendimento». E chuta a bola para o campo do adversário: «Os dirigentes do CDS/PP é que saberão o que querem fazer». Dentro do PSD, as opiniões a este respeito não são unânimes, mas o que Durão decidir está decidido. Há os que não concebem qualquer hipótese de aproximação ao CDS/PP, seja com Paulo Portas ou com Manuel Monteiro, os que tolerariam um acordo com este mas não admitiriam uma aliança com aquele, e os que não rejeitam nenhuma dessas soluções: «Não podemos esquecer que muitas das vitórias que tivemos nas autárquicas também as devemos ao PP», diz um destacado social-democrata, antecipando: «O próximo Governo precisa da maior base de apoio possível, precisa de ser muito forte para tomar as medidas que se impõem».

CRISTINA FIGUEIREDO

Líder do PSD sem contestação A INESPERADA reviravolta no panorama político nacional teve como consequência imediata no PSD um «toque a rebate» em torno de Durão Barroso e da possibilidade de reconquista do poder. Na altura em que o perfil do líder social-democrata ganha um peso decisivo para o PSD, as costumeiras vozes críticas intrapartidárias à liderança de Durão Barroso parecem agora não admitir hipótese de questionar a «legitimidade» que o mesmo (re)conquistou no domingo à noite. «Estou na expectativa», comenta Miguel Beleza, perante a surpresa dos resultados das autárquicas. Se Luís Filipe Menezes prometia, logo no domingo, «todo o seu apoio» a Barroso, o ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva vai mais longe, argumentando que não é sequer justo colocar a questão de mudança de líder nesta altura. Durão Barroso tem «toda a legitimidade» e, de qualquer forma, não se devem fazer julgamentos de competência antes de tempo. A prioridade, neste momento, é criar as condições necessárias para o combate das legislativas. Há um conjunto de questões que têm de ser estudadas desde já, como o controlo da despesa pública ou as políticas para os funcionários públicos, questões que, para o ex-governador do Banco de Portugal, precisam de um consenso que ultrapasse as fronteiras do partido. Quanto a um entendimento com o CDS/PP, apesar de «não ser grande entusiasta», Beleza considera que para algumas questões será necessário. E «há uma prazo para encontrar soluções», conclui. Menos optimista, Rui Machete acha que um governo social-democrata não trará inevitavelmente a resolução de todos os problemas, já que «é o funcionamento normal do país que não a permite». A condição de maioria absoluta seria assim imprescindível para impor as reformas necessárias e «vencer os cooperativismos» e as dificuldades têm de ser desde já apresentadas ao eleitorado, «honestamente, senão é possível que nem sejam eleitos». Nestas circunstâncias, Manchete concorda com a cautela de Durão Barroso e, como Beleza, não considera sequer «exequível que o PSD esteja agora a filosofar sobre o melhor líder». Nesta altura, ninguém ganha nada com uma contestação à posição de Barroso que sai «reforçada». Machete sublinha que este é o momento de reforçar a equipa de alternativa ao governo.

ANA SERZEDELO

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24 de Dezembro de 2001 às 21:04

Sampa

SE BARROSO TIVER O PODER E A CORAGEM DE NOS APRESENTAR UM ELENCO SEM OS CARUNCHOSOS BARÕES DO PSD SEREMOS TODOS SURPREENDIDOS PELA POSITIVA.

E O PAÍS MUITO BENEFICIARÁ COM ISSO.

23 de Dezembro de 2001 às 00:08

euroluso

O POVO É ESCRAVO DA MISERIA E DO FIADO E DO CREDITO:

VOCES SÂO ESCRAVOS DO TACHO E DA VAIDADE DE SER MINISTRO:

22 de Dezembro de 2001 às 23:24

L Ami de l Onça ( felino@zoo.org )

"Sucesso tem muitos pais, mas a desgraça é orfñ".

O PPD governou Portugal na altura em que o País deu a salto do século XIX para o XX, ajudado com os enormes subsídios da UE, nos anos em que Portugal acusava altos índices de crescimento - puro recuperar de tempo perdido. Cavaco teve uma rica madrinha, a Galinha de Ferro Maggie Tatcher.

O PPD de 2002 vai ter uma tarefa muito mais árdua, porque os próximos meses vao ser duros e difíceis. Depois de passarem os primeiros 100 dias tipo disco rachado a dizer que a culpa foi do governo anterior, vamos ver o seu desempenho...

22 de Dezembro de 2001 às 17:30

obelix ( ideiafixmilu@hotmail.com )

Concordo consigo, António Alvim. Votarei para que a união dos laranjas continue e as legislativas se ganhem. Preferia o PSD sózinho mas, com Monteiro, aceitarei, de bom grado, uma nova AD!

22 de Dezembro de 2001 às 10:28

Alvim ( antonioalvim@netcabo.pt )

Contributos para a construção da Vitória :

Durão Barroso pela estratégia que fez aprovar no último congresso, eque escrupulosamente seguiu e o levou a conseguir a Demissão de Guterres sem que a tivesse sequer de pedir.

Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa pelo terrível desgaste que justamente provocaram na imagem do Governo do Eng. António Guterres.

Santana Lopes, Rui Rio, Fernando Seara pelo impacto que as suas vitórias urbanas tiveram.

Todos os autarcas que venceram , muitos não se falando deles pelo facto de simplesmente estarem a reptir vitórias anteriores, sendo de entre eles justo salientar Isaltino que Isaltinou Oeiras.

Todos os que se candidataram e deram a cara

Todos os militantes do PSD que se empenharam a fundo desde o Minho ao Algarve.

Em resumo todo o PSD remou certinho para o mesmo lado.

E assim continuará a ser nas próximas legislativas.

António Alvim

22 de Dezembro de 2001 às 01:50

_garfield ( eurogarfield@hotmail.com )

mandem foguetes, depois nao se esqueçam de apanhar as canas!!!

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