PS perdeu seis capitais de distrito

30-12-2001
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PS Perdeu Seis Capitais de Distrito

Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2001

A hecatombe eleitoral do PS teve expressão sobretudo no eleitorado urbano, como o comprovam os resultados nas capitais de distrito. O PSD arrebatou ao PS ontem cinco capitais de distrito - Lisboa, Porto, Coimbra, Faro e Portalegre - a que há que acrescentar ainda Setúbal, que os socialistas perderam para a CDU. Só Évora compensou o PS, que a conquistou à CDU. Assim, o PS ficou com sete capitais de distrito (Aveiro, Braga, Castelo Branco, Évora, Guarda, Santarém e Viana do Castelo), o PSD com onze (Bragança, Coimbra, Faro, Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto, Vila Real, Viseu, Funchal e Ponta Delgada) e a CDU com duas (Beja e Setúbal).

A cidade de Aveiro contrariou a tendência do resto do país. A lista do PS, encabeçada pelo independente Alberto Souto, alcançou a maioria absoluta. O CDS-PP obteve um resultado desastroso, perdendo um vereador e mais de 12 por cento dos votos. O PSD resistiu, mantendo o mesmo número de vereadores (três) mas descendo dois pontos, enquanto a subida da CDU não foi suficiente para eleger um vereador.

O mais curioso foi a transferência directa de votantes do CDS para o PS, confirmando uma tendência de 1997, quando Alberto Souto pôs fim a mais de 20 anos de gestão centrista. O CDS perdeu mais de quatro mil votos, enquanto o PS subiu mais de três mil.

Braga resistiu

Com uma onda "laranja" a varrer o país, com António Guterres a demitir-se do Governo, com alguns "dinossauros" autárquicos a ser derrotados, em Braga tudo continua igual há um quarto de século: o socialista Mesquita Machado segura, por cerca de 4 mil votos, a maioria absoluta, mesmo enfrentando uma coligação PSD-PP-PPM, liderada por Carlos Alberto Pereira, presidente da concelhia "laranja". E nem o apoio explícito de Marcelo Rebelo de Sousa, que presidiu à comissão de honra da candidatura, serviu para derrotar o PS. A CDU - que apostava tudo em retirar a maioria a Mesquita - continua apenas com um vereador (Jorge Matos), contra seis do PS e quatro da AD. Resta apenas um preocupação para os socialistas, que poderá ser um sinal para o futuro: nas freguesias mais populosas da cidade, o PS perdeu para a AD, nomeadamente em S. Vítor e Maximinos. A coligação de centro-direita mantém igualmente S. Lázaro, outra das maiores freguesias.

Viana: esquerda reforçada

Nem "Juntos por Viana" PSD, CDS e PPM conseguiram impedir o socialista Defensor Moura de obter um terceiro mandato na Câmara de Viana do Castelo, com um resultado histórico. Numas eleições que também representaram o regresso dos comunistas à vereação, o PS ficou com uma maioria absoluta.

O "prédio Coutinho" bem pode tremer. Foi uma das torres no xadrez da disputa autárquica, com Teresa Almeida Garrett, da coligação PSD-CDS-PPM, a contestar a demolição do edifício, prevista pelo Programa Polis e apoiada por Defensor Moura.

Na declaração de derrota, Teresa Almeida Garrett, viúva de Lucas Pires, afirmou que a coligação de direita "só errou na escolha da candidata", que deverá regressar ao Parlamento Europeu.

Alberto Midões, da CDU, reconquistou a cadeira tradicionalmente reservada aos comunistas no executivo.

Alexandre Praça, Álvaro Vieira e Rui Baptista

PS Perdeu Seis Capitais de Distrito

Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2001

A hecatombe eleitoral do PS teve expressão sobretudo no eleitorado urbano, como o comprovam os resultados nas capitais de distrito. O PSD arrebatou ao PS ontem cinco capitais de distrito - Lisboa, Porto, Coimbra, Faro e Portalegre - a que há que acrescentar ainda Setúbal, que os socialistas perderam para a CDU. Só Évora compensou o PS, que a conquistou à CDU. Assim, o PS ficou com sete capitais de distrito (Aveiro, Braga, Castelo Branco, Évora, Guarda, Santarém e Viana do Castelo), o PSD com onze (Bragança, Coimbra, Faro, Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto, Vila Real, Viseu, Funchal e Ponta Delgada) e a CDU com duas (Beja e Setúbal).

A cidade de Aveiro contrariou a tendência do resto do país. A lista do PS, encabeçada pelo independente Alberto Souto, alcançou a maioria absoluta. O CDS-PP obteve um resultado desastroso, perdendo um vereador e mais de 12 por cento dos votos. O PSD resistiu, mantendo o mesmo número de vereadores (três) mas descendo dois pontos, enquanto a subida da CDU não foi suficiente para eleger um vereador.

O mais curioso foi a transferência directa de votantes do CDS para o PS, confirmando uma tendência de 1997, quando Alberto Souto pôs fim a mais de 20 anos de gestão centrista. O CDS perdeu mais de quatro mil votos, enquanto o PS subiu mais de três mil.

Braga resistiu

Com uma onda "laranja" a varrer o país, com António Guterres a demitir-se do Governo, com alguns "dinossauros" autárquicos a ser derrotados, em Braga tudo continua igual há um quarto de século: o socialista Mesquita Machado segura, por cerca de 4 mil votos, a maioria absoluta, mesmo enfrentando uma coligação PSD-PP-PPM, liderada por Carlos Alberto Pereira, presidente da concelhia "laranja". E nem o apoio explícito de Marcelo Rebelo de Sousa, que presidiu à comissão de honra da candidatura, serviu para derrotar o PS. A CDU - que apostava tudo em retirar a maioria a Mesquita - continua apenas com um vereador (Jorge Matos), contra seis do PS e quatro da AD. Resta apenas um preocupação para os socialistas, que poderá ser um sinal para o futuro: nas freguesias mais populosas da cidade, o PS perdeu para a AD, nomeadamente em S. Vítor e Maximinos. A coligação de centro-direita mantém igualmente S. Lázaro, outra das maiores freguesias.

Viana: esquerda reforçada

Nem "Juntos por Viana" PSD, CDS e PPM conseguiram impedir o socialista Defensor Moura de obter um terceiro mandato na Câmara de Viana do Castelo, com um resultado histórico. Numas eleições que também representaram o regresso dos comunistas à vereação, o PS ficou com uma maioria absoluta.

O "prédio Coutinho" bem pode tremer. Foi uma das torres no xadrez da disputa autárquica, com Teresa Almeida Garrett, da coligação PSD-CDS-PPM, a contestar a demolição do edifício, prevista pelo Programa Polis e apoiada por Defensor Moura.

Na declaração de derrota, Teresa Almeida Garrett, viúva de Lucas Pires, afirmou que a coligação de direita "só errou na escolha da candidata", que deverá regressar ao Parlamento Europeu.

Alberto Midões, da CDU, reconquistou a cadeira tradicionalmente reservada aos comunistas no executivo.

Alexandre Praça, Álvaro Vieira e Rui Baptista

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