Alberto Jardim pronto para protagonismo nacional

06-01-2002
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Alberto Jardim Pronto para Protagonismo Nacional

Por TOLENTINO DE NÓBREGA

Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2001

Com a vitória em Machico, Alberto João Jardim passa, pela primeira vez desde as primeiras eleições autárquicas, a dominar a totalidade das câmaras da Madeira. Desaparece assim o último bastião da oposição no poder local, depois de também o PSD ter conquistado o Porto Santo em 1995, até então de maioria socialista. O único município socialista sucumbiu à eficaz estratégia montada pelo líder social-democrata, que, como advertira durante a campanha, fez depender o desenvolvimento deste concelho do seu alinhamento com a política do hegemónico poder regional.

Emanuel Gomes, um ex-dirigente socialista que também se rendeu ao PSD em troca de um lugar de deputado no parlamento regional, é o novo presidente da câmara, dirigida desde 1989 pelo padre Martins (eleito em 1989 pela UDP e em 1993 pelo PS) e, no último mandato, pelo seu irmão.

Com o mau resultado ontem obtido, "a oposição saiu mais fraca" e, consequentemente, "mais fraca ficou a democracia na Madeira", concluiu o líder do PP, José Manuel Rodrigues. Leitura diferente do escrutínio tem Jardim: "Com ainda três das 54 freguesias nas mãos da oposição, ninguém se atreverá a falar mais da existência de défice democrático" nesta região. Jardim confirmou ainda que, apesar de ter obtido esta vitória desde sempre por si perseguida, não se retiraria. A não ser que o PSD nacional, como se depreende das declarações feitas após a divulgação da "retumbante vitória", o alcandorasse a uma posição de reconhecimento por quem, como frisou, "durante 26 anos foi oposição e resistência ao poder avassalador do polvo socialista".

A vitória de ontem parece ter reacendido em Jardim o desejo de intervir mais directamente na vida política nacional. O governante madeirense desafiou o seu partido a fazer a ruptura com o actual sistema e a reforma do Estado, projecto que o seu estatuto de vencedor imbatível lhe permitiria protagonizar com maior legitimidade. Talvez por isso Jardim não exigiu ontem, ao contrário do que vinha fazendo ultimamente, a imediata queda de António Guterres. Com a sua própria sucessão por resolver, o líder madeirense disse preferir que as legislativas nacionais ocorram em 2003, um ano antes de terminar o mandato de presidente do governo regional. "O país está muito cansado de eleições", justificou.

Alberto Jardim Pronto para Protagonismo Nacional

Por TOLENTINO DE NÓBREGA

Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2001

Com a vitória em Machico, Alberto João Jardim passa, pela primeira vez desde as primeiras eleições autárquicas, a dominar a totalidade das câmaras da Madeira. Desaparece assim o último bastião da oposição no poder local, depois de também o PSD ter conquistado o Porto Santo em 1995, até então de maioria socialista. O único município socialista sucumbiu à eficaz estratégia montada pelo líder social-democrata, que, como advertira durante a campanha, fez depender o desenvolvimento deste concelho do seu alinhamento com a política do hegemónico poder regional.

Emanuel Gomes, um ex-dirigente socialista que também se rendeu ao PSD em troca de um lugar de deputado no parlamento regional, é o novo presidente da câmara, dirigida desde 1989 pelo padre Martins (eleito em 1989 pela UDP e em 1993 pelo PS) e, no último mandato, pelo seu irmão.

Com o mau resultado ontem obtido, "a oposição saiu mais fraca" e, consequentemente, "mais fraca ficou a democracia na Madeira", concluiu o líder do PP, José Manuel Rodrigues. Leitura diferente do escrutínio tem Jardim: "Com ainda três das 54 freguesias nas mãos da oposição, ninguém se atreverá a falar mais da existência de défice democrático" nesta região. Jardim confirmou ainda que, apesar de ter obtido esta vitória desde sempre por si perseguida, não se retiraria. A não ser que o PSD nacional, como se depreende das declarações feitas após a divulgação da "retumbante vitória", o alcandorasse a uma posição de reconhecimento por quem, como frisou, "durante 26 anos foi oposição e resistência ao poder avassalador do polvo socialista".

A vitória de ontem parece ter reacendido em Jardim o desejo de intervir mais directamente na vida política nacional. O governante madeirense desafiou o seu partido a fazer a ruptura com o actual sistema e a reforma do Estado, projecto que o seu estatuto de vencedor imbatível lhe permitiria protagonizar com maior legitimidade. Talvez por isso Jardim não exigiu ontem, ao contrário do que vinha fazendo ultimamente, a imediata queda de António Guterres. Com a sua própria sucessão por resolver, o líder madeirense disse preferir que as legislativas nacionais ocorram em 2003, um ano antes de terminar o mandato de presidente do governo regional. "O país está muito cansado de eleições", justificou.

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