Surpresas eleitorais desmentem sondagens

05-01-2002
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Surpresas Eleitorais Desmentem Sondagens

Por NUNO SÁ LOURENÇO

Terça-feira, 18 de Dezembro de 2001

Universidade Católica foi a mais certeira

Todas as sondagens davam a maioria a Fernando Gomes e falharam por completo. A maior parte garantia uma vitória segura a Edite Estrela, que não aconteceu.

Foram das eleições autárquicas mais imprevisíveis a que se assistiu. A reduzida abstenção foi um dos factores que baralhou quase por completo os resultados. A consequência foi o facto de muitas das previsões que foram sendo adiantadas pelas empresas de sondagem, acabassem por sair furadas. O concelho do Porto foi o melhor exemplo. Mas há excepções.

O Porto foi um desastre para as empresas de sondagens. Nem uma foi capaz de prever a derrota socialista, sendo que todos davam como certa a maioria absoluta de Fernando Gomes. Aqui, os números não dão hipóteses. Em termos de desvio médio das percentagens das sondagens em relação aos resultados reais, todas as empresas erraram o alvo, e por muito.

No caso do Porto, a pior de todas foi a sondagem SIC/Visão. Como exemplo, esta amostra dava mais 11,2 por cento a Fernando Gomes do que na realidade obteve. No entanto, é preciso ressalvar que esta foi realizada a 30 de Novembro, tendo por isso a desculpa de um intervalo de tempo elevado. A Universidade Católica foi a que mais se aproximou dos números de anteontem, embora também tenha ficado longe. A título de exemplo basta sublinhar que a amostra da CESOP garantia ao candidato socialista mais sete pontos do que recebeu do eleitorado.

Quanto à segunda maior surpresa da noite eleitoral também não correu bem às empresas. Tanto a SIC/Visão como a Marktest davam a maioria absoluta à presidente da câmara. Dos três escrutínios efectuados naquele concelho foi o da Universidade Católica o único a prever o possível desaire de Edite Estrela em Sintra. Comparando os números da sondagem, com os valores reais, a amostra ficou a 0,4 por cento do resultado real da socialista e a 1,3 do valor que Fernando Seara conseguiu.

Faro acabou por se revelar outra roleta russa relativamente a sondagens. Mais uma vez, duas das amostras realizadas previam até o contrário do que se veio a realizar: a vitória do PS. Também aqui a Universidade Católica foi a única que arriscou o sucesso dos sociais-democratas. No entanto, foi a Eurosondagem que conseguiu errar menos em termos de proximidade de números. Falhou a percentagem do PSD por dois pontos e meio e a do PS por um, revelando a sua amostra o desvio médio mais reduzido relativamente aos resultados de anteontem.

Já sobre Lisboa, o cenário não é tão mau. A vitória de Santana Lopes não foi prevista por nenhuma das cinco sondagens, embora tal fosse difícil. Daí que a maioria das análises às amostras tenha optado por abordagens cautelosas aos números. Afinal, comparando os números das sondagens com os resultados de 16 de Dezembro, percebe-se que os erros ficaram na casa dos dois por cento. A empresa que se portou melhor foi a Eurosondagem que conseguiu diminuir o desvio médio para 1,4 por cento. A pior prestação foi da Euroexpansão que chegou a dar, inclusivé, à coligação Amar Lisboa mais 6,7 por cento do que obteve nas urnas.

Surpresas Eleitorais Desmentem Sondagens

Por NUNO SÁ LOURENÇO

Terça-feira, 18 de Dezembro de 2001

Universidade Católica foi a mais certeira

Todas as sondagens davam a maioria a Fernando Gomes e falharam por completo. A maior parte garantia uma vitória segura a Edite Estrela, que não aconteceu.

Foram das eleições autárquicas mais imprevisíveis a que se assistiu. A reduzida abstenção foi um dos factores que baralhou quase por completo os resultados. A consequência foi o facto de muitas das previsões que foram sendo adiantadas pelas empresas de sondagem, acabassem por sair furadas. O concelho do Porto foi o melhor exemplo. Mas há excepções.

O Porto foi um desastre para as empresas de sondagens. Nem uma foi capaz de prever a derrota socialista, sendo que todos davam como certa a maioria absoluta de Fernando Gomes. Aqui, os números não dão hipóteses. Em termos de desvio médio das percentagens das sondagens em relação aos resultados reais, todas as empresas erraram o alvo, e por muito.

No caso do Porto, a pior de todas foi a sondagem SIC/Visão. Como exemplo, esta amostra dava mais 11,2 por cento a Fernando Gomes do que na realidade obteve. No entanto, é preciso ressalvar que esta foi realizada a 30 de Novembro, tendo por isso a desculpa de um intervalo de tempo elevado. A Universidade Católica foi a que mais se aproximou dos números de anteontem, embora também tenha ficado longe. A título de exemplo basta sublinhar que a amostra da CESOP garantia ao candidato socialista mais sete pontos do que recebeu do eleitorado.

Quanto à segunda maior surpresa da noite eleitoral também não correu bem às empresas. Tanto a SIC/Visão como a Marktest davam a maioria absoluta à presidente da câmara. Dos três escrutínios efectuados naquele concelho foi o da Universidade Católica o único a prever o possível desaire de Edite Estrela em Sintra. Comparando os números da sondagem, com os valores reais, a amostra ficou a 0,4 por cento do resultado real da socialista e a 1,3 do valor que Fernando Seara conseguiu.

Faro acabou por se revelar outra roleta russa relativamente a sondagens. Mais uma vez, duas das amostras realizadas previam até o contrário do que se veio a realizar: a vitória do PS. Também aqui a Universidade Católica foi a única que arriscou o sucesso dos sociais-democratas. No entanto, foi a Eurosondagem que conseguiu errar menos em termos de proximidade de números. Falhou a percentagem do PSD por dois pontos e meio e a do PS por um, revelando a sua amostra o desvio médio mais reduzido relativamente aos resultados de anteontem.

Já sobre Lisboa, o cenário não é tão mau. A vitória de Santana Lopes não foi prevista por nenhuma das cinco sondagens, embora tal fosse difícil. Daí que a maioria das análises às amostras tenha optado por abordagens cautelosas aos números. Afinal, comparando os números das sondagens com os resultados de 16 de Dezembro, percebe-se que os erros ficaram na casa dos dois por cento. A empresa que se portou melhor foi a Eurosondagem que conseguiu diminuir o desvio médio para 1,4 por cento. A pior prestação foi da Euroexpansão que chegou a dar, inclusivé, à coligação Amar Lisboa mais 6,7 por cento do que obteve nas urnas.

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