EXPRESSO: Vidas

07-05-2001
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12/1/2001

GENTE

Seminário — De John Kekes, professor de Filosofia Política da New York State University at Albany, subordinado ao tema «Liberalism and its Problems», nos dias 12,13, 19 e 20 de Janeiro, no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa.

Realização — Da quarta edição do espectáculo «Amigos no Palco», organizado por Maria Antónia Ferreira de Almeida, Frederico Teotónio Pereira e António Castello-Branco, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, nos dias 19 e 20 de Janeiro. Os «Amigos no Palco» é um espectáculo de variedades onde vão participar dezenas de artistas profissionais e amadores e as receitas irão reverter para três associações de beneficência a crianças.

Rumores — De que um dos casais «modelo» de Hollywood, Alec Baldwin e Kim Basinger, está à beira do divórcio. Quando se conheceram, Kim ajudou Alec a afastar-se do álcool, e o actor apoiou a «sex symbol» no esforço de convencer a crítica de que era mais do que um corpo e de que tinha talento para ser uma actriz respeitada. A última discussão do casal ocorreu durante um jantar num conhecido restaurante de Nova Iorque, os gritos foram ouvidos em toda a sala e a actriz jurou aos berros que nunca mais quer ver o marido.

Condenação — De Charles Stitzer, um norte-americano de 62 anos, de Pleasant Gap, no estado da Pensilvânia, a uma pena suspensa por atentado ao pudor cometido no jardim da sua casa. Stitzer foi apanhado a cortar a relva em plena tarde vestido apenas com um relógio e um par de ténis.

Pedido — Público feito pelas três mulheres de um agricultor libanês de que volte a casar para que haja mais alguém com quem possam partilhar o trabalho de cuidar das crianças. A lei muçulmana permite que um homem possa ter quatro esposas. Ghassan Abdel-Al já tem 42 filhos e a terceira mulher disse que não consegue aguentar o apetite sexual do marido. Ghassan, de 47 anos, limitou-se a declarar: «Alá ordenou que devemos amar-nos uns aos outros e eu amo as minhas mulheres».

Prisão — — De Fidel Castro, numa povoação da selva do Peru, na posse de 19 quilos de cocaína, a 4 de Janeiro. Apanhado! Os 30 agentes envolvidos na operação não detiveram o Presidente de Cuba, mas sim o seu homónimo peruano, que em vez de uma carreira na política seguiu a do tráfico de droga.

Detenção — — De um dos homens mais procurados do mundo, o mafioso Mário Baratta, a 3 de Janeiro em Goiânia, no Brasil. Em 1997, foi condenado pela justiça brasileira a dois anos e três meses de prisão, por posse de um passaporte falso. Bem pior tinha sido a sentença, à revelia e no mesmo ano, em Itália: prisão perpétua por ligação à Mafia e a vários assassínios. Só faltou a extradição, que estava a ser analisada quando, em 1999, Baratta fugiu do presídio e foi viver com a mulher e os filhos para Goiânia.

Óbito — — Do actor português Carlos César, de 57 anos, na quarta-feira, em Coimbra. Durante as gravações para uma série televisiva, o director, actor e encenador do Teatro de Animação de Setúbal, sentiu-se mal, tendo sido levado de imediato para o Hospital de Coimbra. Acabou por falecer à porta das urgências, antes de ser observado por um médico-assistente. O actor, que participou em várias telenovelas e séries, sofria de problemas cardiovasculares.

Em campanha... na Serra Nevada Coordenação de PEDRO ANDRADE

JORGE SIMÃO Depois de ter dado uma mãozinha, na terça-feira, à campanha presidencial de Ferreira do Amaral, no mercado da Figueira da Foz, Santana Lopes aproveitou os últimos dias das presidenciais para... umas férias na Serra Nevada, de onde só regressará no domingo. O autarca da Figueira, que continua com angustiantes dúvidas sobre a Câmara a que se deverá candidatar em Dezembro, já havia manifestado reticências à escolha de Ferreira do Amaral para candidato. Mas ausentar-se para a neve no auge da campanha presidencial já é demasiado distanciamento. Depois de ter dado uma mãozinha, na terça-feira, à campanha presidencial de Ferreira do Amaral, no mercado da Figueira da Foz, Santana Lopes aproveitou os últimos dias das presidenciais para... umas férias na Serra Nevada, de onde só regressará no domingo. O autarca da Figueira, que continua com angustiantes dúvidas sobre a Câmara a que se deverá candidatar em Dezembro, já havia manifestado reticências à escolha de Ferreira do Amaral para candidato. Mas ausentar-se para a neve no auge da campanha presidencial já é demasiado distanciamento.

Justiça cega ALBERTO FRIAS Se a Justiça está ou não mais célere que o digam os especialistas, a quem tantos estudos têm sido encomendados, e, especialmente, os cidadãos que a ela recorreram ou nas suas teias estão enredados. Mas o que se espera é que a celeridade que se busca não prejudique a clareza e justeza das sentenças dos ilustres juízes. É que, a avaliar pela última prosa despachada pelo gabinete do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Cardona Ferreira, o receio parece mais do que justificado. Senão, veja-se o teor do convite endereçado pelo juiz aos seus pares do STJ, a propósito de um colóquio sobre cidadania lusófona: «Mas os almoços e jantares são oferecidos por outras entidades e, um, pelo STJ, têm orçamento limitado e, por isso, só foi possível considerar certas situações institucionais e, por outro lado, o número de todos os Exmos. Colegas em serviço no STJ (66), divididos pelas várias ocorrências, o que aliás já constitui um inovador alargamento destes eventos de forma a encontrarmo-nos tanto quanto possível» (sic). Deve ser por estas e por outras que se diz que a Justiça, afinal, continua cega. Se a Justiça está ou não mais célere que o digam os especialistas, a quem tantos estudos têm sido encomendados, e, especialmente, os cidadãos que a ela recorreram ou nas suas teias estão enredados. Mas o que se espera é que a celeridade que se busca não prejudique a clareza e justeza das sentenças dos ilustres juízes. É que, a avaliar pela última prosa despachada pelo gabinete do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Cardona Ferreira, o receio parece mais do que justificado. Senão, veja-se o teor do convite endereçado pelo juiz aos seus pares do STJ, a propósito de um colóquio sobre cidadania lusófona: «Mas os almoços e jantares são oferecidos por outras entidades e, um, pelo STJ, têm orçamento limitado e, por isso, só foi possível considerar certas situações institucionais e, por outro lado, o número de todos os Exmos. Colegas em serviço no STJ (66), divididos pelas várias ocorrências, o que aliás já constitui um inovador alargamento destes eventos de forma a encontrarmo-nos tanto quanto possível» (sic). Deve ser por estas e por outras que se diz que a Justiça, afinal, continua cega.

Marco apoia Catarino Avelino Ferreira Torres, o «eterno» presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, eleito pelo CDS-PP, está mais agradecido ao ex-presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, Jorge Catarino, do que o próprio partido a que este último pertence, o PS. Catarino foi recentemente exonerado da presidência da ARS por ter assumido publicamente que, depois do mérito, a categoria que privilegiava na contratação de um colaborador era a filiação no Partido Socialista. Jorge Sampaio, os dirigentes do PS e, sobretudo, a ministra da Saúde, Manuela Arcanjo, não apreciaram o estilo frontal de Catarino e forçaram a sua demissão. Pelo contrário, o autarca do Marco só vê virtudes no antigo homem-forte da Saúde nortenha. A partir de uma proposta de Ferreira Torres, a Câmara do Marco aprovou por unanimidade um voto de solidariedade a Catarino. O documento classifica a demissão de «sem vergonha» e «injusta», elogia Catarino - «um homem aberto e de diálogo franco» - e afirma que «a isenção e a transparência não são, infelizmente, um referencial da gestão socialista». Será um agradecimento pela viabilização da construção de mais um centro de saúde no concelho?

«Job for the girl» LUIS FILIPE CATARINO Afinal, não são só os «boys» que têm direito aos «jobs», o Governo mostra que não está a esquecer as suas «girls». Basta ver o despacho assinado pelo secretário de Estado da Administração Marítima e Portuária, José Junqueiro, subordinado ao ministro Jorge Coelho, que chegou às mãos de GENTE. O primeiro parágrafo do documento diz: «Despacho nº 25006/2000 (2ª série). – 1 – Tornando-se indispensável dotar o meu Gabinete de um colaborador, nomeio, ao abrigo do nº 3 do artigo 2º do Decreto-Lei nº 262/88, de 23 de Julho, Ana Carla Pereira da Silva Vieira, do quadro do Partido Socialista, para exercer tarefas da sua especialidade, que para o efeito é requisitada àquele organismo.» Pelo que se vê, Junqueiro, um dos mais ortodoxos integrantes do aparelho do PS, tem bem delimitada a área onde vai buscar colaboradores. O mínimo que se pode dizer de Junqueiro é que não está para hipocrisias. Afinal, não são só os «boys» que têm direito aos «jobs», o Governo mostra que não está a esquecer as suas «girls». Basta ver o despacho assinado pelo secretário de Estado da Administração Marítima e Portuária, José Junqueiro, subordinado ao ministro Jorge Coelho, que chegou às mãos de GENTE. O primeiro parágrafo do documento diz: «Despacho nº 25006/2000 (2ª série). – 1 – Tornando-se indispensável dotar o meu Gabinete de um colaborador, nomeio, ao abrigo do nº 3 do artigo 2º do Decreto-Lei nº 262/88, de 23 de Julho, Ana Carla Pereira da Silva Vieira, do quadro do Partido Socialista, para exercer tarefas da sua especialidade, que para o efeito é requisitada àquele organismo.» Pelo que se vê, Junqueiro, um dos mais ortodoxos integrantes do aparelho do PS, tem bem delimitada a área onde vai buscar colaboradores. O mínimo que se pode dizer de Junqueiro é que não está para hipocrisias.

Futurólogos trapalhões A revista britânica «The Economist», a mais reputada do mundo no terreno da política e da economia, publica anualmente no mês de Dezembro um número especial com análises, estatísticas e previsões, que, no ano passado, como não podia deixar de ser, chamou-se «The World in 2001». A editora Vida Económica, com sede no Porto, comprou os direitos para a língua portuguesa e publicou a revista com o título «O Mundo em 2001». Mas os editores portugueses, além de não publicarem a revista na íntegra, já que faltam muitos artigos do original em inglês, também resolveram fazer futurologia. Na revista britânica, o primeiro artigo intitula-se «The first 100 days», e foi escrito por John Micklethwait, o editor da secção Estados Unidos da «Economist». Devido à recontagem dos votos na Florida e como não podia prever se o eleito seria George W. Bush ou Al Gore, Micklethwait escreveu o artigo sobre o que o novo Presidente deveria fazer nos primeiros 100 dias de mandato sem citar o nome do vencedor. Mas os editores portugueses, dotados sabe-se lá de que artes de astrologia, resolveram prever quem seria o vencedor e abriram a versão portuguesa com o artigo «Os primeiros 100 dias de Al Gore». Só que se espalharam ao comprido porque foi Bush o eleito. O pior é que, para que tudo batesse certo, cortaram alguns parágrafos do artigo de Micklethwait e acrescentaram outros referentes especificamente ao que Gore pretendia fazer no início do seu mandato. Diante disso, GENTE aguarda ansiosamente pelo que vão fazer Micklethwait e a direcção do «Economist» quando descobrirem a trapalhada. A revista britânica «The Economist», a mais reputada do mundo no terreno da política e da economia, publica anualmente no mês de Dezembro um número especial com análises, estatísticas e previsões, que, no ano passado, como não podia deixar de ser, chamou-se «The World in 2001». A editora Vida Económica, com sede no Porto, comprou os direitos para a língua portuguesa e publicou a revista com o título «O Mundo em 2001». Mas os editores portugueses, além de não publicarem a revista na íntegra, já que faltam muitos artigos do original em inglês, também resolveram fazer futurologia. Na revista britânica, o primeiro artigo intitula-se «The first 100 days», e foi escrito por John Micklethwait, o editor da secção Estados Unidos da «Economist». Devido à recontagem dos votos na Florida e como não podia prever se o eleito seria George W. Bush ou Al Gore, Micklethwait escreveu o artigo sobre o que o novo Presidente deveria fazer nos primeiros 100 dias de mandato sem citar o nome do vencedor. Mas os editores portugueses, dotados sabe-se lá de que artes de astrologia, resolveram prever quem seria o vencedor e abriram a versão portuguesa com o artigo «Os primeiros 100 dias de Al Gore». Só que se espalharam ao comprido porque foi Bush o eleito. O pior é que, para que tudo batesse certo, cortaram alguns parágrafos do artigo de Micklethwait e acrescentaram outros referentes especificamente ao que Gore pretendia fazer no início do seu mandato. Diante disso, GENTE aguarda ansiosamente pelo que vão fazer Micklethwait e a direcção do «Economist» quando descobrirem a trapalhada.

Cristãos velhos e novos LUIZ CARVALHO O Jubileu dos políticos juntou, na semana passada, na Igreja de S. Vicente de Fora, um heterogéneo conjunto de representantes do povo. Para além das presenças óbvias de católicos praticantes como António Guterres (numa demonstração inequívoca de que está de óptimas relações com a Igreja, não obstante as críticas que o Governo mereceu recentemente dos bispos do Porto e de Coimbra) e Mota Amaral, GENTE não pôde deixar de se surpreender com a ida à missa de assumidos ateus como os convertidos ao socialismo Pina Moura e Barros Moura ou os empedernidos comunistas Octávio Teixeira e António Filipe. É caso para perguntar: serão eles os cristãos-novos dos tempos modernos? O Jubileu dos políticos juntou, na semana passada, na Igreja de S. Vicente de Fora, um heterogéneo conjunto de representantes do povo. Para além das presenças óbvias de católicos praticantes como António Guterres (numa demonstração inequívoca de que está de óptimas relações com a Igreja, não obstante as críticas que o Governo mereceu recentemente dos bispos do Porto e de Coimbra) e Mota Amaral, GENTE não pôde deixar de se surpreender com a ida à missa de assumidos ateus como os convertidos ao socialismo Pina Moura e Barros Moura ou os empedernidos comunistas Octávio Teixeira e António Filipe. É caso para perguntar: serão eles os cristãos-novos dos tempos modernos?

Em paz com a Igreja JORGE SIMÃO Quem também não faltou ao Jubileu dos políticos foi Edite Estrela. A presidente da Câmara Municipal de Sintra não quis perder a oportunidade de provar ao mundo que as suas relações com o patriarca de Lisboa estão bem e recomendam-se, ou seja, que D. José Policarpo já lhe perdoou ter divulgado a conversa privada em que o cardeal lhe sugerira que dissesse a Jorge Sampaio para não se cansar que a reeleição era certa. GENTE foi testemunha da cordialidade do cumprimento entre ambos. Quem também não faltou ao Jubileu dos políticos foi Edite Estrela. A presidente da Câmara Municipal de Sintra não quis perder a oportunidade de provar ao mundo que as suas relações com o patriarca de Lisboa estão bem e recomendam-se, ou seja, que D. José Policarpo já lhe perdoou ter divulgado a conversa privada em que o cardeal lhe sugerira que dissesse a Jorge Sampaio para não se cansar que a reeleição era certa. GENTE foi testemunha da cordialidade do cumprimento entre ambos.

Cartas certeiras Quem diria que as «Cartas dos Leitores» poderiam dar um livro? Pois foi o que fez um dos nossos leitores mais fiéis, J. Emídio de Sommer Ribeiro, que já completou 80 anos e lê o EXPRESSO desde o número um. Pegou em 20 cartas que aqui publicou, juntou-lhes um inquérito publicado na nossa extinta secção «Interiores», associou-lhes contribuições noutros órgãos de comunicação e editou o «Tiro ao Alvo». Uma curiosidade: o volume inclui como «bónus» um artigo escrito por Jorge Wemans, que foi subdirector do EXPRESSO e de quem, curiosamente, o nosso leitor é tio.

Soares rega com «tintol» o Natal do «maldito» ANTÓNIO PEDRO FERREIRA Luiz Pacheco, o «escritor maldito». sobrevivente da geração mais boémia do combate pelo reviralho, recebeu no dia de Natal a visita inesperada de João Soares. Munido de uma caixa de boas garrafas de vinho tinto e de um presunto à maneira, o presidente da Câmara de Lisboa foi dar dois dedos de conversa com o mais marginal dos escritores portugueses, que acaba de publicar, no seu estilo inconfundível, «Isto de Estar Vivo», um exercício de exaltação da vida e dos maus costumes. João Soares não quer falar do assunto mas GENTE sabe que durante a ruidosa cavaqueira, à volta da prova do tintol, Pacheco se fartou de lançar farpas sobre a classe política portuguesa, provocando sonoras gargalhadas ao previsível futuro candidato à Presidência da República. Luiz Pacheco, o «escritor maldito». sobrevivente da geração mais boémia do combate pelo reviralho, recebeu no dia de Natal a visita inesperada de João Soares. Munido de uma caixa de boas garrafas de vinho tinto e de um presunto à maneira, o presidente da Câmara de Lisboa foi dar dois dedos de conversa com o mais marginal dos escritores portugueses, que acaba de publicar, no seu estilo inconfundível, «Isto de Estar Vivo», um exercício de exaltação da vida e dos maus costumes. João Soares não quer falar do assunto mas GENTE sabe que durante a ruidosa cavaqueira, à volta da prova do tintol, Pacheco se fartou de lançar farpas sobre a classe política portuguesa, provocando sonoras gargalhadas ao previsível futuro candidato à Presidência da República.

Governante ao estilo do «Big Brother» ALBERTO FRIAS Um pleonasmo de todo o tamanho proferido - a semana passada, numa cerimónia pública no Governo Civil da Guarda - pelo secretário de Estado da Administração Local, José Augusto Carvalho, provocou um ataque de riso na assistência. «A vossa presença é sinal de que estão presentes», foi a bombástica e iluminada afirmação que saiu da boca de um dos nossos governantes, quando se dirigia à plateia. Será que Zé Maria e os companheiros do «Big Brother» eram capazes de dizer melhor? Um pleonasmo de todo o tamanho proferido - a semana passada, numa cerimónia pública no Governo Civil da Guarda - pelo secretário de Estado da Administração Local, José Augusto Carvalho, provocou um ataque de riso na assistência. «A vossa presença é sinal de que estão presentes», foi a bombástica e iluminada afirmação que saiu da boca de um dos nossos governantes, quando se dirigia à plateia. Será que Zé Maria e os companheiros do «Big Brother» eram capazes de dizer melhor?

Rosas bate em retirada na Nova Os alunos dos cursos de Ciências Políticas e de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa quiseram organizar um debate entre os cinco candidatos às eleições presidenciais no anfiteatro da faculdade da Avenida de Berna. Jorge Sampaio e Ferreira do Amaral invocaram compromissos de campanha para não comparecer. António Abreu, do PCP, não quis garantir a presença, porque não tinha a certeza de ainda ser candidato quando se realizasse o evento. Garcia Pereira, do MRPP, aceitou. Fernando Rosas, do Bloco de Esquerda, também, mas acabaria por dar o dito por não dito quando soube que teria unicamente pela frente o seu antigo camarada do MRPP, hoje inimigo de estimação. Definitivamente, a coragem e a frontalidade não parecem ser o forte do candidato do Bloco de Esquerda.

A atenção de Cardia Quem ouviu Garcia Pereira com a maior das atenções no debate sobre as presidenciais a que os outros candidatos faltaram foi Mário Sottomayor Cardia, actualmente a dar aulas de Ciência Política na Universidade Nova. O antigo ministro e ex-dirigente socialista não perdeu pitada da entrevista ao mais aguerrido candidato presidencial. Convém recordar que, em tempos que já lá vão, Cardia anunciou publicamente a sua intenção de se candidatar à Presidência da República, em plena escadaria do Parlamento. Esta sua faceta subversiva aproxima-o com certeza do candidato do MRPP.

Janeiras à Guterres JOSÉ VENTURA Que António Guterres é um homem de consensos, que evita os conflitos, já toda a gente sabe. Mas que o primeiro-ministro leve a coisa tão a peito poucos poderão imaginar. Nos primeiros dias do ano, manda a tradição que um grupo de cantares presenteie o chefe do Governo com as «Janeiras». Com Guterres em São Bento, as regras alteraram-se. Agora são sempre três os corais a deslocar-se nesta quadra à residência oficial do primeiro-ministro: um do Norte, um do Centro, outro do Sul, que Guterres tem horror a ser acusado de privilegiar uma povoação. Este ano, foi a vez do Clube de Reis da Casa do Povo de Vizela, da Tuna Recreativa Penalvense – do concelho de Oliveira de Azeméis – e dos Pequenos Cantores da Pontinha. Que António Guterres é um homem de consensos, que evita os conflitos, já toda a gente sabe. Mas que o primeiro-ministro leve a coisa tão a peito poucos poderão imaginar. Nos primeiros dias do ano, manda a tradição que um grupo de cantares presenteie o chefe do Governo com as «Janeiras». Com Guterres em São Bento, as regras alteraram-se. Agora são sempre três os corais a deslocar-se nesta quadra à residência oficial do primeiro-ministro: um do Norte, um do Centro, outro do Sul, que Guterres tem horror a ser acusado de privilegiar uma povoação. Este ano, foi a vez do Clube de Reis da Casa do Povo de Vizela, da Tuna Recreativa Penalvense – do concelho de Oliveira de Azeméis – e dos Pequenos Cantores da Pontinha.

O advogado do Diabo A lei que introduz as citações judiciais por carta simples encontrou no bastonário da Ordem dos Advogados um feroz opositor. Apostado em provar ao ministro António Costa que a sua nova lei, além de injusta, não servirá para apanhar os habituais prevaricadores, Pires de Lima, em entrevista, vai ao ponto de enunciar as possibilidades a que qualquer pessoa pode deitar mão para evitar ser apanhado nas malhas da lei. É um verdadeiro manual da fuga à justiça, ao alcance do leitor do último número da revista «Focus», que GENTE, com a devida vénia, passa a citar. Assim, para evitar ser citado «basta deteriorar a porta da caixa do correio ou deixá-la aberta para que o carteiro não possa depositar a carta» ou então pode-se ainda devolver a carta «alegando já não morar ali». E fica ainda o inquietante aviso: «Neste momento já se está a sugerir a quem é procurado pelo tribunal que deixe correr o processo até ao fim para depois da condenação arguir a nulidade. Para isso basta apresentar duas ou três testemunhas que afirmem que a pessoa não recebeu a carta, ou porque esteve fora ou porque a caixa do correio estava danificada». Pires de Lima conclui: «Só paga quem quer». Pois.

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12/1/2001

GENTE

Seminário — De John Kekes, professor de Filosofia Política da New York State University at Albany, subordinado ao tema «Liberalism and its Problems», nos dias 12,13, 19 e 20 de Janeiro, no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa.

Realização — Da quarta edição do espectáculo «Amigos no Palco», organizado por Maria Antónia Ferreira de Almeida, Frederico Teotónio Pereira e António Castello-Branco, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, nos dias 19 e 20 de Janeiro. Os «Amigos no Palco» é um espectáculo de variedades onde vão participar dezenas de artistas profissionais e amadores e as receitas irão reverter para três associações de beneficência a crianças.

Rumores — De que um dos casais «modelo» de Hollywood, Alec Baldwin e Kim Basinger, está à beira do divórcio. Quando se conheceram, Kim ajudou Alec a afastar-se do álcool, e o actor apoiou a «sex symbol» no esforço de convencer a crítica de que era mais do que um corpo e de que tinha talento para ser uma actriz respeitada. A última discussão do casal ocorreu durante um jantar num conhecido restaurante de Nova Iorque, os gritos foram ouvidos em toda a sala e a actriz jurou aos berros que nunca mais quer ver o marido.

Condenação — De Charles Stitzer, um norte-americano de 62 anos, de Pleasant Gap, no estado da Pensilvânia, a uma pena suspensa por atentado ao pudor cometido no jardim da sua casa. Stitzer foi apanhado a cortar a relva em plena tarde vestido apenas com um relógio e um par de ténis.

Pedido — Público feito pelas três mulheres de um agricultor libanês de que volte a casar para que haja mais alguém com quem possam partilhar o trabalho de cuidar das crianças. A lei muçulmana permite que um homem possa ter quatro esposas. Ghassan Abdel-Al já tem 42 filhos e a terceira mulher disse que não consegue aguentar o apetite sexual do marido. Ghassan, de 47 anos, limitou-se a declarar: «Alá ordenou que devemos amar-nos uns aos outros e eu amo as minhas mulheres».

Prisão — — De Fidel Castro, numa povoação da selva do Peru, na posse de 19 quilos de cocaína, a 4 de Janeiro. Apanhado! Os 30 agentes envolvidos na operação não detiveram o Presidente de Cuba, mas sim o seu homónimo peruano, que em vez de uma carreira na política seguiu a do tráfico de droga.

Detenção — — De um dos homens mais procurados do mundo, o mafioso Mário Baratta, a 3 de Janeiro em Goiânia, no Brasil. Em 1997, foi condenado pela justiça brasileira a dois anos e três meses de prisão, por posse de um passaporte falso. Bem pior tinha sido a sentença, à revelia e no mesmo ano, em Itália: prisão perpétua por ligação à Mafia e a vários assassínios. Só faltou a extradição, que estava a ser analisada quando, em 1999, Baratta fugiu do presídio e foi viver com a mulher e os filhos para Goiânia.

Óbito — — Do actor português Carlos César, de 57 anos, na quarta-feira, em Coimbra. Durante as gravações para uma série televisiva, o director, actor e encenador do Teatro de Animação de Setúbal, sentiu-se mal, tendo sido levado de imediato para o Hospital de Coimbra. Acabou por falecer à porta das urgências, antes de ser observado por um médico-assistente. O actor, que participou em várias telenovelas e séries, sofria de problemas cardiovasculares.

Em campanha... na Serra Nevada Coordenação de PEDRO ANDRADE

JORGE SIMÃO Depois de ter dado uma mãozinha, na terça-feira, à campanha presidencial de Ferreira do Amaral, no mercado da Figueira da Foz, Santana Lopes aproveitou os últimos dias das presidenciais para... umas férias na Serra Nevada, de onde só regressará no domingo. O autarca da Figueira, que continua com angustiantes dúvidas sobre a Câmara a que se deverá candidatar em Dezembro, já havia manifestado reticências à escolha de Ferreira do Amaral para candidato. Mas ausentar-se para a neve no auge da campanha presidencial já é demasiado distanciamento. Depois de ter dado uma mãozinha, na terça-feira, à campanha presidencial de Ferreira do Amaral, no mercado da Figueira da Foz, Santana Lopes aproveitou os últimos dias das presidenciais para... umas férias na Serra Nevada, de onde só regressará no domingo. O autarca da Figueira, que continua com angustiantes dúvidas sobre a Câmara a que se deverá candidatar em Dezembro, já havia manifestado reticências à escolha de Ferreira do Amaral para candidato. Mas ausentar-se para a neve no auge da campanha presidencial já é demasiado distanciamento.

Justiça cega ALBERTO FRIAS Se a Justiça está ou não mais célere que o digam os especialistas, a quem tantos estudos têm sido encomendados, e, especialmente, os cidadãos que a ela recorreram ou nas suas teias estão enredados. Mas o que se espera é que a celeridade que se busca não prejudique a clareza e justeza das sentenças dos ilustres juízes. É que, a avaliar pela última prosa despachada pelo gabinete do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Cardona Ferreira, o receio parece mais do que justificado. Senão, veja-se o teor do convite endereçado pelo juiz aos seus pares do STJ, a propósito de um colóquio sobre cidadania lusófona: «Mas os almoços e jantares são oferecidos por outras entidades e, um, pelo STJ, têm orçamento limitado e, por isso, só foi possível considerar certas situações institucionais e, por outro lado, o número de todos os Exmos. Colegas em serviço no STJ (66), divididos pelas várias ocorrências, o que aliás já constitui um inovador alargamento destes eventos de forma a encontrarmo-nos tanto quanto possível» (sic). Deve ser por estas e por outras que se diz que a Justiça, afinal, continua cega. Se a Justiça está ou não mais célere que o digam os especialistas, a quem tantos estudos têm sido encomendados, e, especialmente, os cidadãos que a ela recorreram ou nas suas teias estão enredados. Mas o que se espera é que a celeridade que se busca não prejudique a clareza e justeza das sentenças dos ilustres juízes. É que, a avaliar pela última prosa despachada pelo gabinete do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Cardona Ferreira, o receio parece mais do que justificado. Senão, veja-se o teor do convite endereçado pelo juiz aos seus pares do STJ, a propósito de um colóquio sobre cidadania lusófona: «Mas os almoços e jantares são oferecidos por outras entidades e, um, pelo STJ, têm orçamento limitado e, por isso, só foi possível considerar certas situações institucionais e, por outro lado, o número de todos os Exmos. Colegas em serviço no STJ (66), divididos pelas várias ocorrências, o que aliás já constitui um inovador alargamento destes eventos de forma a encontrarmo-nos tanto quanto possível» (sic). Deve ser por estas e por outras que se diz que a Justiça, afinal, continua cega.

Marco apoia Catarino Avelino Ferreira Torres, o «eterno» presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, eleito pelo CDS-PP, está mais agradecido ao ex-presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, Jorge Catarino, do que o próprio partido a que este último pertence, o PS. Catarino foi recentemente exonerado da presidência da ARS por ter assumido publicamente que, depois do mérito, a categoria que privilegiava na contratação de um colaborador era a filiação no Partido Socialista. Jorge Sampaio, os dirigentes do PS e, sobretudo, a ministra da Saúde, Manuela Arcanjo, não apreciaram o estilo frontal de Catarino e forçaram a sua demissão. Pelo contrário, o autarca do Marco só vê virtudes no antigo homem-forte da Saúde nortenha. A partir de uma proposta de Ferreira Torres, a Câmara do Marco aprovou por unanimidade um voto de solidariedade a Catarino. O documento classifica a demissão de «sem vergonha» e «injusta», elogia Catarino - «um homem aberto e de diálogo franco» - e afirma que «a isenção e a transparência não são, infelizmente, um referencial da gestão socialista». Será um agradecimento pela viabilização da construção de mais um centro de saúde no concelho?

«Job for the girl» LUIS FILIPE CATARINO Afinal, não são só os «boys» que têm direito aos «jobs», o Governo mostra que não está a esquecer as suas «girls». Basta ver o despacho assinado pelo secretário de Estado da Administração Marítima e Portuária, José Junqueiro, subordinado ao ministro Jorge Coelho, que chegou às mãos de GENTE. O primeiro parágrafo do documento diz: «Despacho nº 25006/2000 (2ª série). – 1 – Tornando-se indispensável dotar o meu Gabinete de um colaborador, nomeio, ao abrigo do nº 3 do artigo 2º do Decreto-Lei nº 262/88, de 23 de Julho, Ana Carla Pereira da Silva Vieira, do quadro do Partido Socialista, para exercer tarefas da sua especialidade, que para o efeito é requisitada àquele organismo.» Pelo que se vê, Junqueiro, um dos mais ortodoxos integrantes do aparelho do PS, tem bem delimitada a área onde vai buscar colaboradores. O mínimo que se pode dizer de Junqueiro é que não está para hipocrisias. Afinal, não são só os «boys» que têm direito aos «jobs», o Governo mostra que não está a esquecer as suas «girls». Basta ver o despacho assinado pelo secretário de Estado da Administração Marítima e Portuária, José Junqueiro, subordinado ao ministro Jorge Coelho, que chegou às mãos de GENTE. O primeiro parágrafo do documento diz: «Despacho nº 25006/2000 (2ª série). – 1 – Tornando-se indispensável dotar o meu Gabinete de um colaborador, nomeio, ao abrigo do nº 3 do artigo 2º do Decreto-Lei nº 262/88, de 23 de Julho, Ana Carla Pereira da Silva Vieira, do quadro do Partido Socialista, para exercer tarefas da sua especialidade, que para o efeito é requisitada àquele organismo.» Pelo que se vê, Junqueiro, um dos mais ortodoxos integrantes do aparelho do PS, tem bem delimitada a área onde vai buscar colaboradores. O mínimo que se pode dizer de Junqueiro é que não está para hipocrisias.

Futurólogos trapalhões A revista britânica «The Economist», a mais reputada do mundo no terreno da política e da economia, publica anualmente no mês de Dezembro um número especial com análises, estatísticas e previsões, que, no ano passado, como não podia deixar de ser, chamou-se «The World in 2001». A editora Vida Económica, com sede no Porto, comprou os direitos para a língua portuguesa e publicou a revista com o título «O Mundo em 2001». Mas os editores portugueses, além de não publicarem a revista na íntegra, já que faltam muitos artigos do original em inglês, também resolveram fazer futurologia. Na revista britânica, o primeiro artigo intitula-se «The first 100 days», e foi escrito por John Micklethwait, o editor da secção Estados Unidos da «Economist». Devido à recontagem dos votos na Florida e como não podia prever se o eleito seria George W. Bush ou Al Gore, Micklethwait escreveu o artigo sobre o que o novo Presidente deveria fazer nos primeiros 100 dias de mandato sem citar o nome do vencedor. Mas os editores portugueses, dotados sabe-se lá de que artes de astrologia, resolveram prever quem seria o vencedor e abriram a versão portuguesa com o artigo «Os primeiros 100 dias de Al Gore». Só que se espalharam ao comprido porque foi Bush o eleito. O pior é que, para que tudo batesse certo, cortaram alguns parágrafos do artigo de Micklethwait e acrescentaram outros referentes especificamente ao que Gore pretendia fazer no início do seu mandato. Diante disso, GENTE aguarda ansiosamente pelo que vão fazer Micklethwait e a direcção do «Economist» quando descobrirem a trapalhada. A revista britânica «The Economist», a mais reputada do mundo no terreno da política e da economia, publica anualmente no mês de Dezembro um número especial com análises, estatísticas e previsões, que, no ano passado, como não podia deixar de ser, chamou-se «The World in 2001». A editora Vida Económica, com sede no Porto, comprou os direitos para a língua portuguesa e publicou a revista com o título «O Mundo em 2001». Mas os editores portugueses, além de não publicarem a revista na íntegra, já que faltam muitos artigos do original em inglês, também resolveram fazer futurologia. Na revista britânica, o primeiro artigo intitula-se «The first 100 days», e foi escrito por John Micklethwait, o editor da secção Estados Unidos da «Economist». Devido à recontagem dos votos na Florida e como não podia prever se o eleito seria George W. Bush ou Al Gore, Micklethwait escreveu o artigo sobre o que o novo Presidente deveria fazer nos primeiros 100 dias de mandato sem citar o nome do vencedor. Mas os editores portugueses, dotados sabe-se lá de que artes de astrologia, resolveram prever quem seria o vencedor e abriram a versão portuguesa com o artigo «Os primeiros 100 dias de Al Gore». Só que se espalharam ao comprido porque foi Bush o eleito. O pior é que, para que tudo batesse certo, cortaram alguns parágrafos do artigo de Micklethwait e acrescentaram outros referentes especificamente ao que Gore pretendia fazer no início do seu mandato. Diante disso, GENTE aguarda ansiosamente pelo que vão fazer Micklethwait e a direcção do «Economist» quando descobrirem a trapalhada.

Cristãos velhos e novos LUIZ CARVALHO O Jubileu dos políticos juntou, na semana passada, na Igreja de S. Vicente de Fora, um heterogéneo conjunto de representantes do povo. Para além das presenças óbvias de católicos praticantes como António Guterres (numa demonstração inequívoca de que está de óptimas relações com a Igreja, não obstante as críticas que o Governo mereceu recentemente dos bispos do Porto e de Coimbra) e Mota Amaral, GENTE não pôde deixar de se surpreender com a ida à missa de assumidos ateus como os convertidos ao socialismo Pina Moura e Barros Moura ou os empedernidos comunistas Octávio Teixeira e António Filipe. É caso para perguntar: serão eles os cristãos-novos dos tempos modernos? O Jubileu dos políticos juntou, na semana passada, na Igreja de S. Vicente de Fora, um heterogéneo conjunto de representantes do povo. Para além das presenças óbvias de católicos praticantes como António Guterres (numa demonstração inequívoca de que está de óptimas relações com a Igreja, não obstante as críticas que o Governo mereceu recentemente dos bispos do Porto e de Coimbra) e Mota Amaral, GENTE não pôde deixar de se surpreender com a ida à missa de assumidos ateus como os convertidos ao socialismo Pina Moura e Barros Moura ou os empedernidos comunistas Octávio Teixeira e António Filipe. É caso para perguntar: serão eles os cristãos-novos dos tempos modernos?

Em paz com a Igreja JORGE SIMÃO Quem também não faltou ao Jubileu dos políticos foi Edite Estrela. A presidente da Câmara Municipal de Sintra não quis perder a oportunidade de provar ao mundo que as suas relações com o patriarca de Lisboa estão bem e recomendam-se, ou seja, que D. José Policarpo já lhe perdoou ter divulgado a conversa privada em que o cardeal lhe sugerira que dissesse a Jorge Sampaio para não se cansar que a reeleição era certa. GENTE foi testemunha da cordialidade do cumprimento entre ambos. Quem também não faltou ao Jubileu dos políticos foi Edite Estrela. A presidente da Câmara Municipal de Sintra não quis perder a oportunidade de provar ao mundo que as suas relações com o patriarca de Lisboa estão bem e recomendam-se, ou seja, que D. José Policarpo já lhe perdoou ter divulgado a conversa privada em que o cardeal lhe sugerira que dissesse a Jorge Sampaio para não se cansar que a reeleição era certa. GENTE foi testemunha da cordialidade do cumprimento entre ambos.

Cartas certeiras Quem diria que as «Cartas dos Leitores» poderiam dar um livro? Pois foi o que fez um dos nossos leitores mais fiéis, J. Emídio de Sommer Ribeiro, que já completou 80 anos e lê o EXPRESSO desde o número um. Pegou em 20 cartas que aqui publicou, juntou-lhes um inquérito publicado na nossa extinta secção «Interiores», associou-lhes contribuições noutros órgãos de comunicação e editou o «Tiro ao Alvo». Uma curiosidade: o volume inclui como «bónus» um artigo escrito por Jorge Wemans, que foi subdirector do EXPRESSO e de quem, curiosamente, o nosso leitor é tio.

Soares rega com «tintol» o Natal do «maldito» ANTÓNIO PEDRO FERREIRA Luiz Pacheco, o «escritor maldito». sobrevivente da geração mais boémia do combate pelo reviralho, recebeu no dia de Natal a visita inesperada de João Soares. Munido de uma caixa de boas garrafas de vinho tinto e de um presunto à maneira, o presidente da Câmara de Lisboa foi dar dois dedos de conversa com o mais marginal dos escritores portugueses, que acaba de publicar, no seu estilo inconfundível, «Isto de Estar Vivo», um exercício de exaltação da vida e dos maus costumes. João Soares não quer falar do assunto mas GENTE sabe que durante a ruidosa cavaqueira, à volta da prova do tintol, Pacheco se fartou de lançar farpas sobre a classe política portuguesa, provocando sonoras gargalhadas ao previsível futuro candidato à Presidência da República. Luiz Pacheco, o «escritor maldito». sobrevivente da geração mais boémia do combate pelo reviralho, recebeu no dia de Natal a visita inesperada de João Soares. Munido de uma caixa de boas garrafas de vinho tinto e de um presunto à maneira, o presidente da Câmara de Lisboa foi dar dois dedos de conversa com o mais marginal dos escritores portugueses, que acaba de publicar, no seu estilo inconfundível, «Isto de Estar Vivo», um exercício de exaltação da vida e dos maus costumes. João Soares não quer falar do assunto mas GENTE sabe que durante a ruidosa cavaqueira, à volta da prova do tintol, Pacheco se fartou de lançar farpas sobre a classe política portuguesa, provocando sonoras gargalhadas ao previsível futuro candidato à Presidência da República.

Governante ao estilo do «Big Brother» ALBERTO FRIAS Um pleonasmo de todo o tamanho proferido - a semana passada, numa cerimónia pública no Governo Civil da Guarda - pelo secretário de Estado da Administração Local, José Augusto Carvalho, provocou um ataque de riso na assistência. «A vossa presença é sinal de que estão presentes», foi a bombástica e iluminada afirmação que saiu da boca de um dos nossos governantes, quando se dirigia à plateia. Será que Zé Maria e os companheiros do «Big Brother» eram capazes de dizer melhor? Um pleonasmo de todo o tamanho proferido - a semana passada, numa cerimónia pública no Governo Civil da Guarda - pelo secretário de Estado da Administração Local, José Augusto Carvalho, provocou um ataque de riso na assistência. «A vossa presença é sinal de que estão presentes», foi a bombástica e iluminada afirmação que saiu da boca de um dos nossos governantes, quando se dirigia à plateia. Será que Zé Maria e os companheiros do «Big Brother» eram capazes de dizer melhor?

Rosas bate em retirada na Nova Os alunos dos cursos de Ciências Políticas e de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa quiseram organizar um debate entre os cinco candidatos às eleições presidenciais no anfiteatro da faculdade da Avenida de Berna. Jorge Sampaio e Ferreira do Amaral invocaram compromissos de campanha para não comparecer. António Abreu, do PCP, não quis garantir a presença, porque não tinha a certeza de ainda ser candidato quando se realizasse o evento. Garcia Pereira, do MRPP, aceitou. Fernando Rosas, do Bloco de Esquerda, também, mas acabaria por dar o dito por não dito quando soube que teria unicamente pela frente o seu antigo camarada do MRPP, hoje inimigo de estimação. Definitivamente, a coragem e a frontalidade não parecem ser o forte do candidato do Bloco de Esquerda.

A atenção de Cardia Quem ouviu Garcia Pereira com a maior das atenções no debate sobre as presidenciais a que os outros candidatos faltaram foi Mário Sottomayor Cardia, actualmente a dar aulas de Ciência Política na Universidade Nova. O antigo ministro e ex-dirigente socialista não perdeu pitada da entrevista ao mais aguerrido candidato presidencial. Convém recordar que, em tempos que já lá vão, Cardia anunciou publicamente a sua intenção de se candidatar à Presidência da República, em plena escadaria do Parlamento. Esta sua faceta subversiva aproxima-o com certeza do candidato do MRPP.

Janeiras à Guterres JOSÉ VENTURA Que António Guterres é um homem de consensos, que evita os conflitos, já toda a gente sabe. Mas que o primeiro-ministro leve a coisa tão a peito poucos poderão imaginar. Nos primeiros dias do ano, manda a tradição que um grupo de cantares presenteie o chefe do Governo com as «Janeiras». Com Guterres em São Bento, as regras alteraram-se. Agora são sempre três os corais a deslocar-se nesta quadra à residência oficial do primeiro-ministro: um do Norte, um do Centro, outro do Sul, que Guterres tem horror a ser acusado de privilegiar uma povoação. Este ano, foi a vez do Clube de Reis da Casa do Povo de Vizela, da Tuna Recreativa Penalvense – do concelho de Oliveira de Azeméis – e dos Pequenos Cantores da Pontinha. Que António Guterres é um homem de consensos, que evita os conflitos, já toda a gente sabe. Mas que o primeiro-ministro leve a coisa tão a peito poucos poderão imaginar. Nos primeiros dias do ano, manda a tradição que um grupo de cantares presenteie o chefe do Governo com as «Janeiras». Com Guterres em São Bento, as regras alteraram-se. Agora são sempre três os corais a deslocar-se nesta quadra à residência oficial do primeiro-ministro: um do Norte, um do Centro, outro do Sul, que Guterres tem horror a ser acusado de privilegiar uma povoação. Este ano, foi a vez do Clube de Reis da Casa do Povo de Vizela, da Tuna Recreativa Penalvense – do concelho de Oliveira de Azeméis – e dos Pequenos Cantores da Pontinha.

O advogado do Diabo A lei que introduz as citações judiciais por carta simples encontrou no bastonário da Ordem dos Advogados um feroz opositor. Apostado em provar ao ministro António Costa que a sua nova lei, além de injusta, não servirá para apanhar os habituais prevaricadores, Pires de Lima, em entrevista, vai ao ponto de enunciar as possibilidades a que qualquer pessoa pode deitar mão para evitar ser apanhado nas malhas da lei. É um verdadeiro manual da fuga à justiça, ao alcance do leitor do último número da revista «Focus», que GENTE, com a devida vénia, passa a citar. Assim, para evitar ser citado «basta deteriorar a porta da caixa do correio ou deixá-la aberta para que o carteiro não possa depositar a carta» ou então pode-se ainda devolver a carta «alegando já não morar ali». E fica ainda o inquietante aviso: «Neste momento já se está a sugerir a quem é procurado pelo tribunal que deixe correr o processo até ao fim para depois da condenação arguir a nulidade. Para isso basta apresentar duas ou três testemunhas que afirmem que a pessoa não recebeu a carta, ou porque esteve fora ou porque a caixa do correio estava danificada». Pires de Lima conclui: «Só paga quem quer». Pois.

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