EXPRESSO: Artigo

21-09-2001
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LUGARES DE MUDANÇA Lisboa & arredores

Nos anos 50 foram as migrações em massas, sobretudo para a periferia de Lisboa, E para o desenvolvimento destas áreas foram fundamentais, a princípio, a indústria e os transportes.

Texto de Nair Alexandra

Fotografias (actuais) de João Carlos Santos Em geral, a expansão urbana da periferia de Lisboa não ultrapassa as quatro décadas. Os anos 50 foram os do crescimento e da industrialização do país, com a alavanca forte da Companhia União Fabril (CUF) - cuja história se confunde com a do Barreiro moderno. E, desta década, os dados da explosão demográfica da cintura da cidade são elucidativos: a uma taxa de crescimento anual de 2,4% em Lisboa correspondem 47,7% em Algés, 264% na Amadora, 150% em Moscavide, 140,7% em Queluz, 141% na Baixa da Banheira e 155,8% em Almada! (ver, a propósito, a Introdução de Fernando Rosas, no Livro «Humberto Delgado e as Eleições de 58», coordenado por Iva Delgado, Carlos Pacheco e Telmo Faria). Algumas destas áreas viriam a ser integradas no perímetro da capital. Em geral, a expansão urbana da periferia de Lisboa não ultrapassa as quatro décadas. Os anos 50 foram os do crescimento e da industrialização do país, com a alavanca forte da Companhia União Fabril (CUF) - cuja história se confunde com a do Barreiro moderno. E, desta década, os dados da explosão demográfica da cintura da cidade são elucidativos: a uma taxa de crescimento anual de 2,4% em Lisboa correspondem 47,7% em Algés, 264% na Amadora, 150% em Moscavide, 140,7% em Queluz, 141% na Baixa da Banheira e 155,8% em Almada! (ver, a propósito, a Introdução de Fernando Rosas, no Livro «Humberto Delgado e as Eleições de 58», coordenado por Iva Delgado, Carlos Pacheco e Telmo Faria). Algumas destas áreas viriam a ser integradas no perímetro da capital. Mas o disparo demográfico coincide também com a migração em massa do campo para as cidades, num momento de forte retracção do meio rural. Nesta época, 6% da população activa vai para Lisboa e Setúbal, afinal os únicos concelhos do país com capacidade de atracção. Os sectores secundário e terciário crescem em força. Um operariado jovem irá instalar-se nas indústrias a norte e a sul do Tejo - as áreas que vão conhecer maior desequilíbrio urbanístico. «Ilustração Portuguesa», de 22/2/1909, pág. 249 (Joshua Benoliel) As oficinas do Sul e sueste, no Barreiro, ontem... As localidades que no princípio do século não passam de quintas ou pequenas vilas rodeadas de campo terão a sua paisagem completamente transfigurada: Carnaxide, Linda-a-Velha, Queijas, Amadora... A Linha de Cascais tem uma história particular, associada ao comboio e à expansão do turismo litoral. Mesmo Algés, na fronteira com Lisboa, torna-se, no dobrar do século XX, na pitoresca praia de banhos, até ser o eixo de transportes de hoje, crescendo ainda com o comércio. Vejam-se localidades como Carnaxide, roteiro de fins-de-semana campestres e de romarias. Discreta é a Amadora nos princípios de 1900. As localidades que no princípio do século não passam de quintas ou pequenas vilas rodeadas de campo terão a sua paisagem completamente transfigurada: Carnaxide, Linda-a-Velha, Queijas, Amadora... A Linha de Cascais tem uma história particular, associada ao comboio e à expansão do turismo litoral. Mesmo Algés, na fronteira com Lisboa, torna-se, no dobrar do século XX, na pitoresca praia de banhos, até ser o eixo de transportes de hoje, crescendo ainda com o comércio. Vejam-se localidades como Carnaxide, roteiro de fins-de-semana campestres e de romarias. Discreta é a Amadora nos princípios de 1900. A Margem Sul é também um importante destino lúdico durante os anos de 1800: as célebres «burricadas» atraem muitos lisboetas a Almada ou a Cacilhas. Aos fins-de-semana estes atravessam o Tejo em pequenas embarcações para dar idílicos passeios de burro ou comer umas petiscadas - e beber bem. No volume 6 da série «Lisboa Desaparecida», Marina Tavares Dias dá-nos conta da evolução desses passeios pendulares característicos de um mundo impossível aos olhos de hoje. Vale ainda a pena relembrar as saborosas «Memórias da Linha de Cascais», de Branca de Gonta Colaço e Maria Archer, com os seus pormenores pitorescos. Mas houve quem compreendesse logo as fragilidades do crescimento desta margem. Já em 1922 Raul Brandão é peremptório, em «Os Pescadores»: «Esta península da Outra Banda, limitada por duas baías, devia ser um paraíso, pelo seu excepcional clima e pela sua luz admirável, e bastante, só ela, para, terra e mar, alimentar duas ou três vezes a população de Lisboa, se terra e mar fossem convenientemente cultivados. Mas nós só temos um sistema bem organizado - o da destruição...» Seguem outras descrições, já de 1923: «Da horrível Trafaria à Caparica gastam-se dezoito minutos num carrinho pela estrada através do pinheiral plantado há pouco» - a paisagem será mais bela aos olhos do escritor. Para a Caparica o arquitecto Cassiano Branco viria a sonhar um grande projecto turístico que não saiu do papel. ... e hoje O Barreiro será um caso decisivo, não só na história recente da Margem Sul do Tejo, mas também da própria industrialização em Portugal. A escolha da vila, em 1861, como terminal da Estação Sul/Sueste, é decisiva para o seu crescimento. Facilitado o transporte da cortiça, cria-se, a seguir, a fábrica de Cortiças. O novo arranque vem já no século XX, com o complexo industrial da CUF. Mas ao fortíssimo crescimento da indústria nesta área associam-se, por exemplo, os problemas da poluição. A expansão urbana dos anos 50 e 60 faz-se, em todo o lado, no desequilíbrio. Algumas opções estratégicas têm implicações directas - na paisagem, também. O Barreiro será um caso decisivo, não só na história recente da Margem Sul do Tejo, mas também da própria industrialização em Portugal. A escolha da vila, em 1861, como terminal da Estação Sul/Sueste, é decisiva para o seu crescimento. Facilitado o transporte da cortiça, cria-se, a seguir, a fábrica de Cortiças. O novo arranque vem já no século XX, com o complexo industrial da CUF. Mas ao fortíssimo crescimento da indústria nesta área associam-se, por exemplo, os problemas da poluição. A expansão urbana dos anos 50 e 60 faz-se, em todo o lado, no desequilíbrio. Algumas opções estratégicas têm implicações directas - na paisagem, também. Como escreve, a propósito, Gilberto Gomes: «Com a construção da Ponte Salazar vem a rotura do tecido urbano da margem esquerda. (...) A solução de uma ponte rodoviária, em vez da ponte mista projectada, acarretou opções que marcaram profundamente o desenvolvimento do território da península de Setúbal. A opção exclusivamente rodoviária imprimiu ao território a gestão 'ao metro quadrado', e o milagre da ponte se pagar a ela própria acarretou o caos da saturação do tráfego entre margens. O Barreiro, tal como Almada e Seixal, integra-se numa área de influência directa de Lisboa e apresenta uma das maiores taxas de ocupação de solo construído a partir da inauguração da ponte, em 1966» («Augusto Cabrita, na Outra Margem, o Barreiro Anos 40-60», textos de Joaquim Aguiar, Gilberto Gomes e Jorge Calado). O fim da CUF/Quimigal e a crise da indústria naval na região de Setúbal têm as consequências que se conhecem. Hoje vale a pena perguntar, por exemplo, que impacto urbanístico terá a ponte Vasco da Gama em localidades como Alcochete. E que impacto terão as futuras opções de ligação entre as duas margens. Ontem, o crescimento deu lugar ao caos urbanístico. E amanhã? 8

Pragal & Cacilhas São grandes terminais de transportes. Aqui moram apenas sombras do passado Largo Costa Pinto, em Cacilhas, no início do séc. XX... ... e em 2001

O Pragal, antes paisagem campestre... ...agora é terminal de autocarros e estação do comboio da Ponte 25 de Abril

A Cacilhas moderna é um eixo de transportes que nada preservou do seu passado

Almada & Setúbal O crescimento de Almada é recente, devendo-se, em grande parte, à Ponte Vista geral de Almada, hoje e nos primeiros anos de 1900

Fotografia Emílio Biel, «a Arte e a Natureza em Portugal» (Divisão de documentação fotográfica – IPM) Vista de Setúbal. A mudança da linha da margem do Sado torna a comparação impossível

A Avenida Heliodoro Salgado, em Almada

Algés, Carnaxide & Amadora Grandes centros com alguma indústria e o peso do sector terciário (Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa) A Estação de Algés, depois de 1890 ANTÓNIO PEDRO FERREIRA

Vila Fontes e Casa de Aprígio Gomes, na Amadora... ... nada é eterno

Carnaxide: ponte romana sobre o rio Jamor e santuário... ... hoje, pouco resta

COMENTÁRIOS AO ARTIGO

2 comentários 1 a 2

11 Agosto 2001 às 10:51

Alfragidense ( mcesborges@mail.telepac.pt )

O primeiro período do meu anterior comentário saíu um tanto manco... Eis a reformulação:

"Alfragide, o arrabalde para onde acabaram por desterrar-se à força, da Lisboa medieval, os muçulmanos, os moçárabes, etc. e onde, neste ponto elevado e ventoso dos arredores de Lisboa (daí o nome - Al- fragid, ou seja, A fraga, o Monte)se dedicaram à moagem de trigo, razão pela qual existem ainda vários vestígios de moínhos tão antigos, tão históricos, nos quais se dedicavam a essa tarefa".

11 Agosto 2001 às 10:43

Alfragidense... ( mcesborges@mail.telepac.pt )

E que sabem de Alfragide? Alfragide, o arrabalde para onde acabaram por desterrar-se da Lisboa medieval os muçulmanos, os moçárabes, etc. e, neste ponto elevado e ventoso dos arredores de Lisboa (daí o nome - Al- fragid, ou seja, A fraga, o Monte)e onde se dedicaram à moagem de trigo, razão pela qual existem ainda vários vestígios desses moínhos tão antigos, tão históricos. Curiosa e meritoriamente, a Câmara da Amadora e também o proprietário da Urbanização da Quinta Grande, em Alfragide Norte, estão a reconstruir, ou a construir de raiz, curiosos moínhos rodeados de parques de diversões para crianças, ideia magnífica.

O que me surpreende é não encontrar referências a Alfragide neste artigo - localidade a 2km do Restelo, em rápida expansão e com uma densidade demográfica que começa a ser talvez exagerada - nem referências históricas em outras fontes que tenho consultado. Alguém me pode indicar bibliografia específica, enviando-a para o meu endereço electrónico (vide acima)? Obrigado.

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LUGARES DE MUDANÇA Lisboa & arredores

Nos anos 50 foram as migrações em massas, sobretudo para a periferia de Lisboa, E para o desenvolvimento destas áreas foram fundamentais, a princípio, a indústria e os transportes.

Texto de Nair Alexandra

Fotografias (actuais) de João Carlos Santos Em geral, a expansão urbana da periferia de Lisboa não ultrapassa as quatro décadas. Os anos 50 foram os do crescimento e da industrialização do país, com a alavanca forte da Companhia União Fabril (CUF) - cuja história se confunde com a do Barreiro moderno. E, desta década, os dados da explosão demográfica da cintura da cidade são elucidativos: a uma taxa de crescimento anual de 2,4% em Lisboa correspondem 47,7% em Algés, 264% na Amadora, 150% em Moscavide, 140,7% em Queluz, 141% na Baixa da Banheira e 155,8% em Almada! (ver, a propósito, a Introdução de Fernando Rosas, no Livro «Humberto Delgado e as Eleições de 58», coordenado por Iva Delgado, Carlos Pacheco e Telmo Faria). Algumas destas áreas viriam a ser integradas no perímetro da capital. Em geral, a expansão urbana da periferia de Lisboa não ultrapassa as quatro décadas. Os anos 50 foram os do crescimento e da industrialização do país, com a alavanca forte da Companhia União Fabril (CUF) - cuja história se confunde com a do Barreiro moderno. E, desta década, os dados da explosão demográfica da cintura da cidade são elucidativos: a uma taxa de crescimento anual de 2,4% em Lisboa correspondem 47,7% em Algés, 264% na Amadora, 150% em Moscavide, 140,7% em Queluz, 141% na Baixa da Banheira e 155,8% em Almada! (ver, a propósito, a Introdução de Fernando Rosas, no Livro «Humberto Delgado e as Eleições de 58», coordenado por Iva Delgado, Carlos Pacheco e Telmo Faria). Algumas destas áreas viriam a ser integradas no perímetro da capital. Mas o disparo demográfico coincide também com a migração em massa do campo para as cidades, num momento de forte retracção do meio rural. Nesta época, 6% da população activa vai para Lisboa e Setúbal, afinal os únicos concelhos do país com capacidade de atracção. Os sectores secundário e terciário crescem em força. Um operariado jovem irá instalar-se nas indústrias a norte e a sul do Tejo - as áreas que vão conhecer maior desequilíbrio urbanístico. «Ilustração Portuguesa», de 22/2/1909, pág. 249 (Joshua Benoliel) As oficinas do Sul e sueste, no Barreiro, ontem... As localidades que no princípio do século não passam de quintas ou pequenas vilas rodeadas de campo terão a sua paisagem completamente transfigurada: Carnaxide, Linda-a-Velha, Queijas, Amadora... A Linha de Cascais tem uma história particular, associada ao comboio e à expansão do turismo litoral. Mesmo Algés, na fronteira com Lisboa, torna-se, no dobrar do século XX, na pitoresca praia de banhos, até ser o eixo de transportes de hoje, crescendo ainda com o comércio. Vejam-se localidades como Carnaxide, roteiro de fins-de-semana campestres e de romarias. Discreta é a Amadora nos princípios de 1900. As localidades que no princípio do século não passam de quintas ou pequenas vilas rodeadas de campo terão a sua paisagem completamente transfigurada: Carnaxide, Linda-a-Velha, Queijas, Amadora... A Linha de Cascais tem uma história particular, associada ao comboio e à expansão do turismo litoral. Mesmo Algés, na fronteira com Lisboa, torna-se, no dobrar do século XX, na pitoresca praia de banhos, até ser o eixo de transportes de hoje, crescendo ainda com o comércio. Vejam-se localidades como Carnaxide, roteiro de fins-de-semana campestres e de romarias. Discreta é a Amadora nos princípios de 1900. A Margem Sul é também um importante destino lúdico durante os anos de 1800: as célebres «burricadas» atraem muitos lisboetas a Almada ou a Cacilhas. Aos fins-de-semana estes atravessam o Tejo em pequenas embarcações para dar idílicos passeios de burro ou comer umas petiscadas - e beber bem. No volume 6 da série «Lisboa Desaparecida», Marina Tavares Dias dá-nos conta da evolução desses passeios pendulares característicos de um mundo impossível aos olhos de hoje. Vale ainda a pena relembrar as saborosas «Memórias da Linha de Cascais», de Branca de Gonta Colaço e Maria Archer, com os seus pormenores pitorescos. Mas houve quem compreendesse logo as fragilidades do crescimento desta margem. Já em 1922 Raul Brandão é peremptório, em «Os Pescadores»: «Esta península da Outra Banda, limitada por duas baías, devia ser um paraíso, pelo seu excepcional clima e pela sua luz admirável, e bastante, só ela, para, terra e mar, alimentar duas ou três vezes a população de Lisboa, se terra e mar fossem convenientemente cultivados. Mas nós só temos um sistema bem organizado - o da destruição...» Seguem outras descrições, já de 1923: «Da horrível Trafaria à Caparica gastam-se dezoito minutos num carrinho pela estrada através do pinheiral plantado há pouco» - a paisagem será mais bela aos olhos do escritor. Para a Caparica o arquitecto Cassiano Branco viria a sonhar um grande projecto turístico que não saiu do papel. ... e hoje O Barreiro será um caso decisivo, não só na história recente da Margem Sul do Tejo, mas também da própria industrialização em Portugal. A escolha da vila, em 1861, como terminal da Estação Sul/Sueste, é decisiva para o seu crescimento. Facilitado o transporte da cortiça, cria-se, a seguir, a fábrica de Cortiças. O novo arranque vem já no século XX, com o complexo industrial da CUF. Mas ao fortíssimo crescimento da indústria nesta área associam-se, por exemplo, os problemas da poluição. A expansão urbana dos anos 50 e 60 faz-se, em todo o lado, no desequilíbrio. Algumas opções estratégicas têm implicações directas - na paisagem, também. O Barreiro será um caso decisivo, não só na história recente da Margem Sul do Tejo, mas também da própria industrialização em Portugal. A escolha da vila, em 1861, como terminal da Estação Sul/Sueste, é decisiva para o seu crescimento. Facilitado o transporte da cortiça, cria-se, a seguir, a fábrica de Cortiças. O novo arranque vem já no século XX, com o complexo industrial da CUF. Mas ao fortíssimo crescimento da indústria nesta área associam-se, por exemplo, os problemas da poluição. A expansão urbana dos anos 50 e 60 faz-se, em todo o lado, no desequilíbrio. Algumas opções estratégicas têm implicações directas - na paisagem, também. Como escreve, a propósito, Gilberto Gomes: «Com a construção da Ponte Salazar vem a rotura do tecido urbano da margem esquerda. (...) A solução de uma ponte rodoviária, em vez da ponte mista projectada, acarretou opções que marcaram profundamente o desenvolvimento do território da península de Setúbal. A opção exclusivamente rodoviária imprimiu ao território a gestão 'ao metro quadrado', e o milagre da ponte se pagar a ela própria acarretou o caos da saturação do tráfego entre margens. O Barreiro, tal como Almada e Seixal, integra-se numa área de influência directa de Lisboa e apresenta uma das maiores taxas de ocupação de solo construído a partir da inauguração da ponte, em 1966» («Augusto Cabrita, na Outra Margem, o Barreiro Anos 40-60», textos de Joaquim Aguiar, Gilberto Gomes e Jorge Calado). O fim da CUF/Quimigal e a crise da indústria naval na região de Setúbal têm as consequências que se conhecem. Hoje vale a pena perguntar, por exemplo, que impacto urbanístico terá a ponte Vasco da Gama em localidades como Alcochete. E que impacto terão as futuras opções de ligação entre as duas margens. Ontem, o crescimento deu lugar ao caos urbanístico. E amanhã? 8

Pragal & Cacilhas São grandes terminais de transportes. Aqui moram apenas sombras do passado Largo Costa Pinto, em Cacilhas, no início do séc. XX... ... e em 2001

O Pragal, antes paisagem campestre... ...agora é terminal de autocarros e estação do comboio da Ponte 25 de Abril

A Cacilhas moderna é um eixo de transportes que nada preservou do seu passado

Almada & Setúbal O crescimento de Almada é recente, devendo-se, em grande parte, à Ponte Vista geral de Almada, hoje e nos primeiros anos de 1900

Fotografia Emílio Biel, «a Arte e a Natureza em Portugal» (Divisão de documentação fotográfica – IPM) Vista de Setúbal. A mudança da linha da margem do Sado torna a comparação impossível

A Avenida Heliodoro Salgado, em Almada

Algés, Carnaxide & Amadora Grandes centros com alguma indústria e o peso do sector terciário (Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa) A Estação de Algés, depois de 1890 ANTÓNIO PEDRO FERREIRA

Vila Fontes e Casa de Aprígio Gomes, na Amadora... ... nada é eterno

Carnaxide: ponte romana sobre o rio Jamor e santuário... ... hoje, pouco resta

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11 Agosto 2001 às 10:51

Alfragidense ( mcesborges@mail.telepac.pt )

O primeiro período do meu anterior comentário saíu um tanto manco... Eis a reformulação:

"Alfragide, o arrabalde para onde acabaram por desterrar-se à força, da Lisboa medieval, os muçulmanos, os moçárabes, etc. e onde, neste ponto elevado e ventoso dos arredores de Lisboa (daí o nome - Al- fragid, ou seja, A fraga, o Monte)se dedicaram à moagem de trigo, razão pela qual existem ainda vários vestígios de moínhos tão antigos, tão históricos, nos quais se dedicavam a essa tarefa".

11 Agosto 2001 às 10:43

Alfragidense... ( mcesborges@mail.telepac.pt )

E que sabem de Alfragide? Alfragide, o arrabalde para onde acabaram por desterrar-se da Lisboa medieval os muçulmanos, os moçárabes, etc. e, neste ponto elevado e ventoso dos arredores de Lisboa (daí o nome - Al- fragid, ou seja, A fraga, o Monte)e onde se dedicaram à moagem de trigo, razão pela qual existem ainda vários vestígios desses moínhos tão antigos, tão históricos. Curiosa e meritoriamente, a Câmara da Amadora e também o proprietário da Urbanização da Quinta Grande, em Alfragide Norte, estão a reconstruir, ou a construir de raiz, curiosos moínhos rodeados de parques de diversões para crianças, ideia magnífica.

O que me surpreende é não encontrar referências a Alfragide neste artigo - localidade a 2km do Restelo, em rápida expansão e com uma densidade demográfica que começa a ser talvez exagerada - nem referências históricas em outras fontes que tenho consultado. Alguém me pode indicar bibliografia específica, enviando-a para o meu endereço electrónico (vide acima)? Obrigado.

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