PCP e BE rejeitam análises maniqueístas

26-09-2001
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PCP e BE Rejeitam Análises Maniqueístas

Quarta-feira, 26 de Setembro de 2001

O PCP e o Bloco de Esquerda surgiram ontem em plenário uma posição idêntica: a rejeição de que a crise internacional criada pelos atentados terroristas aos Estados Unidos tem apenas duas saídas, ou a inacção conivente com o terrorismo ou a retaliação belicista.

António Filipe, deputado comunista, na sua intervenção de fundo garantiu que o PCP condena sem equívocos qualquer forma de terrorismo, mas não aceita ficar refém, nem da reacção maniqueísta de George W. Bush, segundo a qual,"ou se está com ele ou se está com os terroristas". E defendeu que qualquer resposta tem de ser dada "no respeito pelo Direito Internacional, e em particular pela Carta das Nações Unidas e pela Declaração Universal dos Direitos do Homem".

Também Fernando Rosas, falando em nome do BE, foi peremptório em afirmar-se como representante de "uma esquerda que se sente no direito de não ter de escolher entre o sr. Bush e os talibã. Uma esquerda que acredita na paz e numa ordem internacional baseada na solução dos conflitos, na justiça social e na democracia". Já antes de Rosas, o outro deputado do Bloco, Francisco Louçã tratara de rejeitar a classificação de neutralidade que tem sido dada à posição assumida por este partido.

Por sua vez, o líder do PCP, Carlos Carvalhas, tratou de levar ao hemiciclo de São Bento a tese das causas sociais do terrorismo. Ou seja, questionou-se sobre se fosse erradicada a fome, o analfabetismo, a mortalidade infantil "o mundo não seria mais seguro".

O primeiro-ministro fez questão de separar os planos e, por mais de uma vez, sustentou que o combate ao terrorismo não passa pelo combate às injustiças, embora se tenha assumido como um defensor do fim dessas mesmas injustiças. "Independentemente das injustiças no mundo, há outros factores que geram a irracionalidade", disse Guterres, sublinhando que "se alguém não tem qualquer legitimidade para representar as vítimas da fome é o multimilionário saudita, Bin Laden". E insistindo na necessidade de estar ao lado dos EUA, respondeu a Carvalhas: "De alguma forma era como se estivessemos a desculpar o que foi feito e causou horror a todos nós."

PCP e BE Rejeitam Análises Maniqueístas

Quarta-feira, 26 de Setembro de 2001

O PCP e o Bloco de Esquerda surgiram ontem em plenário uma posição idêntica: a rejeição de que a crise internacional criada pelos atentados terroristas aos Estados Unidos tem apenas duas saídas, ou a inacção conivente com o terrorismo ou a retaliação belicista.

António Filipe, deputado comunista, na sua intervenção de fundo garantiu que o PCP condena sem equívocos qualquer forma de terrorismo, mas não aceita ficar refém, nem da reacção maniqueísta de George W. Bush, segundo a qual,"ou se está com ele ou se está com os terroristas". E defendeu que qualquer resposta tem de ser dada "no respeito pelo Direito Internacional, e em particular pela Carta das Nações Unidas e pela Declaração Universal dos Direitos do Homem".

Também Fernando Rosas, falando em nome do BE, foi peremptório em afirmar-se como representante de "uma esquerda que se sente no direito de não ter de escolher entre o sr. Bush e os talibã. Uma esquerda que acredita na paz e numa ordem internacional baseada na solução dos conflitos, na justiça social e na democracia". Já antes de Rosas, o outro deputado do Bloco, Francisco Louçã tratara de rejeitar a classificação de neutralidade que tem sido dada à posição assumida por este partido.

Por sua vez, o líder do PCP, Carlos Carvalhas, tratou de levar ao hemiciclo de São Bento a tese das causas sociais do terrorismo. Ou seja, questionou-se sobre se fosse erradicada a fome, o analfabetismo, a mortalidade infantil "o mundo não seria mais seguro".

O primeiro-ministro fez questão de separar os planos e, por mais de uma vez, sustentou que o combate ao terrorismo não passa pelo combate às injustiças, embora se tenha assumido como um defensor do fim dessas mesmas injustiças. "Independentemente das injustiças no mundo, há outros factores que geram a irracionalidade", disse Guterres, sublinhando que "se alguém não tem qualquer legitimidade para representar as vítimas da fome é o multimilionário saudita, Bin Laden". E insistindo na necessidade de estar ao lado dos EUA, respondeu a Carvalhas: "De alguma forma era como se estivessemos a desculpar o que foi feito e causou horror a todos nós."

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