Rosas reforçou voto urbano do BE

16-01-2001
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Rosas Reforçou Voto Urbano do BE

Por RAPOSO ANTUNES

Terça-feira, 16 de Janeiro de 2001 Uma das conclusões mais curiosas das eleições legislativas de 1999 indicava que o voto no então recém-criado Bloco de Esquerda (BE) era essencialmente urbano, baseado, sobretudo, nas grandes cidades de Lisboa, Setúbal, Porto e Coimbra. Quinze meses depois, os resultados obtidos pelo candidato presidencial apoiado pelo BE, Fernando Rosas, mostram que esta força partidária continua a crescer precisamente nos principais pólos urbanos, tanto do continente como das ilhas. Apesar de não se poder comparar votações de duas eleições completamente distintas (legislativas e presidenciais), até porque nunca há uma correspondência absoluta, Rosas não só conseguiu superar em cerca de seis décimas o "score" do BE em 1999, como mostrou que a influência dos bloquistas se alargou aos maiores aglomerados populacionais do litoral e do interior. Nos 18 distritos do continente, o candidato presidencial apoiado pelo Bloco de Esquerda conseguiu os seus melhores resultados precisamente nas respectivas capitais de distrito, ou seja, nas cidades onde há mais serviços, mais ensino e mais oferta cultural. À excepção de Portalegre, onde obteve uma média distrital de 2,6%, enquanto nessa cidade atingiu apenas 2,4%, Fernando Rosas conseguiu sempre melhores resultados nas capitais do que no resto dos distritos, superando ainda percentualmente, em quase todos os casos, as votações do BE em 1999. Assim, em Aveiro, o candidato dos bloquistas teve uma percentagem no distrito de 2,3%, enquanto na própria cidade essa percentagem subiu para 3,1% (nas legislativas de 1999, o BE obteve aqui 2,7%). Em Beja, a nível distrital fez 3,4%, na cidade, 3,7% (mais 1,3% que o BE). No distrito de Braga teve 2,4% dos votos, na cidade, 3,2% (mais nove décimas que o BE). Em Bragança, 2,2%, na capital de distrito, 2,3% (o dobro do BE em 1999). Em Castelo Branco, alcançou 2,7% e na cidade, 3,1% (também o dobro do BE em 1999). Em Coimbra, 2,9%, na cidade, 4% (mais seis décimas que o BE). Em Évora, 2,8%, na cidade, 3,4% (mais 1,1% do que o BE). No distrito de Faro, 3,7%, na cidade, 4,3% (mais oito décimas que o BE). Na Guarda, 2,4%, na cidade, 2,6% (mais 1,2 do que o BE). Em Leiria, 2,6%, na cidade, 2,7% (mais oito décimas do que o BE). Lisboa e Porto piores que em 1999 No distrito de Lisboa há ainda uma outra curiosidade. A média distrital obtida por Rosas foi de 3,5 por cento, enquanto na própria capital foi de 3,9 por cento. Só que nas legislativas de 1999, o Bloco de Esquerda tinha atingido os 6 por cento na cidade de Lisboa. Ou seja, percentualmente verificou-se aqui uma descida que poderá ser eventualmente explicada pelo desvio de votos, ou para a candidatura de Garcia Pereira, ou para a de Jorge Sampaio. Curiosamente, este "fenómeno" também se verificou na segunda cidade do país. No distrito do Porto, Rosas teve uma percentagem de 2,6 por cento, enquanto na cidade subiu para 3,3 por cento, mas nas legislativas o BE tinha obtido aqui 4,4 por cento. De resto, além destas duas cidades em que Rosas teve uma menor percentagem do que o BE, a matriz das votações foi sempre a mesma. No distrito de Santarém conseguiu 3,1%, enquanto na cidade fez 3,4% (mais 1,1% que o BE). Em Setúbal, 3,8%, na cidade, 4,7% (mais cinco décimas que o BE nas legislativas de 1999). Em Viana do Castelo, 2,8%, na cidade, 3,1% (mais 1,2% que o BE). Em Vila Real, 2,3%, na cidade, 2,5% (mais 1,3% do que o BE). E em Viseu, 2,5%, na cidade, 2,9% (mais nove décimas que o BE). O mesmo aconteceu nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, nas quais a média foi, respectivamente, de 2,2% e 3,1%, enquanto nas cidades de Ponta Delgada foi de 2,3%, na de Angra do Heroísmo 2,5% e no Funchal de 3,4%. Raposo Antunes OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE A tradição foi mais forte

Ao nível das europeias

Eleitores-fantasma são "uma bomba ao retardador"

Perguntas e respostas - 1

Rosas reforçou voto urbano do BE

Abreu em queda livre

Os 52 bastiões de Ferreira do Amaral

Direita de candeia às avessas

Portas "principal obstáculo" à alternativa

PS à boleia de Sampaio

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Por RAPOSO ANTUNES

Terça-feira, 16 de Janeiro de 2001 Uma das conclusões mais curiosas das eleições legislativas de 1999 indicava que o voto no então recém-criado Bloco de Esquerda (BE) era essencialmente urbano, baseado, sobretudo, nas grandes cidades de Lisboa, Setúbal, Porto e Coimbra. Quinze meses depois, os resultados obtidos pelo candidato presidencial apoiado pelo BE, Fernando Rosas, mostram que esta força partidária continua a crescer precisamente nos principais pólos urbanos, tanto do continente como das ilhas. Apesar de não se poder comparar votações de duas eleições completamente distintas (legislativas e presidenciais), até porque nunca há uma correspondência absoluta, Rosas não só conseguiu superar em cerca de seis décimas o "score" do BE em 1999, como mostrou que a influência dos bloquistas se alargou aos maiores aglomerados populacionais do litoral e do interior. Nos 18 distritos do continente, o candidato presidencial apoiado pelo Bloco de Esquerda conseguiu os seus melhores resultados precisamente nas respectivas capitais de distrito, ou seja, nas cidades onde há mais serviços, mais ensino e mais oferta cultural. À excepção de Portalegre, onde obteve uma média distrital de 2,6%, enquanto nessa cidade atingiu apenas 2,4%, Fernando Rosas conseguiu sempre melhores resultados nas capitais do que no resto dos distritos, superando ainda percentualmente, em quase todos os casos, as votações do BE em 1999. Assim, em Aveiro, o candidato dos bloquistas teve uma percentagem no distrito de 2,3%, enquanto na própria cidade essa percentagem subiu para 3,1% (nas legislativas de 1999, o BE obteve aqui 2,7%). Em Beja, a nível distrital fez 3,4%, na cidade, 3,7% (mais 1,3% que o BE). No distrito de Braga teve 2,4% dos votos, na cidade, 3,2% (mais nove décimas que o BE). Em Bragança, 2,2%, na capital de distrito, 2,3% (o dobro do BE em 1999). Em Castelo Branco, alcançou 2,7% e na cidade, 3,1% (também o dobro do BE em 1999). Em Coimbra, 2,9%, na cidade, 4% (mais seis décimas que o BE). Em Évora, 2,8%, na cidade, 3,4% (mais 1,1% do que o BE). No distrito de Faro, 3,7%, na cidade, 4,3% (mais oito décimas que o BE). Na Guarda, 2,4%, na cidade, 2,6% (mais 1,2 do que o BE). Em Leiria, 2,6%, na cidade, 2,7% (mais oito décimas do que o BE). Lisboa e Porto piores que em 1999 No distrito de Lisboa há ainda uma outra curiosidade. A média distrital obtida por Rosas foi de 3,5 por cento, enquanto na própria capital foi de 3,9 por cento. Só que nas legislativas de 1999, o Bloco de Esquerda tinha atingido os 6 por cento na cidade de Lisboa. Ou seja, percentualmente verificou-se aqui uma descida que poderá ser eventualmente explicada pelo desvio de votos, ou para a candidatura de Garcia Pereira, ou para a de Jorge Sampaio. Curiosamente, este "fenómeno" também se verificou na segunda cidade do país. No distrito do Porto, Rosas teve uma percentagem de 2,6 por cento, enquanto na cidade subiu para 3,3 por cento, mas nas legislativas o BE tinha obtido aqui 4,4 por cento. De resto, além destas duas cidades em que Rosas teve uma menor percentagem do que o BE, a matriz das votações foi sempre a mesma. No distrito de Santarém conseguiu 3,1%, enquanto na cidade fez 3,4% (mais 1,1% que o BE). Em Setúbal, 3,8%, na cidade, 4,7% (mais cinco décimas que o BE nas legislativas de 1999). Em Viana do Castelo, 2,8%, na cidade, 3,1% (mais 1,2% que o BE). Em Vila Real, 2,3%, na cidade, 2,5% (mais 1,3% do que o BE). E em Viseu, 2,5%, na cidade, 2,9% (mais nove décimas que o BE). O mesmo aconteceu nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, nas quais a média foi, respectivamente, de 2,2% e 3,1%, enquanto nas cidades de Ponta Delgada foi de 2,3%, na de Angra do Heroísmo 2,5% e no Funchal de 3,4%. Raposo Antunes OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE A tradição foi mais forte

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