"A Arco Têxteis e o direito à greve"

18-02-2001
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"A Arco Têxteis e o Direito à Greve"

Quinta-feira, 28 de Dezembro de 2000 Na edição de 18/10, Fernando Rosas, em artigo intitulado "A Arco Têxteis e o direito à greve", proferiu acusações que merecem ser comentadas. Por que é que Fernando Rosas tem tanto receio das decisões do Tribunal de Trabalho? Se os trabalhadores que foram despedidos com justa causa recorrerem judicialmente da decisão da empresa, pode ter a certeza de que o tribunal decidirá com imparcialidade e que a administração da Arco Têxteis acatará a decisão com a dignidade que o seu passado de décadas bem atesta. Ou será que Fernando Rosas entende que invocar o direito à greve legitima todos os comportamentos por parte dos trabalhadores? Escreve Fernando Rosas que os salários, deduzidos os impostos, são inferiores ao salário mínimo nacional. Mas será que teve o cuidado de consultar os mapas dos quadros de pessoal ou mesmo os recibos de vencimento? Se o tivesse feito, e sendo historiador e candidato à Presidência da República a tal devia sentir-se obrigado, teria tido a agradável surpresa de verificar como é imensamente falsa essa afirmação. Diz ainda Fernando Rosas: "O que o novo patronato velho da têxtil pretende como modelo laboral está, aliás, à vista com o que algumas empresas do Ave estão já a fazer com o trabalho semiescravo dos imigrantes ucranianos e de outras nacionalidades: metem-nos em contentores-quarto à porta das empresas, pagam-lhes o salário mínimo (e se calhar, nem isso recebem), e dispõem deles sem horário, sem direitos, sem descontos, sem riscos de greve, a qualquer hora, sempre que é preciso laborar. Uma espécie de regresso moderno ao passado". É falso que isto aconteça na indústria têxtil e de vestuário. E é uma acusação gravíssima. Considerando que Fernando Rosas quer ter uma intervenção activa na sociedade portuguesa, lanço-lhe um repto: denuncie, nas páginas deste jornal, o nome das empresas da indústria têxtil e de vestuário que estão na situação acima referida; denuncie à Inspecção-Geral do Trabalho esses mesmos casos. Fazendo-o e provando-se, aplaudiremos a iniciativa, já que, enquanto associação patronal, é nosso dever aconselhar o cumprimento da lei e contribuir para uma concorrência leal. Não o fazendo, ou não sendo provado, do que aliás estamos convictos, haverá quem o vá chamar à responsabilidade. (...) Desengane-se Fernando Rosas se julga que a opinião pública - aquela que diz ser preciso alertar - acreditou no que escreveu. A do Vale do Ave não acreditou, porque há muitos anos que convive diariamente com atoardas e falsidades. (...) A nossa expectativa, os nossos objectivos, e é para isso que trabalhamos, é de que os trabalhadores portugueses e o país tenham orgulho na indústria têxtil e de vestuário nacional, aquela que os industriais, com o esforço e a ajuda de todos, têm sabido construir, desenvolver e implantar nos mais exigentes mercados mundiais. Luís Ribeiro Fontes (Secretário-geral da Associação Nacional das Indústrias de Tecelagem e Têxteis-Lar) Guimarães OUTROS TÍTULOS EM ESPAÇO PÚBLICO OPINIÃO

Estado, educação e liberdade

CARTAS AO DIRECTOR

"Lavagem de dinheiro envolve Presidentes de Angola e França" e "Unita vende diamantes legalmente"

"A Arco Têxteis e o direito à greve"

Resposta de Fernando Rosas

O trambolhão no "ranking" da UEFA

Citações

"A Arco Têxteis e o Direito à Greve"

Quinta-feira, 28 de Dezembro de 2000 Na edição de 18/10, Fernando Rosas, em artigo intitulado "A Arco Têxteis e o direito à greve", proferiu acusações que merecem ser comentadas. Por que é que Fernando Rosas tem tanto receio das decisões do Tribunal de Trabalho? Se os trabalhadores que foram despedidos com justa causa recorrerem judicialmente da decisão da empresa, pode ter a certeza de que o tribunal decidirá com imparcialidade e que a administração da Arco Têxteis acatará a decisão com a dignidade que o seu passado de décadas bem atesta. Ou será que Fernando Rosas entende que invocar o direito à greve legitima todos os comportamentos por parte dos trabalhadores? Escreve Fernando Rosas que os salários, deduzidos os impostos, são inferiores ao salário mínimo nacional. Mas será que teve o cuidado de consultar os mapas dos quadros de pessoal ou mesmo os recibos de vencimento? Se o tivesse feito, e sendo historiador e candidato à Presidência da República a tal devia sentir-se obrigado, teria tido a agradável surpresa de verificar como é imensamente falsa essa afirmação. Diz ainda Fernando Rosas: "O que o novo patronato velho da têxtil pretende como modelo laboral está, aliás, à vista com o que algumas empresas do Ave estão já a fazer com o trabalho semiescravo dos imigrantes ucranianos e de outras nacionalidades: metem-nos em contentores-quarto à porta das empresas, pagam-lhes o salário mínimo (e se calhar, nem isso recebem), e dispõem deles sem horário, sem direitos, sem descontos, sem riscos de greve, a qualquer hora, sempre que é preciso laborar. Uma espécie de regresso moderno ao passado". É falso que isto aconteça na indústria têxtil e de vestuário. E é uma acusação gravíssima. Considerando que Fernando Rosas quer ter uma intervenção activa na sociedade portuguesa, lanço-lhe um repto: denuncie, nas páginas deste jornal, o nome das empresas da indústria têxtil e de vestuário que estão na situação acima referida; denuncie à Inspecção-Geral do Trabalho esses mesmos casos. Fazendo-o e provando-se, aplaudiremos a iniciativa, já que, enquanto associação patronal, é nosso dever aconselhar o cumprimento da lei e contribuir para uma concorrência leal. Não o fazendo, ou não sendo provado, do que aliás estamos convictos, haverá quem o vá chamar à responsabilidade. (...) Desengane-se Fernando Rosas se julga que a opinião pública - aquela que diz ser preciso alertar - acreditou no que escreveu. A do Vale do Ave não acreditou, porque há muitos anos que convive diariamente com atoardas e falsidades. (...) A nossa expectativa, os nossos objectivos, e é para isso que trabalhamos, é de que os trabalhadores portugueses e o país tenham orgulho na indústria têxtil e de vestuário nacional, aquela que os industriais, com o esforço e a ajuda de todos, têm sabido construir, desenvolver e implantar nos mais exigentes mercados mundiais. Luís Ribeiro Fontes (Secretário-geral da Associação Nacional das Indústrias de Tecelagem e Têxteis-Lar) Guimarães OUTROS TÍTULOS EM ESPAÇO PÚBLICO OPINIÃO

Estado, educação e liberdade

CARTAS AO DIRECTOR

"Lavagem de dinheiro envolve Presidentes de Angola e França" e "Unita vende diamantes legalmente"

"A Arco Têxteis e o direito à greve"

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