EXPRESSO: Opinião

06-05-2001
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OPINIÃO

Este Governo não é do PS?

Desde que saiu do Governo, na ânsia de recuperar a iniciativa política para o PS, Jorge Coelho tem-se desdobrado em contactos, entrevistas e reuniões partidárias. Proferindo, em catadupa e cadência quase diária, declarações sobre os mais diversos temas. Qual delas a mais perplexizante. Porque dá a ideia de que o PS nada tem que ver com este Governo e de que o próprio Coelho nunca foi ministro. Se não é que mudou mesmo de partido. Sobre a tragédia de Entre-os-Rios, Coelho diz que a principal conclusão que tira é «a grave imagem com que se fica do funcionamento da administração pública portuguesa». Como se o PS tivesse chegado ontem à governação do país e não lhe coubessem responsabilidades indelegáveis no deficiente funcionamento dos serviços públicos. Como se, no caso concreto da ponte de Castelo de Paiva, os governantes socialistas não tenham contas a prestar sobre a incúria dos serviços de inspecção, conservação e fiscalização, sobre a JAE desmantelada e não desmantelada, sobre as chamadas de atenção a que fizeram orelhas moucas. Sobre a hipótese de viabilizar de novo o Orçamento com o voto do deputado do «queijo limiano», Coelho indigna-se com tal perspectiva, afirma que o PS não pode «abdicar de valores e princípios para viabilizar o Orçamento» e que «então não teria nada contra eleições antecipadas que fizessem uma clarificação». Como se não tivesse sido ele próprio um dos promotores e defensores, há seis meses, do espúrio acordo com o solitário deputado do PP de Ponte de Lima. Como se o PS tirasse agora da gaveta valores e princípios de grande elevação espiritual que ainda ontem não faziam parte do seu código de ética política. Sobre a conturbada corrida interna à Câmara do Porto, Coelho revela que «é natural que Fernando Gomes vá ser o candidato do PS».Como se ele próprio, Jorge Coelho, não tivesse passado os últimos meses a promover, por todos os meios ao alcance do aparelho do PS, a candidatura de Narciso Miranda contra a de Gomes. Como se não tivesse apoiado e incentivado a máxima de Guterres de que «Roma não paga a traidores». Como se nada se tivesse passado e não fosse ele a face mais visível de um aparelho partidário que andou meses a fio a jurar vingança contra Gomes. Para agora, convenientemente, esquecer para outras núpcias tão prometidas represálias e desagravos. Sobre o facto de o PS ser acusado de andar a reboque da agenda política do Bloco de Esquerda, Coelho dá-nos conta da sua «preocupação com a agenda política do país», ao atribuir-se prioridade a temas como «a pílula do dia seguinte, as uniões de facto, a questão da paridade (pela forma como foi introduzida na discussão) e o problema da liberdade religiosa». Como se não fossem, precisamente, o Governo e o PS que têm dado prioridade a tais temas. Como se ele próprio não tivesse amplas responsabilidades na orientação política do PS e do Governo que há pouco abandonou. Como se nem sequer pertencesse ao PS... Jorge Coelho pode prosseguir, e até esmerar-se, neste duplo papel de Coelho governante e Coelho oposicionista, de Coelho crítico e Coelho oficialista, de Coelho aparelhístico e Coelho dissidente, de Coelho mau e Coelho bom. Convém, apenas, que não pense que somos todos parvos.

COMENTÁRIOS AO ARTIGO

96 comentários 11 a 20

1 Maio 2001 às 12:53

CM

A este desfiar de misérias do Trauliteiro -Mór do Reino(das rosas murchas)ainda gostaria de acrescentar a sua excelente tirada acerca da não existência de cláusula de indemnização no acordo Tap com os Suiços.

"Até poderá ser benéfico para Portugal"

Sr Coelho tenha vergonha pois eu tenho vergonha que o sr seja deputado.

1 Maio 2001 às 9:53

Manuel Pinto

este tipo chamado Jorge Coelho não é vergonha na cara; acho mesmo que ele não tem é cara que se apresente, pois se a tivesse remetia-se ao silêncio e não nos tratava todos por parvos e estúpidos. Andou por Macau a chupar o pobre povo chinês que lá trabalha para uma série de "chulos" portugueses que vergonhosamente deixaram Portugal ligado às mais miseráveis memórias da nossa história e que um dia serão escritas com verdade. agora anda em Portugal feito lambe botas, incompetente e malcriado, tratando todos mal e metendo nojo aos cães. É pessoa que detesto basta apenas notar na arrogância e despodor com que fala. Estes nojentos socialistas, a começar pelo Presidente, só nos oferecem disto. Pobre Portugal ao que chegaste...

29 Abril 2001 às 14:05

O Coelho e o Murteira: Nabos muito amigos ( joao.tilly@netvisao.pt )

Depois de lermos a Revista do Expresso,ficamos a saber:

.

- que o Coelhomem entrou para a função pública "pela mão" de um amigo (!)

-andou por vários cursos mas só acabou o de gestão de empresas.

.

- É muito amigo e familiar em 2º grau do Murteira Nabo.

.

- que é muito amigo do Guterres

.

-com quem foi para Macau e por lá andou até que se veio embora com o seu muito amigo.

.

-hoje é muito amigo de Guterres e não se vai candidatar sem o consentimento do seu muito amigo.

.

- demitiu-se por não ser correspondido por uma ponte de quem era muito amigo.

.

O Homem é amigo do seu amigo, ouviram?

29 Abril 2001 às 8:07

Anónimo

Aqui também há censura?

Perguntar nào ofende, acho que está a ser de mais.

depois queixem-se se aparecer um Hacker e vos esragar o arranjinho todo.

Eunão que não tenho competência.

Sou como o Coelho...

29 Abril 2001 às 1:52

O Coelho não tem culpa. ( joao.tilly@netvisao.pt )

A ponte é que não lhe deu as "contrapartidas" a que está habituado.

.

Isto de ser um verdadeiro Padrinho das Contenças às vezes também tem os seus dissabores

28 Abril 2001 às 3:43

victor pereira ( victormpereira@hotmail.com )

tiro certeiro e não difo mais.

27 Abril 2001 às 18:00

Dinis o Desestabilizador

Américo Anastácio exagera!

Porque não o TPI ?

Américo Anastácio, você estava como a Laurinha, com falta de jeito, para os nicknames.

Mas repetindo, AMÉRICO ANASTÁCIO, até tem 'panache', estou a gostar, use mais vezes.

Vamos desestabilizar esta seriedade toda, o que o Américo quis dizer é (...)'ainda não foi acusado em Tribunal dos Direitos dos Animais'.

27 Abril 2001 às 17:38

José de Guimarães

Aconselho o Dr.Jorge Coelho pelo seu lugar no PS e na Distrital de Setúbal a procurar a oposição do seu partido na Margem Sul do Tejo onde o PCP seu namorado á Câmara de Lisboa Governa em autêntico despotismo,abuso de autoridade,e indicios graves de corrupção,ver aqui no Expresso-on.line no "Jornal dos leitores" o artigo "Delapidação do Ambiente no Seixal".No entanto do PS nem um suspiro,nem um candidato quanto mais oposição ,assim não vão lá...É que aqui na Margem Sul não há só parvos e carneiros...também há cidadãos,contribuintes e eleitores.

27 Abril 2001 às 17:20

COELHO Á CAÇADOR ...

Oh Lima, tens toda a razão.

Como diz o Saraiva (arquitecto/Romancista/Analista)este governo não tem remédio, é uma grandessíssima confusão.

Ao menos se pusessem os olhos nos analistas do Expresso como exemplo de verdade e coerência estavamos salvos.

p.s.: Já agora não podiam aumentar o espaço para os desmentidos é que uma página já não chega.

27 Abril 2001 às 12:08

Laura para o[a] das 17: 46- 26/abril

Por acaso estava e ainda estou sobre este tema!

Sem veia nenhuma para a escrita.

Esgotei-me em outros comentários...

Sobre isto tb. n. há mais nada a dizer!

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Este Governo não é do PS?

Desde que saiu do Governo, na ânsia de recuperar a iniciativa política para o PS, Jorge Coelho tem-se desdobrado em contactos, entrevistas e reuniões partidárias. Proferindo, em catadupa e cadência quase diária, declarações sobre os mais diversos temas. Qual delas a mais perplexizante. Porque dá a ideia de que o PS nada tem que ver com este Governo e de que o próprio Coelho nunca foi ministro. Se não é que mudou mesmo de partido. Sobre a tragédia de Entre-os-Rios, Coelho diz que a principal conclusão que tira é «a grave imagem com que se fica do funcionamento da administração pública portuguesa». Como se o PS tivesse chegado ontem à governação do país e não lhe coubessem responsabilidades indelegáveis no deficiente funcionamento dos serviços públicos. Como se, no caso concreto da ponte de Castelo de Paiva, os governantes socialistas não tenham contas a prestar sobre a incúria dos serviços de inspecção, conservação e fiscalização, sobre a JAE desmantelada e não desmantelada, sobre as chamadas de atenção a que fizeram orelhas moucas. Sobre a hipótese de viabilizar de novo o Orçamento com o voto do deputado do «queijo limiano», Coelho indigna-se com tal perspectiva, afirma que o PS não pode «abdicar de valores e princípios para viabilizar o Orçamento» e que «então não teria nada contra eleições antecipadas que fizessem uma clarificação». Como se não tivesse sido ele próprio um dos promotores e defensores, há seis meses, do espúrio acordo com o solitário deputado do PP de Ponte de Lima. Como se o PS tirasse agora da gaveta valores e princípios de grande elevação espiritual que ainda ontem não faziam parte do seu código de ética política. Sobre a conturbada corrida interna à Câmara do Porto, Coelho revela que «é natural que Fernando Gomes vá ser o candidato do PS».Como se ele próprio, Jorge Coelho, não tivesse passado os últimos meses a promover, por todos os meios ao alcance do aparelho do PS, a candidatura de Narciso Miranda contra a de Gomes. Como se não tivesse apoiado e incentivado a máxima de Guterres de que «Roma não paga a traidores». Como se nada se tivesse passado e não fosse ele a face mais visível de um aparelho partidário que andou meses a fio a jurar vingança contra Gomes. Para agora, convenientemente, esquecer para outras núpcias tão prometidas represálias e desagravos. Sobre o facto de o PS ser acusado de andar a reboque da agenda política do Bloco de Esquerda, Coelho dá-nos conta da sua «preocupação com a agenda política do país», ao atribuir-se prioridade a temas como «a pílula do dia seguinte, as uniões de facto, a questão da paridade (pela forma como foi introduzida na discussão) e o problema da liberdade religiosa». Como se não fossem, precisamente, o Governo e o PS que têm dado prioridade a tais temas. Como se ele próprio não tivesse amplas responsabilidades na orientação política do PS e do Governo que há pouco abandonou. Como se nem sequer pertencesse ao PS... Jorge Coelho pode prosseguir, e até esmerar-se, neste duplo papel de Coelho governante e Coelho oposicionista, de Coelho crítico e Coelho oficialista, de Coelho aparelhístico e Coelho dissidente, de Coelho mau e Coelho bom. Convém, apenas, que não pense que somos todos parvos.

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96 comentários 11 a 20

1 Maio 2001 às 12:53

CM

A este desfiar de misérias do Trauliteiro -Mór do Reino(das rosas murchas)ainda gostaria de acrescentar a sua excelente tirada acerca da não existência de cláusula de indemnização no acordo Tap com os Suiços.

"Até poderá ser benéfico para Portugal"

Sr Coelho tenha vergonha pois eu tenho vergonha que o sr seja deputado.

1 Maio 2001 às 9:53

Manuel Pinto

este tipo chamado Jorge Coelho não é vergonha na cara; acho mesmo que ele não tem é cara que se apresente, pois se a tivesse remetia-se ao silêncio e não nos tratava todos por parvos e estúpidos. Andou por Macau a chupar o pobre povo chinês que lá trabalha para uma série de "chulos" portugueses que vergonhosamente deixaram Portugal ligado às mais miseráveis memórias da nossa história e que um dia serão escritas com verdade. agora anda em Portugal feito lambe botas, incompetente e malcriado, tratando todos mal e metendo nojo aos cães. É pessoa que detesto basta apenas notar na arrogância e despodor com que fala. Estes nojentos socialistas, a começar pelo Presidente, só nos oferecem disto. Pobre Portugal ao que chegaste...

29 Abril 2001 às 14:05

O Coelho e o Murteira: Nabos muito amigos ( joao.tilly@netvisao.pt )

Depois de lermos a Revista do Expresso,ficamos a saber:

.

- que o Coelhomem entrou para a função pública "pela mão" de um amigo (!)

-andou por vários cursos mas só acabou o de gestão de empresas.

.

- É muito amigo e familiar em 2º grau do Murteira Nabo.

.

- que é muito amigo do Guterres

.

-com quem foi para Macau e por lá andou até que se veio embora com o seu muito amigo.

.

-hoje é muito amigo de Guterres e não se vai candidatar sem o consentimento do seu muito amigo.

.

- demitiu-se por não ser correspondido por uma ponte de quem era muito amigo.

.

O Homem é amigo do seu amigo, ouviram?

29 Abril 2001 às 8:07

Anónimo

Aqui também há censura?

Perguntar nào ofende, acho que está a ser de mais.

depois queixem-se se aparecer um Hacker e vos esragar o arranjinho todo.

Eunão que não tenho competência.

Sou como o Coelho...

29 Abril 2001 às 1:52

O Coelho não tem culpa. ( joao.tilly@netvisao.pt )

A ponte é que não lhe deu as "contrapartidas" a que está habituado.

.

Isto de ser um verdadeiro Padrinho das Contenças às vezes também tem os seus dissabores

28 Abril 2001 às 3:43

victor pereira ( victormpereira@hotmail.com )

tiro certeiro e não difo mais.

27 Abril 2001 às 18:00

Dinis o Desestabilizador

Américo Anastácio exagera!

Porque não o TPI ?

Américo Anastácio, você estava como a Laurinha, com falta de jeito, para os nicknames.

Mas repetindo, AMÉRICO ANASTÁCIO, até tem 'panache', estou a gostar, use mais vezes.

Vamos desestabilizar esta seriedade toda, o que o Américo quis dizer é (...)'ainda não foi acusado em Tribunal dos Direitos dos Animais'.

27 Abril 2001 às 17:38

José de Guimarães

Aconselho o Dr.Jorge Coelho pelo seu lugar no PS e na Distrital de Setúbal a procurar a oposição do seu partido na Margem Sul do Tejo onde o PCP seu namorado á Câmara de Lisboa Governa em autêntico despotismo,abuso de autoridade,e indicios graves de corrupção,ver aqui no Expresso-on.line no "Jornal dos leitores" o artigo "Delapidação do Ambiente no Seixal".No entanto do PS nem um suspiro,nem um candidato quanto mais oposição ,assim não vão lá...É que aqui na Margem Sul não há só parvos e carneiros...também há cidadãos,contribuintes e eleitores.

27 Abril 2001 às 17:20

COELHO Á CAÇADOR ...

Oh Lima, tens toda a razão.

Como diz o Saraiva (arquitecto/Romancista/Analista)este governo não tem remédio, é uma grandessíssima confusão.

Ao menos se pusessem os olhos nos analistas do Expresso como exemplo de verdade e coerência estavamos salvos.

p.s.: Já agora não podiam aumentar o espaço para os desmentidos é que uma página já não chega.

27 Abril 2001 às 12:08

Laura para o[a] das 17: 46- 26/abril

Por acaso estava e ainda estou sobre este tema!

Sem veia nenhuma para a escrita.

Esgotei-me em outros comentários...

Sobre isto tb. n. há mais nada a dizer!

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