Narciso ataca Fernando Gomes

01-07-2001
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Narciso Ataca Fernando Gomes

Por RAPOSO ANTUNES

Domingo, 1 de Julho de 2001

Política imobiliária em causa

Nem a remodelação no Governo, nem a proximidade das autárquicas consegue serenar o ambiente no PS-Porto

A guerra entre Narciso Miranda e Fernando Gomes teve ontem mais um episódio. O pretexto foi desta vez uma declaração ao "Jornal de Notícias" do ex-ministro da Administração Interna sobre a possibilidade de construção de uma frente urbana no parque da cidade do Porto, na qual abordava também a política imobiliária seguida pelo concelho de Matosinhos na fronteira com aquela zona verde. O presidente desta autarquia e líder do PS-Porto, Narciso Miranda, não gostou das observações do seu companheiro de partido, considerando-as mesmo inaceitáveis.

"Não é legítimo que um candidato de uma autarquia faça considerações sobre outra autarquia vizinha, que ainda por cima é liderada por um militante do mesmo partido", afirmou Narciso, puxando depois dos galões de presidente da Câmara de Matosinhos para dizer que a população do seu município não precisa de conselhos vindos de fora porque "sabe que o seu presidente defende o concelho".

O mais curioso é que a réplica de Narciso a Gomes foi feita numa reunião com elementos da JS, destinada a analisar um projecto de reformulação da actual Área Metropolitana do Porto (AMP), que deverá ser subscrito pelos candidatos socialistas às nove câmaras da AMP, ou seja pelo próprio Narciso, mas também Fernando Gomes.

Sem aludir explicitamente ao candidato do PS à Câmara do Porto, Guilherme Pinto, principal dinamizador deste documento sobre a AMP e vereador da Câmara de Matosinhos, tinha começado por alertar os jovens socialistas para o facto de a Área Metropolitana do Porto estar a entrar novamente "numa via estreita" onde se voltam a "acender luzes de algum autismo", designadamente da parte de "alguém que quer decidir ele sozinho o que interessa à AMP sem ouvir ninguém". Não o disse, mas o alvo era obviamente Fernando Gomes.

Para que não ficassem dúvidas, Narciso, logo a seguir, avisou os jovens socialistas que esses "sinais" devem servir de alerta contra o alegado "portocentrismo". E deu depois o exemplo atrás referido sobre as declarações de Fernando Gomes (sem referir o nome) em relação à política imobiliária seguida pelo concelho de Matosinhos.

Além destas trocas de mimos, Narciso disse que era inevitável a criação de uma autarquia metropolitana no Grande Porto, mas não precisou se essa nova autarquia - com os respectivos órgãos a serem eleitos por sufrágio directo - deve integrar as actuais nove câmaras da AMP ou apenas os seis concelhos do chamado Grande Porto, no fundo todos aqueles que fazem fronteira com a cidade do Porto.

À margem da reunião com a JS, Narciso Miranda disse que era preciso dar "o benefício da dúvida" ao novo Governo que saiu da remodelação de anteontem. "A remodelação era necessária e fez-se", afirmou, sublinhando depois que consderava uma "mais valia os quadros que entraram agora para o Governo".

Narciso Ataca Fernando Gomes

Por RAPOSO ANTUNES

Domingo, 1 de Julho de 2001

Política imobiliária em causa

Nem a remodelação no Governo, nem a proximidade das autárquicas consegue serenar o ambiente no PS-Porto

A guerra entre Narciso Miranda e Fernando Gomes teve ontem mais um episódio. O pretexto foi desta vez uma declaração ao "Jornal de Notícias" do ex-ministro da Administração Interna sobre a possibilidade de construção de uma frente urbana no parque da cidade do Porto, na qual abordava também a política imobiliária seguida pelo concelho de Matosinhos na fronteira com aquela zona verde. O presidente desta autarquia e líder do PS-Porto, Narciso Miranda, não gostou das observações do seu companheiro de partido, considerando-as mesmo inaceitáveis.

"Não é legítimo que um candidato de uma autarquia faça considerações sobre outra autarquia vizinha, que ainda por cima é liderada por um militante do mesmo partido", afirmou Narciso, puxando depois dos galões de presidente da Câmara de Matosinhos para dizer que a população do seu município não precisa de conselhos vindos de fora porque "sabe que o seu presidente defende o concelho".

O mais curioso é que a réplica de Narciso a Gomes foi feita numa reunião com elementos da JS, destinada a analisar um projecto de reformulação da actual Área Metropolitana do Porto (AMP), que deverá ser subscrito pelos candidatos socialistas às nove câmaras da AMP, ou seja pelo próprio Narciso, mas também Fernando Gomes.

Sem aludir explicitamente ao candidato do PS à Câmara do Porto, Guilherme Pinto, principal dinamizador deste documento sobre a AMP e vereador da Câmara de Matosinhos, tinha começado por alertar os jovens socialistas para o facto de a Área Metropolitana do Porto estar a entrar novamente "numa via estreita" onde se voltam a "acender luzes de algum autismo", designadamente da parte de "alguém que quer decidir ele sozinho o que interessa à AMP sem ouvir ninguém". Não o disse, mas o alvo era obviamente Fernando Gomes.

Para que não ficassem dúvidas, Narciso, logo a seguir, avisou os jovens socialistas que esses "sinais" devem servir de alerta contra o alegado "portocentrismo". E deu depois o exemplo atrás referido sobre as declarações de Fernando Gomes (sem referir o nome) em relação à política imobiliária seguida pelo concelho de Matosinhos.

Além destas trocas de mimos, Narciso disse que era inevitável a criação de uma autarquia metropolitana no Grande Porto, mas não precisou se essa nova autarquia - com os respectivos órgãos a serem eleitos por sufrágio directo - deve integrar as actuais nove câmaras da AMP ou apenas os seis concelhos do chamado Grande Porto, no fundo todos aqueles que fazem fronteira com a cidade do Porto.

À margem da reunião com a JS, Narciso Miranda disse que era preciso dar "o benefício da dúvida" ao novo Governo que saiu da remodelação de anteontem. "A remodelação era necessária e fez-se", afirmou, sublinhando depois que consderava uma "mais valia os quadros que entraram agora para o Governo".

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