EXPRESSO: País

31-03-2001
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PSD

à espera da resposta de Valentim

Ana Baião Durão Barroso: o líder do PSD quer Valentim Loureiro na «corrida» ao Porto

A DIRECÇÃO nacional do PSD aguarda uma resposta de Valentim Loureiro sobre o convite que lhe foi dirigido para se candidatar à presidência da Câmara do Porto. Se Valentim aceitar, a direcção irá impor o seu nome, mesmo contra a vontade do líder distrital, Luís Filipe Menezes.

Apesar de Valentim ter apresentado a recandidatura em Gondomar, a direcção do PSD não se conforma com a sua relutância em passar a fronteira para o Porto, derivada de conflitos de interesse com Menezes. Dois motivos têm retardado a definição da candidatura social-democrata no Porto: a expectativa nas hostes socialistas sobre o avanço de Fernando Gomes e a divergência de estratégia entre a distrital de Menezes e a concelhia liderada por Sérgio Vieira. Este diz que deverá ter um nome até ao próximo dia 10, mas a situação pode ainda complicar-se. Recorde-se que Menezes chegou a sugerir o nome do ex-ministro do Emprego Silva Peneda e, após desentendimentos com a comissão do partido que está a coordenar as candidaturas às autárquicas, atribuiu a responsabilidade da escolha (e dos resultados) do candidato à direcção nacional.

O caso do Porto pode obrigar o PSD a alterar a estratégia na Área Metropolitana: agora que as sondagens indicam que Fernando Melo está perfeitamente seguro em Valongo, as preocupações principais centram-se na Maia (onde o PS aposta em Francisco Assis e na posição frágil de Vieira de Carvalho) e na possibilidade de Valentim sair de Gondomar (um concelho de eleitorado maioritariamente socialista).

Barroso ainda não decidiu se (e por onde) se candidata

Cauteloso nos objectivos globais fixados para as próximas eleições autárquicas (aumentar o número de votos, de câmaras e de mandatos), o PSD faz depender os seus resultados da capacidade do PCP em suster a perda abrupta de câmaras para o PS, verificada nas últimas eleições, em 1997. Recorde-se que, na altura, só a queda dos comunistas impediu o PSD de suplantar o PS e sair como vencedor claro das eleições. Os sociais-democratas, ganharam então 127 câmaras, mais onze do que já tinham, fazendo o seu terceiro melhor resultado autárquico de sempre. Desta vez, os sociais-democratas têm ainda nos Açores uma grande incógnita: após as duas últimas eleições para o Governo Regional, ganhas pelo PS, aguarda-se o que acontecerá às câmaras do PSD. Mas a direcção nacional está convicta de que o partido resistirá no arquipélago.

De resto, a grande aposta do PSD centra-se em Lisboa, protagonizada por Santana Lopes. Por outro lado, e à semelhança do que aconteceu em 1997, os membros da comissão política irão também candidatar-se, a maioria encabeçando listas para as assembleias municipais. Aguarda-se, porém, que Durão Barroso decida se também vai integrar alguma candidatura, sabendo-se que recebeu vários convites. Feliciano Barreiras Duarte (no Bombarral), Hermínio Loureiro (Oliveira de Azeméis), Miguel Relvas (Tomar), Eurico de Melo (Santo Tirso), Tavares Moreira (Póvoa do Varzim) são nomes já assentes para encabeçar listas à presidência de assembleias municipais. Cardoso e Cunha, um dos vice-presidentes do PSD, poderá vir também a integrar as listas da candidatura para Lisboa.

Ao contrário do que se passou há quatro anos, o PSD tem já muitas candidaturas acertadas em coligação com o PP. É o caso de Coimbra, onde, em reunião realizada esta semana, a concelhia social-democrata aprovou o nome do ex-governador civil Jaime Ramos, faltando agora luz- -verde da comissão coordenadora das autárquicas.

«Ou se entendem, ou vão-se embora»

Finalmente, o PSD-Viseu, liderado por Carlos Marta (apoiante de Durão Barroso no último congresso), não conseguiu concretizar o projecto de coligação distrital com o PP, visando apresentar candidaturas conjuntas às 24 câmaras da região. Segundo Carlos Marta, o seu empenho numa coligação distrital pretendia «ser um sinal para as direcções nacionais dos dois partidos, de que é fundamental começar a construir uma alternativa política conjunta». Admitindo que houve «pressão» da direcção popular no falhanço das negociações, Marta sublinha: «É tempo de os presidentes do PSD e do PP se entenderem. Se não, o melhor é irem embora».

PSD

à espera da resposta de Valentim

Ana Baião Durão Barroso: o líder do PSD quer Valentim Loureiro na «corrida» ao Porto

A DIRECÇÃO nacional do PSD aguarda uma resposta de Valentim Loureiro sobre o convite que lhe foi dirigido para se candidatar à presidência da Câmara do Porto. Se Valentim aceitar, a direcção irá impor o seu nome, mesmo contra a vontade do líder distrital, Luís Filipe Menezes.

Apesar de Valentim ter apresentado a recandidatura em Gondomar, a direcção do PSD não se conforma com a sua relutância em passar a fronteira para o Porto, derivada de conflitos de interesse com Menezes. Dois motivos têm retardado a definição da candidatura social-democrata no Porto: a expectativa nas hostes socialistas sobre o avanço de Fernando Gomes e a divergência de estratégia entre a distrital de Menezes e a concelhia liderada por Sérgio Vieira. Este diz que deverá ter um nome até ao próximo dia 10, mas a situação pode ainda complicar-se. Recorde-se que Menezes chegou a sugerir o nome do ex-ministro do Emprego Silva Peneda e, após desentendimentos com a comissão do partido que está a coordenar as candidaturas às autárquicas, atribuiu a responsabilidade da escolha (e dos resultados) do candidato à direcção nacional.

O caso do Porto pode obrigar o PSD a alterar a estratégia na Área Metropolitana: agora que as sondagens indicam que Fernando Melo está perfeitamente seguro em Valongo, as preocupações principais centram-se na Maia (onde o PS aposta em Francisco Assis e na posição frágil de Vieira de Carvalho) e na possibilidade de Valentim sair de Gondomar (um concelho de eleitorado maioritariamente socialista).

Barroso ainda não decidiu se (e por onde) se candidata

Cauteloso nos objectivos globais fixados para as próximas eleições autárquicas (aumentar o número de votos, de câmaras e de mandatos), o PSD faz depender os seus resultados da capacidade do PCP em suster a perda abrupta de câmaras para o PS, verificada nas últimas eleições, em 1997. Recorde-se que, na altura, só a queda dos comunistas impediu o PSD de suplantar o PS e sair como vencedor claro das eleições. Os sociais-democratas, ganharam então 127 câmaras, mais onze do que já tinham, fazendo o seu terceiro melhor resultado autárquico de sempre. Desta vez, os sociais-democratas têm ainda nos Açores uma grande incógnita: após as duas últimas eleições para o Governo Regional, ganhas pelo PS, aguarda-se o que acontecerá às câmaras do PSD. Mas a direcção nacional está convicta de que o partido resistirá no arquipélago.

De resto, a grande aposta do PSD centra-se em Lisboa, protagonizada por Santana Lopes. Por outro lado, e à semelhança do que aconteceu em 1997, os membros da comissão política irão também candidatar-se, a maioria encabeçando listas para as assembleias municipais. Aguarda-se, porém, que Durão Barroso decida se também vai integrar alguma candidatura, sabendo-se que recebeu vários convites. Feliciano Barreiras Duarte (no Bombarral), Hermínio Loureiro (Oliveira de Azeméis), Miguel Relvas (Tomar), Eurico de Melo (Santo Tirso), Tavares Moreira (Póvoa do Varzim) são nomes já assentes para encabeçar listas à presidência de assembleias municipais. Cardoso e Cunha, um dos vice-presidentes do PSD, poderá vir também a integrar as listas da candidatura para Lisboa.

Ao contrário do que se passou há quatro anos, o PSD tem já muitas candidaturas acertadas em coligação com o PP. É o caso de Coimbra, onde, em reunião realizada esta semana, a concelhia social-democrata aprovou o nome do ex-governador civil Jaime Ramos, faltando agora luz- -verde da comissão coordenadora das autárquicas.

«Ou se entendem, ou vão-se embora»

Finalmente, o PSD-Viseu, liderado por Carlos Marta (apoiante de Durão Barroso no último congresso), não conseguiu concretizar o projecto de coligação distrital com o PP, visando apresentar candidaturas conjuntas às 24 câmaras da região. Segundo Carlos Marta, o seu empenho numa coligação distrital pretendia «ser um sinal para as direcções nacionais dos dois partidos, de que é fundamental começar a construir uma alternativa política conjunta». Admitindo que houve «pressão» da direcção popular no falhanço das negociações, Marta sublinha: «É tempo de os presidentes do PSD e do PP se entenderem. Se não, o melhor é irem embora».

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