Fausto Correia acusado de se envolver em ilegalidades

01-07-2001
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Fausto Correia Acusado de Se Envolver em Ilegalidades

Por NÉLSON MORAIS

Quarta-feira, 20 de Junho de 2001

Governante candidata-se à Assembleia Municipal de Miranda do Corvo

Vereadora e candidata do PSD questiona candidatura do secretário de Estado, que era accionista de uma construtora alegadamente beneficiária das ilegalidades cometidas pela maioria socialista daquela câmara

A candidata do PSD à presidência da Câmara Municipal de Miranda do Corvo (CMMC), Fátima Ramos, lançou ontem um duro ataque ao secretário de Estado Fausto Correia, por este se ter assumido como candidato à Assembleia Municipal desta autarquia quando ainda estão em curso processos judiciais que têm como alvo a gestão do respectivo presidente, o socialista Jorge Cosme, que voltará a disputar as autárquicas. Para a social-democrata, aquela situação é agravada pelo facto de Fausto Correia ter sido, até há pouco tempo, accionista de uma das três empresas imobiliárias que "têm sido altamente beneficiadas [pela maioria socialista da CMMC] com processos de loteamentos que a Inspecção-Geral da Administração do Território considerou ilegais".

Fátima Ramos recordou, em conferência de imprensa, que a Inspecção-Geral da Administração do Território registou as "ilegalidades" num relatório enviado para o Ministério Público, em Janeiro de 2000, que está nas mãos do Departamento de Investigação e Acção Penal de Coimbra. A este facto acrescem "inquéritos existentes" na Polícia Judiciária e processos que decorrem no Tribunal da Lousã e no Tribunal de Instrução Criminal de Coimbra "sobre situações indiciadoras da prática de crimes" por parte do presidente da CMMC. "O PS sabe que o sr. Jorge Cosme tem realizado uma gestão incompetente e cheia de ilegalidades", insistiu Fátima Ramos, para quem "o arrastar dos processos só favorece os autores das ilegalidades.

Sem pedir a Fausto Correia para renunciar à sua candidatura, a social-democrata limitou-se a dizer que "gostaria" de vê-lo a exigir maior rapidez da justiça, de modo a esclarecer suspeitas que remetem para negócios de "vários milhões de contos". Segundo explicou, Jorge Cosme terá favorecido as três empresas em causa, permitindo-lhes aumentar as áreas de construção em vários loteamentos e violando o Plano Director Municipal de Miranda. E exemplificou com a construtora Miragira, à qual lhe terá sido permitido aumentar "ilegalmente" a facturação em quatro milhões de contos, fazendo contas a 16 mil contos por cada T3.

"Os factos conhecidos induzem-nos a concluir que o dr. Fausto Correia foi um dos beneficiários das ilegalidades cometidas pela câmara", acusou Fátima Ramos, lembrando que o actual secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro pertenceu aos corpos sociais e foi accionista da Mirandinvest SA, outra das empresas envolvidas na investigação da IGAT.

Manifestando o seu desejo de ver os donativos aos partidos "convenientemente analisados", Fátima Ramos lamenta que Fausto Correia pretenda reforçar a sua associação a Jorge Cosme, candidatando-se, nas suas listas, à assembleia municipal. Tanto mais que, segundo garante, a autarquia mirandense continua, "com enorme celeridade, a licenciar em alguns desses loteamentos considerados ilegais e feridos de nulidade pela IGAT, como se nada se tivesse passado". "Enquanto, na câmara, os processos de obras particulares chegam a levar meses e anos a ser analisados e aprovados, no caso de uma destas empresas protegidas, e ilegalmente beneficiadas, chegam a entrar peças de processo de licenciamento que são analisadas e despachadas no mesmo dia", assegura a actual vereadora "laranja" da autarquia, estranhando o silêncio das autoridades.

Fausto Correia Acusado de Se Envolver em Ilegalidades

Por NÉLSON MORAIS

Quarta-feira, 20 de Junho de 2001

Governante candidata-se à Assembleia Municipal de Miranda do Corvo

Vereadora e candidata do PSD questiona candidatura do secretário de Estado, que era accionista de uma construtora alegadamente beneficiária das ilegalidades cometidas pela maioria socialista daquela câmara

A candidata do PSD à presidência da Câmara Municipal de Miranda do Corvo (CMMC), Fátima Ramos, lançou ontem um duro ataque ao secretário de Estado Fausto Correia, por este se ter assumido como candidato à Assembleia Municipal desta autarquia quando ainda estão em curso processos judiciais que têm como alvo a gestão do respectivo presidente, o socialista Jorge Cosme, que voltará a disputar as autárquicas. Para a social-democrata, aquela situação é agravada pelo facto de Fausto Correia ter sido, até há pouco tempo, accionista de uma das três empresas imobiliárias que "têm sido altamente beneficiadas [pela maioria socialista da CMMC] com processos de loteamentos que a Inspecção-Geral da Administração do Território considerou ilegais".

Fátima Ramos recordou, em conferência de imprensa, que a Inspecção-Geral da Administração do Território registou as "ilegalidades" num relatório enviado para o Ministério Público, em Janeiro de 2000, que está nas mãos do Departamento de Investigação e Acção Penal de Coimbra. A este facto acrescem "inquéritos existentes" na Polícia Judiciária e processos que decorrem no Tribunal da Lousã e no Tribunal de Instrução Criminal de Coimbra "sobre situações indiciadoras da prática de crimes" por parte do presidente da CMMC. "O PS sabe que o sr. Jorge Cosme tem realizado uma gestão incompetente e cheia de ilegalidades", insistiu Fátima Ramos, para quem "o arrastar dos processos só favorece os autores das ilegalidades.

Sem pedir a Fausto Correia para renunciar à sua candidatura, a social-democrata limitou-se a dizer que "gostaria" de vê-lo a exigir maior rapidez da justiça, de modo a esclarecer suspeitas que remetem para negócios de "vários milhões de contos". Segundo explicou, Jorge Cosme terá favorecido as três empresas em causa, permitindo-lhes aumentar as áreas de construção em vários loteamentos e violando o Plano Director Municipal de Miranda. E exemplificou com a construtora Miragira, à qual lhe terá sido permitido aumentar "ilegalmente" a facturação em quatro milhões de contos, fazendo contas a 16 mil contos por cada T3.

"Os factos conhecidos induzem-nos a concluir que o dr. Fausto Correia foi um dos beneficiários das ilegalidades cometidas pela câmara", acusou Fátima Ramos, lembrando que o actual secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro pertenceu aos corpos sociais e foi accionista da Mirandinvest SA, outra das empresas envolvidas na investigação da IGAT.

Manifestando o seu desejo de ver os donativos aos partidos "convenientemente analisados", Fátima Ramos lamenta que Fausto Correia pretenda reforçar a sua associação a Jorge Cosme, candidatando-se, nas suas listas, à assembleia municipal. Tanto mais que, segundo garante, a autarquia mirandense continua, "com enorme celeridade, a licenciar em alguns desses loteamentos considerados ilegais e feridos de nulidade pela IGAT, como se nada se tivesse passado". "Enquanto, na câmara, os processos de obras particulares chegam a levar meses e anos a ser analisados e aprovados, no caso de uma destas empresas protegidas, e ilegalmente beneficiadas, chegam a entrar peças de processo de licenciamento que são analisadas e despachadas no mesmo dia", assegura a actual vereadora "laranja" da autarquia, estranhando o silêncio das autoridades.

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