EXPRESSO: País

16-01-2002
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A hora e a vez dos sampaístas Quinze anos depois da sua adesão ao PS, os deserdados do MES empreendem finalmente a tomada do poder no partido. A capacidade de agrupar a família socialista é o primeiro desafio do novo líder. Mas o futuro político de Ferro Rodrigues depende sobretudo do resultado das eleições de Março e da possibilidade de unir e liderar a esquerda António Pedro Ferreira Ferro Rodrigues, no anúncio formal da candidatura à sucessão de António Guterres na liderança do PS NINGUÉM parecia reparar no homem de ombros caídos e andar pastoso que descia, desamparado, a escadaria da sede do Rato na noite de 21 de Dezembro. Ferro Rodrigues acabara de anunciar a candidatura à liderança do partido e as vozes falavam disso. Os mais nervosos reclamavam ainda a atenção dos que paravam no mesmo degrau. Mas a ele ninguém ligava. Ainda disse qualquer coisa imperceptível antes de chegar ao largo. E partiu. Sem corte nem emoção. Acabava assim, sem louvor nem contrição, o reinado do primeiro-ministro a quem os portugueses confiaram duas vezes o seu destino. Apagaram-se as luzes. O guterrismo morreu de repente. NINGUÉM parecia reparar no homem de ombros caídos e andar pastoso que descia, desamparado, a escadaria da sede do Rato na noite de 21 de Dezembro. Ferro Rodrigues acabara de anunciar a candidatura à liderança do partido e as vozes falavam disso. Os mais nervosos reclamavam ainda a atenção dos que paravam no mesmo degrau. Mas a ele ninguém ligava. Ainda disse qualquer coisa imperceptível antes de chegar ao largo. E partiu. Sem corte nem emoção. Acabava assim, sem louvor nem contrição, o reinado do primeiro-ministro a quem os portugueses confiaram duas vezes o seu destino. Apagaram-se as luzes. O guterrismo morreu de repente. O ritual de iniciação de Ferro Rodrigues, em que Guterres só deu nas vistas por ter chegado atrasado, é o início da conquista do poder pelos sampaístas. O sonho é antigo e a ambição grande. Sampaio quer marcar a sua apagada magistratura de influência com a suprema vitória de federar a esquerda, tornar-se o pólo aglutinador d'«aqueles que pensam». E os que se revêem nas suas preocupações ideológicas querem assumir-se, de uma vez por todas, como continuadores da herança ideológica dos pais fundadores do século XIX. A certeza de que já ganharam o controlo do aparelho partidário, seja qual for o resultado das eleições de Março, é a força que os anima. Jogada de alto risco Rui Duarte Silva A delegação socialista recebida por Jorge Sampaio para se pronunciar sobre a data das próximas eleições legislativas (com Vitalino Canas, Paulo Pedroso e Francisco Assis) Ferro está a dirigir as operações com muito cuidado e algum receio. Se não conseguir envolver as outras tendências socialistas na operação eleitoral, a situação pode complicar-se. As listas eleitorais são o terreno essencial das cedências. A jogada é de alto risco. Mas, se a coisa correr mal, atenua o impacto. Ferro está a dirigir as operações com muito cuidado e algum receio. Se não conseguir envolver as outras tendências socialistas na operação eleitoral, a situação pode complicar-se. As listas eleitorais são o terreno essencial das cedências. A jogada é de alto risco. Mas, se a coisa correr mal, atenua o impacto. A cooptação de António José Seguro para coordenar as operações no terreno é a primeira cedência aos órfãos do guterrismo. Foi ele quem liderou a campanha vencedora de Guterres. É ele que faz as «pontes» com as federações; quem melhor se entende com os coelhistas, quem mais eficazmente contentará o soarismo, tirando partido da proximidade lavrada em Bruxelas com Mário Soares. A junção de António Costa e Paulo Pedroso é, no entanto, pouco pacífica. Mais por razões pessoais do que por questões de princípio, os sampaístas estão divididos. Se Ferro falhar, a guerra fratricida rebenta. Costa ainda não desistiu de pensar na liderança... A «troika» vigia-se mutuamente: Pedroso marca Costa, para defender Ferro; Seguro fá-lo também, para avançar se ele avançar; Costa controla os dois, até ver o que dá. As outras figuras institucionais do sampaísmo - João Cravinho, Vera Jardim, Alberto Martins - actuam nos bastidores. A sua missão é não permitir desvirtuar a proposta sampaísta, procurando demover os mais persistentes de carrear emendas inconvenientes. Soaristas atentos O aparelho socialista é o alvo de todas as cobiças. Exorbitando as funções de porta-voz, conforme adiante se verá, Paulo Pedroso, o «génio» do grupo - que já organizou a máquina sampaísta - irá tentar insinuar-se onde Seguro se insinuar. Os soaristas, que formam o segundo grupo mais bem organizado, apostam forte em duas frentes: lançar definitivamente João Soares como figura nacional do partido, fazendo esquecer Lisboa; e colocar peças no complicado xadrez da direcção política de Ferro e das listas de candidatos a deputados. Além dos dois patronos da tendência, jogam aqui um papel de destaque Acácio Barreiros, Sérgio Sousa Pinto («reciclado» em Bruxelas) e sobretudo Rui Cunha, que vai herdar, até à posse do novo Executivo, as competências ministeriais de Ferro, de quem é secretário de Estado adjunto. Serão apoiados na retaguarda pelos mais hábeis dos «históricos» (Alegre e Campos, sobretudo - secundados por Vítor Ramalho, Helena Roseta e, eventualmente, Fernando Gomes). Pensar no Congresso Cépticos em relação às eleições, os socialistas estão a pensar já no Congresso partidário que se seguirá às legislativas. Ali poderá vir a surgir um novo líder, se o PS for derrotado. E ali ocorrerá uma nova rearrumação das famílias, seja qual for o resultado. Os órfãos do guterrismo (Sócrates, Vara, Edite, Galamba) aderiram sem entusiasmo à «mudança na continuidade» protagonizada por Ferro, parecendo acreditar mais na derrota do que no sucesso do sucessor. Se isso acontecer, reagrupar-se-ão em torno de Jorge Coelho, António José Seguro ou António Vitorino - esperando para ver qual deles tem mais hipóteses. Coelho, que cumpre o período de nojo com que se autopenalizou, disponibilizou-se para apoiar Ferro em «funções não executivas», avisando já que não está de todo a pensar abandonar a vida política. Vitorino é um «D. Sebastião» sem exército, a quem muitos não perdoam a falta de coragem para assumir agora o risco. Mas já fez saber a alguns amigos que a sua missão em Bruxelas estará cumprida a 31 de Dezembro... E António José Seguro, com o poder que Ferro lhe colocou nas mãos, fará com que muita gente lhe fique grata. E pronta a retribuir. Pior sorte têm os «gamistas» que, depois da saída em falso de Jaime Gama, parecem condenados a passar definitivamente à história. A voz de Carrilho Quem pode vir a ser muito útil a Ferro Rodrigues é Manuel Maria Carrilho. A confirmar-se a sua candidatura, o filósofo poderá surgir na Convenção de 26 de Janeiro (uma semana depois da entronização do líder) como a voz dos críticos de Guterres, «autorizado» a dizer tudo o que Ferro Rodrigues não pode dizer. A sua inclusão na lista de deputados ou num órgão dirigente dará voz à oposição interna mais desabrida, soterrando de vez o fantasma do guterrismo. Só a coragem de uma ruptura com o presente, acompanhada de inevitável renovação dos quadros dirigentes, parece poder acalentar algumas esperanças de vitória à direcção liderada por Ferro Rodrigues. Os sampaístas têm a seu favor, interna e externamente, a vantagem de não estarem directamente conotados com a derrota autárquica, da qual tiveram o cuidado se resguardar, sem candidatos perdedores nem agitadores de campanha. Mas a aliança com os comunistas - que os soaristas também defendem - pode revelar-se-lhes fatal. A purga em curso no PCP, desencadeada pelas declarações de João Amaral ao EXPRESSO, não augura nada de bom.

ORLANDO RAIMUNDO

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A hora e a vez dos sampaístas

COMENTÁRIOS AO ARTIGO

3 comentários 1 a 3

29 de Dezembro de 2001 às 17:16

pais de bananas ( 007santos@sapo.pt )

Relativamente às eleições autárquicas seria bom para Portugal que os políticos (todos)entendem-se, de vez, que os seus resultados não são moçoes de confiança ou de censura do eleitorado. Nestas eleições e na grande maioria dos concelhos, é a capacidade e seriedade das pessoas que são julgadas (candidatos e presidente da câmara). Talvez nas grandes cidades as coisas não sejam bem assim, mas deveriam sê-lo doutra forma. Porque os votos partidários poderão dar azo a presidentes da câmara incompetentes. Aliás, veja-se o estado de muito dos municípios portugueses para constatarmos desta triste realidade. Por exemplo, não tenho dúvidas que daqui a 4 anos, O Dr. Seara não vencerá Sintra porque vai revelar a sua incapacidade para gerir uma Câmara.

29 de Dezembro de 2001 às 13:48

Saliv ( engrade@mail.telepac.pt )

Desculpem. O comentário anterior foi mal endereçado, já que, pelo seu contéudo, fácil é perceber-se que se trata de comentário ao "Purga no PCP".

Quanto a "sampaístas" não concordo com a análise, já que sempre foram chamados esses e outros não referidos a colaborar com outras direcções partidárias - Victor Constâncio. São militantes "capazes" e que considero serem do sector mais intelectual do PS. O Eduardo Ferro Rodrigues é um Homem sério na política e que demonstrou extrema lçealdade com Guterres. Tem todas as condições para ser um excelente primeiro ministro. Foi colega de Miguel Beleza, em economia, na mesma escola universitária. Foi um excelente Ministro. Conhece já a Governação. Será que não é preferível para o País ter o Ferro Rodrigues - PS, do que um Barroso - PSD titubeante. Não foi o PSD que ganhou as Autárquicas - vidé Porto - foi o PS que as perdeu.

29 de Dezembro de 2001 às 13:38

Saliv ( engrade@mail.telepac.pt )

Infelizmente para os inúmeros militantes generosos que este partido tem, a sua direcção nacional continua com a cabeça na areia, qual avestruz, esquecendo que estamos no século XXI. Que pena o PCP não ter ideias arejadas em relação aos novos tempos europeus. É pena que já tenha também tantos jovens "velhos" - António Filipe e outros . que deveriam protagonizar a mudança, mas que se quedam "improdutivos" nos complicados meandros da "velhada" dirigente. Poderiam dizer "basta", agora somos nós. Vamos abrir as janelas e deixar entrar "ar fresco" no nosso partido. Não será melhor "Antónios Filipes" do PCP ?...

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A hora e a vez dos sampaístas Quinze anos depois da sua adesão ao PS, os deserdados do MES empreendem finalmente a tomada do poder no partido. A capacidade de agrupar a família socialista é o primeiro desafio do novo líder. Mas o futuro político de Ferro Rodrigues depende sobretudo do resultado das eleições de Março e da possibilidade de unir e liderar a esquerda António Pedro Ferreira Ferro Rodrigues, no anúncio formal da candidatura à sucessão de António Guterres na liderança do PS NINGUÉM parecia reparar no homem de ombros caídos e andar pastoso que descia, desamparado, a escadaria da sede do Rato na noite de 21 de Dezembro. Ferro Rodrigues acabara de anunciar a candidatura à liderança do partido e as vozes falavam disso. Os mais nervosos reclamavam ainda a atenção dos que paravam no mesmo degrau. Mas a ele ninguém ligava. Ainda disse qualquer coisa imperceptível antes de chegar ao largo. E partiu. Sem corte nem emoção. Acabava assim, sem louvor nem contrição, o reinado do primeiro-ministro a quem os portugueses confiaram duas vezes o seu destino. Apagaram-se as luzes. O guterrismo morreu de repente. NINGUÉM parecia reparar no homem de ombros caídos e andar pastoso que descia, desamparado, a escadaria da sede do Rato na noite de 21 de Dezembro. Ferro Rodrigues acabara de anunciar a candidatura à liderança do partido e as vozes falavam disso. Os mais nervosos reclamavam ainda a atenção dos que paravam no mesmo degrau. Mas a ele ninguém ligava. Ainda disse qualquer coisa imperceptível antes de chegar ao largo. E partiu. Sem corte nem emoção. Acabava assim, sem louvor nem contrição, o reinado do primeiro-ministro a quem os portugueses confiaram duas vezes o seu destino. Apagaram-se as luzes. O guterrismo morreu de repente. O ritual de iniciação de Ferro Rodrigues, em que Guterres só deu nas vistas por ter chegado atrasado, é o início da conquista do poder pelos sampaístas. O sonho é antigo e a ambição grande. Sampaio quer marcar a sua apagada magistratura de influência com a suprema vitória de federar a esquerda, tornar-se o pólo aglutinador d'«aqueles que pensam». E os que se revêem nas suas preocupações ideológicas querem assumir-se, de uma vez por todas, como continuadores da herança ideológica dos pais fundadores do século XIX. A certeza de que já ganharam o controlo do aparelho partidário, seja qual for o resultado das eleições de Março, é a força que os anima. Jogada de alto risco Rui Duarte Silva A delegação socialista recebida por Jorge Sampaio para se pronunciar sobre a data das próximas eleições legislativas (com Vitalino Canas, Paulo Pedroso e Francisco Assis) Ferro está a dirigir as operações com muito cuidado e algum receio. Se não conseguir envolver as outras tendências socialistas na operação eleitoral, a situação pode complicar-se. As listas eleitorais são o terreno essencial das cedências. A jogada é de alto risco. Mas, se a coisa correr mal, atenua o impacto. Ferro está a dirigir as operações com muito cuidado e algum receio. Se não conseguir envolver as outras tendências socialistas na operação eleitoral, a situação pode complicar-se. As listas eleitorais são o terreno essencial das cedências. A jogada é de alto risco. Mas, se a coisa correr mal, atenua o impacto. A cooptação de António José Seguro para coordenar as operações no terreno é a primeira cedência aos órfãos do guterrismo. Foi ele quem liderou a campanha vencedora de Guterres. É ele que faz as «pontes» com as federações; quem melhor se entende com os coelhistas, quem mais eficazmente contentará o soarismo, tirando partido da proximidade lavrada em Bruxelas com Mário Soares. A junção de António Costa e Paulo Pedroso é, no entanto, pouco pacífica. Mais por razões pessoais do que por questões de princípio, os sampaístas estão divididos. Se Ferro falhar, a guerra fratricida rebenta. Costa ainda não desistiu de pensar na liderança... A «troika» vigia-se mutuamente: Pedroso marca Costa, para defender Ferro; Seguro fá-lo também, para avançar se ele avançar; Costa controla os dois, até ver o que dá. As outras figuras institucionais do sampaísmo - João Cravinho, Vera Jardim, Alberto Martins - actuam nos bastidores. A sua missão é não permitir desvirtuar a proposta sampaísta, procurando demover os mais persistentes de carrear emendas inconvenientes. Soaristas atentos O aparelho socialista é o alvo de todas as cobiças. Exorbitando as funções de porta-voz, conforme adiante se verá, Paulo Pedroso, o «génio» do grupo - que já organizou a máquina sampaísta - irá tentar insinuar-se onde Seguro se insinuar. Os soaristas, que formam o segundo grupo mais bem organizado, apostam forte em duas frentes: lançar definitivamente João Soares como figura nacional do partido, fazendo esquecer Lisboa; e colocar peças no complicado xadrez da direcção política de Ferro e das listas de candidatos a deputados. Além dos dois patronos da tendência, jogam aqui um papel de destaque Acácio Barreiros, Sérgio Sousa Pinto («reciclado» em Bruxelas) e sobretudo Rui Cunha, que vai herdar, até à posse do novo Executivo, as competências ministeriais de Ferro, de quem é secretário de Estado adjunto. Serão apoiados na retaguarda pelos mais hábeis dos «históricos» (Alegre e Campos, sobretudo - secundados por Vítor Ramalho, Helena Roseta e, eventualmente, Fernando Gomes). Pensar no Congresso Cépticos em relação às eleições, os socialistas estão a pensar já no Congresso partidário que se seguirá às legislativas. Ali poderá vir a surgir um novo líder, se o PS for derrotado. E ali ocorrerá uma nova rearrumação das famílias, seja qual for o resultado. Os órfãos do guterrismo (Sócrates, Vara, Edite, Galamba) aderiram sem entusiasmo à «mudança na continuidade» protagonizada por Ferro, parecendo acreditar mais na derrota do que no sucesso do sucessor. Se isso acontecer, reagrupar-se-ão em torno de Jorge Coelho, António José Seguro ou António Vitorino - esperando para ver qual deles tem mais hipóteses. Coelho, que cumpre o período de nojo com que se autopenalizou, disponibilizou-se para apoiar Ferro em «funções não executivas», avisando já que não está de todo a pensar abandonar a vida política. Vitorino é um «D. Sebastião» sem exército, a quem muitos não perdoam a falta de coragem para assumir agora o risco. Mas já fez saber a alguns amigos que a sua missão em Bruxelas estará cumprida a 31 de Dezembro... E António José Seguro, com o poder que Ferro lhe colocou nas mãos, fará com que muita gente lhe fique grata. E pronta a retribuir. Pior sorte têm os «gamistas» que, depois da saída em falso de Jaime Gama, parecem condenados a passar definitivamente à história. A voz de Carrilho Quem pode vir a ser muito útil a Ferro Rodrigues é Manuel Maria Carrilho. A confirmar-se a sua candidatura, o filósofo poderá surgir na Convenção de 26 de Janeiro (uma semana depois da entronização do líder) como a voz dos críticos de Guterres, «autorizado» a dizer tudo o que Ferro Rodrigues não pode dizer. A sua inclusão na lista de deputados ou num órgão dirigente dará voz à oposição interna mais desabrida, soterrando de vez o fantasma do guterrismo. Só a coragem de uma ruptura com o presente, acompanhada de inevitável renovação dos quadros dirigentes, parece poder acalentar algumas esperanças de vitória à direcção liderada por Ferro Rodrigues. Os sampaístas têm a seu favor, interna e externamente, a vantagem de não estarem directamente conotados com a derrota autárquica, da qual tiveram o cuidado se resguardar, sem candidatos perdedores nem agitadores de campanha. Mas a aliança com os comunistas - que os soaristas também defendem - pode revelar-se-lhes fatal. A purga em curso no PCP, desencadeada pelas declarações de João Amaral ao EXPRESSO, não augura nada de bom.

ORLANDO RAIMUNDO

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A hora e a vez dos sampaístas

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29 de Dezembro de 2001 às 17:16

pais de bananas ( 007santos@sapo.pt )

Relativamente às eleições autárquicas seria bom para Portugal que os políticos (todos)entendem-se, de vez, que os seus resultados não são moçoes de confiança ou de censura do eleitorado. Nestas eleições e na grande maioria dos concelhos, é a capacidade e seriedade das pessoas que são julgadas (candidatos e presidente da câmara). Talvez nas grandes cidades as coisas não sejam bem assim, mas deveriam sê-lo doutra forma. Porque os votos partidários poderão dar azo a presidentes da câmara incompetentes. Aliás, veja-se o estado de muito dos municípios portugueses para constatarmos desta triste realidade. Por exemplo, não tenho dúvidas que daqui a 4 anos, O Dr. Seara não vencerá Sintra porque vai revelar a sua incapacidade para gerir uma Câmara.

29 de Dezembro de 2001 às 13:48

Saliv ( engrade@mail.telepac.pt )

Desculpem. O comentário anterior foi mal endereçado, já que, pelo seu contéudo, fácil é perceber-se que se trata de comentário ao "Purga no PCP".

Quanto a "sampaístas" não concordo com a análise, já que sempre foram chamados esses e outros não referidos a colaborar com outras direcções partidárias - Victor Constâncio. São militantes "capazes" e que considero serem do sector mais intelectual do PS. O Eduardo Ferro Rodrigues é um Homem sério na política e que demonstrou extrema lçealdade com Guterres. Tem todas as condições para ser um excelente primeiro ministro. Foi colega de Miguel Beleza, em economia, na mesma escola universitária. Foi um excelente Ministro. Conhece já a Governação. Será que não é preferível para o País ter o Ferro Rodrigues - PS, do que um Barroso - PSD titubeante. Não foi o PSD que ganhou as Autárquicas - vidé Porto - foi o PS que as perdeu.

29 de Dezembro de 2001 às 13:38

Saliv ( engrade@mail.telepac.pt )

Infelizmente para os inúmeros militantes generosos que este partido tem, a sua direcção nacional continua com a cabeça na areia, qual avestruz, esquecendo que estamos no século XXI. Que pena o PCP não ter ideias arejadas em relação aos novos tempos europeus. É pena que já tenha também tantos jovens "velhos" - António Filipe e outros . que deveriam protagonizar a mudança, mas que se quedam "improdutivos" nos complicados meandros da "velhada" dirigente. Poderiam dizer "basta", agora somos nós. Vamos abrir as janelas e deixar entrar "ar fresco" no nosso partido. Não será melhor "Antónios Filipes" do PCP ?...

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